A doutora Isles chega no hospital em uma correria sem igual.Com a pequena Taylor nos braços,se apressa em entrar no elevador junto da ruiva que fará o mesmo.
–Para onde está indo?-ela pergunta educadamente.

–Sexto andar,ala da maternidade.-Maura responde tentando recuperar o folego.

–É uma emergência,não é?-aperta o botão correspondente ao andar que Maura deseja chegar.

–Obrigada,senhorita...

–Dayse Wills.

–Prazer,Dra.Maura Isles.Desculpa não me apresentar formalmente,é que essa garotinha aqui precisa de mim.

–Não porque se desculpar,eu entendo.Quer sair comigo qualquer dia deses?

–Ãh...

–Agora sou eu quem peço desculpas,é que sempre tive desejo de conhece-la,então pensei que...

–Claro,podemos sim...só não sei quando.-responde mesmo estranhando um pouco a conversa.

–Quando estiver livre,me liga?-coloca seu cartão no bolso do jaleco de Maura,que força um sorriso.

–Posso tentar.

–E a propósito,sou a nova cirurgiã.

–Isso é ótimo,eu acho.Mas seja bem vinda,Dayse.Bom,minha equipe me aguarda,obrigada!-as portas do elevador se abrem,Maura se despede com um sorriso e encaminha-se para a encubadora deixando a menina sob os cuidados de enfermeiras especializadas.

Enquanto isso,em sua sala,se veste de modo adequado,coloca seu par de luvas cor-de-rosa e retorna para o encubatório.

Dois andares abaixo,especialmente em um quarto em questão,Peyton e Mac trocam olhares como se telepaticamente discutissem sobre qual deles será o primeiro a falar.

–Está bem?-Mac pergunta.

–Eu...-gagueja.-Eu...Sim! Claro! Estou bem.-ele a encara.-Merda! Estou péssima.Como poderia estar bem num momento como esse?-abaixa a cabeça e deixa algumas lágrimas caírem.

–Ei! vai ficar tudo bem.-a abraça.

–É a nossa filha que está lá fora,Mac!-chora em seu ombro.

–Eu sei.Vamos pensar no melhor e não no pior.

–A culpa é toda minha.-se afasta enxugando as lágrimas com as mãos.

–Não,voce não é culpada de nada disso.

–A culpa é minha!-exclama nervosa.

–Sei que...que se sente culpada,mas a culpa não é sua,peyton!-tenta a convencer do contrário.

–Sou a pior pessoa do mundo.Como pude deixá-lo levar minha filha? Sei que tenho outra igualzinha,mas...-ele a interrompe.

–Como assim?

–Claire e Celise,são duas meninas.-diz sem sorrir.

–Oh Deus!-em sua face se forma um grande sorriso.-Isso é maravilhoso!-comemora.

–E eu consegui estragar tudo.-caminha até a cama.-Sou um monstro,não mereço nada disso.

–Peyton,sei que nunca ouviu isso da minha parte,mas quero que saiba que...que voce é muito importante para mim.-a olha nos olhos.-É a mãe das minhas filhas e também uma ótima amiga,não se culpe por nada disso.E mais,eu me preocupo com voce e com elas também...então não fique com isso na cabeça.

–Preciso ficar um pouco sozinha,por favor saia.

–Peyton...

–Mac,por favor,saia.-pede com calma.

–Está bem.Tenha uma boa noite de sono.

–Você sabe que não terei até encontrarem nossa filha.-deita-se e vira-se para o lado oposto ao que Mac está.

–Até mais.-sai do quarto encostando a porta.

Mac caminha até o quarto de Stella.Abre vagarosamente a porta,percebe que o lugar está escuro.A pequena fresta de luz vinda do corredor,ilumina a face da grega que dorme belamente,mesmo com a roupa de hospital.

Ele entra e se aproxima da amada.Desliza sua mão pelo rosto dela e ao mesmo tempo,com a outra mão,acaricia os cabelos encaracolados dela.

–Estou tão feliz que esteja bem,meu amor.-Mac sussurra e deposita um selinho leve em seus lábios.

–Mac?-Stella abre lentamente os olhos e sorri.

–Ei,desculpa te acordar.

–É tão bom te ver!-o abraça forte.-Pensei que voce...-ele a impede de falar dando-lhe um beijo apaixonado.

–Não termine essa frase.-diz entre os beijos.

–Espera um pouco.-tenta recuperar o folego e se senta.-Quero saber como está.

–Estou bem,tive apenas alguns arranhões.

–Que bom.Ah! Estou tão feliz que esteja aqui comigo!

–Sempre estarei com voce.-segura em sua mão.-E sabe porquê?

–Porque sou a mulher da sua vida e que não vive sem mim.-diz convencida.

–Também,mas a resposta correta seria:que eu te amo muito e jamais te deixaria.te amo mais do que a mim próprio.-sorri e a beija.

–Eu também te amo,Mac!

