Give Your Heart a Break escrita por StrangeDemigod


Capítulo 16
Fifteen


Notas iniciais do capítulo

Ei, voltiiii! Eba!
Mas meu povo, caramba, sabe o que é ter tipo, 10kg de trabalhos pra entregar, mais simulados e provas?!
Vão por mim, não queiram estar no meu lugar.. ¬¬
Aproveite esse capitulo... Só ta grande por causa da música...
Kissus



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/545899/chapter/16


“(...) Você me quer e eu te quero também

Mas o medo de errar nos afasta(...)

‘E o que os outros vão dizer?’(...)

 ‘E o que os outros vão pensar?’ (...)

Para! Pensa...”

~No Seu Coração - Aliados

POV’s Angel ON

—Até segunda, Cast.- falei, passando a língua nos lábios e entrando no meu apartamento. Encostei na porta, do lado de dentro. Eu tinha um sorriso no rosto, mas esse sorriso foi desaparecendo gradativamente.

“O que eu acabei de fazer ali fora?”

Arregalei os olhos e coloquei uma das mãos na boca, reprimindo um grito. Eu realmente beijei ele, do nada?! E falei ‘até segunda, Cast.’?!

Sai de perto da porta, indo em direção ao meu quarto, praguejando. Fui direto ao closet. Coloquei meu vestido novo num cabide e o pendurei. Depois guardei todas as coisas que estava usando em seus devidos lugares e abri uma das gavetas, pegando uma camiseta xadrez e a vestindo. Fiz um coque no cabelo, peguei meu celular e fui até a sala, me deitando no sofá. Olhei pro teto, pensando em como a minha vida estava até que cabelos escarlates e olhos acinzentados invadiram a minha mente.

“Aarg, Castiel!”— bufei, sentindo minhas bochechas corarem. Tapei meus olhos com um braço. Novamente meus pensamentos se remeteram ao ruivo... Na verdade se remeteram aos seus lábios finos, porém deliciosamente excitantes e às suas mãos apertando levemente minha cintura e minha bun...

—NÃO ACREDITO!- um grito me interrompeu e fez com que eu rolasse no sofá e caísse com a cara no chão. Gemi de dor. -Ai, meu Deus, desculpa, desculpa!- a pessoa, que pela voz eu descobri ser minha tia, veio até mim e me ajudou a levantar.  -Está bem?

—Ah, claro.- revirei os olhos, sentindo a ironia em minha voz. -Só que eu acho que preciso de um nariz novo.

—Me desculpa, é que surtei.- ela falou, sentando no sofá.

—Okay, eu sempre achei você meio maluca, sem ofensa...- me sentei ao lado dela. -Mas o que foi que deu em você pra, de repente, gritar?!

—É que eu vi uma coisa muito, muito linda e extremamente duvidosa ao mesmo tempo.- ela primeiro sorriu e depois fez uma cara de confusão.

—E o que seria?- franzi o cenho.

—Okay, okay, eu vou imitar o que eu vi.- ela pigarreou, se ajeitou no sofá e me olhou.—"Até segunda, Cast."— sorriu maliciosamente pra mim e começou a gargalhar. Eu arregalei os olhos e levantei do sofá.

—PUTA QUE ME PARIU!- gritei.

—Opa, calma aí, sua mãe não é puta não. Meça suas palavras!- ela ficou seria por um instante, mas logo voltou a gargalhar, tanto que ela ‘tava até vermelha.

—Me diz que você só me viu me despedindo dele, pelo amor do menino Jesus!- eu fechei os olhos e coloquei a mão na testa.

—Mas... É claro...- ela fez uma pequena pausa pra respirar. Eu já ia soltar um suspiro de alívio, quando... -Que não!

—Meu Deus. Santo Cristo. Meu Pai. Nossa Senhora Aparecida, Mãe de Jesus. O.que.foi.que.você.viu?-perguntei pausadamente.

—Nada demais...- ela sorriu. “Tia, só de você ter visto o que eu falei pra ele, eu já quase infartei! Agora eu descubro que você não viu só aquilo...” — pensei. -Só vi você agarrando ele...

