A New Place To Start escrita por WhateverDhampir


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Sim, acreditem, eu sei o quanto vocês querem me matar . Eu mesma poderia fazer isso por vocês. A questão é que preciso almentar minhas médias na escola já que corro o risco reprovar em matemática e física . Eu ralei muito para estudar e quando estava pronta para postar, adivinha só? Minha mãe me disse que se eu me atrevesse a chegar perto do PC, nós teríamos uma conversinha . O que na língua dela quer dizer que eu faria uma visita à Cronos antes que possa dizer Morada da Noite em voz alta.
Mas para a felicidade de vocês, nesse exato momento ela teve que sair, o que me deu um tempinho para postar ( ando mais vida lok4 que Rose Hathaway - brinks ...ninguém é mais vid lok4 que a Rose hauehaue ). Isso tudo por que, papai Hades me perdoe, mas se alguém tentar me impedir de escrever minha fic, vou fazer um ataque de fúria do Klaus parecer brincadeira de criança.
Mas se preparem por que o cap ta completamente l-a-c-r-a-n-t-e !!
Bem, acho que é isso . Aproveitem.
P.S. Vampire Academy grudou na minha cabeça e provavelmente , quem é fan da saga reconheça algumas coisas hauehaue



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Eu havia acabado de arrancar meu vestido e jogado ele em algum canto em meu quarto quando Stefan voltou do banheiro, já vestido com uma roupa de Jeremy que eu havia lhe emprestado e trancou a porta atrás de si . O problema? Cara, ele estava sem camiseta e, oh deus, aquilo era demais para uma adolescente bêbada . Eu cambaleei e me escorei a beirada da cômoda, tentando recuperar meu equilíbrio . Acho que eu havia bebido um pouco demais . Stefan estava em muita boa saúde e, cara, como eu queria agarra-lo ali mesmo .
Ele parou na frente de minha cama, sua expressão lhe entregando completamente . Eu não sabia se ele estava em choque por me ver sem meu vestido ou se tinha medo de que eu, em todo o meu líbido, o atacasse . Pelo que eu via em minha frente, achava mais facil acreditar na segunda opção .
– Impressão minha, ou de repente o quarto ficou meio abafado?
Eu estava olhando tão fixamente para seu abdômen que não sei como uma cratera não se abriu ali .
– Eu ... Eu acho que sim .
Para mim, enrolação não funcionava . A questão era, eu não estava lá muito sóbria, e Stefan estava ali parado em minha frente todo à minha disposição . Era uma simples equação .
Ele não se afastou quando me aproximei de vagar . Eu temia que ele se afastasse, mas na fora isso que ele fizera . Ao contrário do que eu esperava, ele grudou suas mãos em minha cintura e me puxou, colando nossos corpos . Senti seu olhar descendo pela linha de minha clavícula até o decote de renda do sutiã .
Não eram muitas pessoas que ficavam bem em uma lingerie preta como eu, e eu sabia disso . Aquilo parecia ser a perdição de Stef naquela noite .
– Não deveríamos ...
– Não .- Concordei .- Não deveríamos .
Stefan me levantou, fazendo com que eu envolvesse sua cintura com as duas pernas . Ele nos virou e, antes que eu pudesse perceber, minha costas se chocaram contra a porta do banheiro com um estrondo violento . Eu sabia que aquilo devia ter acordado alguém, mas quando sua cintura me empurrou contra a madeira e seus lábios atacaram meu pescoço, eu não consegui me concentrar em mais nada . Sua mão direita enrolou meu cabelo em volta dos dedos e puxou, dando-lhe melhor acesso . Seus beijos subiram pela linha do lóbulo de minha orelha até alcançarem minha boca ,deixando uma trilha que parecia formigar . Ali não havia a calma ou a demora com a qual ele tinha me beijado antes . Tudo parecia intenso demais e o mundo à nossa volta parecia ter congelado .
Ele apertou minha coxa e deslizou sua outra mão até que ela chegasse no tecido de meu sutiã, apertando meus seios com certa força . Joguei minha cabeça para trás, quase não conseguindo segurar o gemido preso em minha garganta . Eu podia senti-lo contra mim, mais ciente do tecido nos atrapalhando do que eu queria . Senti minhas unhas apertando e arranhando a pele em seus ombros sem que eu pudesse me conter . Aquilo fez Stefan soltar uma espécie de lamento contra minha boca .
