A Lira da Verdade escrita por Anns Krasy
Notas iniciais do capítulo
Eu retornei, pessoal.
:*
Oii pra quem sentiu minha falta, ou não está me ignorando. Nenhum comentário até agora? Armaria, nãum. ;-; Mas sou boazinha... Alguém ta c saudades do Percy? Proximo capiih ele ta :3
K
A
R
I
N
A
– Piper, ao meu sinal, você salta! – Gritou Karina, ainda sem reduzir a velocidade.
– O que? Está maluca?! Para essa sua mente-brilhante: somente Héracles tem super força. Somos semideuses, não maquinas de combate blindadas com aço! – Piper estava histérica. Karina se enrolou na palavra Héracles, mas logo se lembrou de Hercules. Ela estava acostumada a chama-lo dessa forma, mas não via diferença em um ou outro.
– Cala a boca e faz o que eu estou dizendo! – berrou Karina pelo vento. – Se prepare!
1... 2... 3... Karina pensou em pular, mas hesitou. Agora não; pensou ela para si mesma. Depois de dois outros longos segundos ela sentiu uma agitação dentro de si e então gritou por sobre o ombro:
– Piper, agora!
Ambas saltaram da moto. Karina havia sido esperta, antes de pular tinha girado o pneu da frente brutalmente para o lado e posto força para a moto arranhar no asfalto. A moto voou para trás e deu uma rasteira nos dois cães que se atrapalharam o suficiente para Karina e Piper se levantarem. Por sorte haviam caído na grama macia, mas agora Karina se sentia perdida. A moto estava um estrago: uma bola de metal preto que antes era uma Bis e um automóvel estava jogada no meio da pista, além disso também havia deixado uma marca bem feia no asfalto.
Fora o fato de que Karina tinha lascado os cotovelos, as pernas e os braços. E que Piper não estava melhor que ela. Mesmo na grama macia, tinham caído feio.
– Nunca, eu repito, NUNCA mais faça isso novamente – Pediu Piper.
– Claro. Mas agora repreenda aqueles cães, por favor, não estou a fim de virar comida de cachorro hoje.
Karina grunhiu.
Piper anuiu com a cabeça. Karina observou como ela lutava, agilmente, Pipes era habilidosa, ela passou por baixo de um deles com a Katoptris rasgando a barriga do cão negro. Ele uivou de dor e rosnou antes de se transformar em pó amarelo. O outro foi bem mais esperto, rosnou e lançou uma de suas patas dianteiras na direção de Piper. Parecia um jogador de tênis, e Pipes era a bola. Ela rolou no asfalto e não se mexeu mais, seu peito erguia-se e abaixava-se lentamente e estava muito fraca. Uma ferida em sua testa escorria sangue e Katoptris havia resolvido parar do outro lado do mundo.
– Hei, saco de pulgas! Ponha seu traseiro peludo bem aqui! – Gritou Karina. O pior? Ele atendeu. Ele rosnou para a menina e mostrou a enorme mandíbula cheia de dentes amarelados e horripilantemente afiados. Deu um passo, dois passos, e Karina se sentia paralisada de medo. Sim, medo. Quem não teria medo se estivesse dando de cara com um cachorro peludo, enorme, sarnento e maluco? – Karina adorava os animais, mas aquela coisa já era de mais para sua cabeça.
E então ele investiu. Karina só teve tempo de ver sua vida passar de ante de seus olhos, e então uma voz masculina e determinada gritou atrás dela:
– Khefa!
A última coisa que Karina viu foi um punho brilhante e azul acertar em cheio o cachorro e fazê-lo voar até o outro lado da pista, mais ainda que Piper. Karina não se sentia bem, ela estava enjoada e sentia seu estomago dando voltas e voltas. Estava tonta e logo desmaiou em plena escuridão. Ela sentiu braços a segurando, mas não tinha forças para ver o que – ou quem – tinha feito à bondade de salvar seu rosto de um encontro não tão emocionante com o asfalto.
Ela desmaiou ali mesmo.
*.*.*
A primeira coisa que sentiu mesmo antes de abrir os olhos foi o gosto achocolatado em sua boca. Lembrou-se dos cookies gota de chocolate que sua avó preparava pra ela antes de partir para um lugar melhor.
E então finalmente teve coragem de abrir os olhos. Karina não se lembrava de os olhos de Piper serem castanhos, num tom quase avermelhado. Ela engasgou um grito e se ergueu em um salto, se afastando daquele rosto com a sensação que seu coração iria sair pela boca. O garoto hesitou, afastando-se um pouco dela e depois ele fitou a garota que estava desmaiada ao seu lado.
– Bem, pelo menos uma de vocês acordou.
A voz dele era embriagante. Karina tinha a sensação que nunca iria esquecer aquele rosto. Ele era belo, olhos castanhos, quase num vermelho escuro, cabelos negros desgrenhados e rebeldes. Ele tinha uma pele um pouco bronzeada e, naquele momento, seu rosto estava preso em uma mistura de preocupação e ansiedade. Karina perdeu a fala.
E então ele sorriu, incapacitando Karina de respirar normalmente.
– A moto ficou um belo estrago.
– Não me diga que você também acredita em deuses, como Piper. – Choramingou Karina. – Por favor, negue isso.