—Ah!- gemi de frustração. -Como?!

—Não foi por querer...- ela deu de ombros. -Só que o elevador abriu bem na hora em que você agarrou ele.

—O que você viu, exatamente...?- respirei fundo.

—Vocês quase se engolindo ali no corredor...- ela abriu um daqueles sorrisos de orelha a orelha. Senti minhas bochechas esquentarem e começarem a coçar.

—Oh, Senhor! Por que comigo?- tapei meus olhos e me joguei no sofá.

—Calma, Angely! Por que tudo isso?- falou.

—Eu não sei, okay?!- me sentei e olhei pra ela. Coloquei a mão direita sobre o peito, mordendo o lábio inferior e desviei o olhar dela.

—Você se apaixonou.- ela disse convicta. Olhei-a, com os olhos arregalados.

—E-eu? Nem ferrando, tia.- gaguejei um pouco. Oh merda!

—Não adianta mentir, querida.- ela falou. Apertei os lábios em uma linha fina. -Eu vejo nos seus olhos. Eles brilham. Seu coração acelera. Você sente como se nada mais importasse, apenas ele.

—É só que... Que...- suspirei. Olhei pra cima e comecei a piscar freneticamente. As lágrimas começavam a manchar meu rosto e eu solucei. -Você está certa. Eu me apaixonei por ele...- pisquei mais algumas vezes, derrubando mais lágrimas. -Só que eu não quero levá-lo para o poço do sofrimento. Eu não quero que ele carregue os fardos que carrego...- minha tia me abraçou rapidamente, me puxando para encostar a cabeça em seu colo. Soltou meus cabelos e começou a acariciar a minha cabeça.

—Shii, está tudo bem, querida. Eu estou aqui.- solucei mais uma vez, apertando os olhos.

—Ele não pode saber.- eu sussurrava. Apertei o braço dela.

­-Okay, okay.- continuou a acariciar meus cabelos. -Você está segura...

—Eu não posso me envolver com ele, tia.- me levantei, limpando o rosto. Ela me olhou confusa. -Ele vai se machucar. Dakota pode vir atrás dele.

—Dakota está preso, Angel.- ela apertou minhas mãos. -Ele nunca vai sair de lá.

—Eu sei, mas mesmo assim. Estou com um pressentimento ruim... Eu não quero que ele se machuque.- neguei com a cabeça, limpando uma última lágrima. -Depois que eu perdi Christopher, eu não consegui mais me envolver com ninguém.- minha tia me olhou com ternura, me confortando. -Eu... Eu vou me deitar.- me levantei do sofá e fui direto pro meu quarto.

Quebra tempo: 1 dia (segunda-feira).

Meu despertador tocou e eu me sentei na cama, pegando o celular na cômoda e desativando o som ensurdecedor. Suspirei e me levantei da cama, indo até o banheiro. Me despi e fui tomar um banho gelado. Por incrível que pareça, estava calor em Amoris. O mundo vai acabar... Socorro.

Depois de uns 20 minutos, eu saí do banheiro enrolada numa toalha e fui para o closet. Vesti uma lingerie, a primeira que achei, e optei por uma blusa sem mangas da Converse preta, um short jeans, uma camisa xadrez azul e um All-Star preto. Sequei meu cabelo com a toalha e ele estava liso. Às vezes acho que meu cabelo tem múltiplas personalidades... Bom, coloquei uma pulseira preta com spikes, alguns anéis e um colar. Passei uma maquiagem leve e peguei minha bolsa, indo para a cozinha. A mesa estava posta, mas minha tia não estava na cozinha. Peguei um copo de suco e um dos sanduíches que tinha ali. Segui até a sala, de onde vinha o barulho da TV. Minha tia estava sentada no sofá, bebericando seu café, entretida com as notícias matinais. Sentei-me na poltrona ao lado do sofá, tomando um gole do meu suco e dando uma mordida no meu sanduíche. Ela percebeu que eu havia chegado e me olhou. Sorri fracamente. Eu havia ficado o domingo inteiro enfurnada no quarto, só saí à noite pra comer e minha tia já estava dormindo. Depois do que aconteceu no sábado, eu preferi evitar o ‘mundo real’.

