A Lira da Verdade escrita por Anns Krasy


Capítulo 10
Capítulo 10 - Karina


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! Sorry! Gomen nasai!
Tive provas e n pude postar mais cedo D;
Mas agora tem um novo capiih. To perdoada?



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K

A

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N

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O chalé 11 parecia normal por fora. Mais dentro ela percebeu que não era. Havia vários beliches com lençóis brancos e a maioria estava bagunçada. Um banheiro ao fundo e uma lareira que parecia ter sido construída recentemente. Annabeth havia dito sobre algo como Quíron estar autorizando a mudança de clima no natal e no inverno, então alguns dos chalés precisavam de um meio de se aquecer. Outros não, já que não eram feitos de madeira como aquele.

Ela via rostos com características idênticas: uma menina pequena, talvez onze anos, cabelos loiros e rosto cheio de sardas delicadas. Porém tinha as sobrancelhas arqueadas e sua boca era natural e levemente mostrava um sorriso travesso. Todos tinham a mesma expressão, que parecia dizer “Cuidado onde guarda sua carteira” ou “Fique de olho em sua sobremesa”. Ela também viu um menino de cabelos encaracolados e de um castanho escuro com um sorriso zombeteiro e “pegando emprestado” a carteira de outro garoto, com cabelos cor de areia e um olhar atento. Karina apostava que, se eles fossem amigos, a amizade teria acabado ali mesmo.

Annabeth apresentou Karina aos outros do chalé e então terminou com “indeterminada”. Travis ainda não tinha voltado, mas a menina quase surtou ao ver o mesmo rosto dele em outro garoto, um pouquinho mais baixo que ele, porém a diferença era minúscula. Não tinham um fio diferente, tampouco a cor dos olhos.

– Bem, seja bem-vinda ao chalé 11. Meu nome é Connor e a essa altura eu acho que você já conheceu meu irmão, Travis, certo? – Ele falou e até mesmo sua voz demonstrava encrenca. Como seu irmão.

Karina assentiu.

– Gêmeos? – Sua pergunta foi uma espécie de continuação à introdução do irmão de Travis. O menino riu, negando um pouco com a cabeça.

– Nada disso! Semideuses gêmeos são muito raros e ele é mais velho. Mas todos pensam assim. Não sei por quê. – Ele deu de ombros.

– É. Eu também não sei por quê. – Concordou Karina, levemente entediada. Ela queria mudar logo de assunto, então puxou a conversa para a primeira coisa que lhe veio à mente naquela hora.

– Porque são raros semideuses gêmeos? – Perguntou a garota.

Connor parecia querer falar algo, mas a garota loira e com sardas se apressou e deu um empurram no rapaz. Ela tossiu, e então encarou um momento o olhar irritado de Connor. Eles pareciam estar travando uma luta de olhares. A menina usava a camisa laranja do acampamento, shorts com suspensórios e tênis que parecia ter sobrevivido a tudo, desde uma queda na sapataria até mesmo um mergulho em lava. E então, finalmente, a menina sorri para Karina.

– Oi! Meu nome é Lânia, sim é um nome esquisito, mas por aqui me chamam de Lany. – Ela se apresentou. – Bem, semideuses gêmeos são raros. Eles são duplamente perigosos. Monstros são guiados pelos cheiros dos semideuses e quanto mais semideuses reunidos, maior é o alcance do cheiro. E então nasce dois semideuses com um cheiro idêntico e mais forte que o comum. O que você acha que eles vão fazer?

Foi o que ela tinha dito, e ela falava bastante. Talvez se deixasse ela falaria por horas sem parar.

– Ir atrás dos gêmeos? – Não era uma afirmação, mas foi à resposta de Karina. Lany pareceu satisfeita, apesar de ser menor e consideravelmente mais nova que a novata.

– Isso mesmo. Aqui no acampamento havia alguns gêmeos. Como Castor e Pollux, filhos do Sr. D. – Continuou a loira, mas se interrompeu. Um clima de tensão se espalhou pelo chalé.

– O que aconteceu?

Karina não suportou prender a pergunta.

– Castor foi morto na Guerra em Manhattan. – Lany limpou a garganta, e todas as conversas foram interrompidas. Karina não sabia o que era mais surreal, a morte de um garoto que, mesmo ela sem conhecer nem ele nem ser seu irmão, sabia que era somente um garoto, ou o fato de ter tido uma guerra em Manhattan. Vendo o quanto todos estavam tensos, Karina optou pela segunda pergunta.

