"Quando eu me for..." escrita por Cristina Rissan


Capítulo 3
Capítulo 02.


Notas iniciais do capítulo

Olá girls!
Me senti realmente surpresa pelos comentários e a aceitação da fic. Foi incrivel ver como vocês gostaram, e eu espero que continuem gostando.
Obrigada por todos os comentários, vocês são maravilhosas!
Irei responder todos hoje mesmo. E espero que apreciem esse capítulo. Ficou meio maçante na minha opinião, mas é preciso mostrar lentamente a evolução do relacionamento da Jéss e do Ed.
Ah, e quem sabe eu poste um bônus com a visão dele dos fatos? Estou trabalhando nisso!
Beijos a todas.



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– Argh! – Eu gemi levando as mãos até a cabeça. Deus, minha cabeça parecia que ia explodir a qualquer minuto, como se alguém estivesse cutucando meu cérebro com uma agulha.

Respirei fundo para afastar a dor latejante, e me virei de bruços na cama onde eu estava. Tinha um cheiro gostoso, puxei o travesseiro entre os braços e respirei profundamente, era um cheiro diferente, quase como, não sei...

– Amadeirado. – Uma voz feminina soou perto de mim, e eu soltei o travesseiro assustada. Encarei ao redor do quarto, de repente, lembrando-me da noite passada, me senti corar violentamente ao encarar a escultural Rosalie Hale sentada em uma das poltronas. – Trouxe uma aspirina. – Ela sorriu gentil se aproximando com um copo e dois comprimidos. Lentamente eu peguei os comprimidos de sua mão e os virei na boca junto com a água. O quarto estava escuro, mas não escuro o bastante para que eu não pudesse observar a decoração, a cama em que eu estava era bonita e elegante, e o jogo de cama era escuro e bordado, eu achara realmente bonito e digno dos Cullens, de certo modo. Havia uma estante com cd’s em uma extremidade do quarto e uma outra parede de vidro que dava para a floresta ao redor da casa dos Cullens. Eu nunca havia estado aqui antes, tampouco no quarto de algum deles. Supus mentalmente que esse devia ser o quarto de hospedes.

– Hum, obrigada. – Eu respondi a Rosalie devolvendo o copo a ela, sem saber exatamente como agir. – Eu... Que horas são? – Perguntei passando os dedos pelo cabelo. Certamente ele devia estar parecendo um ninho de rato.

– Quase sete e meia. – Ela se aproximou sentando-se na beirada da cama, encarando-me amistorsa. Eu franzi as sobrancelhas. Desde quando Rosalie era tão gentil? – Nós pegamos o seu carro. Já esta na nossa entrada. – Ela finalizou com um sorriso ainda maior enquanto esticava o que parecia meu casaco e minhas chaves.

– Meu carro está aqui? – Perguntei com alivio e Rosalie assentiu. Eu suspirei realmente aliviada. Por mais que quisesse uma carona de Edward Cullen, eu estava decidida a não ceder mais aos meus sentimentos idiotas. – E Edward? – Perguntei tentando não parecer curiosa ou desesperada demais.

Rosalie repentinamente pareceu desconfortável.

– Ele bem, foi buscar Isabella.

Eu exclamei um “ah” e Rosalie finalmente se levantou alegando que ia me deixar só para que eu pudesse me trocar e descer para tomar café com todos eles. O que sem dúvida, era estranho. Acho que tudo que eu queria, era ir correndo para minha casa e me esquecer que eu dormira sozinha na casa de Edward. Bom, não era assim que eu imaginava minha primeira noite na casa Cullen. Era óbvio que ele foi buscar a Bella. O que eu estava pensando? Que ele ficaria velando meu sono e estaria aqui pela manhã? É claro que não, não seja ridícula, Jéss. Disse a mim mesma. Ele só fez a caridade de não deixar você bêbada em um bar de beira de estrada. Fez o que qualquer pessoa faria. Só isso.

Respirei fundo mais uma vez controlando minha vontade de chorar, e segui em direção ao banheiro que tinha no quarto. Depois de fazer minha higiene básica, abri a porta e caminhei pelos degraus elegantes até o andar de baixo, na noite anterior eu não observara a decoração da casa, mas era tudo muito bonito e elegante. E ainda assim aconchegante. A sala era ampla e as paredes eram de vidro, assim como o quarto de cima. O que era legal, mas diferente, e se algum tarado aparece por aqui? Ainda mais sendo as garotas Cullens tão bonitas.

