A Lira da Verdade escrita por Anns Krasy


Capítulo 25
Capítulo 25 - Karina


Notas iniciais do capítulo

Oiii :3 - Sim eu demorei. E eu nem sei se vou entrar dps de quinta, boletim escolar e vcs já sabem a merda né? :'( (scr)
Mas eu vou postar antes que entreguem né, nunca se sabe oq acontece... (meajudaa)
Já falei que eu curto muito o numero 25? Meu numero da sorte e.e - E eu queria agradecer ao Google Maps por me ajudar nessa tarefa tão difícil que é saber sobre os lugares que provavelmente eu nunca vou ver pessoalmente (sou pobre -q) e por ter me ajudado tanto com sua Street View e tals...



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K

A

R

I

N

A

Quando eles chegaram ao Veterans Park, já deveria ser meio dia. Poderiam chegar cedo, se não fosse à neve que caia com força naquela manhã. Sem falar que saíram com tanta pressa que estavam morrendo de frio. O Veterans Park era o lugar mais próximo de onde estavam. Neal reclamava bastante por causa da perna. Quando finalmente acharam uma mesa de piquenique vazia no meio do parque, cercada por arvores, Neal foi o primeiro a se acomodar. Noah pegou uma das mochilas e jogou no colo do loiro, apontando para ela com um gesto de cabeça.

– Ai dentro tem ambrosia e néctar. Coma um pouco de um, ou beba um pouco do outro. Ajudará a se curar. Só não consuma muito, seria chato se você explodisse em chamas. – Noah falou.

O loiro resmungou algo sobre ruivas e obedeceu ao moreno. Karina se virou para Noah, se sentando também na mesa do parque.

– Pode explicar o que ela quis dizer? – A ruiva sabia que ele não contaria se ela exigisse então sua voz saiu forçadamente suave e sugestiva.

Ele a fitou com seus olhos escuros, a observando sem falar nada. Ele não desviava o olhar, e isso estava começando a irritar Karina. A fazê-la corar. Ela ergueu uma sobrancelha, tentando fazer com que ele falasse logo sua resposta. Ou não notasse que ela estava vermelha.

– Não adianta fazer isso. Você fica meiga e calma quando quer muito saber de algo. Não vou cair nesse seu truque, Karina.

Foi a primeira vez que ele a tinha chamado pelo nome. E isso fazia parecer até mesmo normal. Como se já se conhecessem há muito tempo. O tempo para ela pareceu ficar lento por alguns segundos. E, ou ela estava alucinando por causa das vampiras invasoras de quartos, ou tinha realmente tido uma visão. Era uma visão de Noah. Talvez mais novo. Ele estava com um casaco verde na época, e o seu casaco tinha um capuz. Seus cabelos eram centímetros mais curtos, mas ainda tinha os mesmos olhos escuros. Agora que ela tinha olhado bem para Noah, pode ver uma pequena cicatriz em seu rosto. Ela começava do dorso do nariz e terminava mais ou menos no queixo. Não era muito visível, mas estava lá.

Na visão ele ainda não tinha aquela cicatriz, e parecia mais sorridente que agora. Assim que a visão acabou, ela viu o mesmo Noah de agora. Ele usava um moletom cinza escuro e seus cabelos negros estavam bem maiores, na nuca. Mas eram os mesmos olhos quentes. Karina ficou sem ar por um momento, até que encontrou sua voz.

– Como sabe? – Ela perguntou. – Você não me conhece. – Eu acho, acrescentou ela mentalmente. – Então como sabe que eu falo suavemente para persuadir as pessoas?

Noah continuou a observando. – Isso está obvio em você. – Sua voz saiu um pouco dura, como se ocultamente estivesse repreendendo a si mesmo por não dizer outra coisa. Algo que deveria e queria, mas que não conseguia ou não podia falar.

– Você está mentindo. – Ela falou.

Foi à vez de Noah abrir um sorriso fraco. – Como sabe? Você não me conhece. – Ele repetiu o que a ruiva tinha dito antes, fazendo-a fechar a cara.