– Teve uma guerra em Manhattan?! Como ninguém percebeu?!

Connor deu um sorriso falho. – Tinha sido a oportunidade perfeita para saquear algumas lojas pequenas. A cidade toda estava adormecida, e nenhum mortal poderia entrar na cidade.

– Connor! – Lany o interrompeu. – Bem, eu não estava presente. Cheguei depois, na época em que os Sete estavam indo lutar contra Gaia. Vi Nico e uma romana trazerem a estátua para cá. Os romanos e gregos estavam lutando até a morte, na verdade, e alguns novatos como eu correram para a floresta. Entenda que não lutávamos bem naquele momento, não havíamos nem mesmo pisado ainda na arena.

– Eu lutei! – Connor sorriu.

– Connor! Pare de me interromper! – Lany gritou no ouvido dele. – Bem, voltando ao assunto... Sim. Houve uma guerra aqui em Nova York e alguns semideuses até lutaram contra o próprio titã Cronos. Os deuses estavam ocupados lutando contra Tifão. Ouvi dizer que Percy Jackson lutou contra Cronos e guiou os semideuses nessa guerra.

– E os romanos destruíram o quartel deles. Nós nem sabíamos que existia um acampamento romano antes. Hera juntou os acampamentos. Ela roubou a memória de Jason e a de Percy e os trocaram. Ela mandou Jason para cá e Percy para o acampamento Romano, como já devem ter contado a você. – Connor falou.

– Uau. E eu não notei nada. – Murmurou Karina. – É um tanto frustrante, na verdade.

– Não se preocupe logo você terá uma missão. – Connor disse.

– Eu passo. – Resmungou ela.

Lany desmanchou seu sorriso.

– Não se fizer parte de uma profecia. Quando se alguém está em uma, é a única pessoa que pode trazer a vitória na missão. Se uma pessoa for e não ser ela a pessoa da profecia, dará tudo errado. As profecias ditam quem irá, para onde irão e se voltarão vivos ou não. – Ela havia falado de um modo sombrio.

– Muitos morrem em missões. – Concordou Connor. – O chalé dos falecidos fazem mortalhas para eles. Damos uma semana para eles retornarem da missão e se não acontecer isso, nós queimamos a mortalha.

Karina a fitou sem dizer nada, até que Lany sorriu e a puxou pelo braço. A loira parecia querer que eles mudassem de assunto com rapidez. O lema dela deveria ser: “Sem infelicidades na minha frente, ou então eu te deixarei infeliz". Karina achou melhor concordar com a cabeça e deixar que Lânia a puxasse.

– Vamos! Vamos alojar você nesse chalé. Henry dorme no mesmo beliche que eu, embaixo, mas agora não dormirá mais! – Ela tirou algumas cosias da cama de baixo e jogou em outra qualquer que estivesse vazia. Alguém, um menino, resmungou algo e parecia bastante indignado. – Prontinho, pode ficar aqui Karina. É perto do banheiro, o que é um lucro, então se sinta a vontade.

Lany tinha sorrido.

– Espere ai, Henry, foi você que pegou minha carteira?! – Alguém resmungou.

– Minhas barras de chocolate! – Gritou uma garota.

– Daniela, essas são minhas figurinhas?! – Outra pessoa grunhiu.

Lânia suspirou, frustrada.

Karina ainda não acreditava que iria ficar num lugar tão cheio. Bem, não era muito cheio. Cada um tinha uma cama e dois travesseiros. Lençóis limpos e roupas novas. Tinha um beliche ao fundo ocupado, mas Lany havia dito algo sobre aquele beliche ser para os novatos. E como estava cheio, Karina iria dormir no beliche de Lany.

– Bem, esse é o dia-a-dia nesse chalé. Seja bem vinda aqui, Karina.

De repente, Karina parecia mais determinada ainda a ser reconhecida por seu pai.


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Notas finais do capítulo

Nhá, esse capih foi um "resumo-e-explicação" para refrescar a memória. :3
Espero que tenham gostado. E sim, esse foi meio curtinho, mas o resto vai ser maior. ;)
Bye :3