"Quando eu me for..." escrita por Cristina Rissan


Capítulo 4
Capítulo 03.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Quis fazer algo diferente, e espero que não tenha saido meio gay, se sim, volto pra visão da Jéss da história.
Obrigada aos comentários e favoritos, vocês são demais.

[http://letras.mus.br/sarah-jaffe/1857049/traducao.html]



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Quando eu a ouvi cantar pela primeira vez, me senti em outra dimensão. Onde estava Jéssica Stanley? Quem era aquela garota sentada a alguns metros de mim? Como diabos eu nunca a havia notado?

Franzi os lábios preocupado com sua frase. “Quando eu me for...”, ela dissera. E se Jéssica estivesse pensando em fazer alguma besteira? Por causa da ilusão de amor que sentia por mim?

Essa foi a desculpa que eu dei a minha família para ir atrás dela naquele bar. Mas Alice tinha a impossível ideia de que eu estava interessado em Jéssica, no entanto, eu não podia deixar de achar isso realmente absurdo, eu já não dera provas suficientes a Alice de que, era Bella? A mulher com quem eu passaria a eternidade? Bem, mesmo adorando Bella, Alice teimava em dizer que eu estava cego, e surpreendentemente, porém não tanto assim, Rosalie concordava com ela.

Observei Jéssica sair de casa vestida em uma blusa vermelha, ela estava bonita, eu tinha que admitir, a cor caia bem nela. Jéssica tinha algo diferente de Bella. As duas eram tão parecidas e ao mesmo tempo tão opostas. Jéssica tinha algo de tímido, no entanto, era atrevida o bastante para mascarar a timidez em certos momentos. Os cabelos castanhos claros caiam sobre os ombros e ela sempre estava sorrindo, o que me fazia questionar o que a deixava tão feliz. Até descobrir que ela não levava os problemas tão a sério.

Era confuso. Jéssica Stanley me confundia. Como ela podia ser tão legal e encantadora e ao mesmo tempo ser a típica adolescente americana repulsiva das séries de TV?

– Ela é só humana, Edward. – A voz de Rosalie surgiu na minha cabeça, quando eu fizera a mesma pergunta de manhã. – Ela oscila, muda de idéia, sente inveja, raiva, amor, compaixão, ela sente, Edward.

Era verdade, Jéssica sentia tudo, absolutamente. E isso era, engraçado, por assim dizer. Como alguém tão pequena tinha um impacto tão grande nas coisas? Naquela manhã, depois da aula, eu estivera lá. Sarah Stanley tinha uma floricultura. Esme gostava das flores dela, dizia que apesar de ser bastante fofoqueira, Sarah Stanley não tinha a bajulado como a Sra. Newton costumava fazer, e elas ainda trocaram algumas boas maneiras de retirar e replantar mudas de flores. Sarah tinha o dom da primavera, dissera Esme.

Eu a vira ir para a livraria onde havia começado a trabalhar, e arrumar os milhares de títulos com uma delicadeza surpreendente enquanto cantarolava, provavelmente mais uma música que ela mesma escrevera. O que também me surpreendera, já que quando visitara sua casa naquela tarde, eu encontrara centenas, tantas e tantas músicas prontas pregadas nas paredes, todas eram ótimas, um tanto melancólicas, ainda assim, ótimas. Assustadoramente ótimas. Por um instante, passou por minha cabeça, que eu teria me apaixonado por essa Jéssica se a tivesse conhecido. Tão rápido quanto o pensamento veio, eu o bani de minha mente.

O quarto de Jéssica era confortável e acolhedor, tão comum quanto podia ser um quarto adolescente. E eu gostei.

Havia uma cama, com uma colcha de retralhos por cima, além de travesseiros e pequenos bichinhos de pelúcia, acima da cama, havia um mural com várias fotos, pessoas que eu não conhecia e que eu conhecia. Fotos de uma Jéssica pequena que eu nunca sonhara em conhecer, com covinhas, bochechas rosadas e cachinhos dourados. Uma Sra. Stanley mais nova e esbelta, uma mulher bonita ao lado da sua filha angelical.