Alguém interrompe o momento,ascende a luz que clareia todo o quarto.Mac se afasta de Stella e ambos redirecionam a atenção para a pessoa que acaba de entrar ali.

–Boa noite!-Maura diz animada.

–Ei...qual o motivo dessa animação toda?-pergunta Stella desconfiada.

–Encontraram a menina!-exclama mais empolgada que antes.-Mac,sua filha está sã e salva!

–Que maravilha!-Mac corre até a doutora e a abraça.- Peyton sabe disso?

–Ainda não.Queria que voce dissesse isso á ela, se importa Stella?

–O que? Não! Podem ir,ela merece uma noticia boa.-força um sorriso.

–Certo,vamos Mac?

–Ok,meu amor,está tarde.Amanhã voltarei para te ver,está bem?-se aproxima dela e beija sua testa carinhosamente.

–Sem problema,voltarei a dormir.Estou cansada e com algumas dores,vou ficar bem.Te amo.-o beija.

–Eu também.

–Gente,o mundo não vai acabar se vocês se separarem por algumas horas.Vem logo Mac!-puxa pelo braço dele.-Desculpa Stell,até amanhã.-diz e fecha a porta.

Os dias se passam e com isso Peyton já havia retornado para sua cidade,junto dela mais duas preciosidades e também um sorriso enorme no rosto.

Stella se recupera bem e a pequena dentro de si cresce saudavelmente a cada dia.Seus desejos loucos de grávida começam a aparecer.

–Ei Lindsay.-fala a detetive grega ao encontrar a amiga no corredor do laboratório.

–Oi.Está bem?

–Ah sim! -olha constantemente para os lados.

–Tem certeza?

–É que pedi para o Adam comprar um hambúrguer para mim e até agora ele não chegou.Estou ficando preocupada.

–Relaxa,ele já chega.

–Se minha filha nascer com cara de hambúrguer a culpa será dele.-diz séria e Linds ri.-Por que está rindo?

–Nada.Agora...voce falou com o jeitinho da Marcela.Ela falava assim quando estava preocupada com alguma coisa.

–Serio?

–É,adorava isso nela.Mês que vem completa um ano que...

–Não vamos lembrar disso,Linds.Quero que fique apenas as lembranças boas que passaram com ela.

–Desculpa,é que...eu não superei ainda essa mudança.

–Tudo na vida pode ser superado,com tempo.Talvez voce precise de mais,e minha presença não ajuda muito,não é?

–Não! Que isso,Stell...somos amigas e apesar de tudo,eu te quero sempre por perto.Irá se casar com o Mac e isso é demais!-toca o ombro de Stella.-Voce é especial e seremos sempre amigas,promete que nunca dirá isso de novo?

–Ainda me sinto culpada.

–Você não é.Anda,promete logo ou quando o Adam chegar direi a ele para não te entregar o hambúrguer.

–Ok,eu prometo! Nunca mais direi isso.-a olha e Lindsay a ouxa para um abraço apertado.-Adam chegou!-exclama se afastando dela e correndo até Adam que acaba de sair do elevador.

–Eu trouxe o seu...-não termina de dizer,Stella arranca a sacola de sua mão.-Hambúrguer.

–Achei que não chegaria.O que aconteceu?

–Um tumulto na lanchonete.Não sei o que aconteceu lá.

–Mas eu sim.-Jess se aproxima.-Stella,isso é um...-observa a amiga comer o lanche.

–Sim,hambúrguer!-o brilho de seus olhos ao dizer a palavra é um pouco assustador.

–Bom,encontraram uma pessoa morta no banheiro dessa lanchonete.Acabei de ser avisada.

–Mais trabalho?-pergunta Lindsay.-Já não bastava a Stella,agora temos um cadáver.-diz num tom de brincadeira e revira os olhos.

–Ei! ainda estou aqui...comendo,mas ainda estou.-ela os encara.

–Continue Jess,identificaram o corpo?

–Não,Adam.Queimaram o rosto e as digitais.Temos muito trabalho,vamos?

–Voces vão,estou comendo.

–Não se preocupe Stell,faremos sem voce.-Linds aperta o botão do elevador.

–Bom trabalho!-caminha com o lanche nas mãos para a sala de descanso.

–Bom almoço!-grita Jess já dentro do elevador.

(...)

Meses depois

O dia tão aguardado pelos casais se aproximava rapidamente.E eis agora esse momento!

Stella e Maura determinam os últimos detalhes da aparência.Ambas nervosas por essa ocasião de tamanha importância.Este é o dia de uma afirmação simples que mudará suas vidas.

Pela ultima vez a grega se olha no espelho,por alguns segundos acaricia sua barriga.Com lágrimas nos olhos,desliza suas mãos carinhosamente sobre ela.Maura se aproxima e,com um lenço enxuga as lágrimas da amiga.

–Hoje é nosso dia e será tudo perfeito.-segura nas mãos de Stella.

–Não será...não será nada perfeito.-diz com convicção.

–E por que diz isso?

–Por que não irei me casar.