Minhas mãos desceram por sua barriga nua em direção ao cós de seu pijama . Eu estava pronta para me livrar daquele incômodo quando Stefan voltou a si . Ele segurou minha mão e parou de me beijar, escondendo o rosto na curva de meu pescoço .
– Não ...
– O que? - Perguntei um tanto frustrada . Ele só podia estar de brincadeira . Vir até esse ponto e simplesmente parar? Aquela parte irresponsável e imprudente em mim gritava para continuarmos, mas eu sabia que Stefan não faria aquilo .
– Não vou transar com você, Katherine . Não hoje .- Ele levantou o rosto e encostou a testa na minha, ainda um tanto ofegante . - Estamos bêbados e eu quero me lembrar quando isso acontecer .
Eu queria teimar . Cara, eu queria mesmo . Mas ele estava certo . Eu estava precipitando as coisas e precisava ir mais de vagar . Apoiei minha cabeça na porta atrás de mim e tentei recuperar o fôlego . Aquela noite não havia saído exatamente como eu esperava .
Stefan me colocou no chão, ainda segurando minha cintura . Eu agradeci porque sabia que se ele não tivesse feito aquilo, eu provavelmente teria ido ao chão.
– Acho melhor dormimos .
Aquilo o fez rir . Ele me soltou e me deu um beijo em minha testa .
– Sim . Provavelmente .

****

Eu estava na arquibancada do gramado da NY high School . Sabia disso porque por toda parte as bandeiras azuis do time se destacavam . Eu me lembrava da pequena brecha atrás da arquibancada que usávamos para beber ou da marca de sangue em uma parte da madeira onde Bradd havia batido com a cabeça de um garoto em uma briga, quase causando sua expulsão do time . Tudo ao meu redor estava vazio e a brisa que soprava minha pele era tão gélida que me fez estremecer .
Já fazia um tempo desde que havia estado ali pela última vez, e ver aquele lugar de forma tão silenciosa, me trazendo mais e mais memórias, só me faziam implorar mentalmente para que eu saísse dali o mais depressa possível . Eu pensava que Bradd pudesse aparecer a qualquer momento, me acusando de tê-lo abandonado . Mas ele não apareceu . Ao invés disso, a figura quase escondida na escuridão da sombra dos vestiários me observava com olhos fixos . Seu rosto parecia ter sido pintado com uma espécie de tinta vermelha . Foi só ao observar com mais cuidado, que notei que aquilo não era tinta . Era sangue .
Em troca, o meu praticamente desapareceu do meu rosto e imediatamente senti minhas mãos começarem a tremer . Eu procurava pelo ar em meus pulmões, tentando me forçar a voltar a respirar, mas eu já havia esquecido de como o fazê-lo . Era ele . Eu não sabia como tinha certeza, mas eu sabia . Ele estava ali por mim .
– Você deveria estar naquele carro . - Ele estava do outro lado do campo, e mesmo assim eu podia ouvir sua voz claramente, perfurando minha cabeça como se tivesse força própria . Sua voz soou gélida demais aos meus ouvidos, e imediatamente senti vontade de tapa-los e começar a chorar .
Ele estava bravo . Mais bravo do que eu jamais o vira, e sua voz me parecia estranhamente selvagem . Eu não poderia culpa-lo . Meu pai estava certo .
–Você deveria estar morta .
–Pai?
As lágrimas haviam saído de meus olhos como se as comportas da represa houvessem sido abertas . Eu não suportaria ouvi-lo dizer aquilo . Uma coisa era eu saber disso . Outra era vê-lo me acusar . Aquilo acabou comigo, como se um animal com garras estivesse dentro de meu peito, abrindo caminho para fora e rasgando tudo dentro de mim .
– Já contou à sua mãe? Que você matou o homem que ela amava? Já contou à ela como você arruinou nossas vidas? E quanto àquela garota? Já contou a alguém o que você fez com ela?
– Pai...Por favor, não ...
Você é a culpada! - Ele gritou, sua voz ecoando no campo e machucando meus tímpanos . - Você devia ter morrido . Isso é tudo sua culpa, você sabe que é ! Sua mãe está sofrendo e, por sua causa, ela foi obrigada a deixar o lar dela para trás .
– Acha que ela é a única que está sofrendo?- Eu gritei de volta, ficando de pé na arquibancada . Eu não podia deixar ela continuar a falar . Aquilo me mataria .- Acha que ela é a única que sente falta de casa?! Eu sei, tá legal?! Sei que deveria estar morta! E não importa quantas vezes eu diga a mim mesma e o quanto eu acredite, eu sei que sou a culpada! Eu sei que sou a culpada por tudo . Sei o que fiz com aquela garota...
