A Lira da Verdade escrita por Anns Krasy


Capítulo 3
Capítulo 3 - Karina


Notas iniciais do capítulo

Atenção aqui! Um minutinho da atenção de vocês, pode ser? Obrigada :3
1- Oii *3*
2- Gente, pode parecer estranho... Mas o nome dela, "Karina", se pronuncia "Kerine". O.k? Bjs. E se não leu isso vão continuar chamando ela de Karina. U.u
3- Bom, não tenho datas certas para postar. Eu posto quando vejo que é um belo dia para isso. *Desvia das pedras, flechas, lanças, bombas nucleares e tudo o que for mortal* Mas, antes que me matem, vou avisar que quanto mais comentários mais rápido a história sai.
4- não tem um "4", só acho que "3" é clichê demais. huehuehue e.e
Obrigada quem presta atenção em mim aqui nas notas. Boa leitura.



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K

A

R

I

N

A

[O.K, minha vez de gravar aqui. E o resto fiquem quietos]

– Como?!

– Você é uma semideusa, filha de um humano com um deus. – Explicou Piper de vagar, como se ela fosse uma menina de cinco anos de idade.

– Escuta, eu não sei nada de mitologia. Mais sei o bastante para saber que deuses gregos, romanos, e o restante, não existem. – Disse ela.

A morena revirou os olhos. Piper sempre tinha sido bonita, e nem mesmo usava maquiagem. Ela não queria chamar atenção, mas sempre conseguia. Seus cabelos escuros e seus olhos eram uma mistura de verde, marrom e azul sempre chamavam a atenção das pessoas. Naquele momento Piper continuava bonita, mas agora estava também maluca.

– Karina, então me explique o que era aquilo. – Piper cruzou os braços.

A verdade? Nem mesmo Karina podia explicar aquilo. Era um cara enorme de dois metros de altura, tinha tanto bíceps que parecia tomar anabolizantes de búfalo. Várias tatuagens, dentes afiados e amarelos e um olhar selvagem. Se Piper não estivesse lá, Karina já teria passado dessa para melhor.

– Olha Piper, eu não sei. Só sei que deve ser alguma alucinação, é o mais racional.

– Você vai aprender que nada na vida de um semideus é racional. A não ser que você seja filha de Atena. – Murmurou a garota, suspirando.

Karina parou, observando o joelho ralado da amiga. Ela estava cuidando de Piper, lavando seu machucado na fonte de um parque muito pouco visitado. Além disso, ainda tinha o cotovelo e boa parte do antebraço ralado. Além disso, a ideia de que Piper andava armada era assustadora para a garota, até mesmo sendo um punhal. Aquela lamina lhe dava arrepios. Karina não suportava olhar a lâmina. Ela nunca havia gostado de armas, e não era agora que isso mudaria.

– Ah, esta é Katoptris. – Disse Piper, pegando o punhal na mão como se fosse um bolinho com recheio e chantili.

– Muito prazer - Karina resmungou para a arma. - Agora abaixa isso, Piper, não estou muito bem depois daquela luta. Aliais o que era aquilo? – Perguntou Karina.

– Um Lestrigão. Annabeth disse que eles ficavam mais ao norte... – Piper continuou murmurando para si mesma sobre essas coisas. Karina não prestou muita atenção. O importante era que Piper tinha baixado aquela lamina e agora ela apontava para a fonte, onde ninguém se feriria. – Não se preocupe Karina, ela não fere humanos.

– Parece bem afiada de onde eu estou. – Resmungou a garota.

– É bronze celestial, somente fere monstros e deuses. – Piper hesitou. – E, bem, sendo uma semideusa você pode ser atingido por ambos: tanto armas celestiais quando mortais. É uma faca de dois gumes.

– Há, há. Belo trocadilho.