Balancei a cabeça e caminhei até a porta pronta para ir embora. Mas parei por um instante, isso me parecia meio indelicado, então dei meia volta e caminhei de volta para dentro da sala e desajeitadamente me aproximei da cozinha onde encontrei Esme Cullen, Jasper Hale e Rosalie Hale conversando.

– Oh! Ela acordou! – Esme Cullen sorriu maternalmente e se aproximou de mim. – Jéssica, não é? Venha, querida, vou fazer algo para você comer.

– Isso. – Eu sorri para ela. A Sra. Cullen realmente tinha algo de gentil em todos os seus atos. O que fazia com que qualquer pessoa se sentisse confortável em sua presença. – Obrigada pela hospitalidade Sra. Cullen, mas realmente não precisa. Eu preciso ir para a casa. – Murmurei envergonhada.

– Me chame de Esme, querida. – Ela sorriu gentil e então balançou a cabeça desanimada. – É uma pena que você já esteja indo, mas eu entendo. Só espero que volte para uma visita, está bem? – Eu franzi as sobrancelhas confusa mas ainda assim assenti.

Os Cullens eram loucos por acaso?

– Tudo bem, Sra... Esme. – Eu sorri meio desconcertada e me afastei um pouquinho encarando os gêmeos que estavam sentados na bancada. Eles tinham sorrisos no rosto, como se estivessem rindo de alguma coisa engraçada. Talvez de mim. – Bom, obrigada novamente. Tchau. – Acenei desconfortável e rapidamente me virei para sair dali.

Praticamente corri para fora da casa e ainda pude ouvir Esme dizer um “Tão adorável!” mas ignorei o sentimento de satisfação. Eu era humana afinal, era impossível não se sentir satisfeita com a sua sogra dos sonhos te achando adorável. Edward podia achar a mesma coisa. Mas ele não achava, obviamente.

Assim que entrei em meu carro, dei a partida e dirigi direto para casa. Não faria mal perder aula por um dia, eu podia dormir o dia todo e remoer minha decisão de me afastar de Edward Cullen definitivamente.

No dia seguinte, eu acordei antes que o despertador soasse, o que me deu alguns minutos extras para separar uma roupa bonita que não envolvesse ficar bonita para Edward. Há muito tempo minha vida era resumida a Edward. Ficar bonita para Edward Cullen. Fazer ciúmes para Edward Cullen. Chamar a atenção de Edward Cullen. Saber os gostos de Edward Cullen.

Eu me sentia terrivelmente ridícula.

Por fim, separei uma calça jeans justa e uma blusa de listras e um casaco de lã para usar por cima. Recentemente, Sarah havia me encontrado um emprego na biblioteca da Sra. Ryan. Não era muito grande, mas era a primeira biblioteca de Forks, e mesmo que eu não tivesse o costume de ler, era um emprego legal. A Sra. Ryan era nova na cidade, e não ficava me olhando como se eu fosse um adolescente fútil e sem cérebro. Eu gostava de trabalhar lá, além do mais, Josh, o seu filho, era um garoto legal, para uma criança de doze anos, ele era bastante inteligente.

Depois de pronta, ajeitei meus cabelos em um rabo de cavalo frouxo e joguei a bolsa por sob os ombros. Quando desci as escadas pude sentir o cheiro de achocolatado e biscoitos de manteiga que só Sarah sabia fazer.

– Bom dia, mamãe. – Eu me aproximei beijando sua bochecha e deixando a bolsa em cima de uma das cadeiras.

– Bom dia querida, dormiu bem? – Perguntou com a mesma voz suave e carinhosa de sempre.

– Maravilhosamente bem. – Eu sorri para ela. – Vai para a loja hoje? – Mordi um biscoito enquanto bebia o leite. Essa era a combinação perfeita de felicidade na minha opinião. A da minha mãe era sua recente floricultura. Ela amava flores, não era a toa que nosso jardim era o mais bonito de Forks.

– Claro querida, instalei o telefone ontem lá. Pode me ligar caso precise de alguma coisa. Posso ir até Seattle em um pulinho. Aliás, Eloisa ligou, disse que você pode chegar atrasada caso precise hoje. Ela ficou sabendo sobre a visita que vocês terão ao jardim botânico.

