A New Place To Start escrita por WhateverDhampir


Capítulo 28
Capítulo 24 – Velozes e Furiosos... sem dizer, bem ferrados.


Notas iniciais do capítulo

Bem, gente, primeiro eu queria agradecer a linda da Kat Salvatore pelo carinho. É sempre bom saber o que vocês estão achando dos capítulo, então muito obrigada, honey! E bem vinda. s2
E segundo, eu quero dar uma notícia que acho que vai agradar vcs. A primeira temporada de A New Place To Start está chegando ao fim. "Mas já, Lai?" Calma, ainda teremos alguns capítulos e e babados pela frente.
Isso sem falar que a segunda temporada está vindo por aí, e eu garanto que Katherine Pierce ainda tem muita coisa para aprontar.
E junto c ANPTS, vem por aí a minha nova fanfic. Eu fiquei tempo demais em temas 'normais', e a saudade de escrever algo com tema sobrenatural é beeeem grande. Ela é original e vai se chamar Embery Hills.
Eu vou deixar a sinopse para vocês nas notas finais, e ficaria muito feliz se me dissessem o que acharam dela.
boa leitura, guys! :*



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Havia apenas quatro coisas no mundo que me pressionavam até os limites de minha paciência; quando se procura uma coisa da qual precisa muito, mas não consegue achar de maneira nenhuma. Quando você chega em casa, desesperada por aquele pedaço de torta que havia guardado para mais tarde, e então descobre que alguém o comeu. Ou até mesmo quando você precisa falar muito com alguém e descobre que seu celular está sem bateria. Mas nenhuma – nenhuma mesmo – era pior do que confiar em uma pessoa, e então descobrir que ela vem lhe escondendo algo na maior cara de pau.

Bem, era assim que eu me sentia enquanto Jenna, do outro lado da mesa do jantar, sorria e conversava com os meus tios como se tudo estivesse normal. A questão era; nada estava normal. Desde que havia ido embora da festa de Caroline na noite anterior, acompanhada por Raven e Charlotte, eu simplesmente não tinha conseguido tirar aquele teste de DNA de minha cabeça. Char não perguntou nada apesar de meu silencio, e assim, fomos todas quietas para casa no carro de Kyle, que partiu para a mansão Salvatore logo em seguida. Nós havíamos ido para escola e tudo continuou como era antes – mesmo que agora Caroline me dirigisse uma palavra ou um breve sorriso de vez em quando. Com o clima um pouco melhor entre sua irmã e eu, Stefan falava quase sempre, o que era útil já que eu passava metade do tempo submersa em pensamentos. Se notou, Stef não disse nada. Charlotte, Raven e eu tínhamos passado a tarde em meu quarto fazendo tarefa. Ou pelo menos elas fizeram já que eu não conseguia tirar os olhos da gaveta em minha escrivaninha. Quando todas descemos para jantar, o clima na mesa parecia descontraído, enquanto Raven contava piadas, Jeremy contava sobre os avanços no time da Mystic High e tio Gray contava sobre seu dia de trabalho. Seria uma noite tranquila para entrar no meio da conversa e dar risada com todos eles. Mas tudo o que eu conseguia fazer era encarar Jenna enquanto remexia a comida mal tocada em meu prato.

Como ela havia ousado esconder aquilo de mim? Ou até mesmo de meu pai? Nós sempre havíamos confiado em Jenna e até aquele momento eu nunca conseguiria imaginar que ela seria realmente capaz de traí-lo. Todas aquelas noites em que ela havia ficado até tarde em sua loja, todas as brigas que meus pais haviam tido, todas as reuniões de classe que ela havia perdido, tudo de repente parecia fazer sentido. Ela não estava em nossas vidas porque estava ocupada demais na cama de outro. Será que meu pai sequer havia cogitado a ideia do divórcio? Por que eu sei, que se fosse eu no lugar dele, faria questão de nunca estar na mesma sala que ela nunca mais. Todas as fotos de família, todos os finais de semana na casa dos meus tios, todas as viagens, todos os jantares, tudo não passava de uma mentira. Eu via com mais clareza agora. Não passávamos de uma esposa infiel, um marido infeliz e uma adolescente rebelde. Agora eu via que a família que eu havia idealizado em minha cabeça não passava de uma ilusão. Éramos apenas mais uma família bagunçada usando mascaras. Estávamos quebrados. Agora mais do que nunca.