—Se sentindo melhor?- colocou a xícara na mesinha de centro.

—O suficiente.- mordi o sanduíche. O celular dela apitou.

—Okay... Então, eu vou indo.- falou, se levantando. Me levantei também e a abracei.

—Obrigada.- sussurrei.

—Não há de que.- beijou minha bochecha e saiu. Levei meu copo e a xícara dela até a cozinha, colocando na pia. Guardei as coisas do café e olhei o relógio. 6h41min. Hora da tortura!

Quebra-tempo: 10 minutos.

Estacionei o carro, peguei minha mochila e saí, ativando o alarme. Mal guardei as chaves na mochila e pularam em cima de mim, ‘quase’ me fazendo cair.

—Ah! Porra! Minha coluna!- gritei, escutando um ‘crack’ vindo das minhas costas. -Vocês dois são pesados! Alexy faça uma dieta e Rosa uma cirurgia pra diminuir os peitos e bunda.

—Falou a ‘palmito seco’...- os dois saíram de cima de mim. -Você já viu o tamanho do seu traseiro?! É, tipo, dez vezes maior que o meu!

—Não exagere, Rosa!- resmunguei,revirando os olhos e seguindo para dentro da escola, indo em direção ao meu armário, com os dois ao meu encalço.

—‘Tá, ‘tá, velha resmungona.- Alexy falou. -Eu pensei em uma coisa.

—No quê?- perguntei, abrindo meu armário, retirando os livros que ia usar e colocando a mochila lá dentro.

—Uma festa do pijama!- ele exclamou, batendo palminhas.

—Pra mim, só se for sábado.- fechei o armário.

—Não, não, querida. A ideia é fazer hoje.- apertou minha bochecha.

—Uma festa do pijama numa segunda?- arqueei uma sobrancelha.

—É, ué.- fez um bico. Começamos a andar em direção à sala.

—Esquisito...-falei.

—É ideia vinda da cachola do Alexy, não sei porque você achou esquisito Debby.- Rosa riu.

—Exatamente.- Alexy acenou positivamente com a cabeça. -É o que, Rosalya?!

—Só vocês mesmo...- sorri, revirando os olhos.

—Então, você topa?- Rosa perguntou.

—Se eu disser não, vocês me engolem, então... Não tenho muita opção.- dei de ombros.

—Ótimo! Vai ser na sua casa então.- os dois fizeram um high-five.

—Quem foi que disse que seria no meu apartamento?- fiquei incrédula.

—Você é a novata do grupo. A novata é quem sempre dá a festa.- Alexy falou, como se fosse óbvio.

—Vocês vão dormir no chão.- entrei na sala e fui para o meu lugar.

—Que chão que nada! A gente se amontoa em cima de você.- Rosa disse, já indo atrás das outras pra contar a novidade.

—Bando de insanos...- balancei a cabeça negativamente. Mal me acomodei e ele entrou. Oh, Fuck! Por que ele estava tão gostoso ao meu olhar?! E por que ele ‘tá vindo na minha direção?!

—Uh… Oi.- ele se sentou na carteira vazia que tinha na minha frente.

—Hey…- sorri levemente.

—Então… Er...- ele coçou a nuca. Aquilo é um rubor surgindo nas bochechas dele? -Acho que isso é seu.

—O quê...?- olhei para o que ele segurava. -Meu óculos?

—Você, de alguma maneira que só Deus pra saber, colocou ele na gola da minha camiseta no sábado.- ele desviou o olhar, o rubor um pouco mais evidente nas maçãs do rosto. Ount! ‘Ti fofu’! Espera... OI?

—Uou, eu nem percebi que tava sem o óculos.- peguei da mão dele. -Obrigada.

—Não há de qu...- ele parou de falar quando eu dei um beijo na bochecha dele. Ri da feição dele.

O sinal bateu e o professor entrou na sala.

—Todos nos seus devidos lugares. Abram os livros na página 60.- sentou-se na sua mesa.

Oh, o inferno começou... Já mencionei que odeio história?