– Obrigada mamãe. – Eu sorri enquanto me levantava e levava minha louça até a pia. Havia me esquecido completamente sobre a visita da aula de biologia. Era praticamente a milésima que tínhamos só nesse ano. O professor realmente devia pensar em algo diferente além de meio metro de plantas estranhas e medicinais. – Já estou indo. – Avisei despedindo-me dela e pegando minhas chaves e bolsa.

Assim que entrei o carro, não evitei ligar o som em uma música animada. Eu me sentia outra pessoa, infelizmente outra pessoa que ainda amava Edward Cullen, mas que iria superar esse amor. A primeira coisa que eu vi assim que entrei na Forks High foi Edward Cullen e Isabella Swan abraçados e encostados em seu Volvo. Isabella tinha as mesmas feições doces e quase perdidas de sempre, como ela não soubesse o que fazia ali. Na verdade, ela parecia só ver Edward em sua frente, o que explicava o fato dela ter pirado quando ele havia ido pra sei lá aonde.

Mamãe sempre me disse “nunca devote sua vida a um homem, depois que ele se vai, você se torna nada”, ela era meio amargurada com os homens, definitivamente, porém, isso não tirava a razão de suas palavras.

– E aí, Jéss. – Mike apareceu com um sorriso, e eu retribui. Eu me sentia quase feliz por não estar mais afim dele. Ele até que era bonitinho, mas o que tinha de bonito, certamente tinha de babaca. E de babacas eu entendia.

– Oi Jéss. – Lauren se aproximou dando-me um beijo na bochecha. – Esses idiotas – apontou para Mike e Aeron – estão se gabando porque o Aeron pegou a Caroline.

Infelizmente, Caroline e Aeron se mudaram para a Forks High na mesma época, três semanas atrás, o que significava que eles estavam quase sempre juntos, isso não seria um problema, se Caroline não tivesse tentado bancar uma de Miss Arizona, como Bella Swan. Mas, é claro que ela não conseguiu, eu não poderia lidar com suas Misses.

Já Aeron era um cara legal. Quase tão recluso quanto os Cullens, mas legal. Nós nos tornamos amigos desde o inicio, sem malicia alguma, mas isso não significava que eu não achava ele extremamente gato. E já que eu ia superar Edward Cullen, podia muito bem começar de um bom modo.

– Isso é ridículo. – Eu revirei os olhos e ele sorriu. Um sorriso legal, do tipo “eu vou quebrar seu coração”, o tipo de sorriso que facilmente fazia com que eu me envolvesse em encrencas. E é claro, que despertava meu pior lado. Eu me aproximei alguns passos em sua direção e sorri quase inocentemente.

– Ciúmes Jessie? – Inclinou a cabeça levemente para o lado, fazendo alguns dos cachos castanhos caírem por cima do olho. Charmoso, eu tinha que admitir.

Dei de ombros. – Ela deve ter deixado você segurar a mão dela na escola, mas vou te mostrar como se graduar. – Cantarolei um trecho de Bang Bang e joguei o cabelo por sobre o ombro, puxando Lauren comigo em direção ao ônibus da excursão.

– Jéssica! – Lauren deu um gritinho e eu não pude deixar de rir. Tudo bem, eu não era tão fútil quanto eles pensavam, mas ainda era uma garota. E principalmente, uma garota que estava tentando esquecer alguém. – Você deu mole pra ele! Não! Você derreteu pra ele!

– Ele é muito bonito. – Respondi como se explicasse minha atitude.

Lauren assentiu com a cabeça. Para nós duas explicava.

– Muito mesmo. Mas, e o Cullen? Você sabe...Desistiu? – Ela perguntou enquanto nos sentávamos em um dos banquinhos duplos do fundo do onibus. De onde eu estava, conseguia ver perfeitamente Edward, que se encontrava ainda em seu carro, e ainda com Bella Swan, eu tentei ao máximo não encara-lo. Do outro lado, Mike, Tyler, Ben e Aeron conversavam animadamente sobre qualquer coisa. Os irmão de Edward se encontravam em um canto mais afastado, como sempre, eu achava estranho o modo como eles não ficavam juntos, quer dizer, se são todos casais, não tem aquela velha história de “segurar vela”, mas seja como fosse, eu não iria me importar mais.

– Acabou, Lau. – Respondi finalmente. – Me sinto ridícula por ter alimentado isso. Então eu decidi que chega. – Meu olhar recaiu mais uma vez sobre Edward e disfarcei constrangida quando notei que ele estava olhando em minha direção. Bom, a direção em que eu estava.