– Katherine? Katherine!- Eu ouvi ele me chamar .
Mas não era a voz dele . Aquela estava mais distante, me chamando com delicadeza . Eu reconheci a voz antes mesmo de abrir meus olhos para o quarto iluminado .
Eu ainda estava deitada em minha cama, enrolada nos lençóis . O travesseiro em baixo do meu rosto estava molhado e eu podia sentir a rastro que as lágrimas haviam deixado enquanto Stefan balançava de leve meus ombros, tentando fazer com que eu acordasse . Ele estava sentado do meu lado da cama, me observando com olhos preocupados e hesitantes .
– Hey, você está bem? - Ele perguntou, tirando as mechas desordenadas do meu cabelo do meu rosto .
Eu me sentei, tentando acalmar minha respiração instável e senti minha cabeça latejar com a dor . Abracei minhas pernas contra o peito e escondi meu rosto, tentando ordenar o que era real e o que não era . O coração dentro de meu peito batia em um ritmo desesperado, quase parecendo tentar escapar de mim .
– Katherine?
– Estou bem . - Respondi de supetão . Foi só então que percebi o quanto havia sido rude . Levantei minha cabeça e olhei em seus olhos . Ele não parecia ofendido e,sim, preocupado . - Me desculpe .
– Não, não . - Stafan se aproximou e me puxou contra seu corpo, me abraçando e encostando minha cabeça em seu ombro .- Está tudo bem .
Eu me apertei contra ele, tentando buscar algo em que me segurar enquanto eu tentava voltar a realidade . Parecia tudo tão real. Como... como se ele realmente estivesse ali, gritando comigo por tê-lo matado . Aquilo me assustava tanto ...
–Quer conversar sobre isso?
Eu neguei . Realmente não queria contar a ele o motivo de meu pesadelo e muito menos lhe contar que eu havia mentido sobre o acidente, ou sobre outras coisas. Não agora . Não era a hora certa .
– Estou bem . - Eu sorri, tentando ser o mais convincente possível . Eu sabia que ele não havia acreditado, e mesmo assim fez o que pode para disfarçar suas dúvidas . Mais uma vez agradeci .
Levantei, vestindo a blusa que estava jogada no chão ao lado da cama - não me pergunte - e decidi que seria melhor tomar um banho . Eu abri a porta com pouco ânimo, e o que não esperava era ver Jeremy parado na frente da porta Como se estivesse prestes a bater .
– Hey! Katherine! Mamãe pediu para que eu lhe acordasse . Eu ...- Ele estava prestes a dizer alguma coisa quando olhou para trás de mim . Eu sabia que Stefan estava lá, praticamente nu, e a cor no rosto de Jer desapareceu . Ele olhou para mim e então suas bochechas coraram . - Eu não sabia que...
– Ah! Não, não! Ele só dormiu aqui . - Me pus à negar imediatamente . Eu sabia no que meu primo estava pensando .
Sua cara se fechou , e emburrado ele se virou e saiu dali .

– Meu melhor amigo está transando com minha prima . Meu dia não podia ficar melhor . O que diabos...- Ele foi resmungando até sair de vista .
Ah, cara ...
– Ele...?
– Vai ficar bem .- Sorri, respondendo sua pergunta não terminada. - Ele só está me protegendo .
Stef sorriu com a ironia daquilo e se deixou cair de volta na cama .
Meu banho não foi tão rápido . Meu cabelo, de uma forma que eu não sabia como, havia sido impregnado com cheiro de cigarros, e eu me peguei ensaboando-os incansavelmente. Havia resíduos de maquiagem borrada ao redor de meus olhos . Minha cabeça latejava e quando a água quente bateu de encontro com meus ombros, senti todos os meus músculos relaxarem .
Quando saí, Stefan já estava de pé, vestindo as mesmas calças que havia usado na noite passada . Ele estava vestindo sua camisa, de costas para mim quando eu liguei o secador para secar minhas mechas molhadas .
– Se importa se passarmos em casa no caminho para escola? - Ele perguntou, abraçando-me por trás .
– Tudo bem .
Os olhos de Stefan se encontraram com os meus no espelho . Ele sorriu. De alguma forma, aquilo fez meu peito se encher de alívio . Eu achava que ele estaria bravo por não ter lhe dito o que havia acontecido ao acordar . Mas ele estava calmo, como sempre aparentava estar .
