Selecionados escrita por GarotoTumblr


Capítulo 2
Things We Lost In The Fire


Notas iniciais do capítulo

Dedico esse capitulo a Chayenne e a Lyra, que fizeram comentários fantásticos no primeiro capítulo. Vocês foram o meu motor para não desistir da história agora no primeiro capitulo e o motivo de eu continuar com a escrita em primeira pessoa. Não, não foi preguiça, porquê eu reescrevi o primeiro capitulo todinho de novo! Enfim... Boa leitura a ouçam a música "Things we lost in the fire - Bastille", que me inspirou na ideia de como a história dessa vai terminar.



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BRANDON

Nove anos atrás

Consegui ouvir do andar de cima o barulho das janelas sendo quebradas e dos moveis sendo estraçalhados. Eu estava encolhido no canto do meu quarto, esperando que os meus pais aparecessem para dizer que estava tudo bem, que não havia nenhum maníaco invadindo a nossa casa. Entretanto isso não chegou nem perto de acontecer.

Ao perceber que os barulhos haviam cessado, levantei-me do chão e saí do meu quarto. Segui pelo corredor e enfiei minha cabeça dentro do quarto dos meus pais, mas eles não estavam mais lá. Os meus batimentos cardíacos ficaram mais intensos e os meus sentidos trataram de apurar-se ao sentir o perigo eminente. Eu estava morrendo de medo, mas sabia que trancar-me no quarto não resolveria nada.

Desci as escadas lentamente, temendo o resultado dos barulhos. Apenas confirmei a hipótese que eu havia criado na minha mente. Tudo estava completamente destruído. Não conseguia reconhecer a maioria dos moveis. Os restos se misturavam com outros restos, refletindo a imagem de um verdadeiro apocalipse.

Olhei ao redor para ter certeza que não havia mais ninguém ali e segui caminho pelos destroços. Tinha que arranjar algum jeito de sair daquela casa. Eu queria procurar, prioritariamente, os meus pais, mas eles haviam me dito para ligar para polícia caso alguma emergência acontecesse. Obviamente, aquilo tudo era um caso extremo de emergência, mas eu estava sem o meu celular e sem telefone de casa, pois ele, provavelmente, deveria estar estraçalhado como todo o andar de baixo.

Quando eu estava perto da porta de entrada, subitamente, uma música começou a tocar, seguida de uma gargalhada masculina. Meu corpo retesou. Minha mente gritava: “corra”, mas eu queria apenas chorar e espernear, apensar de não serem opções válidas. Eu era apenas uma criança com medo, mas o meu extinto de sobrevivência tomava conta de mim. Abri a porta rapidamente, buscando fugir daquela realidade, mas o homem a fechou rapidamente, jogando-me contra o chão.

— Você pode fugir, mas não pode se esconder, Teleportador. — ele disse, se aproximando.

— Quem é você? — perguntei, sem entender o que estava acontecendo. Como ele sabia de nós? Ninguém sabia! — Como você sabe?

O homem, que escondia uma parte do rosto com uma máscara negra, sorriu diabolicamente e me levantou sem cuidado algum.

— Me solta! — gritei enquanto me debatia, tentando desvencilhar-me daqueles enormes braços.

— Se acalma, moleque. — o homem bradou, jogando-me contra a parede, com um sorriso sádico que causou-se um arrepio na espinha — Ou você sofrerá com as consequências.

Tentei afastar as mãos que percorriam o meu corpo e apertavam lugares que homens não deveriam apertar em outros homens, assim como queria me livrar do corpo pressionado ao meu, mas o homem era muito mais forte. Por mais que o empurrasse e o socasse, nada parecia surgir efeito.

— Se aquieta, Barbarian — ele cuspiu contra o meu rosto — eu estou apenas recebendo o meu pagamento por tamanha dor de cabeça que vocês estão me dando.

O homem segurou firmemente o meu braço e me levou para o quarto dos meus pais, jogando contra a cama. Ele pegou duas algemas que estavam presas em seu cinto e me aprisionou na cabeceira da cama. Eu queria gritar, mas tinha medo do que ele faria comigo. Apenas permitia-me soluçar e deixar as lágrimas escorrerem.

Como eu um passe de mágica o homem retirou a calça, com tamanha rapidez que fez com que eu me desesperasse. Não tinha a mínima ideia do que ele pretendia fazer, mas pela má índole que ele apresentava, boa coisa não poderia ser. Olhei para ele com um olhar carregado de desespero e súplica, mas aquilo parecia apenas diverti-lo cada vez mais. Já estava a me dar por vencido quando eu ouvi passos vindo na minha direção.

— Morra, pervertido! — ouvi alguém bradar.

Tudo aconteceu rápido demais. O pai de Brooke entrou rapidamente pela porta do quarto e jogou um extintor de incêndio na cabeça do homem, que caiu inconsciente no chão.

— Você está bem? — ele perguntou, retirando as algemas do meu pulso.

— Sim — respondi, secando as lágrimas que escorriam pelo o meu rosto.

Levantei-me rapidamente da cama e abracei o mais velho, procurando proteção. Ele sorriu para mim e nos desmaterializou, levando-nos para o alto da torre de televisão. Brooke e a mãe já estavam lá, lançando-me um olhar de preocupação. Ignorei-as por um momento e focalizei-me no que mais me interessava no momento.

Olhei para o pai de Brooke e perguntei onde os meus pais estavam. O homem desviou o olhar para o horizonte e eu o acompanhei. A imagem me chocou. Vária casas estavam em chamas, assim como a minha e da família Hathaway. Perguntava-me o que estava acontecendo, mas logo liguei os pontos ao perceber de quem eram as outras casas pegando fogo. Nós estávamos sendo caçados.

— Eles... Os meus pais... Não vão vir, não é? — perguntei, com os olhos já marejados.

— Sinto muito. — ele respondeu e se afastou, deixando-me sozinho com Brooke e a mãe.

Pensei em correr e abraçar a menina. Com ela eu sabia que ganharia todo o amor do mundo, mas naquela noite ele estava contra nós. Antes que eu conseguisse me aproximar de Brooke, um dardo atingiu o meu pescoço. Olhei em desespero para a família Hathaway, mas eles também haviam sido atingidos. Suspirei pesadamente e deixei o peso vencer as minhas pernas.

Operação Águia procede com sucesso, Capitã. Capturamos dois Teleportadores e uma Elementadora. Não temos mais registros de Barbarians no perímetro de Bethlehem, Pensilvânia. Esses foram os últimos. — ouvi alguém falar, antes de mergulhar profundamente no rio da escuridão.


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Notas finais do capítulo

Abraços e até mais -A