–Sua comida está esfriando, querida. – Jenna disse quando pegou meu olhar sobre ela. Ela estava tentando ser mais gentil agora, talvez tentando se redimir por nossa discussão no outro dia. – Aconteceu algo? Está calada hoje.

Eu revirei meus olhos.

–É. Muitas pessoas andam caladas ultimamente.

Raven, sentada em minha frente, fez questão de me chutar por baixo da mesa. Todos na mesa ficaram quietos, e eu lancei a ela o meu melhor olhar ameaçador antes de me levantar.

–Desculpe, mas não estou com fome.

Eu subi as escadas em silêncio, e não demorou mais que alguns minutos até que Raven e Charlotte me seguissem até meu quarto. Raven bateu a porta e ficou parada, me olhando de braços cruzadas perto enquanto Charlotte se sentava na cadeira ao lado da escrivaninha e se virava para o computador.

–O que estava passando pela sua cabeça?

–Oh, me desculpe! – eu desdenhei ao me sentar no acolchoado da janela e encarar as árvores lá fora para não ser obrigada a encarar R. – Eu deveria ficar parada lá enquanto ela conversava comigo como a mãe do ano?

–Eu não disse isso! Char, será que pode me dar uma ajudinha aqui? Esse negócio de bronca é com você, não comigo.

–Bem, - ela disse sem se virar para nós. – para isso eu teria que saber sobre o que vocês estão falando, mas obviamente estou por fora.

Droga, eu pensei. Ainda não havíamos conversado com Charlotte e, pelo seu tom de voz, eu poderia dizer que ela estava chateada por não termos lhe contado nada.

–Primeira gaveta à sua esquerda. – eu respondi, tentando parecer indiferente.

Eu ouvi a gaveta ser aberta e o barulho do papel sendo desdobrado. O silencio no quarto então reinou por uns bons quatro minutos. Quando se virou para nós, a expressão em seu rosto era de total surpresa.

–Katherine, o que é isso?

–Um papel. Sabe, pelo que parece ele é usado para se escrever coisas, imprimir documentos, enviar cartas e esse tipo de coisa. Pode não parecer, mas é bem comum e...

–Katherine! – Raven me repreendeu.

–O que isso quer dizer? – Charllote se levantou, ainda sem tirar os olhos do papel pardo de suas mãos.

–Bem, por mais que eu quisesse não quer dizer que eu comprei uma casa em Beverly Hills.

–Você está sendo irritantemente irônica, e isso que dizer que está um pouco chateada. –Raven disse.

Eu revirei os olhos.

–Tá legal. Talvez muito chateada. Mas isso não quer dizer que você pode sair julgando Jenna sem saber da história toda.

–Sem saber a história toda? – eu me levantei. – Bem, deixe-me lhe contar a história toda; Jenna e Logan se casaram, o casamento estava um pé no saco, então Jenna arrumou outro alguém para brincar. E quando a sementinha fecundou, ela se aproveitou da confiança dele e mentiu descaradamente para nós dois!

–Fale baixo! – Charlotte finalmente tirou os olhos do teste e olhou para mim. –Katherine, você não tem certeza disso.

–Ah, não? O sangue que usaram no teste foi o do Logan! Jenna pagou por esse pedaço de papel idiota! O que mais você acha que isso pode significar?

–Olha, eu não sei, tá legal? – Raven se sentou na cama e suspirou. – Vamos pensar em algo. Talvez isso não passe de um mal entendido. As coisas vão se resolver.

–Continue pensando assim. Talvez seu cérebro bole alguma resposta genial para o óbvio.

Eu não estava afim de ficar ali. Não estava afim de olhar para as paredes de meu quarto e perceber como fui idiota, ou muito menos ter que ouvir as garotas tentando me convencer de que tudo não passava de um engano. Meu único engano era ter confiado em Jenna durante todos esses anos. Para o inferno com as desculpas que elas estavam tentando inventar para si mesmas! Eu sabia qual era a resposta, e definitivamente não ficaria ali ouvindo o que ela tinham a dizer. Então, peguei a chave de meu carro, minha bolsa e algum salto que deveria ser de Raven e desci as escadas, passando reto pela cozinha e ignorando quando alguém chamou meu nome.

