A New Place To Start escrita por WhateverDhampir


Capítulo 20
Capítulo 17 – Voltamos, vadias!


Notas iniciais do capítulo

Eu aki de novo!! Gente, capítulo novo ( avah) ... As coisas estão começando a caminhar ( tava na hr, neh, mano?) e eu espero que os fantasmas se manifestem. hauehauehaue
Aproveitem, babys!



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Eu não falei com Jeremy depois de minha briga com Rebekah. Ele tentou me levar para casa, mas eu corri para longe de seu alcance e me tranquei em meu carro, acelerando para casa em uma velocidade que nunca teria ultrapassado em outra situação. Enquanto as lagrimas escorriam por minha face sem que eu sequer pudesse limpá-las, eu acelerava mais e mais quando os sinaleiros ficavam vermelhos sem conseguir pensar em mais nada. Eu não me lembrava de ter tanta raiva desde o velório de Logan quando pessoas que nem ao menos o conheciam choravam em seu tumulo como se ele fosse um parente querido. Não é justo, lembro-me de ter dito a Jenna quando olhei em seus olhos e percebi que ela não derrubara nem mesmo uma lagrima. Nós deveríamos estar lamentando. Mas ela lamentou. Demorou dois dias ate que minha mãe parecesse finalmente ter percebido que papai havia ido e que não voltaria mais. Eu queria ter sido rápida como ela.

Eu passei por algumas semanas em estado de negação, tentando imaginar que qualquer dia ele entraria pela porta e me ergueria em seus braços como se eu tivesse cinco anos outra vez. Isso não aconteceu. E de alguma maneira, a forma como eu vinha agido antes do acidente havia piorado. Eu estava cada vez pior, me afundando em festas, drogas, bebidas ou qualquer coisa que amortecesse a dor. Mas nada funcionava. A diferença era que dessa vez as pessoas da cidade sabiam a verdade sobre mim. E foi libertador, de certo modo. Pelo menos até que eu percebesse que fora tudo aquilo que começara toda essa historia. Então, ao invés de sair tarde e voltar de madrugada ou talvez até alguns dias depois – o que deixava Jenna totalmente louca -, eu passei a me trancar em meu quarto, sem comer ou falar com ninguém. Mas eu nunca chorei. Não era digna de sentir a falta de meu pai. Não era digna de nada.

E agora tudo estava prestes a acontecer outra vez. Todos os alunos da Mystic Falls High sabiam sobre mim, e não demoraria muito até que o resto da cidade soubesse. Eu poderia imaginar as pessoas olhando com desaprovação para minha família, como se eles algum dia tivessem culpa de minhas ações. Tia Miranda e tio Grayson seriam visto como as pessoas que abrigam uma delinquente. Não seria justo para eles. E muito menos para Jer.

[****]

Jeremy tentou falar comigo, batendo na porta de meu quarto e tentando fazer com que eu a abrisse. E assim fez mamãe, e tia Miranda e até mesmo tio Grayson, o senhor durão que não entendia de sentimentalismo adolescente. Eu os amava por tentar, mas não queria falar com eles. E nem com mais ninguém. Eu perdi as contas de quanto tempo fiquei em baixo do chuveiro, os braços presos ao lado do corpo imóvel enquanto a água quente caia em meus ombros. Também perdi as contas de quanto tempo passei na cama, olhando para o teto. Eu não chorei naquela noite. Não por que não queria. Eu só não conseguia por mais que tentasse forçar as lágrimas para fora.

Jeremy foi para escola no dia seguinte. Eu o ouvi se arrumando no quarto ao lado antes mesmo que o despertador tocasse. Acho que ele também não tinha conseguido dormir, o que não me surpreendia já que ele teria de enfrentar os olhares dos amigos no colégio. Ele tentou me chamar, com batidas leves na porta, sussurrando meu nome em uma tentativa quase desesperada de sua parte, tentando fazer com que eu o respondesse. Mas não respondi, assim como não respondi minha mãe antes que todos fossem embora e a casa ficasse em puro silencio.