Meus dedos correram pelas fotos, eu estava maravilhado. Notei o quão impossível era conhecer alguém só vendo-o durante alguns minutos de aula. Atravessei o quarto em direção a escrivaninha, haviam mais músicas, um notebook aberto, a tela inicial era uma foto de Jéssica, ela estava sorrindo ao lado da Sra. Stanley, as duas eram realmente parecidas e notei o quão apegada a ela Jéssica era. Haviam alguns livros no canto, um deles é o que ela estava lendo naquela manhã durante a aula de quimica, Jane Austen, havia outros exemplares como Percy Jackson e Nicholas Sparks. Eu não deixei de sorrir para isso. Jéssica passava longe do que eu esperava ser um padrão. Na parede esquerda, de frente para a janela, havia um enorme desenho e assinatura de Jéssica abaixo dele. Era um desenho bonito, um casal sorridente que se misturavam em meio algumas flores. Por um momento me lembrou da campina que eu e Bella íamos, só que, muito mais bonito e artístico.

Eu acompanhei todos os detalhes do desenho, até perceber nossas características nele. Não pude deixar de me sentir maravilhado e levemente presunçoso. Jéssica me desenhara com uma perfeição incrível para os olhos humanos.

Meus olhos voltaram para a cena que se desenrolava a minha frente agora, Jéssica caminhava entre os motoqueiros estacionados na frente do bar, ela sorria para todos e isso me deixou incomodado. Ela não tinha noção de que era errado ser tão simpática assim? Eu podia quebrar o pescoço de todos eles pelos pensamentos absurdos que tinham em relação a ela.

Eu me aproximei, adentrando o bar e atraindo alguns olhares, porém me limitei a ficar nos fundos, escondidos, observei Jéssica conversando com a garota do balcão, ela falava sobre mim de um modo que me deixou extremamente desconfortável, com um sentimento ridículo de culpa e remorso por te-la julgado de um modo tão errôneo esse tempo todo.

Incrivelmente, Jéssica era a garota humana mais humana que eu já havia conhecido. Até mais do que Bella. Lembrar de Bella me deixou tenso, eu havia prometida busca-la na fronteira de La Push assim que anoitecesse, mas por um descuido, havia me esquecido desse fato. No instante em que a decisão de deixar Jéssica veio, meu celular apitou uma mensagem de Alice.

Eu faço. Cuide dela e agradeça-me depois”.

Eu sorri e balancei levemente a cabeça, Alice sendo Alice. Logo a voz melodiosa de Jéssica soou, e eu ergui meus olhos encontrando-a no palco. Ela ainda não havia me visto, e cantava uma das música que eu vira pregada na parede. Era bonita, diferente e soa bem em sua voz. Eu acabava de descobrir que podia ouvir Jéssica cantar por muito tempo e me sentiria bem com isso. Ela tinha talento, eu tinha que admitir.

Clementine - Sarah Jeff.

“50 estados, 50 linhas, 50 pessoas chorando, 50 rapazes, 50 mentiras, 50 mudanças em minha mente, mudei de idéia e agora me sinto diferente...”

Ela se balançava ao som da música, os olhos fechados, as mãos grudadas ao microfone, o sorriso pequeno brincando nos lábios.

Ela estava linda.

– “Todo esse tempo, desperdiçado, eu gostaria de ter um pouco mais de delicadeza... Eu gostaria, eu gostaria, eu gostaria... Eu gostaria que meu nome fosse Clementine.”