– Sério mesmo, amiga? – Eu assenti e Lauren passou o braço por cima dos meus ombros em um abraço desajeitado. – Bom, seja como for, há sempre um cara gato – ela apontou para Aeron – amigas legais, – apontou para si mesma e em seguida para Angie que distraidamente conversava com uma garota do clube de teatro na porta do ônibus – e você sabe, sorvete e tequila para curar um coração partido.

Eu sorri realmente agradecida por conhecer o lado positivo de Lauren. Ela podia ser bem venenosa, eu sabia disso. Mas a garota também tinha suas qualidades.

– Você é a melhor. – Declarei e em seguida me ajeitei no banco para ficar de frente para ela. – Eu dormi na casa dele.

– Na casa de quem? Do Aeron? Já? – Lauren arregalou os olhos e eu a imitei.

– Não! Do Edward.

– Edward Cullen?! – Praticamente gritou e eu fiz um gesto para ela ficar quieta.

– Existe outro por acaso, Lauren?! – Revirei os olhos.

Ela riu.

– Se existisse você também o amaria.

Bufei. – Eu não...

– Não seja mentirosa, Jéss. – Me interrompeu com um sorriso. – Mas me conte, você dormiu lá? Por quê? Vocês transaram? Ele traiu a idiota da Swan?

– Não, claro que não, Lauren. Ele parece o tipo de trai a namorada? – Eu franzi as sobrancelhas enquanto divagava. – Ele parece mais o tipo que quer casar os 18. Mas que seja, eu dormi lá, mas não dormi com ele, entende? Eu estava bêbada, e aí, ele me levou pra lá pra mansão chique da família dele.

Lauren abriu a boca chocada, e eu assenti automaticamente. Era realmente chocante.

– E como é lá? – Perguntou curiosa, enquanto Edward e Bella entravam no ônibus e se sentavam dois bancos a nossa frente, mas do lado oposto do nosso, isso me dava uma visão privilegiada do seu rosto, o que era péssimo. O que antes era um motivo de alegria, agora era quase um tortura, era horrível não olhar para ele, não tentar falar com ele, porque eu realmente nunca conversei com ele, nada era pior do que que eu tinha antes - que era quase nada -, mas eu teria que me acostumar.

– É bonito. – Respondi em um tom mais baixo. – Combina com eles. Mas eu estava meio bêbada demais para notar.

– Você é tão idiota. – Ela revirou os olhos. – Deveria ter agarrado ele, aí a culpa seria da bebida.

Cara, ela tinha total razão. Ai depois, eu iria me afastar. Como eu era lerda! Assim que pensei quis me estapear pelo pensamento. O objetivo era esquece-lo, não agarrá-lo. Até porque, era capaz de Edward Cullen me matar se eu encostasse nele.

Assim que o pensamento passou pela minha cabeça, eu tive certeza que não chegaria a tanto, mas também sabia que Edward se sentia aliviado que eu resolvesse desistir do meu amor platônico por ele.

– Não seja ridícula, Lauren. – Revirei os olhos, respondendo-a um minuto depois. Maior parte da turma já havia entrado no ônibus, e o professor também.

– Não estou sendo. – Ela negou e os cabelos lisos bateram em meu rosto. Os afastei com um tapinha, mas Lauren ignorou. – Você sabe, ele é um bom garoto. E só precisa de uma má garota.

Observei Edward pelo canto do olho, e ele tinha um sorriso no rosto, mas não parecia conversar com Bella Swan.

– Você está dizendo besteiras. – Disse finalmente com um gesto de descaso.

– Ai, não seja idiota, Jéss. Olha só pra ele, roupinhas bonitinhas, cabelo melimetricamente desarrumado, namoradinha sonsa e super fofa, carrinho bonitinho. Qual é, nós duas sabemos que ele é um bom garoto, e se não é, tenta ser.

Encarei Lauren pensando seriamente sobre o que ela tinha dito, e fazendo uma análise rápida, talvez ela tivesse mesmo razão. Edward não se parecia muito com os caras com quem eu saia.

– Eu nem sei por que ele te interessa. – Ela continuou, o tom baixo. – Ele não tem nada haver com você, Jéss. Nem com o que você gosta.

– Eu gostaria de alguém que não quebrasse meu coração, Lau.

– Bem, sinto dizer, mas ele quebrou de qualquer forma. Você terá que aprender a viver sem procurar um namorado.