– Acho melhor eu descer descer primeiro . - Propus quando meu cabelo estava seco.
Sentei-me na cama e calcei meus saltos, pronta para tomar café . Ele assentiu,terminando de se arrumar, e então eu sai .
O cheiro de café da manhã tremulou ao meu redor quando entrei na cozinha . Tia Miranda, Jeremy e minha mãe já estavam sentados , comendo . Tio Grayson já devia ter saído para trabalhar como sempre . Jenna e Miranda conversavam animadamente como se aquilo não fosse uma segunda de manhã , enquanto Jeremy atacava suas panquecas com uma cara nada amigável .
– Bom dia, Katherine! - Tia Miranda me cumprimentou com um abraço quando me sentei ao lado dela . Sua voz pareceu um pouco alto aos meus ouvidos e minha cabeça latejou .
Minha mãe sorriu para mim do outro lado da mesa, me olhando atentamente . Enquanto eu começava a comer, podia sentir os olhos dela sobre mim, como se esperasse um relatório da festa . Algumas coisas nunca mudavam, exceto que antigamente eu era mais aberta com ela,mas costumava cortar alguns detalhes . Agora, toda vez que eu contava para ela algo que antigamente a teria feito rir, hoje eu conto com medo de que ela comece a chorar por relembrar cada simples memória . Então, eu apenas baixei a cabeça e continuei a comer .
Quando Stefan desceu, totalmente lindo naquele casaco dos Timberwolfs, escutei Jer resmungar para sua comida .
– Stefan, querido ! Jeremy não disse que tinha lhe convidado para passar a noite aqui . Já faz tanto tempo desde a última vez . - Tia Miranda cumprimentou o garoto, fazendo meu primo levantar a cabeça e nos encarar .
Eu olhei em seus olhos, quase desesperada por ajuda . Eu o encarei, quase implorando, até que ele finalmente suspirou com aquela cara de 'você devia encarar as consequências dos seus atos' e se deu por vencido .
– Pois é . - Ele bufou, me encarando . - Eu realmente devia ter avisado, não é?
Depois disso, ficamos em silêncio, enquanto minha mãe e tia Miranda conversavam . Stefan se sentou ao meu lado, sua mão esquerda descansando sobre minha coxa sem que ninguém notasse . Ou quase ninguém . Jeremy, que havia se mostrado tão compreensível no dia anterior, agora bancava o irmão mais velho e super protetor . Ele não parava de nos encarar com uma expressão nada agradável, como se fosse se jogar por cima da mesa contra Stefan, que depois de um tempo pareceu desconfortável e acabou colocando as duas mãos sobre a mesa em uma oferta de paz .
Era bobagem do dois . Jeremy certamente pensava que havíamos dormido juntos e estava exagerando . Já quanto a Stefan eu não entendia seu medo repentino do amigo . Não é como se ele fosse matá-lo com um bastão de beisebol na mesa do café nem nada disso .
– Acho melhor eu ir andando . - Stefan se levantou com um aviso nos olhos .
– Oh ! Eu posso ... pegar uma carona com você? - Perguntei como quem não quer nada . Jenna e Miranda pareceram não ver nada demais, mas Jeremy tinha um olhar de quem estava tentando juntar as peças .
– Eu posso te levar .- Ele disse, tentando claramente evitar aquilo .
– Não, não! Tudo bem . Eu precisava conversar com Stefan sobre...sobre... o trabalho de Biologia .
– Não temos trabalho de Biologia .
– Claro que temos .- Eu o avisei com um olhar . Ou ele calava a boca, ou eu mesma o mataria , e minha dor de cabeça e meu humor não tão bom me fizeram seriamente pensar na segunda opção .- Bem, eu vou indo .
Me despedi de Miranda e Jenna e segui com Stefan para fora, deixando um Jeremy nada feliz cutucando a comida . Assim que chegamos perto do Fiat Spider vermelho de Stefan estacionado cuidadosamente na rua, o garoto simplesmente começou a rir, como se aquilo fosse normal . Eu o vi entrar no carro e seus ombros sacudirem . Eu não sabia qual era a graça, mas a simples risada dele logo fez com que eu começasse a rir também.

