A New Place To Start escrita por WhateverDhampir


Capítulo 31
Capítulo 27 – Você está morta para mim.


Notas iniciais do capítulo

OLHA QUEM TÁ DE VOLTA COM CAPÍTULO NOVO!!
Bem gente, chegamos ao final. Queria dizer que foi um prazer enorme escrever para vcs. Essa foi a primeira historia que eu realmente consegui levar ate o final, e nada disso seria possível sem esse apoio maravilhoso de vcs. que fique claro que todos estão guardadinhos no meu coração s2.
Maaaaaaas, A segunda temporada de A New Place To Start já esta sendo escrita, e eu posso dizer que vcs verão um lado um tanto mais... rebelde da nossa Kath. Vou deixar vcs na curiosidade haeuhaueaheu
boa leitura e leiam as notas no final do capítulo pq tenho mais um recadinho para dar.



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São as coisas que mais amamos que nos destroem. – Jogos Vorazes

Eu estava esperando por Stefan no estacionamento quando Damon apareceu. Ele saiu do prédio e caminhou até seu carro, não muito longe de onde eu estava. Era de certo modo engraçado vê-lo com um curativo no nariz. Eu nem sequer havia pensando na possibilidade de algum dia vê-lo daquele jeito e acabei rindo, embora ainda estivesse um pouco irritada.

–Que bom que eu lhe divirto, Pierce. – ele sorriu quando eu me aproximei, colocando as mãos nos bolsos de sua calça jeans ao se recostar sobre o capô de carro.

–Deixe- me da uma olhada nisso. – eu peguei seu rosto entre as mãos e virei de um lado para o outro para examinar. – Não está tão ruim.

–Ruim é como vai ficara cara do seu namoradinho se ele me irritar novamente.

–Ele não é meu namorado. – foi a única coisa que eu disse, me escorando ao seu lado enquanto tentava evitar que começássemos uma discussão ali mesmo.

–Bem, alguém deveria avisar a ele sobre isso. Meus amigos não vão estar lá da próxima vez para me segurar.

–Por que vocês garotos são tão idiotas?

–Ei, não me olhe assim. Foi ele quem começou. E, além disso, sou eu quem está machucado aqui.

Eu ri da cara inocente que Damon fez. Se tinha uma coisa que ele não era naquela historia, era a vitima. Antes que eu pudesse dizer algo mais, Stefan saiu do prédio pela mesma porta da qual Damon tinha saído. Ele olhou em nossa direção e saiu irritado na direção do próprio carro.

–Eu vou... – hesitei. Será que Damon ficaria bravo se eu fosse conversar com Stefan?

–Tudo bem. – ele deu um pequeno sorriso, bagunçando meus cabelos. – Vai lá. A gente se vê amanhã.

–Tá legal.

Eu deixei o Salvatore para trás e corri atrás de Stefan.

–Ei! – ele me ouviu, porém me ignorou, abrindo a porta do carro. Eu empurrei a porta de volta para o lugar, impedindo que ele me deixasse ali falando sozinha. – Stefan.

Com um suspiro, o garoto se virou para mim, impaciente.

–O que é?

Ouch. Essa havia doido. Será que ele sentia tanta raiva assim? Não era ódio que eu via em seus olhos. Era indiferença. E naquele momento eu percebi que preferia que ele me odiasse. Preferia que ele tivesse gritado comigo ou dito algo horrível. Eu não podia lidar com indiferença porque eu simplesmente não sabia como agir com aquilo.

–Stefan...

–Pare. – ele fechou os olhos e suspirou antes de abri-los novamente. – Eu não quero as suas desculpas. Na verdade, eu não quero nenhum dos seus discursos sobre como você sente muito ou sobre como estava pensando em me contar tudo. Você deve ter imaginado a minha cara quando minha mãe me disse que havia levado você e Damon sob custódia enquanto tentavam escapar. Juntos.

–Eu ia lhe contar. Eu juro. Mas tudo aconteceu tão rápido e as coisas andam tão loucas, Stefan. Muita coisa anda acontecendo, você não sabe...