E foi assim que passei o resto da tarde, trancada em meu quarto lilás com as janelas e cortinas fechadas, enrolada em cobertores grossos e quentes. O mundo poderia ter acabado lá fora. Não acho que eu teria percebido. De alguma forma, como se o universo sentisse afundando em meus próprios pensamentos e lamentos, tarde da noite a chuva caiu com força sobre a cidade, transformando tudo em uma massa cinzenta de nuvens e encharcando ruas com gotas fortes e intensas. Eu sai da cama naquela noite, abrindo a cortina e me sentando na janela para observar a chuva. A lua estava estranhamente clara em meio às nuvens escuras, iluminando a rua enquanto a água se chocava com o asfalto. Os raios e relâmpagos me acalmaram quando fechei meus olhos e deixei que o barulho das gotas na vidraça enchessem meus ouvidos. Fiquei ali até que a chuva se fosse, abrindo o céu para os primeiros raios do sol.

Quando acordei em minha cama um pouco mais tarde naquele dia sem saber como fora parar ali, me deparei com uma pequena bandeja sobre o criado-mudo com um copo de suco de laranja e alguns dos meus biscoitos favoritos. Não precise ler o bilhete ao lado da bandeja para saber quem a deixara ali.

Sinto muito por tudo. Achei que estaria com fome. Não diga a ninguém sobre isso. Disse a tia Jenna que havia perdido a chave reserva do quarto. Percebi que precisa de um tempo sozinha. Não a culpe por estar preocupada. Eu mesmo te arrastaria para fora desse quarto se não soubesse do que você é capaz de fazer comigo.

Sinto sua falta. J.

Eu sorri ao ver seu bilhete. Às vezes Jer parecia me conhecer mais do que a mim mesmo. E por algum motivo aquilo fez algo dentro de mim despertar. Eu senti meu coração se apertar, e como se não pudessem mais se conter, uma onda de choro me invadiu. Eu chorei naquela tarde. E passei o resto da noite chorando.

[****]

Eu já tinha perdido as contas de quantas horas fiquei trancada em meu quarto. O tempo passava de forma diferente quando se estava trancada em um ambiente fechado, chorando como uma adolescente. Mas, ei, não me culpe! Eu era uma adolescente no final das contas. Se passaram apenas mais dois malditos dias e eu ainda estava mofando. Eu sabia que Jenna provavelmente estava arrancando seus cabelos fora e tentando bancar a mãe durona, mas ela certamente estava preocupada. Jer tentou falar comigo mais umas duas vezes. Eu não consegui abrir a porta para ele, e mesmo que meu primo tivesse a chave, não ousou entrar sem minha permissão. Fui grata por isso.

Eu não estava com medo ou algo assim. Era apenas vergonha sabendo que ele provavelmente estava sendo zoado por todo o colégio por causa da prima problemática, viciada e vadia. Eu nunca quis isso, e dentro de mim a raiva que eu sentia de Rebekah acendeu uma faísca e, do nada, se transformou em uma fogueira de seis metros de altura. Tudo que eu queria era que ela pagasse pelo que havia feito. Eu tinha estado errada ao subestimar sua capacidade de vingança, mas Rebekah também estava me subestimando. Ela não me conhecia. Não de verdade.

Estava sentada em minha cama em uma tarde, encarando a brecha de luz que invadia o quarto por baixo da porta quando vi alguém caminhando do lado de fora no corredor. Era Jer, eu sabia. Todo dia, no começo da noite ele vinha ate a porta do meu quarto e se sentava no chão, como se tentasse ficar do meu lado da única forma que eu permitia. Levantei-me da cama e me sentei no chão ao lado da porta também, minhas costas contra a parede da mesma forma que eu sabia que ele estava. O único som no quarto era de minha respiração, baixa e constante. Queria que meu primo estivesse ali, me consolando como sempre fazia. Mas eu não merecia aquilo. Não depois da vergonha que o havia feito passar.

