Uma história de amor um pouco diferente escrita por Weslley Fillipe


Capítulo 8
Capitulo Sete - O Poder da Amizade




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Já se passaram quatorze dias que Gabriel estivera internado. E como todos os dias, lá estava eu sentado na cadeira de espera conversando com a doutora Maria Ester, ela tentando me acalmar e eu tentando explicar pra ela que tentar salvar uma pessoa morta era perca de tempo.
Finalmente a enfermeira me diz que Gabriel está pronto pra sair e que eu já posso levá-lo para casa. Ligo para minha mãe e peço que faça isso por mim, não poderia olhar pra ele depois de tudo... Não ainda.

Como dito, minha mãe leva Gabriel pra sua casa, onde Yuri o esperava. Os dois dão um forte abraço de '' eu sabia que você não morreria ''. Durante a conversa, Yuri fala de mim, Gabriel vira o rosto.
– Aquele idiota, não bastou me deixar numa cama de hospital nojenta por quatorze dias e nem foi me visitar quando sai. - Diz Gabriel
– Cara, Harry ficou contigo todos os dias, desde que você foi atropelado até hoje, ele chegava sete horas da manhã e saia quatro horas da tarde. Hoje quando a enfermeira deu o aviso que você já poderia ir embora, ele estava la na sala de espera. Quem você acha que ligou pra mãe dele ir buscar você ?
– Se-Serio ? Mas.. Isso não é desculpa pra tudo o que ele fez.
– Se você soubesse por tudo que ele está passando, não diria isso.
– '' Por tudo que ele esta passando '' ? Como por exemplo ...?
– Eu não deveria contar, não hoje que você saiu do hospital..
– Mas como você me ama muito vai me contar né ?
– Cara, eu não ...
– Tenho com uma leucemia terminal, que pode me matar a qualquer momento... - Digo, interrompendo o Yuri
– Desde quando você ... - Agora é a vez de Gabriel interromper Yuri.
– Leucemia? Você tem leucemia e não me disse nada ?!
– Faz duas semanas que eu tenho a confirmação. Eu já tinha suspeitas, mas não sabia o que era. Quando você foi pra UTI a doutora me diagnosticou quase que momentâneo. Acho que estava muito na cara.
– SEU IDIOTA! - Diz Gabriel, me dando um abraço hétero com seus olhos héteros cheios de lágrimas héteras. - SE VOCÊ TIVESSE ME DITO EU PODERIA AJUDAR VOCÊ!
– Claro, não bastava eu deixar você numa cama de hospital, ainda vir com uma bomba do tipo '' Supresa! um dos seus melhores amigos vai morrer! '' Se é que ainda sou.
– Você é e sempre vai ser seu nerd irritante.
– Eu disse que sempre estaríamos com você Harry. - Agora é a vez de Yuri vir me dar um abraço. Um abraço grupal. Fofo, se o pai de Yuri não tivesse visto.
Ele mora em outra cidade, era quase que impossível chegar exatamente naquele lugar e exatamente naquele momento, mas foi o que aconteceu. Ele é um pouco mais lixo que o pai de Gabriel. Tão bravo quanto. Um fanático religioso que odeia tudo o que não está na bíblia. Agora imagina o que ele faria se visse se filho abraçado com dois caras numa braça chorando ?
– O que diabos está acontecendo aqui Yuri ?!
– Pa-pai eu .. - Diz Yuri se afastando rapidamente - Não é o que você está pensando ! Eles são meus ami.... - Yuri não consegue terminar, ao ver seu pai vindo com todo o ódio pra cima dele. Quando estende o braço, prestes a lhe dar um murro, ele fecha os olhos esperando pelo pior. Mas nada acontece.
Quando abre os olhos novamente, se depara com a seguinte cena: Gabriel segurando o braço de seu pai, fazendo toda força possível pra não cair no chão.
– Hey valentão, não vai relar um dedo no meu amigo.
– E quem é você seu pivete? - O pai de Yuri tenta lhe da um soco no meio do peito.
Mas não consegue. Parecia cena de filme, mas eis que acontecera realmente.
Na frente de seu filho, estava o pai de Gabriel, o mesmo homem que passava a mensagem de '' eu odeio meu filho e quero que ele morra '' toda vez que olhava pra mim; mas hoje era diferente.
– Você não acha que está grandinho de mais pra ficar agredindo crianças na rua seu verme ? - Diz o pai de Gabriel, lhe acertando um soco no lado esquerdo da costela.
Ele parecia um velho sem força, se não fosse o fato de ele ser um ex lutador de boxe.
Ele o acerta mais duas vezes na cabeça, e quando ele cai, lhe da um chute no estômago, fazendo-o vomitar.
O pai de Yuri não era dos melhores, porém mesmo assim seu filho o amava. Correu em direção ao pai chorando e abraçando pedindo desculpas. O pai dele olha com tanto ódio, mas tanto ódio que era difícil de acreditar que aquilo tinha um coração.
Eu puxo o braço de Yuri antes que ele tome um soco no meio da cara.
– Você, você gosta de mim ? - Diz Gabriel para o pai
– Você saiu de dentro de mim, como não poderia gostar?
– Mas você nunca demonstrou..
– Eu sou um ex-lutador menino, não demonstro sentimento, isso é coisa de maricas.
Gabriel ri, abraça seu pai e solta um '' eu ti amo ''.
O pai dele olha pra mim, com um olhar manso porém bruto como se dizia '' obrigado por proteger e amar meu filho seu nerd irritante. ''
Gabriel se despede do pai, afinal ele estava trabalhando. Levo os dois pra minha casa, para jantar conosco.