[****}

Era segunda e nem mesmo passava das 21:00Hrs, mas mesmo assim o Mystic Grill estava cheio. Eu não havia tido tempo para trocar de roupa antes de sair de casa e novamente o clima parecia estar caindo. Eu me sentei no canto mais afastado do bar, longe de toda a gente naquele lugar. O Mystic Grill não tinha exatamente um tipo especifico de clientela. Adolescentes e adultos se espalhavam por todo lado, e me esconder no meio de todos eles foi fácil.

–O que vai querer? – um dos garotos no bar, o nome Max preso à sua camiseta, me atendeu. Eu já o tinha visto conversando com Matt e, pelo olhar que me lançou, ele também me reconheceu.

–Whisky. – eu me inclinei para frente, apoiei o queixo em minha mão e sorri de forma doce. - O mais forte que tiver, de preferência.

Ele riu.

–Eu ficaria feliz eu lhe oferecer um suco. Está um pouco nova para álcool, não acha?

Ah, fala sério! Nova? Aquele garoto não parecia ter dois anos a mais que eu. Eu até mesmo estaria disposta a convencê-lo, se o bar não estivesse cheio de olhos.

Revirei os olhos.

–Eu não acho que isso seja da sua conta.

–Não seja tão dura com ele. O garoto só está fazendo o trabalho dele. – Damon Salvatore se sentou no banco ao meu lado direito. Era só o que me faltava, pensei enquanto ele sorria e passava dinheiro para o garoto em sua frente. – Traga o que ela pediu, Max. Eu assumo a responsabilidade.

–Não precisava ter feito isso. – eu disse quando o garoto sumiu com uma cara de desaprovação – era impressão minha ou Damon parecia receber muitas dessas com muita frequência?

–Bem, lhe pagando uma bebida, parece ser a única forma de fazer com que pare de me ignorar.

–Te ignorar? – eu fiz cara inocente, como se não tivesse a mínima ideia do que ele estava falando. – Quem disse que eu estava lhe ignorando?

Damon revirou os olhos.

–Esse papinho não rola comigo, Katherine. Eu não sou idiota.

–Não? – levantei a sobrancelha e ele franziu a testa. Era engraçado como ironia parecia irritá-lo. Um pouco irônico vindo dele.

–Você sabe que vamos ter que conversar sobre isso mais cedo ou mais tarde. – ele colocou a mão no queixo como se estivesse pensando em algo serio e deu aquele seu meio sorriso irritante. Era uma das coisas que ele fazia quando sabia que estava no controle da situação.

–Você quer falar sobre isso? – eu imitei seu gesto, e isso me rendeu uma daquelas caretas que ele tinha quando era encurralado. Quem estava no controle agora? Eu me sentei ereta quando Max me entregou o copo de whisky e então foi embora. – Foi só um beijo, Damon. Ou será que você pensou em outra coisa?

–Não, claro que não. – ele desviou os olhos, encarando o vazio. – Estávamos bêbados. Foi só um beijo. Nada demais.

–Que bom que entendeu. Por que... Damon? – eu baixei minha voz para que somente ele ouvisse. – Se alguém souber sobre isso, eu mato você.

–O mesmo para você.

–Ótimo.

–Ótimo!

Eu virei o liquido em meu copo de uma vez, e não pude evitar a careta. Damon riu.

–O que foi? – perguntei olhando em sua direção. Ele brincava com o próprio copo pela metade em suas mãos.

–Você não existe, garota.

Eu ri. Agora que as coisas haviam ficado claras, eu poderia olhar para ele sem tanta vontade de desviar os olhos. Eu ainda me sentia envergonhada por ter acabado aos pegas com ele, mas eu tinha certeza de que Damon já havia beijado muitas garotas sem que isso significasse algo. Esse certamente seria apenas mais um a ser esquecido.

–Mas o que faz aqui a essa hora? Quer dizer, eu não vi suas amigas em lugar algum, e tenho certeza de que Jeremy não te deixaria sair sem uma baba. Ele parece ser bem... protetor quando se trata de você.

E pronto. Lá se foi o clima agradável, eu pensei enquanto encarava meu copo vazio de cara feia.

–Eu... fugi por algumas horas. Nada de mais.

–Não parece nada de mais.

Eu olhei para ele e o peguei me encarando com uma expressão um tanto intrigada.