Observei quando ela terminou de cantar, se serviu de mais uma garrafa de alguma bebida que provavelmente a deixaria com dor de cabeça na manhã seguinte, conversou com a mulher que eu descobri ser Veronica, e então mais uma vez voltou para o palco cantar. As pessoas do bar pareciam adora-la, e não era em vão. Ela sorriu e abriu os olhos no meio da letra, nesse instante, eles pararam em mim. E eu não pude evitar sorrir, o coração de Jéssica perdeu uma batida e ela puxou o ar, enroscando-se na letra da própria música.

Tão rápido quanto um furacão, ela desceu e mais uma vez começou a se servir de alguma bebida. Ouvi ela e Veronica comentando sobre mim, e ignorei a opinião de Jéssica a respeito, eu sentia necessidade de provar a ela o contrário. Provar que não era o que ela pensava. Por algum motivo, algo tinha mudado. O contexto estava diferente.

Então, naquela noite, quando eu a levei para meu quarto preocupado se ela estava bem ou não com toda aquela bebida, ninguém da minha família contestou a minha decisão. Rosalie se adiantou a minha frente, preparando uma roupa de Alice, que era pequena o bastante, para Jéss dormir. Eu saí do quarto para Rosalie ajuda-la a se trocar, já que Jéss estava sonolenta demais e provavelmente nem se lembraria disso amanhã. Assim que terminou, Rosalie saiu do quarto e deixou a porta entre aberta para que eu entrasse.

Eu gosto dela, Edward. Pensou com um sorriso e sumiu no corredor. Eu franzi as sobrancelhas confuso e me aproximei da minha cama. Cama que eu comprara para Bella, mas que Jéssica dormia agora. Ela se agarrava ao travesseiro e ressonava baixinho, os lábios entreabertos e a expressão suave e segura. Como se não estivesse em casa de estranhos.

– Edward... – Ela sussurrou e eu me aproximei um pouco mais, notando que ela ainda estava dormindo e provavelmente sonhando. A curiosidade me corroeu e me concentrei em seus pensamentos, tentando quem sabe, decifra-los durante a noite. Sem sucesso. Jéssica me dava dor de cabeça, as imagens eram tantas, tão desconexas, tudo que eu podia ver eram vislumbres, meus, dela, memórias dos nossos encontros da Forks High e fantasias de um encontro real.

Ela suspirou durante o sono e chamou-me mais uma vez. Lentamente, sentei-me ao seu lado e Jéssica se aconchegou sobre meu peito. A situação era estranha, mas ela parecia alheia a isso.

– Gosto do seu cheiro. – Ela murmurou sonolenta e meu corpo tremeu em um riso baixo.

– Gosta? – Eu perguntei com um sorriso se espalhando em meus lábios.

– Tem cheiro de fruta. – Ela respondeu suspirando mais uma vez, enquanto apertava-se um pouco mais a mim. Não se incomodando com o frio, encaixando-se perfeitamente, como se fosse feita para estar ali. Aquilo me confundiu, mas não a afastei. – Edward?

– Sim?

Sua respiração lenta denunciou que ela estava dormindo de fato. – Obrigada. – Sussurrou por fim, caindo no sono.

Antes que o sol nascesse e que Jéssica acordasse, eu me esquivei de seus braços e a deixei ressonando, pedi a Rosalie que cuidasse para que ela ficasse bem. E notei que Alice havia trazido o carro dela para cá. Eu sorri agradecendo, e em seguida avisei que partiria para casa de Bella.

Alice franziu os lábios em desagrado.

– Edward, ela vai procura-lo quando acordar. – Rosalie concordou no andar de cima e eu suspirei com um dar de ombros.

– Diga algo a ela, Alice. Eu preciso ver Bella.

Alice suspirou profundamente, e em seguida balançou a cabeça negativamente.

– Você quem sabe, Edward. Mas não pode fugir por muito tempo.

Ignorei as palavras de Alice e parti em direção ao meu Volvo. Nunca era inteligente apostar contra a vidente, mas no momento, eu não estava pronto para apostar a favor também.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro me avisem!



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