–Até quando vai ficar aí, Kath? – A voz dele era calma e terna. Era diferente de tantas vezes, trancada ali no quarto, que eu tinha o imaginado, gritando e me culpando por estragar sua vida perfeita naquele colégio. – Mais cedo ou mais tarde você vai ter que sair e enfrentar as coisas aqui fora, sabe?

Eu sei, queria dizer. Mas não falei. Não sabia se estava pronta para encarar algo que não fosse meu travesseiro manchado de lágrimas. Era engraçado que quando uma pessoa começasse a chorar, a represa não voltava a se fechar tão cedo.

–Stefan liga todo dia, sempre querendo saber de você. Saberia disso se deixasse o celular ligado.

Eu suspirei e encarei o aparelho desligado no criado mudo. Ele havia descarregado e eu não tinha achado motivos para conectá-lo à tomada.

– Ele devia me odiar. – Eu sussurrei baixo o bastante para que ele não me ouvisse. – Vocês todos deveriam. Eu sempre estrago tudo.

–O que Rebekah fez... – ele continuou, sem me notar. – aquilo foi horrível, Kath. Contar ou não aos outros não era escolha dela.

Talvez fosse melhor assim, pensei. Talvez eu apenas tenha sido covarde demais para fazer o que precisava se feito.

–O que você fez, quem você foi... não define quem você é agora. Eu sei disso por que sempre estive lá. Eu sempre estive do seu lado e a conheço provavelmente mais do que você mesma. E eu estou aqui, do seu lado. É onde vou estar enquanto você precisar de mim. – Ele suspirou. – Somos irmãos, lembra?

Mais lágrimas escorreram por meu rosto e eu as limpei com raiva. Quando diabos eu ia parar de ser uma criancinha e chorar por tudo?

–Você vai se sentir melhor, Katherine. Eu prometo.

Com isso, sem explicar o que ele quis dizer sobre “ficar melhor”, Jeremy se levantou do corredor e eu o ouvi descer as escadas.

Já passava das cinco da manhã quando ouvi a agitação no andar de baixo. Passos de um lado para o outro e vozes de mais pessoas do que as que moravam naquela casa. Talvez eles já tenham se esquecido de mim, pensei ao enfiar minha cabeça contra o travesseiro, encharcado com as lagrimas que vazavam sem parar de meus olhos depois que Jer se foi. Eu já estava prestes a cair no sono quando a porta de meu quarto se abriu e a luz atravessou o quarto ate mim. Eu me sentei com rapidez, pronta para protestar e dizer a Jenna ou quem quer que fosse que me deixasse sozinha. Mas as silhuetas escuras na porta não eram de Jenna, tia Miranda e muito menos a de Jer.

–Ah, cara. – Uma voz feminina e familiar chegou até meus ouvidos. – Você está pior do que eu pensava.

–Nossa, como você ajuda, não é? – A outra perguntou, encarando a dona da primeira voz. – Agora por que não coloca um espelho na frente dela e diz que ela parece uma versão acabada da garota do exorcista? Aposto que faria ela se sentir melhor.

–Hey, não seja grossa! Só estou apresentando os fatos.

– Ela não precisa de fatos. Preciso das amigas, sua tapada!

Eu não precisei prestar muito mais atenção na conversa ou sequer acender a luz do abajur no criado mudo para identificar aquelas pessoas. Eu pesquei, imaginado se não estaria sonhando. Eu só podia estar delirando.

As luzes se acenderam quando Raven tateou atrás do interruptor. Ela e Charlotte estavam paradas na porta, vestidas como se tivessem acabado de sair de um desfile de moda e me encarando com pesar.

– O que fez com seu cabelo? - Foi a primeira coisa que saiu de minha boca quando encarei os cabelos antes vermelhos de Char, que agora estavam castanhos, apenas com algumas mechas mais claras.

–Mudanças são bem vindas, baby. – Ela deu de ombros. – No seu caso, uma seria de grande ajuda agora.

– Quem está sendo grossa agora, hum? – Raven cruzou os braços e encarou a amiga.