–Você está certa. Eu não sei. Porque ultimamente você não fala comigo. Eu nem sequer me lembro de quando conversamos de verdade. Ao invés disso, você constrói um muro. Mas é claro que o Salvatore não tem dificuldades em pular esse muro, certo?

–Não é verdade.

–É claro que é. – ele passou as mãos pelo rosto, parecendo exasperado. – Sabe, quando você chegou aqui e eu vi você, me lembro de como fiquei bobo. E então nós conversamos e tinha uma garota maravilhosa que me entendia, que me conhecia, e eu queria ficar com ela. Mas nos últimos dias tudo no que eu consigo pensar é... eu não conheço você, Katherine Pierce.

–Você me conhece. – eu segurei se rosto entre as mãos para fazê-lo me olhar, mas Stefan se afastou. Foi como se eu tivesse levado um tapa. – Você sabe de tudo...

–Não é sobre isso que estou falando. Katherine, o que você quer?

Eu parei por um segundo, sem saber o que ele queria dizer com aquilo.

–O que eu...

Stefan riu sem humor.

–É disso que estou falando. Sabe, alguns dias atrás você odiava Damon com todas as suas forças, você disse que queria ficar comigo e era... estável. Eu achei que poderia ter com você qualquer espécie de relação que você quisesse e tinha aceitado o fato de que você não queria nada sério. Mas então, depois que suas amigas chegaram, você mudou. Começou a se fechar e a andar com o Salvatore e de repente está indo presa.

–Então é por isso? É disso que se trata? Você está bravo comigo por que saí com Damon? Por que mudei de opinião sobre ele?

–Não, eu não estou bravo com você, Kath. – ele suspirou. – Estou bravo comigo mesmo por pensar que isso poderia dar certo.

–Stefan, o que você...

–Estou terminando com você, Katherine. Ou seja lá o que for que nós temos.

Eu o encarei, sem acreditar que ele poderia estar falando sério. Quer dizer, eu poderia aceitar que ele estivesse bravo por eu ter omitido algumas coisas ou até mesmo com ciúmes. Mas não aquilo.

–Espera aí! Você está me dando um fora? – Fala sério! Eu nunca tinha levado um fora.

–Você precisa de um tempo para pensar no que realmente quer e quem quer ser. Por que eu não sei se posso viver nessa montanha russa enquanto você varia entre a antiga e a nova Katherine. Pense, e então, se você ainda quiser continuar comigo, eu vou aceitar. Eu vou ficar com você. Se não... bem, isso depende de você.

Sem ao menos me deixar falar mais nada, ele entrou no carro. Eu fiquei ali, encarando o asfalto como se não pudesse acreditar que realmente havia ouvido aquilo, enquanto ele ligava o carro e dava o fora daquele estacionamento. A vontade de socar algo ou de ate mesmo fazer algo estupido pareceu borbulhar em mim. Ele não tinha o direito de me chutar. Talvez fosse infantilidade minha pensar naquilo, mas que se dane! Eu era uma garota e meu orgulho intacto havia acabado de ser quebrado.

Eu tive de me controlar para que lágrimas de frustação não rolassem por meu rosto. Eu odiava completamente ficar frustrada, e naquele momento era exatamente como me sentia.

–Então, Charlotte está nos esperando no carro e se quisermos pegar a seção das seis é melhor... – Raven havia se aproximado de mim por trás, mas se calou assim que me virei. Nós havíamos combinado de ir ao cinema, mas naquele momento era a ultima coisa que me importava. – Ah droga. Você está com aquela cara.

–Que cara? – minha voz saiu fria e controlada, mas eu tinha certeza que não poderia dizer o mesmo de minha expressão.

–Aquela cara de “quero atirar alguém para dentro de um vulcão ativo e assisti-lo queimar até a morte”.

Eu passei a mão por meus cabelos, afastando os cachos do rosto e suspirei.

–Acabei de levar um pé na bunda.

Os olhos de R se arregalaram.