POV’s Angel OFF

POV’s Castiel ON

Era hora do intervalo. Estávamos todos sentados, comendo. Eu havia passado a manhã olhando pra ela. E o pior é que ela retribuía o olhar, de brinde arqueando uma das sobrancelhas e dando um sorriso de canto.

—Ah, cara. Alguém me interna.- murmurei.

—Você precisa mesmo.- Lysandre falou, sem tirar o olhar de seu bloco de notas.

—Do que você ‘tá falando ai, Lysandre?- olhei-o.

—Me pergunto a mesma coisa a seu respeito._ele colocou o bloco de notas em cima da mesa, bufando. -Droga!

—Algo errado, Lys?- ouvi a voz dela. Por que estava tão sexy?! E por que eu ‘tô pensando que nem um marica?

—Só uma música.- falou. -Preciso de algo novo para o ensaio hoje.

—Está tendo um ‘BC’**?- perguntou. Os outros da mesa, inclusive eu, ficaram confusos com o que ela disse.

—Sim.- ele afirmou. Olhamos todos para ele. -Não consigo fazer o refrão.

—Sei como é.- agora olhamos para ela. -Me permite?

—Claro.- ele respondeu sem hesitar. Mais uma vez, todos o olhamos com os olhos arregalados. Se Lysandre está entregando o bloco de notas dele, significa que ele está realmente desesperado.

A baixinha analisou o a folha, franzindo o cenho, mordendo o lábio e, depois, sorrindo.

—Por que você não tenta assim...- ela pigarreou e fechou os olhos.

“'Cause I wanna wrap you up / (Porque eu quero envolvê-lo)

Wanna kiss your lips / (Quero beijar seus lábios)

I wanna make you feel wanted  / (Eu quero fazer você se sentir querido)

And I wanna call you mine / (E eu quero chamá-lo de meu)

Wanna hold your hand forever / (Quero segurar sua mão para sempre)

Never let you forget it / (Nunca vou deixar você esquecer)

Yeah, I wanna make you feel wanted / (Sim, eu quero fazer você se sentir querido)”*

Ela deu uma leve afinada na última palavra. Todos olhavam ela, boquiabertos.

—Ah!- Alexy gritou, batendo palmas. -Que diva, meu Deus!

—Que incrível! Não sabia que você cantava.- Íris falou.

—Obrigado.- ela sorriu, tomou um gole de suco, e me olhou. -Você contou a ele?

—Nem.- neguei.

—Sobre o quê?- Lysandre perguntou curioso, sem tirar os olhos do bloco.

—Que vocês vão ensaiar no estúdio onde trabalho.- ela olhou pro próprio celular, franzindo o cenho. -Por que eu e o ruivo temos que realizar um ‘projeto’, e eu só tenho das 15hrs às 16hrs de horário livre.

—E que projeto é esse?- Rosa perguntou, me olhando com um sorriso demoníaco no rosto. Ela ‘tá com algum plano maligno na cabeça.

—Minha tia vai casar. E o namorado dela quer fazer um pedido ‘perfeito’, com cantoria e tudo mais. Ironicamente, ele é o médico/amigo dos pais do ruivo. Então precisamos ensaiar.- ela ainda olhava pro telefone, dessa vez com os olhos arregalados. Se levantou e virou-se de costas na mesa, colocando o celular na orelha.

—Onde ela trabalha?- Senhor Bicolor perguntou.

—Na filial da SY Records.- falei e ele arregalou os olhos. -Tive a mesma reação.

—O que ela faz lá?- Íris me perguntou.

—Segundo ela, dá aula de canto e auxilia Elliott na aula de dança.- olhei pra ela, que estava conversando ao telefone.

—‘Tá explicado o por q...- Lysandre começou a falar, mais foi interrompido por um grito.

AAAH! Oh meu Deus! Oh Meu Deus! OH.MEU.DEUS!— a baixinha gritava e pulava de felicidade, eu acho, atraindo os olhares pra ela.—Não acredito! Cara, eu acho que eu vou chorar!— ela virou de lado, fungando e fechando os olhos.—Ok, ok. Parabéns! Um beijo, tchau.— ela desligou e colocou o celular no bolso.