Chegando lá, minha prima é quem abre a porta. Ao ver Gabriel com o peito todo enfaixado e com o rosto todo machucado começa a chorar e vai em sua direção.
– Por favor me perdoe, eu não queria fazer isso com você !
O olhar dele dizia : '' cara, sua prima gostosa está me abraçando! '' mas ele diz : '' não foi culpa sua, eu que sou um idiota que não sabe atravessar a rua ''.
O atropelamento não foi de todo mal. Minha prima o beija, e que beijo. Eu queria estar no lugar dele.
Havia estrelas nos olhos dele, borboletas em sua barriga e faixas em seu peito.
Gabriel não parou de sorrir durante a noite toda. Os dois dormiram na minha casa.
Todos na sala. Gabriel no sofá maior, minha prima no menor, minha irmã na poltrona, eu no lado direito do tapete e Yuri no lado esquerdo. Todos juntos.

Três horas da manhã, começo a gritar. Uma dor insuportável que estava me destruindo por dentro, eu não conseguia me controlar. Comecei a gritar tão forte que até surdos me ouviria. Não conseguia ver nada, apenas todos correndo em volta de mim perguntando o que estava acontecendo, minha irmã chorando e minha mãe pegando as chaves do carro... Não aguento e desmaio.

Acordo com a vista embaçada. Do meu lado direito vários aparelhos apitando '' Pi....Pi.....Pi... '' eu estava na UTI. Do meu lado esquerdo Yuri e Gabriel.
Geralmente não se pode ficar na sala de UTI pra não ser contaminado, mas a doutora Maria Ester me ajudou nesse quesito.
– Como você está? - Pergunta Yuri
– Como estou ? - Pergunto de volta
– Horrível. - Responde Gabriel
A dor no peito não cessara... A dor era tão insuportável que eu chorava mesmo rindo.
– meninos, vocês sabiam que pode matar seu amigo se continuarem nesse quarto ? - Diz a doutora M.Ester entrando no quarto.
– Desculpe. Bem Harry, saia logo desse inferno para que eu possa ti atropelar está bem ? - Diz Gabriel sorrindo. Os dois sai da sala me deixando sozinho com a doutora.
– Como você está?
– Vivo
– Está doendo ?
– Muito

A minha leucemia era mortal, eu já deveria saber apenas pelo modo em que ela e a enfermeira me olhavam... Droga.
– Você gosta do seu cabelo ?
– Digamos que somos grandes amigos
– Bem, que pena.
– O que voce quer dizer com.. - Passo a mão na minha cabeça, meu coração gela. CADÊ O MEU CABELO ?
Olho para ela com um olhar sanguinário
– Hey garotão calma ae, se não tivéssemos aplicado a quimioterapia em você ontem de noite, você estaria a sete palmos de baixo da terra.
Aquilo me fez calar a boca, eu escapei da morte pela primeira vez.
– Onde está minha irmã?
– Sala de esperas.
– Prima ?
– Foi comprar comida pra vocês
– Mãe ?
– Sala de esperas. Você tem bastante pessoas que o ama Harry.
– Quanto mais pessoas que me amam, mais vão sofrer quando eu morrer. Eu sou uma granada que pode explodir a qualquer momento.
– Frase de Hazel Grace ?
– Já leu A Culpa é das estrelas ?
– Um ótimo livro.
Ela segurava um livro de capa escura, eu conhecia, uma aflição imperial - Peter Van Houten's . Aquele livro existia de verdade?!
Ela colocou no criado mudo ao lado.
– Tente descansar, a sua primeira cirurgia é daqui a vinte minutos.
– Cirurgia.... ? - Mas não aguentei deixar os olhos abertos por mais tempo, acabei dormindo.

Acordo dois dias depois. Eu estava completamente debilitado. Pergunto pra enfermeira ao lado : '' cirurgia ? '' e ela me responde : '' seu amigo Yuri gosta muito de você ''
– Vocês enfiaram uma bisturi na barriga do meu amigo por minha causa?
– Ele que pediu
– Ele está bem?
– Melhor que você - e aponta para o lado, Yuri estava do meu lado sorrindo. - por que você está na UTI?
– Você não está na UTI Harry - diz a enfermeira. Não notara que os '' pi...pi.. '' haviam parados.
– Você poderá ir embora assim que sua mãe assinar todos os papéis.

Logo após isso, eu levanto da cama com a ajuda dos enfermeiros, vou até a sala de espera e me surpreendo . Mãe. Megan. Alice. Sr. e Sra. Oliver. Sr. e Sr. DiMattew, todos lá esperando por mim.
– Cara vamos embora, estou cheio de hospital! - Exclama Gabriel.
– Doutora. - ela estava do meu lado - Por que não me deixou morrer ? - Pude perceber o espanto em todos.
– Eu sou uma médica, salvo vidas.
– Você não salvou a minha, apenas adiou a morte.
– Você é bem pessimista Sr. Augustus.
– Um dia eu vou morrer, todos irão sofrer ainda mais com tanto adiamento. - Digo baixo para que apenas ela ouça.
– Não se preocupe, agora vá embora. Já não aguento ver sua cara mais. - Ela diz sorrindo. Eu obedeço e vou embora.

De noite, quando todos estavam em suas casas e eu no meu quarto, começo a pensar. Eu iria morrer, eu beijei meus dois amigos, eu iria magoar a todos, eu iria abandonar minha família assim como meu pai fez. Deveria por um fim nisso. Mas agora era melhor eu ir dormir, estava muito debilitado por causa da Jully... Maldita Jully.


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