****

Encontramos Bonnie e Nadia na sala de aula após passarmos na casa de Stefan para que ele tomasse um banho. Elas não estavam muito melhores que eu . Bonnie tinha uma aparência meio doente e Nadia estava quieta em sua mesa com óculos de sol e um casaco com gorro . Acho que a ressaca finalmente havia caído sobre elas e, pela aparência que tinham, fez eu me sentir totalmente saudável . Mesmo assim, Stefan respeitou meu silêncio . Ele se sentou comigo, ocupando o lugar na aula de Biologia que normalmente era ocupado por Nadia,emburrada em seu canto, e me puxou para um abraço de modo que eu ficasse confortável apoiada em seu corpo . Eu coloquei minha cabeça em seu ombro, sentido o cheiro de camomila e menta que exalava de sua pele e me deixei descansar por um momento. Jeremy teria aula do outro lado da escola no primeiro tempo, o que me fez suspirar de alívio já que achava que não seria capaz de aguentar mais um olhar torto . Estava tudo bem enquanto esperávamos a aula começar, e eu seriamente achava que poderia passar a manhã naquela mesma quietude . Bem, eu era realmente uma idiota .
Alguns minutos depois Damon, Tayler e Rebekah entraram pela porta parecendo o centro do universo . Acho que eles haviam sobrevivido ao álcool, mas as olheiras de Tyler mostravam que ele teve uma noite agitada . Rebekah Mikaelson estava completamente superficial e indiferente como sempre e eu podia jurar que havia quilos de maquiagem em seu rosto, mas assim que ela colocou seus olhos em nós, eles brilharam de raiva. Eu já havia percebido que ela tinha uma espécie de quedinha por Stefan e ela não sabia disfarçar muito bem a frustação quando era rejeitada quase perceptivamente . Já Damon ... Bem, era o Damon . Totalmente composto e maravilhoso com sua comum jaqueta de couro, parecia nem mesmo fazer um mínimo esforço para continuar bonito . Cara, como eu odiava ele ser tão lindo . Eu estava torcendo para que eles passassem direto,mas o universo parecia ter algo contra dias comuns e calmos .
– Hey, Forbes belo arremesso ontem, cara! Mandou bem .
Tyler parecia o estar elogiando, e qualquer um poderia dizer que ele realmente estava . Mas era o Tyler, e eu já havia sacado qual era a dele assim que sua boca se abriu . Um brilho de deboche estava sempre em seus olhos e Damon tinha aquele mesmo sorrisinho cínico de sempre .
Eu me sentei e me endireitei em meu lugar quando senti Stefan ficar tenso .
– E você ... deve ser Katherine, certo? - Tyler sorriu com interesse em minha direção . A mão de Stef que segurava a minha de repente pareceu ter força demais . - Sou Tyler Lockwood . Ouvi falar de você, mais do que já ouvi falar de muitas novatas dessa escola . Você é prima de Jeremy , certo?
– Sim. Eu sou . - Sorri um tanto forçadamente . Eu sabia que Tyler não era flor que se cheire, mas não seria eu a má educada .
– Olha, se precisar de qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, não hesite em me procurar . Pessoas me devem favores e posso arrumar tudo o que você precisar . Afinal, nós do time somos uma família, e se você é prima de Jeremy, então é minha prima também .
Tyler piscou para mim enquanto Rebekah soltava uma risadinha logo atrás, e tudo que eu conseguia pensar era 'idiota' . Agora mesmo eu podia entender porque Jeremy insistia em dizer que eles eram superficiais . Eles faziam uma poça parecer o oceano Atlântico .
– Rebekah me contou que já se conheceram e acho que também já se esbarrou com esse aqui . -Ele apontou para Damon como quem não quer nada, mas o sorriso que ambos deram me fez crer que Tyler já sabia da história toda .
Damon sorria de uma forma irônica e quase provocativa, como se quisesse me desafiar e ver se eu era capaz de confronta-lo novamente com os amiguinhos dele ali .
– Eu sei quem ele é .- Sorri falsamente, tentando acabar logo com aquilo . Aquilo só fez o sorriso do garoto aumentar, mas eu podia notar um ar de surpresa em seus olhos . Talvez uma pequena parte dele esperava que a garota com quem ele havia discutido fosse apenas meu lado mau humorado e descuidado, como se de repente eu perceberia que encara-lo era errado e então ele retomaria seu lugar na cadeia alimentar . Cara, como ele estava errado . Damon Salvatore só havia conhecido meu lado doce até agora .
– Bem, estão deixe-me lhe dar os parabéns pela dança de ontem . Uma garota como você era tudo que Mystic Falls precisava .