Neal jogou a mochila na mesa, e então olhou para o casal. – Abre-te sésamo? Sério aquilo? – O loiro riu, lembrando o momento que Karina tinha gritado para a porta abrir.

– Foi à primeira coisa que me veio à cabeça O.K? Na próxima você faz melhor. – Ela resmungou.

– Bem, o que vamos fazer agora? – O loiro perguntou. – Aceito sugestões.

Noah olhou o chão, de certo modo culpado. Por fim se ergueu e vasculhou uma das mochilas – a dele –, colocou algumas coisas na de Karina e por fim a colocou nas costas. Z aproveitou que tinham aberto a mochila e fugiu dela, voando livremente e flutuando ao lado de Noah.

– Fiquem aqui. Neal, se algum monstro encontrar vocês diga para Z encontrar a rota fuga mais segura e próxima. – Ele falou, ignorando os protestos dos dois. Por fim, ele se deparou com Karina barrando sua passagem.

– Aonde vai?

– Tenho que resolver algo. – Foi o que ele respondeu.

– Então vamos juntos. – A ruiva deu de ombros, jogando sua própria mochila pelo ombro. – Não tem nada a esconder, certo?

Noah a fitou, sem nenhuma expressão. Porém seus olhos, Karina notou, não estavam frios como quando ele conversa com estranhos. Estavam olhando-a de modo curioso e apreensivo. Ele calculou que não conseguiria correr sem que eles não ficassem em sua cola, então encolheu os ombros quase como redenção.

– Certo.

– E para onde vamos?

– Para uma biblioteca.

Neal revirou os olhos, de pé e ainda testando se sua perna podia suportar seu peso sem que ardesse. Pelo visto o néctar tinha ajudado bastante, pois ele podia pular sem sentir nenhuma dor. Karina se virou, seguindo Noah com Neal bem atrás deles. O loiro pareceu não aguentar todo aquele silencio, pois começou a encher o casal com várias perguntas. Nenhuma delas em relação sobre o que tinha acontecido ou relacionado a aquilo.

– Porque outra biblioteca? – Neal finalmente fez uma pergunta interessante.

– Porque sim. – Noah resmungou.

– Mas por quê?

O moreno grunhiu.

– Porque sim, droga! – Ele perdeu a paciência.

Neal riu, sendo seguido por Karina que também não prendeu a risada. Noah grunhiu algo e então voltou a andar, dessa vez mais rápido. Eles só tiveram tempo de sentar em um taxi e dizer o destino deles quando Noah se voltou para os semideuses. Karina ainda tentava parar de rir, acalmando-se aos poucos. Tinha algo que o moreno havia lembrado, e ele estava esperando o momento certo de perguntar.

– Você se encontrou com algum deus dos mortos, Karina? – Noah perguntou, olhando-a nos olhos. Neal franziu a testa, como se tivesse esquecido. Mas rápido como tinha esquecido, havia lembrado. Karina olhou surpresa para Noah.

– Como sabe?

– Sonhos. – Noah respondeu, simplesmente. – Os sonhos podem ser poderosos.

– Para os semideuses. – Neal continuou, erguendo uma de suas sobrancelhas. – Afinal, o que você é?

Noah observou o loiro com algum interesse. Pelo visto tinha notado que Neal não era fácil de enganar. Will, o meio-irmão conselheiro de chalé de Neal, havia explicado sobre os sonhos para o rapaz. Semideuses têm sonhos poderosos, onde podem ver algo significativo que pode mudar muita coisa. Noah bufou, xingou baixo em uma língua desconhecida e antiga, e então voltou a fita-los.

– Se me contarem, eu explico. Dou minha palavra. – Noah falou.

Neal pareceu pensar, e então fitou a ruiva. – Também gostaria de saber. Você não me contou sobre isso.

Karina finalmente deu de ombros, concordando. Ela pareceu pensar em como começaria a responder, mas não durou muito. – Bem, eu estava em outro cemitério. E não estava nevando. Parecia que eu estava em outro lugar bem distante, porque o clima era bem mais acolhedor. E então me encontrei com a tal “morte”. – Ela pareceu corar e Noah franziu a testa. – Ele deveria ter 16 anos, somente um ano mais velho que eu. Tinha cabelos negros e olhos escuros. Estava todo de preto...