– Olha quem fala. – Eu revirei os olhos.

– Eu não me apaixono pelos caras com quem eu fico. – Ela sorriu convencida. – Você devia fazer o mesmo. O que tem de atrevida, tem de ingênua.

Eu bufei retirando os fones de ouvido do bolso e ligando-os no celular. Escolhi uma música qualquer para tocar e Lauren ignorou meu gesto mau educado. Ela ainda disse um “você sabe que é verdade” que eu igualmente ignorei. Não estava com saco para a sessão de terapia de Lauren.

Mais rápido do que eu imaginava, o onibus da excursão estacionou na frente do botânico e todos nós descemos. Assim que coloquei o pé para fora, Lauren e eu encontramos os meninos, e Aeron passou um dos braços por meus ombros.

– E aí, gata. – Ele abriu um sorriso divertido e eu revirei os olhos tirando seu braço do meu ombro.

– Não me chame de gata, Devenport. Não sou qualquer garota. Pra sua informação. – Sorri minimamente enquanto dava as costas para ele e seguia na direção que o professor chamava. Dei uma espiada por cima dos meus ombros e não pude deixar de rir ao ver Aeron com uma expressão chocada me encarando.

– Você o está confundindo. – Cambaleei para o lado, surpreendida com a voz aveludada e rouca de Edward. Ergui os olhos para encara-lo, constatando mais uma vez que eu era terrivelmente baixa e levei a mão ao peito, sentindo-o desesperado, não sei se pelo susto ou pela presença de Edward.

– Meu Deus – Exclamei, acalmando-me. – De onde você saiu?! Eu... Não te vi... Eu... Nossa. – Balancei a cabeça para ordenar as idéias e Edward sorriu de lado, um sorriso que rapidamente me fez perder o rumo das idéias. Eu queria me bater. Eu tinha que ser forte. Se Edward Cullen achava que seria tão fácil conversar comigo, ele estava muito enganado. Mesmo que isso fosse tudo que eu mais quisesse no mundo.

– Eu estava perto de você o tempo todo, Jéss. – Ele mais uma vez sorriu torto.

Foco, Jéssica! Ordenei a mim mesma a dar as costas para Edward e continuar andando. Onde estava Lauren?

– É Jéssica, por favor.

– Jéssica. – Ele repetiu com um arquear de sobrancelhas, me acompanhando perfeitamente, apesar de eu estar quase correndo. – Você está bem? Sinto muito pelo outro dia.

– Outro dia? – Eu me virei de repente, chocando-me contra seu corpo. O que quase me fez cair, se Edward delicadamente não tivesse segurado-me. Suas mãos grandes eram frias demais, tão frias que eu podia sentir a temperatura por cima do casaco. Franzi as sobrancelhas e ele rapidamente as retirou dali.

– É, por não ter te levado para casa, adequadamente. – Ele passou a mão pelos cabelos e meus dedos coçaram para saber se eles eram tão macios quanto aparentavam.

– Já faz dois dias. – Eu disse somente. Porque, não fazia sentido. Porque agora? Porque a carona? Porque as desculpas? Porque toda essa palhaçada? Estaria Edward Cullen brincando com a garota que corria atrás dele feito uma cachorrinha? Eu não via outra explicação. Edward fechou os olhos e em seguida os abriu, me encarando amargurado. Eu inclinei levemente a cabeça e arqueei uma sobrancelha. – Não precisa se preocupar. – Respondi finalmente.

– Jéssica, eu... – Ele voltou a falar, mas Mike e Bella Swan apareceram ao nosso lado. Eu me senti de repente, muito mais constrangida. Ela se aproximou abraçando-o e o encarando com aquele olhar completamente derretido e meu coração se afundou quando ele retribuiu ao olhar dela. Por um momento, eu senti raiva de Edward. Porque ele tinha que se aproximar? Porque tinha que agir desse modo? Porque ele não importava? Não se importava nem um pouquinho? Será que eu era tão horrível assim? Balancei a cabeça negando-me a presenciar mais um pouco do afeto entre eles e dei as costas para ambos enquanto lutava contra o nó em minha garganta. Eu sentia raiva de Edward, mas sentia ainda mais de mim. No entanto, eu não iria, se forma alguma, derramar mais uma lágrima por Edward.

E se ele preferia estar com Bella Swan, certamente, ele que ficasse com ela.


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