– Que história é essa? – Travis perguntou – O que é Irmandade? Cassie, você está ficando louca?

– Não, Travis. – Cassiane respondeu – Estou falando a verdade. Já é hora e você precisa saber. Você é um membro da Irmandade, e com isso, escolheu Libertação.

– Eu não me lembro de subir aos céus e fazer uma escolha, como você disse – Travis concluiu – Minta melhor da próxima vez, se conseguir.

– Travis, eu não estou mentindo. – Cassiane retrucou – Você precisa acreditar. Blair, ou Susan, está correndo perigo. E só você pode salva-la.

DUAS SEMANAS ANTES...

– Como você disse? – Cassiane perguntou – Eu tenho que contar ao Travis? Quem escolhe Libertação não pode saber da Irmandade. Essa é a lei, Bethany.

– Don disse que precisamos unir Blair e Travis para que ela volte a ser Blair. Susan está fazendo ela regredir, ela poderá voltar a trás e escolher Desunião. – Bethany respondeu – Ela viveu toda sua infância com Olivia, e Olivia é uma alma má, Cassie. Precisamos dar um jeito nisso. Somos responsáveis pelos poderes deles, e também somos responsáveis por quem eles se tornaram no Futuro.

– Não queria ter me envolvido com Ollie. Agora eu o amo, e se Travis saber, Ollie também precisa. – Cassie retrucou – Eu não quero perder o amor de Ollie, Bethany. Eu o amo de verdade.

1 SEMANA DEPOIS...

Travis e Amy estavam preocupados. Amy passava mal há alguns dias. Ela poderia estar grávida, nada a impedia.

– Você está bem agora? – Travis perguntou – Como você está?

– Estou melhor. – Amy respondeu – Pode ir. Blair precisa de você, não é mesmo? Já é o julgamento de sua mãe, e você precisa se preparar.

– Sim. – Travis concordou – Obrigado, Amy. E eu lhe digo que se você estiver mesmo grávida, poderá contar comigo. Iremos criar esse filho com todo amor.

– Não precisa se preocupar com isso. – Amy concluiu – Eu confio em você. E sei que você me ama.

Travis saiu pela porta da frente. Amy sentiu uma dor forte e gritou olhando ao redor e enxergando tudo preto. Ela não sabia o que fazer, parecia que alguém ou algo estava a controlando. As coisas já não estavam mais tão simples como em alguns segundos atrás.

Ele andou por alguns quarteirões de Winterbrook, que ficava no Maine, e chegou em sua casa que já não estava como há quatro meses atrás. Ele perguntou por Blair tentando gritar, mais não teve resposta. Quando entrou, Blair estava cozinhando.

– Milagre? – ele perguntou – Blair Lauren Scott cozinhando? Isso é um milagre. Sem dúvidas.

– Sim. – Blair respondeu – Se der para me chamar de Susan, eu aceito.

– Blair? – Travis perguntou estremecendo – Você quer ser chamada pelo nome que Sophia te deu?

– Logicamente, sim. – Blair respondeu – Travis, eu sou Susan. Vivi toda minha vida com meus pais, então, quero ser chamada assim. Não sei de onde vocês tiram essa ideia de me chamar de Blair Lauren Scott. Meu nome é Susan L’Amour, eu já disse.

– Blair? Quem eu sou? – Travis respondeu – Você me conhece?

– Travis Scott, o menino que divide a casa comigo porque o aluguel está apertado. – Blair respondeu – Eu sei que você sempre quis me beijar enquanto eu dormia, talvez algum dia eu possa te dar uma chance.

Travis travou. Ele não sabia mais o que falar. Ele pegou nos braços de Blair e a levou até o carro, e ela perguntava loucamente para onde ele estaria a levando. Logo os dois chegaram em uma clínica escrita “DRA.WENNIEST, PSICOLOGIA”.

– Dra. Wennie pode falar agora? – Travis perguntou – Minha irmã está precisando de cuidados. Ela está perdendo a memória atual.

– Entre, entre logo. – a recepcionista disse – Dra. Wennie está desocupada.

Travis subiu um elevador até o vigésimo andar, que provavelmente era o último. Blair ainda se debatia e perguntava o que estava fazendo em um psicólogo. Ela não queria de jeito algum participar de uma sessão com Travis, mais na realidade ela seria a paciente.

– Travis Scott, filho de Ollie. – Dra. Wennie disse quando Travis e Blair entraram na sala. – Blair Lauren, minha querida – e “única” – paciente. O que traz vocês aqui?

– Blair está perdendo a memória, creio eu. – Travis respondeu – Eu não sei bem, mais parece que ela quer ser quem Sophia, a mãe biológica dela, queria que ela fosse. Susan L’Amour.

– Fiquei sabendo pelo seu pai que Blair não é filha deles, certo? – Dra. Wennie disse – Ele contou há um mês, quando veio conversar com o Dr. Palmer. Explique-me melhor o que está acontecendo.

– Eu já disse que não sou Blair coisa nenhuma, Travis. – Blair dizia se debatendo – Eu sou Susan. E eu ODEIO todos vocês.

– Acontece de Blair querer uma nova realidade. – Dra. Wennie disse – Blair está querendo ser quem Sophia queria que ela fosse. Susan.

– Há quatro meses Blair sofreu um “acidente” junto de sua mãe. – Travis disse – Eu não sei porque, mais ela insiste em não querer ver Sophia, e sim Olivia. Mais Olivia está presa. Ela está sendo julgada neste exato momento mais eu não pude ir até lá.

– Eu não posso dizer exatamente o que está acontecendo com Blair. – Dra. Wennie concluiu – Leve-a em um neurologista. Ele poderá melhor explicar o que ela está sentindo.

– EU NÃO SOU BLAIR. – Blair insistia – Eu quero ir para Nova York e viver sozinha.

Dra. Wennie rapidamente aplicou uma injeção no braço de Blair. Ela ficou sonolenta, zonza. E rapidamente deitou-se no ombro de Travis.

– Se acontecer novamente, o que eu devo fazer? – Travis perguntou nervoso – Blair acordará logo.

– Ligue neste sanatório. – Dra. Wennie disse – Ela ficará internada lá em algumas semanas, logo será liberada. Apenas tratarão da memória nova dela, talvez ela tenha descoberto coisa demais em pouco tempo e o cérebro detectou coisas que talvez ela já lembrava. Evite notícias fortes, mortes entre outras coisas. Como você disse, sua mãe está sendo julgada, e caso ela for presa de verdade, não conte-a. Blair terá mais crises e poderá ser pior.

– Obrigado, Wennie. – Travis agradeceu – Sanatório Winter. É pra lá que Blair vai se acontecer qualquer coisa.

– Isso. – Dra. Wennie disse – Até mais, Travis.

Travis desceu o elevador mantendo Blair em pé, e quando chegaram ao térreo, ela já estava meia que acordada, mais ainda fora de si. Travis a deitou no banco de trás do carro, e acelerou até sua casa. Deitou Blair na enorme cama de Olivia, estava fazendo frio e ele havia coberto Blair com um enorme cobertor. Ele desceu e terminou de cozinhar os ovos mexidos que Blair já estava preparando, comeu. Quando levantou-se e destravou seu celular colocando a senha, pode ver uma mensagem estampada na tela. Era uma mensagem de voz, e ele escutou o seguinte:

– Travis, aqui é Amy. Estou passando mal, venha até aqui. Acho que não estou enxergando. Travis, me ajude!

Continua...