Piper deu de ombros com um sorriso. Depois de lavar todas as feridas a morena guardou o punhal numa bainha e o colocou dentro do casaco em um compartimento que ela mesma deveria ter costurado para guardar especialmente aquela arma. Karina estava pouco à vontade, ela não estava nem ai para tudo aquilo na verdade. Foi assustador? Foi. Agora passou, e ela somente queria voltar para casa e esquecer tudo o que tinha acontecido hoje.

– Ah, não é uma boa ideia.

– O que? – Resmungou Karina.

– Ir para casa. – Algumas vezes parecia que Piper podia ler mentes. Era meio esquisito. – Você deveria vir comigo Karina, podemos avisar seus pais.

A menina recuou. Ela não gostava de sua casa, na verdade. Primeiro o apartamento vivia no lixo e quem era forçada a arrumar tudo? Ela mesma. Sua mãe sempre seguia uma rotina que não era muito boa na visão da garota... Vista, pelos vizinhos: ela bebia de manhã e de tarde, e de noite ia para a casa de um homem que mal conhecia ou o levava para o apartamento. Naquelas horas Karina achava melhor sair e dar uma volta. Ela ficava algumas vezes a noite inteira nas praças, dormindo em bancos. Não era a família mais unida de todas, e seu pai acima de tudo estava por ai, pelo mundo, sabe-se lá o que estava fazendo. Nunca tinha dado noticiais ou coisa parecida.

Vagabundando. Murmurou Karina mentalmente. Primeiramente eles não haviam se casado. Tinha sido somente um acaso do destino, ou como sua mãe achava melhor chamar: uma volta errada. Um erro, e por ai vai. Normalmente, Karina era muito persuasiva, e isso a fazia ser procurada por todo mercado de esquina e também em uma loja de celulares mais no centro da cidade. Sim, Karina não era honesta. Mais nada se pode fazer, certo? – Ela deveria ter puxado ao pai, já que a mãe se entupia de álcool e bebidas.

– O.K, me espere aqui.

Karina se virou, mas Piper agarrou sua mão.

– Vou com você.

– Acho que sei o caminho até minha casa. – Murmurou ela.

– É mais perigoso agora. – Insistiu Piper.

Karina ergueu uma sobrancelha, ela avaliou Piper como se estivesse considerando isso e então franziu a testa e cruzou os braços, negando com a cabeça.

– Me diga. O que mudou?

– Eu lhe contei que você é uma meio-sangue. Escute Karina, quando alguém se dá conta do que realmente é tudo se torna mais perigoso. Quanto mais velha você é, mais os monstros vão senti-la e o acampamento é o único lugar seguro para você. – Explicou ela.

O único lugar seguro e longe de sua casa e de sua mãe. Karina considerou mentalmente como se estivesse conversando com si mesma. E ela deveria parar de fazer aquilo. Mas tinha que admitir: aquele acampamento misterioso tinha pontos a favor uma vez que a levaria para longe de seu apartamento podre.

Piper estava disposta a ir com ela até sua casa, então Karina anuiu com a cabeça. Ela só esperava que o que a garota visse não fosse um choque muito grande. Piper não tinha problemas com grana, mais Karina tinha. E o motivo de viver em um lugar imundo era exatamente por causa disso. Ela mesma sustentava-se e sustentava sua - que também acabava por tirar dinheiro de Karina para comprar mais bebidas.

Em vez de a mãe sustentar o filho, na vida de Karina era o contrario.

– Santa Hera. – Sussurrou Piper, perplexa.

Karina a fitou. – Essa é uma deusa grega?

Piper franziu a testa como se estivesse considerando ou avaliando a deusa. Era como se ela mesma não tivesse certeza. Deveria ter seus motivos, pensou Karina, e depois voltou o olhar para o apartamento amontoado de lixo, em ruínas e com pintura gasta. Seu quarto era o 37. E na vida de Karina era um numero do mal. Não dava sorte para nada.

– Sim. Ela é. Deusa do casamento, esposa de Zeus. – Explicou a garota.