–Eu só descobri uma coisa e... Não sei como lidar com isso.

–Hey, Damon! – um garoto atrás de mim o chamou. Ele se virou para olhar, mas eu continuei encarando meu copo. – Estamos indo. Você vem ou não?

–Vou logo atrás.

–Tá legal, só não enrola. Vão começar logo.

O garoto pareceu ir embora e Damon bebeu o resto de sua bebida antes de se virar para mim novamente.

–Olha, eu e alguns amigos estamos indo... – ele deu um meio sorriso. – nos divertir. Talvez você não precise lidar com nada disso hoje. Só venha comigo e se divirta. Você parece estar precisando.

–Que tipo de diversão tem em mente? – perguntei com certo interesse. Quer dizer, eu realmente precisava de algo assim. Estava cansada de bancar a boa garota. Ainda mais hoje.

Damon sorriu e se aproximou para que ninguém mais o ouvisse.

–Há um racha hoje à noite. Alguns quilômetros de uma estrada abandonada perto da saída de Mystic Falls. Topa?

Eu pensei um pouco. Já era tarde e eu sabia que as garotas me matariam se eu chegasse tarde em casa. Mas quem ligava? Era para ser divertido, certo? Então eu peguei minha bolsa e me levantei.

–Está fazendo o que sentado aí, Salvatore? – perguntei quando não o vi se levantar. Damon sorriu e me seguiu, balançando as chaves de sua moto em suas mãos.

[****]

Damon acabou me convencendo a deixar meu carro estacionado algumas quadras perto do Mystic Grill, um lugar com arvores suficientes para esconder meu carro da vista das pessoas. Então ele me passou um capacete e me disse para subir na traseira de sua moto. Aparentemente alguns dos amigos de Damon estariam com alguns carros mais... apropriados para nossa pequena diversão e não queríamos chamar muita atenção com muita movimentação de carros pela área. Eu tive de segurar em sua cintura quando a moto acelerou com certa velocidade, mas se lhe incomodou, Damon não disse nada.

Já havia um tempo desde a última vez em que eu tinha estado em cima de uma moto. E enquanto Damon dirigia pelas ruas de Mystic Falls eu percebi o quanto tinha sentido falta daquilo. Eu abri meus braços e fechei os olhos. Droga, aquilo era bom. Damon acelerou de uma vez, me fazendo levar um susto e agarrar sua cintura com força. Idiota, eu pensei revirando meus olhos quando ouvi seus risos abafados pelo vento forte. Aquilo parecia o estar divertindo, e resolvendo deixar de lado todos os meus problemas naquela noite, eu sorri para ele pelo retrovisor e indiquei para que ele fosse mais rápido. Ele gostou da ideia, e não pensou duas vezes antes de seguir minhas instruções.

Acontece que o lugar não era tão longe. Antes mesmo de chegar até a saída da cidade, Damon virou à esquerda em uma estrada que se abria onde eu nunca havia visto. Não havia iluminação naquela parte da rodovia, então foi fácil ver os carros quando as árvores começaram a sumir. O som de motores fazendo barulho parecia ecoar por entre as árvores, e o farol de motos e carros espalhados por todo lado proporcionavam a iluminação improvisada. Damon estacionou a moto na frente de um Maverick v8 preto e sorriu para um dos garotos que cercavam o carro assim que tirou o capacete. Ele era alto, loiro e cheio de músculos escondidos sob a regata branca. Havia algumas garotas ali, mesmo que muito poucas, mas eu vi duas delas se olharem entre si quando Damon passou a mão entre as mechas pretas bagunçadas. Droga, pensei enquanto descia da moto. Eu tinha que admitir que ele ficava sexy fazendo aquilo.

–Olha só quem resolveu aparecer, galera. – o garoto cumprimentou o cumprimentou com um high five.

–Fala, Adam! Como vai, cara?

–Melhor agora que você finalmente veio, camarada. Achei que iria furar outra vez. Kevin disse que estava ocupado com uma garota no bar e... –só então ele finalmente pareceu me notar. Eu tinha uma noção de que mesmo com aquela roupa, eu ainda poderia conseguir alguns olhares. – E essa é a garota do bar, eu espero. – ele sorriu e me estendeu a mão. – Kevin Hendricks, ao seu dispor.

–Katherine. – eu sorri.