Eu tinha uma certa noção de meu estado. Meus cabelos deviam estar parecendo um ninho de passarinhos mal feito. Eu usava um moletom cinza que era confortável, mas não um dos mais bonitos, e meu rosto certamente estava inchado de tanto chorar. É, pensei. Bem diferente de quando saiu de Nova York.

Elas ainda estavam paradas na porta, me olhando como se pudesse me partir em caquinhos. Droga, era assim que eu me sentia!

– Como você está? – Char perguntou, me observando com cautela.

Eu poderia estampar um sorriso em meu rosto e dizer que estava tudo bem, que eu só precisava de um tempinho. Eu poderia me fingir de forte ou qualquer coisa, mas ,droga, eram minha melhores amigas paradas na porta. Eu nunca havia conseguido mentir para elas. Então, antes mesmo que eu pudesse abrir a boca, a porcaria dos meus olhos se encheram de lágrimas e eu me curvei sobre a cama, enfiando a cabeça em meio as cobertas enquanto soluçava. Os saltos das garotas fizeram barulho quando elas correram até mim e se sentaram na cama. Eu as abracei e, como se fosse possível, chorei ainda mais.

Eu mal podia acreditar que elas estavam ali.

Fiquei abraçada as duas, enquanto elas me deixavam chorar em seus ombros. Em determinado momento, Raven se escorou na cabeceira da cama e me fez descansar a cabeça em seu colo, enquanto Charlotte se deitava ao meu lado com a cabeça apoiada em sua mão para me observar. Tive esse breve reconhecimento quando notei que era exatamente assim que nos comportávamos quando uma de nós precisava das outras em Nova York. Senti-me aliviada por perceber que nada havia mudado e que pelo menos aquilo era constante em minha vida.

Quando finalmente o choro cessou, eu me virei de lado e fiquei de frente para Char. Minhas amigas ainda estavam em silencio, aguardando que eu dissesse algo. Elas não e perguntaram nada e mais uma vez percebi o quão bem me conheciam.

– O que estão fazendo aqui? - perguntei, limpando meu rosto molhado.

Char deu aquele seu sorrisinho desafiador que era praticamente sua marca e revirou os olhos.

– Uma garota teimosa e irritante precisava de nós.

O cantou direito de minha boca de ergueu na tentativa de um sorriso. Era o máximo que eu conseguia naquele momento.

– Mas vocês tinham aula. Não podiam ter vindo assim.

– Acalme esse traseirinho sexy, sweet. - Raven disse quando me sentei na cama para encarar ambas. – Deixe isso com a gente.

– Mas e seus pais? Eles concordaram que viessem? Kyle veio com vocês?

– Sim e sim. Ele está lá em baixo.

Sem esperar por mais nada, e pulei da cama e corri pela escada em direção à sala. Eu sabia que as garotas estavam atrás de mim, correndo com seus saltos para me acompanhar e tive de reprimir a risada ao imaginar a cena. Jenna, Jeremy, tia Miranda e tio Grayson estavam sentados, conversando com alguém que estava de costas para mim. Jenna abriu um sorriso surpreso ao me ver e Jer deu um meio sorriso.

Assim que notou minha presença, o garoto com cabelos negros como os de Raven se virou e saltou do sofá, partindo para cima de mim em um abraço de ursos, me esmagando em meio aos seus músculos. Eu soltei uma risada quando ele me ergueu no ar e me girou no lugar como se eu tivesse quatorze anos outra vez. Cara, como eu tinha sentido a falta daquele garoto!

Quando se afastou e seus olhos escuros me encaram, eu vi um brilho de preocupação em seu rosto, mas foi questão de segundos antes que ele abrisse um enorme sorriso. Segurei seu rosto entre minhas mãos e o examinei seu rosto sexy depois de semanas. Eu sempre havia brincado com Kyle dizendo que ele parecia um anjo caído. Ele tinha um tom de pele branca que caia bem com seus cabelos escuros que agora estavam espetados para todos os lados, lhe dando um ar quase selvagem de uma forma boa. Seu maxilar lhe dava o rosto de um homem, mas os olhos eram como os de uma criança trapaceira. Sua barba estava crescendo agora, rala no rosto, o que só o deixava mais bonito.