—Céus, aconteceu algo?- Alexy estava com uma das mãos sobre o peito. A baixinha se virou pra gente e sorriu.

—Sim, aconteceu.- ela voltou pra mesa e se sentou, limpando as lágrimas dos olhos.-Minha cunhada está grávida do terceiro filho! Eu vou ser titia de novo! Oh céus!- todos a parabenizaram.

—Mary vai ter mais um?! Ai sim! Agora a fábrica fecha!- Kentin bateu palmas. Recebeu um tapa de Íris, que estava ao seu lado. -Ai, isso dói ruivinha.

—Eu vou te acertar com essa bandeja!- ela levantou a bandeja vazia e ameaçou bater nele.

—Atenção alunos do 3º ano C. Como o Professor Boris ainda não voltou de viagem, vocês serão designados para outras aulas. Como um professor não pode ficar com todos, dois grupos serão feitos. Ao final do intervalo, retornem para sala.— a voz da velha ecoou pelas caixas de som. Um burburinho de negação se fez. -E QUEM RECLAMAR VAI FICAR DUAS SEMANAS NA DETENÇÃO!— ela gritou e todos se calaram.Obrigado e tenham uma boa manhã.

—Velha doida.- resmunguei.  O sinal bateu. Filha da mãe! Ela ‘tá me vigiando!

Voltamos pra sala e cada um ficou na sua ‘panelinha’. Esperamos uns 20 minutos, até que a diretora apareceu na porta.

—Pois bem, a sala tem 30 alunos hoje. Se separem em dois grupos.-ela falou. No meu grupo já tinha 14._Onze, doze, treze, quatorze... Falta um aqui. Ambre, pra cá.- apontou e a praga veio correndo e agarrou meu braço, como se fosse uma preguiça num galho. -Ok, Grupo A...- ela apontou pra gente. -Vão pro auditório. Aula de artes. E grupo B...- apontou pro outro. -Pro laboratório. Aula de química.

Todos começamos a sair da sala. Me pergunto por que a professora de artes está no auditório...

*Auditório//*

Uma professora maluquinha de uns 25 anos, que pensa que ainda é adolescente. Essa era Julie Shermansky, filha da Diretora. Vão por mim, comparada à diretora, ela, basicamente me adora (N/A: Convencido ¬¬).

—Oh, oi queridos. Como vão?- ela veio correndo até a gente. Soltamos um ‘oi’. -Vocês devem de estar se perguntando... “O que a professora de artes está fazendo no auditório?”. A resposta é muito simples... Eu quero trazer a música de volta a essa escola! -ela abriu os braços. Todos a olharam, incrédulos. -É eu sei, o governo proibiu e tal... Mas, com certeza, eu consigo convencer minha mãe... Fala sério, eu sou a filha única dela!- ela riu, indo em direção a umas das poltronas da primeira fileira. A seguimos, eu com um ‘negócio’ loiro grudado no meu braço. Revirei os olhos e escutei uma risada abafada. Me virei e encontrei a baixinha rindo. Ela movimentou os lábios, como se dissesse: “Lindo casal, eu shippo!”, e fez um coração com as mãos, sorrindo cinicamente. Eu ia retrucar, quando ela caiu em cima de mim, me levando ao chão, com ela por cima, me separando da loira maluca.

—Se queria me separar da Ambre, era só me puxar. Não precisa se jogar em cima de mim.- falei, fazendo-a erguer a cabeça.

—Foi a Rosalya.- ela murmurou, me fazendo desviar o olhar dela e olhar para a albina que tinha um sorriso no rosto.

—Sei. Você ‘tava com ciúmes, baixinha.- voltei novamente meu olhar para ela e sorri de canto.

—Saiba de uma coisa ruivo...- ela elevou seu rosto na altura do meu, com nossos lábios quase se encostando.-Eu nunca vou sentir ciúmes de você.- deu dois leves tapinhas na minha bochecha e se levantou, jogando o cabelo. Escutei Armin gritar um ‘Turn Down For What!’, e os outros deram risada, menos a loira, que fuzilava a baixinha. Me levantei, querendo logo me sentar, mas quando aquela loira abriu o bico, eu sabia que isso iria demorar.