– Huh. Suponho que terei de memorizar tudo isso, certo?

– Se não quiser morrer... Normalmente é bom conhecer de tudo um pouco, nunca se sabe quem vai encontrar depois da esquina. – Riu Piper.

A menina adentrou no portão e o porteiro simplesmente anuiu com a cabeça enquanto elas passavam. Normalmente Karina não trazia amigos para sua casa. Bom, normalmente Karina não tinha amigos e nos trabalhos em duplas fazia de tudo para discutir e sempre terminava fazendo seu trabalho individualmente. Mas não foi o mesmo com Piper, ela insistiu e assentiu várias coisas que a menina dizia. Logo Karina se sentiu culpada por aquilo, e então elas ficaram amigas.

– Você mora aqui? – Perguntou Piper.

– Normalmente. Mais o Central Park é mais minha casa do que aqui. – Suspirou ela.

Piper não entendeu e Karina não se fez ao trabalho de responder ou explicar. Quando chegaram à porta do quarto, a garota empurrou-a com força e a escancarou. O quarto fedia a mofo, álcool e bebidas de todos os tipos desde toddynhos no chão até bebidas do mais profundo risco. Piper parecia pálida e surpresa. Karina simplesmente chutou as latas e agarrou uma mochila, pondo alguns pertences como fones de ouvido e seu celular, um caderno simples e alguns lápis. E então ela parou na porta do seu quarto. Sua mochila caiu no chão com um baque. Por um momento o coração de Piper parou com o que ela poderia estar vendo ali.

– Ela...

– Karina?

Karina estava vermelha de raiva. Ela avançou, chutando latas e pousou sua mão tremula em um teclado velho, molhado de alguma bebida de cheiro forte. A menina o ligou e apertou varias teclas, mas nenhum som saiu. Havia uma mulher bêbada, segurando uma garrafa ainda cheia de cerveja deitada no que deveria ser a cama de Karina. Ela tinha cabelos de um vermelho forte e um rosto esbelto, mas agora era exausto por causa da ressaca. Usava um vestido vermelho vinho e seu batom estava borrado na boca.

– Está quebrado. – Sussurrou à menina, Karina não pode evitar. Seus olhos se encheram de lagrimas. – Não funciona mais. Ela o quebrou.

A mão de Piper estava no ombro da garota minutos depois. – Vamos arranjar outro, Karina. Prometo a você.

Por um momento, Karina simplesmente concordou com a cabeça. Ela deu uma ultima olhada para a mulher ruiva caída em sua cama e então colocou a mochila pendurada em seu ombro por uma só alça.

– Vamos embora. Preciso de ar puro. – Murmurou Karina.

– Você não vai... Avisar sua mãe?

Karina ergueu as sobrancelhas, como se a garota tivesse dito uma leseira das grandes. Daria no mesmo se Piper tivesse dito: Você não vai lançar esses 50 mil dólares na privada e dar descarga? – A garota revirou os olhos, ela pegou uma garrafa de uma cerveja que parecia ser mais cara que sua geladeira velha e colocou em cima do balcão, então escreveu uma mensagem numa folha de papel e o colou na garrafa com fita.

– Pronto. Ainda está cheio então mais cedo ou mais tarde ela vai encontrar, talvez leia ou se estiver bêbada de mais encontrará isso semana que vem. – Murmurou a garota, o que era mais um resmungo. – Vamos Pipes.

Piper assentiu, ela observou a garrafa e teve um vislumbre do que estava escrito no papel:

Acho que já é hora de seguir minha vida, já estou atolada de mais e continuarei assim se eu ficar mais um momento aqui. Pare de beber por um mês e tente arrumar um emprego para comprar suas bebidas, talvez nós não nos vejamos mais então isso é um adeus.

Ps.: Estou pegando dinheiro para comprar um teclado novo então não me culpe, pois você o quebrou.

Te amo, Karina.