– Como eu? - Perguntei ao sentir minhas bochechas corarem com o comentário da dança . Eu realmente não precisava me lembrar daquilo, mas eu não deixei ele perceber, então apenas ergui minha sobrancelha e o encarei daquela forma que Raven costumava dizer que me fazia parecer mais alta .
– É, sabe ... algumas pessoas aqui tem medo de se divertir . Você será bem vinda em nossa mesa se decidir ver o lado divertido da nossa cidade .

Aquilo fez uma partezinha da velha Katherine se acender novamente em mim, desesperada para derrubar aquela pose dele e fura-lo com um salto agulha. Eu me curvei com os cotovelos sobre a mesa, dei uma breve olhadela para Stefan e dei meu melhor olhar inocente para Tyler .
– Obrigada, mas eu acho que já estou me divertindo bastante onde estou .- Acho que Stefan entendeu o que eu quis dizer, porque assim que eu lhe olhei novamente ele ficou vermelho e então começou a rir . Rebekah ficou com aquela cara de quem estava boiando e Tyler e Damon perderam seus sorrisinhos por um instante ao perceberem que estavam sendo zoados . Mas não era como se aquilo fosse afeta-los . Damon Salvatore apenas adquiriu aquela pose de quem não se importa e o garoto Lockwood sorriu cético outra vez .
– Bem , me avise se mudar de idéia .
Ele piscou para mim e saiu de la seguido pelos outros . Eu vi Rebekah caminhar sobre seu salto gigantesco até de seu lugar, do lado direito da sala enquanto os garotos, sentando-se em sua frente, conversando e rindo . Parecia uma típica cena de filmes de terror onde os adolescentes esnobes se sentavam para conversar, pouco tempo antes de terem suas mortes trágicas e sangrentas .
– Você é louca. - Stefan sussurrou ao passar o braço ao redor de meu pescoço . Eu podia senti-lo sorrindo contra meu cabelo . - E é perigosa .

****

– Qual é, Jeremy ? Até quando você vai me ignorar ?- Perguntei pela milésima vez ao meu primo, caminhando a minha frente com passos pesados e bufando .
Eu vinha tentando conversar com ele desde o começo da aula de Física, tentando explicar que o que havia acontecido entre Stefan e eu não passava de um engano, mas Jeremy era teimoso demais para me ouvir . Ele tinha me ignorado durante toda a aula com a desculpa de que queria prestar atenção na aula, e quando o sinal tocou para o almoço ele saira pisando duro pelo corredor, esbarrando em algumas pessoas que o encaravam sem entender nada . Estava um pouco difícil alcançar seus passos rápidos e longos ao longo dos corredores enquanto eu usasse aqueles saltos e pedir a ele para que parasse era como falar com uma parede .
– Jeremy Summers Gilbert, você vai parar agora mesmo e vai escutar o que eu tenho para dizer. E isso não é um pedido! - Eu gritei as ele, fazendo até mesmo algumas pessoas olharem em nossa direção com o susto .
Minha voz saiu alta e com aquele tom autoritário que era a única coisa que Jeremy sabia que sempre devia obedecer . Ele parou no meio do corredor de costas para mim e soltou um suspiro . Quando se virou de cabeça baixa para mim, eu segurei seu braço e o arrastei para perto do meu armário no final do corredor . Eu até mesmo parecia estar carregando uma criança mal educada pelo braço como se houvesse feito birra na frente dos pais .
– O que você quer?
– Não fale assim comigo, tá legal ? Você não pode me tratar assim.
– Veja e aprenda.
Eu suspirei enquanto tentava me acalmar . Meu primo me encarava com aquele ar de superioridade como ele sempre fazia quando estava chateado ou magoado . Aquilo era algo de família e realmente me irritava quando vinha de alguém além de mim .
– O que você viu lá hoje de manhã ... nada aconteceu, está bem?
– É claro que não . Vou apagar aquilo de minha mente e realmente não tentar pensar no que minha prima caçula estava fazendo no quarto dela com meu melhor amigo . Talvez vocês estivessem trocando figurinhas, quem sabe?
– Não tem no que pensar, Jer ! Nada aconteceu .
– Diga isso para o chupão no seu pescoço . - Jeremy levou a mão a barra de minha jaqueta e apertou de leve a pele abaixo da gola onde ele com certeza devia estar vendo alguma marca . Aquilo fez com que me repreendesse por não ter verificado marcas em minha pele antes .
– Ok. Talvez... tenha rolado alguma coisa .