–O quê? Do santo Stefan? Fala sério! Ele nunca terminaria com você.

–Não estávamos namorando. – eu a lembrei com um sorrisinho sarcástico.

–Tanto faz. – ela revirou os olhos. – Tem de ser algum engano.

–Então alguém precisa avisar a ele. – meu tom foi raivoso.

Eu sabia que não podia descontar em Raven, afina, ela não tinha culpa de nada daquilo. Então eu me curvei e coloquei as mãos sobre os joelhos como se estivesse sem fôlego. Eu precisava dar o fora dali. Me trancar em meu quarto pelo resto do dia e gritar contra o meu travesseiro. Acredite, Katherine Pierce não precisava de apoio moral ou conselhos. Ela precisava extravasar a raiva. E conhecendo-me bem, Raven não me ofereceu um abraço solidário. Tudo que eu menos precisava era pena. Mesmo vinda de minha melhor amiga.

–Vá para casa. – ela disse, cruzando os braços na frente de peito e agindo com indiferença. Essa era sua forma de tentar me fazer pensar que aquilo não havia sido nada demais. Que Stefan me procuraria mais tarde, implorando para voltar e que o mundo continuaria a girar. – Eu aviso Charlotte.

Sem hesitar, eu assenti e passei por ela, caminhando com passos firmes e irritados ate meu carro. Damon não estava mais ali, o que me encheu de alivio. Eu realmente não precisaria dele como espectador naquele momento. Eu liguei o carro e acelerei, fazendo os pneus cantarem e assustarem alguns alunos enquanto eu caia fora dali em uma velocidade nada recomendável para um estacionamento escolar.

****

Eu tinha acabado de virar na rua de casa quando as vi. Eu não sei exatamente como as reconheci, mas no momento em que as vi sair pela porta de casa, eu joguei meu carro para o acostamento alguns metros antes da frente da casa dos Gilbert. Eu não estava longe e podia vê-las com clareza. Certamente eram a mulher e a garota de cabelos escuros que Anna havia visto na loja de Jenna. A mulher mais velha parecia ter certa classe. Ela caminhou sobre seus saltos até o carro com o queixo erguido. Parecia não ter mais de trinta e poucos anos e tinha longos cabelos lisos. A garota que a seguia parecia ser muito mais nova. Eu não consegui exatamente ver seu rosto já que ela tinha a cabeça baixa e as mechas castanhas lisas cobriam seu rosto. Mas onde as roupas de sua mãe eram elegantes e quase luxuosas, as da garota eram coloridas e simples. Eu poderia até chutar que era a garota mais sem sal que eu já havia visto.

Eu não sei exatamente como tomei aquela decisão. Mas assim que a garota entrou no carro e a mulher abriu a porta do motorista, eu tinha descido do meu carro.

–Ei, você! – eu a chamei, caminhando até ela. A mulher pareceu surpresa por me ver e por um momento me analisou de cima a baixo antes de parar com os olhos no meu. Eu não sabia o que exatamente tinha visto em seu rosto, mas ela se recuperou e assumiu uma expressão neutra e fria antes que eu pudesse dizer se era pânico ou confusão.

–Sim? – ela perguntou com indiferença. O vidro do carro tremeu um pouco enquanto abria, mas antes que eu pudesse ver quem era a garota, a mulher apertou o pequeno controle do veiculo, fazendo as portas se trancarem e o vidro se fechasse.

–Quem é você e o que está fazendo em minha casa?

Ela me analisou friamente por mais um momento de cima a baixo. Continuando com seu queixo erguido como se fosse superior, ela levantou uma sobrancelha.

–Meu nome é Isobel Flemming. – ela disse aquilo da mesma forma como poderia anunciar a rainha da Inglaterra. – E você deve ser Katherine Pierce.

Meu sobrenome sibilou e eu quase me surpreendi por não ter visto o veneno escorrendo por sua boca. Eu não sabia quem era aquela mulher, mas definitivamente não gostava dela.

–O que estava fazendo na minha casa? – eu repeti.