–Kath estava precisando de um pouco de diversão. – Damon sorriu de lado me dando um breve olhar. – Espero que não se importe.

–Cara, qualquer amiga de Damon Salvatore, é minha amiga.

Uma garota ruiva apareceu do meio das outras pessoas e sussurrou algo no ouvido de Kevin.

–Bem - ele disse quando ela se afastou. – A corrida já vai começar. E aí, vai participar hoje?

–Quer ficar de carona, ou aqui mesmo? – Damon me perguntou.

–Na verdade... – eu amarrei meu cabelo em um coque frouxo. – eu estava pensando em dirigir, se não se importa.

–Uau! Eu gostei dela.- Kevin fingiu se abanar com as mãos e então me apontou uma pequena fileira de carros do outro lado.- É só escolher um, querida, e ele será todo seu.

Eu observei todos os sedans, Volvos, BMWs e outras marcas de carro que eu não conhecia. Mas assim que meus olhos se encontraram com um Pontiac GTO 69, eu sabia que seria aquele. Meu pai tinha uma certa fascinação por esse carro antes de morrer, e eu até podia entende-lo. Então apontei para o carro e um sorriso brilhou no rosto do garoto.

–Ótima escolha. –falou com certo tom de surpresa. – Tomas, a chave do seu carro, por favor.

O cara ao lado de Kevin me olhou com duvida. Eu poderia até imaginar o que se passava por sua cabeça, e acredite, não era nada legal.

–Ela da conta. – Damon afirmou para o garoto. Isso pareceu relaxa-lo, e ele levantou a mão e me entregou a chave do veículo. Então, o Salvatore me seguiu até o carro. Ele se sentou ao meu lado no carro e colocou o sinto com um suspiro. – Você da conta, certo?

Eu ri, o que pareceu não ser reposta suficiente.

–Então, onde conheceu essa galera? – eu perguntei enquanto parava o carro na linha de partida. Havia apenas outros quatro carros e todos eles faziam o motor dos carros rosnarem com força.

–Kevin é um antigo colega da escola. – ele deu de ombros. – Ele sempre foi mimado pelos pais, então decidiu que escola não era muito a dele. Não sei onde ele conheceu os outros, mas tem umas pessoas legais por aqui. A maioria e gente boa, e só está aqui pela diversão mesmo.

–Não estão todos aqui por diversão?

–Bem, alguns, sim. Mas, você sabe, tem uma galera que não aguenta ficar fora de uma aposta. Ganham uma grana alta aqui.

–Eu nunca ouvi falar desse lugar.

–Ah, eu também não conhecia essa parte da rodovia. Eles estão sempre mudando de lugar, para não serem pegos. Então você apenas recebe uma mensagem com a próxima data, hora e local.

–Parece divertido.

Damon sorriu.

–É. Parece.

Foi então que uma espécie de buzina soou. E não estava preparada para aquilo, então fui pega de surpresa quando os outros carros saíram em minha frente. Damon gritou algo que foi abafado quando os pneus do nosso carro cantaram antes de nos jogar contra o banco e disparar para frente. Era meio difícil enxergar naquela estrada. As arvores que nos cercavam tapavam a pouca luz da lua que iluminava o caminho a nossa frente. Dependíamos apenas dos faróis do Pontiac que iluminavam as traseiras dos carros adiante.

Eu logo perdi de vista dois dos carros e não demorou muito até que os que sobraram começassem a brigar pela dianteira, e ficava meio difícil me meter no meio deles. Um Volvo vermelho se jogou contra o carro branco ao seu lado e o fez perder o controle enquanto passava para sua frente. Isso deixou o motorista distraído o suficiente para que ele desacelerasse o carro e todos nós o ultrapassássemos. Eu mudei a marcha do carro e pisei fundo no acelerador, sem piedade. Eu não sei se Damon estava assustado com a possibilidade de acabarmos jogados no acostamento quando o carro começou a vacilar pelo excesso de buracos no asfalto, ou simplesmente aterrorizado pelo que eu estava prestes a fazer, quando tentou se segurar em algo. Eu não precisei dizer nada a ele. Quando eu me coloquei ao lado do volvo, eu tinha noção de que ele sabia exatamente o que se passava por minha cabeça.