Piper piscou na ultima linha. Te amo. De um jeito Karina estava sendo sincera, ela podia reconhecer aquilo. Nenhum filho em seu perfeito juízo quer ver sua mãe irritada, completamente deprimida. Karina não queria aquilo para sua mãe. Aquelas frases rudes que ela escreveu era somente um pretexto. Tente arrumar um emprego... Ela queria que sua mãe se sustentasse, não queria que ela acabasse nas ruas. A bebida foi somente para jogar uma indireta, para tentar mostrar que não ligava e que tanto faz o que ela iria fazer. Karina não era assim. Karina podia ser rabugenta, rude, sarcástica e insensível. Mas tinha uma razão para ela ser assim. Ela não queria que ninguém se aproximasse dela com medo de que fosse julgada pelas ações de sua mãe.

– Pipes. – Grunhiu Karina na porta, impaciente.

– Certo.

Uma vez fora daquele lugar, e podendo respirar normalmente o ar puro de Nova York, Piper pegou um dinheiro que tinha no bolso. Daria para uma corrida de taxi. Provavelmente acabaria perto o suficiente de Long Island para elas irem andando um caminho curto, o que era o melhor que podiam fazer. Karina deu de ombros, puxando os bolsos da calça para fora e respondendo sem silencio a pergunta de Piper sobre quando dinheiro ela tinha. Nada.

– Tenho dinheiro para nós duas em um taxi, mas somente a metade do caminho. O resto será andando.

– Tenho uma ideia melhor.

Elas arrodearam o prédio até a garagem dos fundos. Não tinha quase nada lá, só um carro sem pneus e uma Bis preta e empoeirada. Karina pediu que Piper ficasse de olho para ver se o porteiro vinha. Karina aproveitou, subiu na moto e pegou uma chave de sua mochila, depois de tirar dois capacetes ela ligou a moto e a guiou até Piper, que estava pasma.

– Vamos roubar essa moto? E se o dono perceber? Melhor ainda, como você tem a chave?! – Perguntou a garota.

– Ora, vamos Piper. Essa moto é... Era dela. Talvez ela nem mesmo saiba que essa moto continua aqui. Quando eu era pequena eu fingi que a havia vendido e a escondi, ela não me deixou sair de casa por um tempo, mas nunca conferiu a garagem de novo.

– Sua mãe é...

– Maluca? Uma bêbada de bar? Pode falar, eu não me importo. – Grunhiu Karina, acelerando um pouco mais assim que Piper tinha subido atrás dela. Logo elas estavam nas ruas de Nova York. Sim, era perigoso e impulsivo, pois tinha policia a solta por ai. Mas Piper já havia se livrado de tantas encrencas simplesmente conversando que Karina sabia que podia contar com ela.

O que posso fazer? Tenho certo charme. – Foi o que ela tinha dito uma vez a Karina quando ela havia perguntado como ela podia se safar daquilo. Não tinha dito de um jeito esnobe, mas como se isso fosse uma piada interna de algum grupo que Karina não conhecia.

– Escuta Pipes, esse acampamento não é como a Máfia não né? Eu não sou uma recruta de espião, certo? – Karina murmurou somente para confirmar, por cima do vento.

Piper riu.

– Acho que você vai gostar de lá.

– Eu espero mesmo. - Resmungou Karina.

Piper deu algumas instruções de aonde ele era, e quase estavam perto de Long Island. Bem, estavam nas estradas cercadas por fazendas de gado e algumas pequenas plantações de morango. Karina não reduziu nem por um momento a velocidade, somente deu uma pequena arrancada quando um urro brutal a assustou de repente.

Quando olhou no retrovisor, Piper segurava sua Katoptris e atrás dela, dois enormes cães do tamanho de um táxi corriam e ladravam na direção delas.


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Notas finais do capítulo

Então... Espero que tenham gostado de Karina. *u*
Obrigado quem ta acompanhando ou favoritou até agora. :3



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