Eu levantei minha gola por reflexo, tentando levar minha pele para longe do alcance da vista de Jeremy . Isso pareceu só irrita-lo mais, e tive que segura-lo quando ele fez menção de sair dali .
– Mas não é nada do que você está pensando .
– E como você sabe o que eu estou pensando, Katherine, mas que droga! - O corredor ainda não estava totalmente vazio, com alguns poucos alunos aqui e ali . Mas eu esperava que o ataque de Jeremy não chegasse aos ouvidos deles . Meu primo passou as mãos nos rosto,tentando se acalmar . - Sabe, uma parte de mim - Ele sussurrou - realmente esperava que pudesse ser diferente .
– O que quer dizer com isso?
– Eu quero dizer, Katherine, é que eu esperava que você não se abrisse pro primeiro cara que mostrasse o mínimo de sentimentos por você outra vez .
Outch . Essa doeu, pensei me afastando . Seria mais fácil se ele tivesse me socado .
Jeremy olhou em meus olhos e só estão ele pareceu perceber o quanto aquilo havia me atingido . Eu realmente esperava aquilo de qualquer um, qualquer um mesmo, menos de Jeremy.
– Esse é o seu jeito sutil de me chamar de vadia?
– Katherine ...- Ele levantou a mão, como se pudesse me alcançar, mas eu me afastei .
– Quer saber por que ele estava no meu quarto noite passada ? Não foi por que estávamos fazendo algo errado, ou por que estávamos transando, Jeremy .- Minha voz começou a se elevar, e em algum momento ali eu pude sentir algumas lágrimas começarem escapar de meu olhos . - Ele estava ali por que eu estava com medo de deixá-lo ir! Ele estava ali por que estávamos bêbados, e eu não queria ver mais uma pessoa entrar em um maldito carro, só para depois policiais baterem na minha porta e eu ter que me preparar para mais um velório . Ele estava ali, Jeremy, por que eu não queria ter que ver meu primo sofrendo da mesma forma que eu sofri nessa droga de vida por perder alguém ! Então se você quer pensar que, após tudo que eu passei, continuo a mesma vadia, hipócrita e vagabunda que eu era antes, vá em frente . Eu realmente não dou a mínima . Mas você, de todos, deveria entender .
Não dei tempo para que ele dissesse mais nada, por que sabia que se eu ficasse ali na frente dele, demancharia em mil pedaços . Ao invés disso, eu dei as costas para Jeremy e sai em disparada pelo corredor, apenas a tempo de ouvi-lo gritar meu nome uma última vez .
Quando irrompi pela porta da sala de química, eu chorava tanto que as lágrimas já encharcavam minha blusa .
Maldito Jeremy, pensei chutando a primeira cadeira que vi em minha frente . Aquilo só me fez sentir dor e minha raiva aumentou . Eu estava tão irritada . Irritada com Jeremy por ser um idiota, mas irritada principalmente comigo mesma por deixar me importar tanto com esse tipo de coisa . Quando foi que eu havia me tornado essa criatura fraca que chorava por qualquer coisa ? Eu simplesmente odiava ser tão frágil .
Me sentei em cima de um das mesas e apoiei minha cabeça em minhas mãos . Eu sabia exatamente por que estava chorando . Eu estava chorando por que eu havia sido estúpida em acreditar que Jeremy realmente confiava em mim, estúpida em pensar que ele estava só preocupado comigo quando na certa ele estava apenas cuidando para que eu não acabasse com sua reputação . Eu estava chorando por que Jeremy e eu nunca discutíamos, e quando isso acontecia ficávamos mal por muito tempo . Eu chorava por que no meio de tudo aquilo algo dentro de minha cabeça gritava 'Culpada ! Culpada' . Eu chorava por que agora, sem Jeremy para segurar meus pedaços, coisas ruins vinham em minha cabeça .
Eu me lembrei do pesadelo que tivera de manhã, antes de acordar nos braços de Stefan . Me lembrei de meu pai dizendo que eu era culpada . E em algum momento eu realmente percebi que de alguma forma eu era realmente culpada por tudo aquilo . Se eu não tivesse aprontado na escola, papai não estaria lá, se ele não estivesse lá nós não teríamos que nos mudar para essa cidade e eu definivamente poderia ficar ao lado de meus pais e de minhas amigas e concertar todos os meus erros . Eu era como um imã, atraindo tudo de ruim . Eu atraía morte . Eu tinha certeza disso por que sabia que a morte de meu pai não fora a única que eu havia causado .
