Chegando na escola me despedi da minha mãe com abraço bem apertado, ela me deu a minha mala.

– Me liga quando chegar lá, e aqui está sua autorização –ela diz com um leve sorriso no rosto.

– Obrigada mãe, ligo sim, beijos – pego a autorização e saio.

Vejo Richard ali parado falando com uns meninos da nossa sala, fico olhando esperando ele vir falar comigo, mas para minha tristeza ela não veio, invés disso Jonny veio em minha direção.

– Olha toda gatinha, está indo para estudar ou para ficar com alguém com essa roupinha? – ele diz rindo e com olhar maldoso.

– Para estudar e me distrair, quero férias disso aqui – falo seria.

– Nossa calma bonequinha, eu não vou tocar em você, eu estou a fim de viver queridinha – ele fala.

– O que você quis dizer com isso? – pergunto.

– Deixa pra lá! – ele diz saindo.

– Jonny espera! – falo.

– O que foi Abby? - ele me olha de cima a baixo.

– Você tem noticias da Brenda? Eu fiquei preocupada com ela!– pergunto preocupada.

– Olha Abby eu bem que gostaria de saber aonde ela está, mas não sei – ele diz com um olhar sincero.

Ele sai e vai falar com uns amigos dele, que é estranho tanto quanto ele. E eu fico ali sozinha, Richard olha para mim e vira o olhar quando olho para ele novamente, percebo que ele não quer mesmo falar comigo. Logo o ônibus chega, cada aluno pega sua mala e guarda no ônibus, entro no ônibus uma garota tagarela senta do meu lado para completar minha alegria, demorou uma hora e meia a viagem. E finalmente chegamos, é uma floresta linda e tem um grande espaço para o acampamento, pouco a pouco cada aluno foi armando suas barracas, alguns ficaram em dupla e outros como eu sozinhos. Estava eu tentando montar minha barraca, e com muita dificuldade, e logo chegou o Richard e disse:

– Quer ajuda? – ele me olha com ternura.

– Adoraria – fala com um leve sorriso.

– É bem simples, está vendo, pronto! – ele montou a minha barraca com muita facilidade.

– Obrigada, você é muito bom nisso – eu falo.

– De nada, eu acampava com meu pai quando eu era criança,sei até fazer uma fogueira a modo antigo – ele fala com um sorriso.

– Estilo homem das cavernas? – pergunto rindo.

– Isso mesmo – ele ri comigo.

– Eu sei que você está me evitando – falo sem graça.

– Não é isso Abby, não estou te evitando – ele me diz um pouco serio.

– Está sim, você sai quando eu chego, e mal fala comigo –falo olhando para baixo.

– Abby, eu ainda gosto de você e fica perto de você só me faz gostar ainda mais de ti – ele me diz com um olhar fofo.

– E qual o problema? Eu também gosto de você! – Falo mordendo o lábio.

– O problema é que você não é sincera comigo como eu gostaria – ele fala me encarando.

– Você já sabe tudo Richard! – falo sem jeito.

– Tudo? E o Jonny o que ele tem haver com essa história? –ele me pergunta.

– Você não vai entender! – falo ainda mais sem graça.

– Está vendo o porquê eu não quero mais ficar perto de você,não vai dar certo, eu quero te proteger, te ajudar, e estar sempre do seu lado e você simplesmente me a fasta, isso não da pra mim, é você que fica longe de mim e não eu de você! – ele fala com um olhar triste e vai saindo.

Eu fico ali parada olhando ele ir falar com os amigos dele, é chato o deixar ir, mas não quero que ele se machuque por saber demais, como a Brenda, alias nem temos noticias sobre ela e isso me apavora.

Estava ficando escuro e o único lugar para tomar banho era na cachoeira que tinha ali perto, alguns alunos já estavam voltando, peguei minha toalha e uma roupa limpa, e fui para cachoeira sozinha, não tinha amigos ali, então fazia tudo sozinha, a água estava fria, e é claro que não ficaria nua para tomar banho em uma cachoeira, até porque a qualquer momento alguém poderia chegar, então fiquei apenas de calcinha e sutiã, tomei um banho rápido, estava sozinha, mas parecia que alguém me vigiava. Logo me arrumei, coloquei um vestido rosa claro e uma sapatilha, começou a chover muito forte, e a cachoeira era 15 minutos de caminhada até o acampamento, eu estava sem guarda-chuva e sozinha, e ainda por cima esqueci a trilha para voltar ao acampamento, parecia que estava andando em círculos me sentia cada vez mais perdida, até que encontrei uma casa velha escondida atrás de algumas arvores, a luz estava acessa por minha sorte ou asar ainda ia descobrir. Bati na porta para ver se alguém me atendia, eu estava toda molhada.