—O que pensa que está fazendo?- ela perguntou com aquela voz que é capaz de estourar meus tímpanos.

—Repete a pergunta, não falo sua língua.- a baixinha disse.

—Mas você fala francês.-a loira franziu o nariz.

—Quis dizer que não falo a língua das galinhas.- e mais uma vez, Armin gritou ‘Turn Down For What!’.

—Ora sua!- A loira já ia partir pra cima, mas o Senhor Certinho chegou e interrompeu.

—Vamos parar, antes que você arrume mais confusão pra mim, Ambre.- ele a repreendeu.

—Não se meta, Nathaniel!- ela exclamou. -Ela ‘tava se jogando pra cima do meu Cast!

—Ah, por favor, isso de novo não...- resmunguei.

—Pare de ser tão mimada, garota.- a baixinha falou.

—Quem você pensa que é pra falar desse jeito comigo?!- a loira quase que parte pra cima da baixinha, mas o Representante segurou seu braço.

—Chega Ambre, está passando dos limites!- ele falou.

—Eu?! Ah, por favor... Essa garota se acha! Desde que chegou aqui, ela está se achando a última bolacha do pacote! Aposto que nem canta como cantou hoje no intervalo! Deve de ser uma armação!- a praga falou algo sem nexo nenhum, mas que foi o suficiente para provocar a baixinha.

—Desculpe-me por isso, Nath.- olhou pro loiro, respirou fundo e fuzilou a loira. -Eu não me acho. Eu não poderia ‘armar’ para poder cantar de repente, idiota.

—Humpf.- a praga bufou. -Eu duvido que você suba naquele palco e cante.

—Eu não sou obrigada a provar nada pra você!- a baixinha revirou os olhos.

—Eu te desafio.- a loira estreitou o olhar.

—Ai meu pai, fodeu.- Kentin falou. -Ela nunca recusa um desafio.

—Quer saber, ‘tá legal!- ela sorriu, vindo na direção de Ambre. -Eu vou te mostrar o que eu faço de melhor.- Puxou o Representante pela gravata e pegou a gola da minha jaqueta, nos puxando e começando a andar. -Lysandre, por gentileza, poderia me acompanhar?

—Sim, senhorita.- ele veio andando atrás de nós.

—Espera! Porque você tem que puxar nós dois e o Lysandre não?- perguntei.

—Porque Lysandre é mais educado que vocês dois juntos; Porque eu só tenho dois braços; E porque o que eu tenho pra dizer pra vocês três, apenas o Lysandre aceitaria sem pestanejar.- ela revirou os olhos.

Paramos na fileira onde a professora estava. A baixinha nos soltou e foi falar com ela. Apontou para o palco, depois pra gente e a professora sorriu, assentindo. A baixinha voltou ao nosso lado.

—Pois bem alunos, parem o que estão fazendo!- ela falou e todos olharam pra ela. -A nossa querida Debby se ofereceu pra cantar uma música!

—Vamos.- ela foi em direção ao palco.

—Uou, uou. Por que a gente tem que ir junto?- o representante perguntou.

—Porque vocês vão tocar.- falou como se fosse óbvio.

—Eu não toco com ele.- eu e o representante falamos ao mesmo tempo.

—Ah, mais vocês vão tocar sim!- ela voltou à nossa frente. -Você, Castiel, me disse sábado que ia esquecer o passado e que ia tentar._bateu a ponta do indicador no meu peito. -E você, Nathaniel, vai fazer isso porque aí...- ela sussurrou algo no ouvido dele e ele corou (?). O que será que ela disse pra ele? Depois de terminar, ela sorriu. -Então? 'Simbora cambada!- ela correu até a escadinha que dava acesso ao palco e logo pegou o microfone que tinha ali no chão. A seguimos e fomos até seus respectivos instrumentos. Ela sussurrou qual era a música e todos assentimos.

(Coloquem Misery Bussiness - Paramore, link notas finais.)

—Um, dois... Um, dois, três, quatro!- bateu as baquetas e começou a tocar, com eu e Lysandre acompanhando.