Eu estava lado ao lado com aquele carro, e o motorista pareceu nada feliz em me ver tentando roubar sua posição. Ele começou a ameaçar se jogar contra mim, mas teve de desviar por conta de uma pequena cratera no asfalto entre nós. Tentei passar por ele para garantir a segurança da lataria do Pontiac, mas então ele veio em minha direção sem hesitar. Não pensei duas vezes antes de pisar bruscamente no freio. O pobre Volvo acabou sendo jogado para o acostamento e assim que ele estava fora da pista, eu coloquei o carro em movimento mais uma vez, deixando-o para trás.

Damon estava sem fôlego ao meu lado. Eu olhei em sua direção brevemente e o peguei massageando a clavícula. Eu sabia como ele se sentia. Com a freada do carro, o cinto de segurança acabou por esmagar a minha própria.

–Está tudo bem?

–Tá brincando?! - ele gritou. – Onde diabos você aprendeu isso?

Eu dei de ombros, e aquilo acabou me proporcionando uma fisgada de dor.

–Nunca viu isso em filmes? Na verdade é fácil.

Ele começou a rir ao meu lado, e eu quase pude notar uma pontadinha de histeria em sua voz.

–De onde você saiu, Pierce?

Eu não consegui responder sua pergunta, porque logo em seguida um Ford Fiesta prata entrou em meu campo de visão. Ele dirigia em uma velocidade consideravelmente alta, mas não havia nem sinal do outro carro. Ele estava ali, e então... não estava mais.

–Mas o que...

–Katherine, cuidado!

Droga, a pista tinha uma curva fechada. Muito fechada. Eu só tive tempo de jogar o volante para o lado e frear. O barulho da derrapagem foi alto e de repente tudo ficou em silencio. Pude muito bem sentir o carro balançar, vacilando entre o asfalto e o acostamento íngreme. Eu podia ver o Ford parado em meio às arvores, com fumaça saindo do capo. O motorista chutou o pneu, parecendo irritado. Sem Damon não tivesse me avisado a tempo... bem, o carro dele estaria esmagado entre o nosso carro e a àrvore.

–Ainda podemos alcançar o último corredor. – ele me disse. – Vamos.

Eu o obedeci e pus o carro na corrida novamente. Eu sabia que já estávamos próximos à linha de chegada por que as arvores começaram a desaparecer depois de um tempo. Eu podia ver a traseira do último veiculo, e comecei a acelerar mais ainda para alcançá-lo. Mas então eu vi Damon se curvar para frente e franzir as sobrancelhas.

–Katherine, pare o carro.

–O quê?

–Pare o carro. Agora.

Eu fiz o que ele pediu e ele apenas tirou a chave do contato e saiu do carro. O que ele pensa que estava fazendo? Eu saí do carro atrás dele, e o vi parado no meio da pista, olhando a estrada a nossa frente. Não estávamos longe agora. Talvez só alguns metros e já era possível ver o campo iluminado com os faróis. O tempo em que estávamos parados poderia muito bem ser tempo o bastante para que talvez ainda pudéssemos ganhar.

–O que está fazendo? Isso por acaso é algum tipo de ideia idiota que está tendo?

Sem aviso, Damon me puxou pela mão e me colocou em sua frente, de costas para ele. Eu quase tropecei quando um dos meus saltos se enfiou em um pequeno buraco e estava começando a achar que talvez ele fosse me agarrar, mas então ele apontou para a estrada a nossa frente, e eu me peguei olhando na direção que ele indicava. Era difícil ver alguma coisa, mas agora que estávamos na completa escuridão, sem os faróis do carro, eu podia ver as luzes que vinham da linha de chegada. Luzes azuis e vermelhas, que piscavam.

Ah droga!

–A polícia?

–Eu acho que sim. – ele se afastou e agachou no meio da pista, como que para pensar. Era quase impossível ver seu rosto com clareza.

–O que vamos fazer?

–Eu não sei muito bem. – ele se levantou e tirou as chaves de sua moto do bolso. – Estacionei a moto perto das árvores. Se formos discretos o bastante, talvez possamos sair daqui sem que nos vejam.

–Mas e o carro?

–Vai ter que ficar aqui. Eu entrego a chave para o Tomas depois. Talvez seja melhor que não encontrem o carro dele. – ele ficou em silêncio por alguns minutos, então começou a andar em direção ao lado direito da pista. – Venha. Será melhor se usarmos as árvores para não sermos pegos.