–Pergunte à sua mamãezinha. – Isobel disse com desprezo. – Ou será que ela ainda anda escondendo os segredinhos da cria dela?

Com isso ela destrancou e entrou em seu carro, tomando cuidado para não escancarar a porta e entrou. O vidro fumê a escondeu enquanto ela ligava o carro e dava partida, me deixando ali sem qualquer resposta a mais.

Quer alguma estupidez para cometer?, meu pequeno diabinho pessoal sussurrou em minha cabeça, sentindo que meus desejos no estacionamento do colégio haviam sido atendidos.

Eu caminhei bufando até aporta de casa, decidindo tirar aquela história a limpo de uma vez por todas. Jenna iria me contar tudo por bem ou por mal. Então eu abri a porta e caminhei até a cozinha, vendo que ela não estava na sala, mas parei no meio do corredor quando ouvi a voz de Jenna.

–...e eu sei que ela não está pronta para isso, Miranda.

Eu me escorei na parede, tentando ouvir a conversa sem que elas me notassem ali.

–Você não pode continuar escondendo isso da Katherine, Jen. – a voz de tia Miranda foi doce e compreensiva. – Não pode continuar levando a culpa por uma coisa que não fez.

–Me parece mais fácil do que olhar nos olhos de minha filha e dizer a ela que o homem no qual ela confiou... nós confiamos a vida inteira vinha mentindo durante todos esses anos. Eu não sei como ela lidaria com isso. Faz tão pouco tempo...

–Tempo o suficiente. Ela dá conta disso. Katherine é forte. E agora com Isobel... você sabe que mesmo não gostando nada disso, ela vai fazer a vontade da filha. A garota quer conhecer a...

–Por favor, não. –minha mãe a interrompeu. – Não diga essa palavra. Só de ouvir, eu tenho vontade de colocar Katherine no primeiro avião e voltar para Nova York com a minha filha. – ela suspirou. – Eu não posso. Não posso destruir a visão que ela tem do pai.

–Ela tem o direito de saber.

E foi assim que mais uma estupidez foi cometida. Estava cansada de segredos e definitivamente estava cansada das mentiras de Jenna. Eu entrei na cozinha sem conseguir aguentar mais. Jenna, sentada de frente para o corredor ficou pálida na mesma hora em que me viu, como se eu fosse um fantasma. Eu lhe dei um sorrisinho falso quando tia Miranda se virou para ver o que ela estava olhando e sua reação não foi muito diferente.

–É, mãe. – eu disse com sarcasmo. – Eu tenho o direito de saber.

–Katherine...

–Tia Miranda – eu sussurrei ainda encarando Jenna. -, pode, por favor, nos deixar sozinhas?

–Eu não acho que...

Eu segurei uma resposta nada agradável na ponta da língua e fechei os olhos tentando me controlar. Quando os abri, vi Jenna ficar ainda mais pálida, se é que aquilo era possível.

Pode, por favor – minha voz saiu irritada quando repeti. -, nos deixar sozinhas?

Tia Miranda hesitou por mais alguns segundos, mas recebendo um aceno afirmativo de Jenna dizendo que ela poderia ir, minha tia suspirou e saiu da cozinha.

O cômodo ficou em silêncio por mais alguns minutos. Eu parada no hall de entrada, observando uma Jenna com a respiração acelerada com a cabeça baixa sobre as mãos. Eu não tinha pressa porque sabia que daquela vez minha mãe não tinha escapatória.

–Leve o tempo que precisar, Jenna. – ela se assustou quando apoiei minhas mãos sobre a mesa e me curvei em sua direção e acabou levantando o rosto. – Quem é Isobel Flemming?

–Como você...

Quem é Isobel Flemming? – minha voz saiu alta e eu soube que estava me descontrolando. Passei a mão por meu rosto e fiquei de costas para Jenna, tentando me recompor. Quando me virei, ela ainda tinha a mão sobre a mesa e estava girando sua aliança discretamente. – Não minta para mim. Eu juro, Jenna, que se você mentir eu vou fazer da sua vida um inferno, e quando eu descobrir vai ser pior.