I'm in the business of misery, / (Estou no negócio da miséria)
Let's take it from the top / (Vamos tomar do começo)
She's got a body like an hourglass / (Ela tem um corpo em forma de ampulheta)
That's ticking like a clock / (Que está batendo como um relógio)

It's a matter of time before we all run out... / (É uma questão de tempos antes que todos nós expiremos)
When I thought he was mine, / (Quando eu pensei que ele era meu)
She caught him by the mouth / (Ela o pegou pela boca)

I waited eight long months, she finally set him free / (Eu esperei por longos 8 meses, ela finalmente o libertou)
I told him I couldn't lie, / (Eu disse a ele que eu não posso mentir)
He was the only one for me / (Que ele era o único para mim)
Two weeks and we had caught on fire / (Duas semanas e nós pegamos fogo)
She's got it out for me, / (Ela tirou isso de mim)
But I wear the biggest smile / (Mas eu estou com o maior sorriso na cara)

Ela sorriu cinicamente para a loira.

Well… I never meant to brag / (Bem... eu nunca quis me gabar)
But I got him where I want him now / (Mas ele está onde eu quero agora)
Oh! It was never my intention to brag / (Oh! Nunca foi minha intenção me gabar)
To steal it all away from you now / (Roubar tudo de você agora)

Ela começou a balançar a cabeça no ritmo, os cabelos esvoaçando.

But God does it feel so good / (Mas, Deus, isso é tão bom)
'Cause I got him where I want him now / (Porque ele está onde eu quero agora)
And if you could then you know you would / (E se você pudesse, então você saberia que poderia)
'Cause God it just feels so... / (Porque, deus, isso é tão)
It just feels so good / (Isso é tão bom)

Ela começou a andar pelo palco.

Second chances they don't ever matter, / (Segundas chances, elas nunca importam)
People never change / (Pessoas nunca mudam)
Once a whore, you're nothing more, / (Uma vez vagabunda, você não é mais nada)
I'm sorry that'll never change / (Desculpe-me, isso nunca vai mudar)
And about forgiveness, / (E sobre perdão)
We're both supposed to have exchanged / (Supostamente ambos teríamos que trocar)
I'm sorry honey, but I'm passing up, / (Desculpa, querida, mas estou passando por cima)
Now look this way / (Agora olhe para cá)
Well there's a million other girls / (Bem, há um milhão de outras garotas)
Who do it just like you / (Que fazem o mesmo que você)
Looking as innocent as possible / (Parecendo o mais inocente possível)
To get to who they want and what they like, / (Para pegar quem elas querem e o que elas gostam)
It's easy if you do it right / (É fácil se você faz isso direito)
Well I refuse, I refuse, I refuse! / (Bem, eu me recuso, eu me recuso, eu me recuso!)

Bateu o pé no chão, como uma garota mimada, eu ri com isso.

Well… I never meant to brag / (Bem... eu nunca quis me gabar)
But I got him where I want him now / (Mas ele está onde eu quero agora)
Oh! It was never my intention to brag / (Oh! Nunca foi minha intenção me gabar)
To steal it all away from you now / (Roubar tudo de você agora)
But God does it feel so good / (Mas, Deus, isso é tão bom)
'Cause I got him where I want him right now / (Porque ele está onde eu quero bem agora)
And if you could then you know you would / (E se você pudesse, então você saberia que poderia)
'Cause God it just feels so... / (Porque, deus, isso é tão)

Aumentou bem o tom da voz, afastando o microfone da boca.

It just feels so good / (Isso é tão bom)

Ela se aproximou de mim e começou a mexer no meu cabelo, direcionando olhadas à Praga.

I watched his wildest dreams come true / (Eu vi os mais selvagens sonhos dele se tornarem realidade)
Not one of them involving you / (Nenhum deles envolvendo você)
Just watch my wildest dreams come true / (Apenas veja meu mais selvagem sonho se tornar realidade)
Not one of them involving ... / (Nenhum deles envolvendo…)

Começou a dançar, ao que eu, Lysandre e o representante começamos a fazer apenas o instrumental.
No auditório, a professora maluca e os nossos amigos curtiam a música adoidados; os alunos que estavam ali também balançavam a cabeça no ritmo da música; já a praga... Ah, a cara dela era impagável.