Eu comecei a segui-lo e enquanto nos embrenhávamos em meio às arvores, meu salto enganchou em alguma espécie de raiz. Eu não poderia dizer com certeza sem qualquer luz para iluminar meu caminho. Fui ao chão com rapidez, e eu não precisaria de luz para dizer que minha calça deveria estar toda suja.

–Ei, está tudo bem? – Damon me segurou e me ajudou a levantar. – Está machucada?

–Não. Estou bem. Sinto muito, é meio difícil andar por aqui. – eu bati as mãos em minha calça, tentando tirar um pouco da terra.

–Tiro os sapatos. Venha.

Eu o obedeci e peguei a mão que ele me oferecia. Foi mais fácil continuar o caminho com ele me guiando. Se não fosse por sua mão segurando a minha, eu provavelmente acabaria perdida no meio de todas aquelas arvores. Eu não tinha certeza se ele sabia exatamente onde estava indo, mas procurava acreditar que sim. Enquanto andávamos, eu tinha mais noção de sua pele quente e macia do que do chão aos meus pés. Era quase confortante saber que se nos perdêssemos, pelo menos ele estaria comigo.

Andamos por pouco menos de dez minutos, e então o caminho começou a ficar mais iluminado pelas luzes dos faróis dos carros, que continuavam acesas. Agora eu podia ver os carros policiais, cercando toda a área usada como estacionamento. Havia alguns policiais conversando com adolescentes algemados e pegando depoimentos. Outros adolescentes já estavam presos dentro de carros da policia com uma expressão nada contente. Acho que a delegacia de Mystic Falls estaria cheia até o amanhecer. Damon me puxou para baixo, me fazendo agachar quando um policial passou perto das árvores onde estávamos. Assim que ele se foi, Damon e eu continuamos abaixados enquanto avançávamos.

Não seria tão difícil escapar dali, considerando o local onde a moto de Damon estava parada. Ele a havia estacionado em um local quase totalmente vazio. Quem iria se preocupar com alguns veículos quando se tinha seus motoristas sob custódia? Nós continuamos agachados enquanto Damon tirava os capacetes amarrados à moto, usando-a para se esconder da vista dos policiais.

–Precisamos ser rápidos. – ele sussurrou para mim enquanto colocava a chave no contado, tateando sem poder se levantar para olhar onde enfia-la. – Assim que ouvirem o barulho da moto, eles vão tentar nos parar. Precisa montar assim que eu der partida, entendeu?

Eu acenei que sim com a cabeça.

–Muito bem. Vamos lá.

Ele estava se preparando para subir na moto quando o som de uma arma sendo engatilhada veio de trás de nós.

–Virem-se e coloquem as mãos onde eu possa ver. – Uma mulher falou.

Enquanto Damon e eu fazíamos o que ela havia pedido, tudo que eu conseguia pensar era ‘droga, droga, droga!’.

–Olá, Liz. - eu sorri para a xerife, sem graça enquanto ela parecia surpresa em me ver ali. – Que noite agradável, não?


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Notas finais do capítulo

O que vcs acham de todo esse problema c a Jenna? Kath está certa ou n em ter raiva da mãe?
Até o próximo cap, gente. Me digam oq acharam do cap e da minha próxima fic. Kisses!




Cansada de sua adolescência perturbada, parada e solitária nos Estados Unidos, Alexia Summers decide seguir os passos dos pais e partir para o norte do Canadá para estudar no mesmo internato onde eles haviam passado sua adolescência. Entre colegas estranhos, o misterioso Stark e o doce Tomas, a garota descobre que Embery Hills não é exatamente o que esperava. Alguns alunos escondem segredos e a misteriosa mansão no alto da colina tem apenas uma regra; não se aproxime a não ser que tenha sido convocada.
Alex acaba descobrindo que nada ali é o que finge ser. Os rostos brancos que tanto a assustam, seu passado, suas visões, sua família e suas novas colegas têm uma ligação com a mansão que nem mesmo ela poderia esperar. O que você faria se descobrisse que existe mais do que apenas o que seus olhos podem ver? Ou que seu destino já foi traçado e não há nada que você possa fazer para mudá-lo? Às vezes as coisas podem não ser tão preto no branco quanto nos fazem acreditar.



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