– Alguém ai? Por favor, abra a porta! – eu falo.

– Olá! – diz ele com sua voz grave e seus olhos negros como a noite, me encarando com um sorriso maldoso em seus lábios.

– Vocêeeeee? – pergunto assustada com os olhos arregalados, o coração acelerado e o medo que soava em minha voz tremula.

– Pois é Abby, estava chato no acampamento, pode entrar se quiser, acho que era isso que você queria quando batia na porta não é? – ele fala me encarando.

– Sim, mas Jonny pera ai o que você faz aqui? Essa casa é sua? – falo entrando.

– Não, essa casa é de um amigo, eu fico aqui às vezes, era perto do acampamento preferi vir para cá, mas você está toda molhada, bom lá em cima tem um chuveiro você pode tomar um banho quente e colocar roupas limpas, tenho essa camisa aqui, é melhor do que ficar doente – ele diz me olhando de cima a baixo.

– Obrigada, mas eu estou bem – falo respirando devagar.

– Não precisa ficar com medo Abby, vai logo – ele diz com um sorriso em seu rosto.

– Tudo bem, eu vou aceitar, estou morrendo de frio mesmo –falo sem jeito.

– Aqui está à toalha, pode subir, não vou te espiar, pode ir sem medo – ele me diz.

Eu olho para ele, pego a toalha e subo para o banho, a casa tinha uma aparência de velha, porém estava tudo limpo e organizado, tinha um quarto bem grande, entrei para espiar, parecia um quarto de casal, sai e fui para o banheiro, tomar um banho quente.

Jonny narrando...

Assim que Abby sobe para tomar banho, pego meu telefone,parecia até meu dia de sorte como ela foi parar susto na cabana do patrão, isso com certeza seria um ótima noticia para ele, ligo imediatamente para ele.

– Fala Jonny! – o patrão diz.

– Abby está aqui na sua casa, que é perto do acampamento –digo sorrindo.

– Que boa noticia, faz uma coisa, estou indo agora mesmo ai,saia da casa – ele me diz.

Desligo o telefone e saio da casa, seja o que for que ele quer com a Abby, eu prefiro não estar por perto quando ele chegar.

Abby narrando...

A água estava uma delicia, eu sei que deveria ter recusado entrar na casa quando vi o Jonny, e ter tentando achar o caminho para o acampamento, mas estava com frio e estava escuro, melhor ele do que sozinha, era isso que eu pensava, terminei o banho e coloquei a camisa do Jonny, que em mim parecia mais um vestido. Coloquei a minha roupa aberta para secar lá no banheiro mesmo, e fui descendo a escada para falar com Jonny, quando vejo-o sentado na sala.

– Jonny muito obrigada por emprestar a sua camiseta, deixei minha roupa secando no banheiro, o seu amigo não vai se importar não é? – pergunto com um sorriso, quando ele se virá e não era o Jonny.

– Como você está linda, ainda mais linda do que a última vez que te vi – ele me diz com um sorriso maldoso em seu rosto e eu fico parada sem reação.

– Não vai falar comigo? – ele pergunta.

– Jason? Não pode ser isso não é verdade! – falo olhando pra ele e respirando bem devagar.

– Está surpresa em me ver? Deveria estar feliz! – diz ele ainda sorrindo.

– Você está louco, você acabou com a minha vida, tirou tudo de bom que eu tinha e minha vida mudou completamente quando você apareceu – falo já chorando e tremendo ao mesmo tempo.

– Eu cuidei de você, e a minha vida mudou também, com o nosso encontro – ele me diz se aproximando de mim.

– Mudou? Não chega mais perto se não eu grito – eu digo me afastando.

– Grita? Quem vai te ouvir garotinha? Você poderia sentar para agente conversar séria mais fácil – ele fala com uma voz amigável.

Eu olho para ele e olho para a porta, sem pensar duas vezes eu corro em direção da porta, e ele com uma velocidade já mais vista chegou antes de mim e me encarou dizendo:

– Não adianta tentar fugir, daqui você não sai – ele diz com uma voz grave, mais que o normal pelo que eu lembrava.

– O que você quer comigo? E como você correu assim tão rápido? – eu pergunto sem entender nada.

– Se você tiver paciência posso te explicar tudo, mas não precisa ficar com medo, não vou tocar em você, só se não for preciso – ele me encara com um olhar obscuro.