Não pense nisso, Katherine, eu me repreendi . Você prometeu . Prometeu à Charlotte que nunca falariam ou sequer pensaria nisso . Esse era um daqueles segredos que devia ser enterrado no fundo de sua mente para sempre .
Em algum momento enquanto eu estava perdida entre as lágrimas, memórias e minha própria raiva, a porta se abriu e risadas invadiram o lugar . Eu vi Damon Salvatore e alguma garota de sua longa lista, entrarem na sala aos risos parecendo aprontar para usá-la em algo que eu certamente não queria presenciar . Virei de costas e limpei meu rosto da melhor forma que pude, até que eles finalmente perceberam que não estavam sozinhos .
– Ops! Acho que a sala já está ocupada .- A garota ruiva riu quando me virei de costas, tentando esconder meu rosto .
– É ... Se importa de esperar um pouquinho lá fora, querida?
– Ah, não! Claro!
Ouvi a porta se abrir novamente antes que Damon soltasse um moxoxo .
– Hey, será que pode me explicar por que o idiota de seu primo está socando armários no corredor . Claro, além do fato de ele ser um otário . - Damon tinha aquele tom de deboche que ele sempre usava e aquilo, se possível, me irritou ainda mais .
– Não acho que isso seja da sua conta . - Praticamente rosnei, encarando as árvores do lado de fora da janela . Eu vi o reflexo de Damon no vidro, me encarando, e algo me dizia que ele podia ver meu rosto marcado de lágrimas .
– Calma aí, estressadinha ! Estou tentando ser legal aqui .
– Não sabia que você era capaz disso .
Fechei minhas mãos em punhos tentando me controlar . Eu queria tanto socar algo, e a presença de Damon ali não estava ajudando . Eu me sentia como se pudesse matá-lo com toda sua estupidez.
– Bem, não sou eu quem está procurando confusão . Aliás, nem sei por que você me odeia tanto, afinal, você nem me conhece .

Eu me virei para encarar os olhos azuis dele. Se ele não tinha visto meu estado, agora, quando seus olhos se arregalaram, ele certamente havia visto . Eu vi pena passar por seu olhar, antes que ele voltasse a assumir sua pose de sempre, e aquilo me irritou ainda mais . Eu não precisava de pena, muito menos vinda dele .
– É aí que você se engana, Salvatore . Eu sei exatamente quem você é, por que eu já fui como você . - Eu me aproximei dele, o encarando . Havia surpresa em suas expressão, como se ele nunca esperasse ser desafiado do jeito que eu o desafiava .- Você não passa de um adolescente mimado, fútil, idiota e impertinente que acha que pode ter o que quer, quando quer, do jeito que você quer . Você manipula as pessoas para ter o que quer, e quando as coisas não saiem como planejado você age como uma criança birrenta . Você trata as pessoas como a escória da humanidade, a não ser que elas sejam oportunas para você, e arrasta garotas para cama achando que pode usá-las como bem quiser e depois descarta-las . Você, Salvatore, age como se não se importasse com as pessoas e é idiota por que tem medo de se magoar . E no meio de tudo isso, você acaba percebendo que na verdade não passa de uma criança assustada com medo do escuro . Quer ter tudo e todos sob controle, Damon, por que assim, com sua vidinha miserável e previsível, você não pode ser surpreendido, mas adivinha só? Pode pegar essa sua mania por controle e enfia-lá onde o Sol não bate . Você não pode me controlar, e tem agido como o maior babaca desde que cheguei por que sabe disso . Então, eu vou lhe dar um concelho . - Eu cutuquei seu peito, fazendo com que ele desse um passo para trás .-Fique longe de mim, por que eu ainda me lembro como derrubar um otário como você .
Depois de despejar tudo aquilo em cima dele, eu o deixei para trás com a maior cara de bunda . Acho que eu o havia irritado, mas não dava a mínima . A garota no corredor estava parada perto da porta parecendo perplexa . Acho que ela havia ouvido pelo menos uma parte da discussão .
Eu não estava com clima para aula hoje, não mais . Então apenas peguei minhas coisas e decidi que seria melhor dar o fora dali.


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Notas finais do capítulo

O-M-G- !! Katherine soltando franga !! Mas gente ... alguém apaga o fogo dessa mulher , please, por que acho que ela tá meio Petrova hauehauehaue
Jeremy sendo um idiota , que droga ... Mas é a vida . A gente releva .
Bem, espero que tenham gostado e levem como uma oferta de paz pela demora ...
Me digam o que acharam e até a próxima ! :D



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