Eu sabia com quem eu estava me parecendo naquele momento. A velha Katherine. Manipuladora, sem controle e impulsiva. Eu tinha tanta raiva que o simples fato de não estar gritando com minha mãe somente por pensar em mentir para mim já era uma grande prova de alto controle.

Jenna apoiou a cabeça contra as mãos novamente, sabendo que não tinha saída.

–Ela... – minha mãe sussurrou sem me olhar nos olhos. – Isobel é... uma velha amiga do colégio.

–Velha amiga? – eu ri com sarcasmo. – Ela parecia tudo, menos uma amiga.

–Não minha. – Jenna balançou a cabeça e finalmente ousou me olhar. – Amiga do seu pai.

–O que meu pai tem a ver com isso?

Jenna suspirou. Eu sabia que ela ainda estava procurando um jeito de não ter de me dizer o que quer que fosse. Mas então finalmente pareceu se dar por vencida.

–Eles namoraram durante uma parte do ensino médio. Ela o amava... Se é que aquilo pode ser chamado de amor. – ela riu sem humor, com uma expressão quase derrotada. – Ela ficou completamente louca quando ele terminou com ela e então sumiu da cidade. Os pais diziam que ela tinha ido morar com alguns parentes, mas ninguém nunca mais teve noticias dela. Alguns anos depois de nos casarmos, quando eu ainda estava gravida de você... seu pai e eu nos distanciamos. Começamos a brigar e eu achei que nosso casamento tinha chegado ao fim. Voltei para Mystic Falls porque precisava de um tempo. Mas então, alguns dias depois, seu pai veio atrás de mim. Estava arrependido, queria mais uma chance... Ele estava diferente, mais carinhoso, atento... Eu o aceitei de volta e então voltamos para Nova Iorque.

A partir daquele momento, lagrimas começaram a escorrer pelo rosto de minha mãe. Talvez aquilo devesse ter feito com que eu sentisse pena dela, mas tudo que eu conseguia fazer era encará-la e tentar buscar algum sentido em toda aquela historia. Eu não fazia ideia do que aquilo tinha a ver com suas mentiras e muito menos por sua traição.

–Alguns aos depois – ela continuou. -, quando você tinha por volta de treze ou quatorze anos... eu descobri que Isobel havia descoberto sobre nosso casamento e, na mesma semana em que seu pai e eu brigamos, ela tinha estado em Nova Iorque.

Jenna baixou a cabeça novamente e a esse ponto as lágrimas pareciam escorrer como uma represa, e ela começou a soluçar.

–Ele não voltou para mim arrependido por termos brigado. – sua voz saiu abafada pelo choro. – Ele voltou porque se sentia arrependido por ter lavado Isobel para a cama.

Eu ouvi o que ela disse. Sabia bem, porque via seus lábios se mexendo e não havia mais ninguém naquele cômodo que pudesse ter dito aquilo. Mas meu cérebro simplesmente se recusava a ingerir o que ela havia dito. Jenna levantou seu rosto vermelho para me olhar e eu soube exatamente o que ela via. Eu estava pregada em meu lugar, imóvel e tão pálida quanto ela havia estado alguns minutos atrás.

–Alguns dias depois do velório – ela continuou a falar, e embora eu não visse seu rosto, sua voz ecoava pela cozinha e entrava em meus ouvidos como se ela estivesse usando algum microfone. – Isobel apareceu. Ela disse que Logan vinha pagando para ela... para que ela nos deixasse em paz, para que não soubéssemos sobre a criança.

–Não. – foi tudo o que eu consegui dizer enquanto recuava. Minhas costas se chocaram contra a parede e eu me segurei nela porque sabia que minhas pernas não suportariam mais meu peso. As lagrimas de Jenna agora refletiam as que começaram a escorrer por meu rosto e quando ela se levantou para vir até mim, eu me encolhi. – Não encoste em mim! – gritei. Eu vi a magoa no rosto dela quando se afastou e aquilo só fez com que ela parecesse chorar ainda mais. – O teste de DNA... todo esse tempo...