O solo de bateria começou e ela voltou a cantar.

Well… I never meant to brag / (Bem... eu nunca quis me gabar)
But I got him where I want him now / (Mas ele está onde eu quero agora)

Well… I never meant to brag / (Bem... eu nunca quis me gabar)
But I got him where I want him now / (Mas ele está onde eu quero agora)

Apontou pra mim e deu uma piscadela.


Oh! It was never my intention to brag / (Oh! nunca foi minha intenção me gabar)
To steal it all away from you now / (Roubar tudo de você agora)
But God does it feel so good / (Mas, Deus, isso é tão bom)
'Cause I got him where I want him now / (Porque ele está onde eu quero agora)
And if you could then you know you would / (E se você pudesse, então você saberia que poderia)
'Cause God it just feels so... / (Porque, deus, isso é tão)

Enquanto fazíamos mais uma vez o solo de instrumental, ela afastava o microfone da boca, aumentando a voz.

It just feels so good / (Isso é tão bom).

Quando terminamos, o auditório explodiu em palmas e gritos. A baixinha se curvou em agradecimento, depois veio até mim.

—Não tem que fazer nada?- ergueu as sobrancelhas. Quando franzi o cenho, ela olhou pro representante.

—Ah não.- grunhi.

—Vai logo!- ela me empurrou. Bufei.

—Ei, am... Representante!- chamei-o. Ele se levantou da cadeira e veio até mim.

—O que foi?- perguntou. Eu podia jurar que tinha uma veia quase a ponto de explodir na minha testa. Eu ia retrucar, quando escutei um pigarro. Olhei pra trás e ela me repreendeu com o olhar. Suspirei.

—Bom, eu e o Lysandre queremos te chamar pra participar da nossa banda.- falei. Confesso que saiu meio forçado.

—Queremos?- Lysandre me olhou, de olhos arregalados.

—Querem?- ele me olhou como se eu fosse um ET.

—Sim, queremos.- revirei os olhos.

—Eu aceito. Mas com uma condição.- falou.

—Fala logo.- grunhi, já estressado

 -Você tem que prometer que vai esquecer o que aconteceu. Ou pelo menos tentar.- ele ergueu a mão para que eu apertasse. Eu demorei um pouco, mas as palavras da baixinha me vieram à cabeça. “Às vezes, precisamos deixar o passado no passado, mesmo que carreguemos cicatrizes e memórias ruins conosco, para que, dessa maneira, possamos seguir em frente e fazer boas escolhas.” Suspirei e apertei sua mão.

—Ah, ótimo. Se resolveram finalmente.- a baixinha apareceu do meu lado. -Sem querer ser mandona, mas estejam na Filial ás 15hrs em ponto.- o sinal bateu. Ela se despediu de todos, mas antes de ir, se virou pra mim. -Vejo você mais tarde, Castiel.— deu uma piscadela pra mim e saiu andando.

—Ei, Castiel.- Lysandre me chamou. -Está rolando algo entre vocês dois?

—Não Lysandre. ‘Tá doido?!- o olhei incrédulo.

—Troca de olhares, o quase beijo de vocês... Não sei não.- ele falou, estreitando o olhar.

—Afe, tchau Lysandre.- fui em direção ao estacionamento.

Agora que ele falou, isso vai ficar na minha cabeça...

“Eu e ela... Temos algo? Não... Acho que é só atração física... É, só atração física. Eu sou homem, ela mulher, instintos primitivos. Isso!”

Peguei minha moto e rumei para casa.

POV’s Castiel OFF

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Música--->https://www.youtube.com/watch?v=aCyGvGEtOwc
Roupa dela: http://www.polyvore.com/untitled_50/set?id=168434289

* Wanted - Cover By Alex Goot & Julia Sheer.
** BC= Bloqueio Criativo. Termo que se aplica a mim quase sempre.
Ps... Acho que demorarei pra postar meu povo... Mas prometo postar o mais rápido possível. Beijinhuus