– Você é Karina? – Ele havia perguntado.

– Quem é você?

– Meu nome é Anúbis. Sou o deus dos funerais. – Ele respondeu. Karina quase riu. Não era possível que um deus antigo pudesse ter somente... O que? 15-16 anos? Mas não ousou gargalhar na frente dele. O rapaz era bonito, ela tinha que concordar. Estava corada e parecia sentir aquela sensação antes.

– Bem, porque me chamou aqui então? – Ela falou. – Foi você que me chamou, certo? Quer dizer, por favor, diga que não está na minha hora! Sou nova demais!

– Sim. Eu lhe chamei. E se acalme, vai demorar para sua hora chegar, apesar de sua entrada já esta garantida como a de todo mago ou semideus. É difícil prever quando vocês vão partir... – Falou ele, e então sua voz mudou de pesar e de funeral para um tom quase simpático. – Eu só queria lhe dizer que logo vocês precisarão de ajuda do nosso lado.

– Como assim do lado de vocês? – Karina perguntou. Ajuda dos deuses talvez?

Anúbis a observou e seu olhar causava arrepios a ela. Ele a olhava sem segundas intenções. Estava de pé, com os braços cruzados e a olhando com suavidade e calma. Como se ele tivesse a maior paciência do mundo. E talvez ele tivesse.

– Noah pode explicar. – Ele deu de ombros.

– Como assim? Você poderia me explicar de modo direto? – Karina por segundos havia esquecido quem o rapaz, talvez, fosse. Ela não sabia se deuses antigos com mais de mil anos toleravam que falassem com pouco respeito sobre eles. Provavelmente não.

Mas, surpreendentemente, ele suspirou e bagunçou os cabelos. Parecia pensar em algo – ou em alguém – e parecia chateado com isso. Por fim, seus olhos se voltaram para os de Karina.

– Você é igual à Sadie. É incrível. – Ele resmungou, mas nos seus olhos ela podia ver algo mais intenso. Saudades? Talvez fosse isso. Ele não parecia esconder as suas emoções, diferente de Noah. Até mesmo um deus antigo era mais aberto que ele. Isso sim era incrível.

– Quem é Sadie? – A ruiva perguntou. Do jeito que ela era péssima em mitologia, Karina não ficaria surpresa se ela fosse outra deusa antiga.

– Somente diga a Noah que eu não aprovo o que ele fez a Sadie. – Anúbis disse. E então, tudo virou fumaça na frente dos olhos dela.

Noah não disse nada, mesmo depois de Karina relatar tudo que tinha acontecido. Ambos olhavam para ele, mas isso foi antes de o taxi parar brutalmente na pista. O motorista buzinou irritado e resmungou. Por instinto, as mãos de Noah voaram para seu cinto aonde ele guardava numa bainha seu punhal. Karina voou com a mão na mochila, suspirando aliviada por tocar a adaga. Não se lembrava de quando a tinha pegado no quarto, mas estava feliz por ela estar ali. – Já Neal, suas mãos voaram para suas costas como se ele sempre fizesse isso. Mas pareceu surpreso quando suas mãos encontraram o ar. E mais surpreso ainda por ter feito esse movimento com as mãos.

E então, algo pousou no capô do carro.

E a primeira coisa que Noah fez foi piscar os olhos. Era um gato. Amarelado com manchas pretas, e olhava para o carro como se procurasse alguém. Ele miou ao olhar para o moreno e então simplesmente se sentou no capô, satisfeito. O olhar de Noah desceu até a coleira que ele usava. Tinha um pingente lá. E o pingente era egípcio.

O gato tinha alguma ligação com eles. E agora eles tinham que descobrir o que era.


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Notas finais do capítulo

Huehuehue, :v
Então, bem. Noah se ferrou um pouco nesse capiih. E o que foi aquela 'visão' que Karina viu de Noah? Gente, o que vcs acham que é? Alguém vai falar algo? Sim? Não? Comentários? :3