Ele deu de ombros, e então se levantou. Ele usava uma camisa de linho e uma calça que pareceria jeans, mas na verdade parecia ser outro tecido. Ele usava tênis e uma jaqueta preta por cima.
– Sua amiga ficará bem, mas recomendo que quando vocês chegarem dê a ela um pouco de ambrosia, ou néctar. Eu tinha um pouco comigo, mas não é suficiente. – Disse o garoto, olhando para o ferimento na cabeça de Piper. Não havia mais sangue lá o que quer dizer que, ou o sangue milagrosamente voltou para dentro dela – sim, naquela situação Karina estava para acreditar em qualquer coisa. – Ou que alguém tinha limpado seu rosto. Ela preferiu a segunda opção.
Olhou seus machucados, mas eles tinham sumido. Não os sentia doer e tampouco arder, parecia que todos os vestígios da queda tinham sumido. Nada estou para contar a historia do pulo da moto, a não serem as lembranças de sua mente.
– Eu tinha um pouco de néctar. De nada por isso. – Ele murmurou.
Desde quando o néctar tem gosto de cookies? Quanto mais os da minha avó? A garota pensou.
– O que é isso? Ambrosia e Néctar? E chegar aonde?
O garoto a fitou.
– Você é novata? – Ele piscou, então deu um sorriso rebelde. – Para a primeira vez que luta com monstros, até que você sabe usar bem o que tem a seu favor.
Karina soltou um gemido e enterrou seu rosto nos joelhos.
– Não estou nem ai, na verdade. Eu só quero ter minha vida normal novamente. – Ela suspirou.
– Sinto muito então. Se você for filha de um deus menor, é capaz de viver uma vida de um jeito quase normal. – Ele deu de ombros, mas algo na sua voz hesitou no meio da frase.
– Não sou filha de deus nenhum. Minha mãe era uma bêbada e meu pai um vagabundo que fugiu assim que soube que ela estava gravida, O.K? – Suspirou Karina.
O garoto a fitou por um momento, seus cabelos negros caíram por cima de seus olhos. Naquele momento, Karina queria muito ajeita-los mais isso seria muito... Inapropriado. Ele era um desconhecido, um estranho, ou um maluco. O que viesse primeiro na mente da garota.
– Essa foi à desculpa que sua mãe lhe deu?
– Não foi desculpa nenhuma. – Agora Karina estava ficando irritada com aquela conversa. – Minha mãe dizia que ele era incrível, que eles eram parecidos e etc. Ela deveria ter bebido muito naquele dia. Eu deduzi que ele fugiu.
Ele ficou quieto, o suficiente par Karina erguer seu olhar e o fitar. Ele a olhava atentamente, observando-a como se olhasse através dela. E então ele desabou em um suspiro, desembaralhando os cabelos negros e apontando numa direção que, para Karina, parecia aleatória.
– Siga por aquele lado, você chegara a um pinheiro verde. Depois de lá acho que você encontrará o caminho.
– Caminho? Para onde?
– Ela não lhe disse? – Ele gesticulou para Piper, que ainda estava adormecida.
– Não. Nada.
– Para o Acampamento Meio-Sangue. - Ele respondeu.
Karina se levantou sem muita disposição, ela fitou Piper e então voltou a olhar para o garoto de cabelos negros.
– Como é seu nome?
Ele olhava para algo. Agora que a menina percebeu que ele levava uma mochila de lado, feita de algum tipo de tecido e mantinha uma mão dentro dela e os olhos atentos, dando rápidas voltas ao redor da floresta, e ao mesmo tempo tentando prestar atenção em Karina. Ele deu um sorriso falhado.
– Acho que vamos nos encontrar novamente, mesmo que não seja muito provável.
– Como fez aquilo? – Ela decidiu mudar de tática.
– Aquilo o que?
Seu tom te voz era hesitante. Ele ergueu uma sobrancelha, o que o deixou com cara de encrenqueiro, apesar de seu sorriso ter vacilado e agora ele esperava para ver o que a menina iria responder.
– O punho. Aquele brilho azul.
Ele não falou nada por um tempo, mas quando respondeu, seu tom tentava soar amigável, mas estava frio, cauteloso e bem calculado:
– Pode me fazer um favor? Não fale para ninguém o que você viu hoje. Se perguntarem, diga que você desmaiou.
Karina cruzou os braços. Ela ia mentir. Mas agora que o rapaz de cabelos negros pedia que ela fizesse isso, não parecia mais o certo para a garota. Na verdade, Karina tinha a sensação que ela iria se encrencar se falasse sobre ele e aquele punho, mesmo nem conhecendo o lugar para onde ela estava indo.
– Eu exijo saber.
– Huh, quem lhe salvou fui eu. Não preciso falar nada. – Ele sorriu, numa mistura de descontração e ao mesmo tempo rebeldia, como se esperasse para ver o que ela iria responder depois ou como seria a sua reação.
Ela ficou sem fala. Pisou duro até sua mochila e a colocou nas costas e então se virou para o menino, mas ele não estava mais lá. Sua expressão se suavizou em uma mistura de preocupação, medo e ansiedade. Ela balançou Piper de leve até a garota grunhir e abrir os olhos, sonolenta.
– Vamos, princesa Cherokee.
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