–O teste não era meu, Katherine. – ela tentou levantar as mãos como que para me tocar novamente, mas parou no meio do caminho quando viu que eu estava prestes a fugir outra vez. – Era de Logan. A confirmação de que Isobel estava falando a verdade. Seu pai tem outro filho. Você tem uma irmã. E ela quer te conhecer.

E então foi só aquilo que bastou para que todo o chão ruísse sob meus pés. Eu havia passado anos e anos da minha vida amando, acreditando e confiando em um homem que não passava de uma farsa. Eu já não sabia quem era Logan ou muito menos quem era a mulher em minha frente. Os dois vinham mentindo para mim durante toda a minha vida.

–Não, não. – eu me sentei, colocando a cabeça entre os joelhos quanto vi tudo rodar. – Você está mentindo. Está mentindo, eu sei que está.

–Katherine...

Eu não a deixei continuar. Eu não podia, não conseguia mais ficar ali. Então eu me levantei, peguei as chaves do carro e sai pela porta de casa, correndo enquanto Jenna gritava meu nome. Finalmente dei o fora dali, dirigindo em alta velocidade, eu me permiti descontar toda a raiva que eu tinha no volante, socando-o como se isso pudesse ferir as pessoas que se diziam meus pais, mas naquele momento não me passavam de dois estranhos. Aquilo machucava tanto. Era como se houvessem acabado de arrancar meu coração para fora de meu peito e tivessem deixado um buraco, oco e profundo. Uma facada teria doido menos.

Quando parei o carro, em encostei minha cabeça contra o volante e chorei. Chorei como nunca havia chorado. Nem mesmo durante o velório de Logan. Foi só quando levantei a cabeça que percebi onde estava. Eu não sabia como havia vindo parar em frente àquela casa, mas parte de mim sabia que eu precisava estar ali. Eu precisava de alguém que não tentasse defender meus pais. Que pudesse dividir por pelo menos algum período de tempo todo o ódio que eu sentia dentro de mim.

Eu bati na porta, e logo depois ela abriu. A expressão do garoto foi de total espanto ao me ver. Eu sabia que não estava em meu melhor estado. Minha maquiagem devia estar borrada e meus olhos provavelmente haviam se transformado em duas bolas vermelhas e inchadas.

–Katherine...

–Eu... eu não sabia para onde ir, eu só...

Ele não disse nada. Apenas continuou ali parado, me observando ainda meio incrédulo.

–Me desculpe. Eu não deveria ter vindo, eu...

Estava voltando pelo mesmo caminho por onde eu viera quando ele segurou me braço e me puxou de volta, segurando meu rosto com as mãos para que pudesse olhar em meus olhos. E mais uma vez eu comecei a chorar e soluçar. Sem dizer mais nada, ele me pegou no colo e me carregou para dentro enquanto em me desmanchava em seus braços, chorando como uma criança.

–Vai ficar tudo bem, Kath. – seu tom era tão reconfortante que me fez afundar a cabeça em seus ombros. – Eu estou aqui. Você não está sozinha. Vai ficar tudo bem.

Naquele momento, nos braços de Damon, o garoto que até algumas semanas atrás eu havia odiado, eu pude acreditar que ele dizia a verdade.


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Notas finais do capítulo

E AI, O QUE ACHARAM DESSA TEMPORADA DE ANPTS? Quero a opinião honesta de vcs.
Então galera, eu ainda n tenho uma data para o lançamento da segunda temp pq estou tentando recuperar algumas notas na escola, mas assim que eu postar vou avisar aqui mesmo.
Ainda hj eu ainda vou dar um gostinho do que está por vir.
Eu também queria dizer que minha nova história está sendo publicada de pouco a pouco no Wattpad, então para quem quiser dar uma conferida, é só procurar por Embery Hills.
Foi uma felicidade imensa poder dividir isso com vcs, gente. Mesmo. Então nos vemos na nova temporada.
Kisses :*



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