Ele me apertou mais uma vez contra o peito musculoso antes de me soltar novamente sorrir. Nenhum de nós disse nada, até por que não era necessário. Kyle me conhecia bem. Eu sentia os olhos de todos na sala sobre nós, mas não me importei. Um pequeno sorriso se abriu em meu rosto e de repente eu me sentia bem melhor.

– Que bom que se reencontraram. – A voz de Char veio dos pés da escada enquanto ela sorria, e se eu não a conhecesse bem, diria que tinha visto uma pequena faísca de ciúmes em seus olhos.

Kyle ergueu o braço direito e chamou as garotas para se juntar a nós enquanto seu braço esquerdo jazia sobre meus ombros. Raven sorriu e veio saltitando até nós, seguida por Charlotte. Cara, foi o melhor abraço em grupo em séculos!

[****]

Raven, Charlotte e eu passamos o resto da manhã e parte da tarde em meu quarto, assistindo Verdade ou Consequência com vasilhas de pipocas, panelas de brigadeiro e barras de tudo quando é doce depois de eu ter tomada um banho e vestido uma calça jeans e um suéter preto. Não conversamos sobre o motivo de todo o meu surto, mas eu sabia que as garotas esperariam até mais tarde para me fazerem perguntas. Jenna, tio Grayson, tia Miranda e Kyle tinham saído para jantar fora, talvez dar algum descanso para minha mãe agora que ela sabia que eu estava em boas mãos. Jer saiu com Bonnie, Matt e Nadia. Eu não fiz perguntas e ele evitou dar detalhes. Eu não precisava saber o quanto todos eles me odiavam.

Passar uma tarde com as meninas foi quase surreal. Eu sentia tanta a falta delas que meu coração poderia se encolher em uma pequena bolinha, e estar ali com elas deitadas em minha cama, jogando pipoca umas nas outras enquanto discutíamos se Chapin Wright era ou não uma vadia total. Charlotte insistia e dizer que ela era uma assassina e que não merecia Whisper. Raven e eu tínhamos o mesmo argumento de que ela não tinha sido a culpada da morte de Mallory Silvers e no final a maioria venceu. Estávamos prontas para passar para o próximo filme quando a campainha tocou lá em baixo. Eu olhei para as garotas sem saber quem diabos poderia ser e disse para elas irem em frente com o filme que eu voltaria em alguns minutos. Eu desci as escadas correndo e abri a porta, imaginando se Jeremy não teria esquecido as chaves.

Inferno, definitivamente não era Jer, percebi ao abrir a porta e dar de cara com Damon Deus Grego Salvatore. O idiota teimoso, me cérebro me lembrou.

– Pierce. – Ele me cumprimentou com um aceno de cabeça e por um instante um flash de sua pele tocando a minha em uma cabana que de repente parecia quente demais passou por minha cabeça.

– Salvatore? – Isso teria sido um cumprimento também se eu não estivesse tão confusa ao encontra-lo na porta de minha casa.

– Eu... precisava conversar com você. Saber se estava tudo bem. Você está bem, não é? Não tem ido ao colégio...

Eu balancei a cabeça sem saber se poderia ou não estar seja lá qual fosse a definição de “bem” para Damon.

– Por que você se importa? – Eu cruzei os braços e fiquei parada em sua frente, sem saber como agir.

Droga, o que mais eu deveria fazer? Aquele garoto era muito inconstante. Mas então ele olhou para os lados, como se estivesse com vergonha. Eu me lembrei de parte da briga onde ele tinha segurado Rebekah e se não estivesse tão irritada poderia jurar que ele havia sussurrado para Rebekah que aquele não fora o combinado. Também me lembrei dos dois conversando no acampamento, um pouco mais distantes dos outros alunos e tudo fez sentido. E se fosse possível, toda a raiva que eu sentia por aquele idiota aumentou ainda mais.

–Você ajudou ela. – Aquilo soou mais como uma pergunta, talvez por que eu quisesse que não fosse verdade. Então eu teria trabalho duplo para me vingar daqueles dois idiotas.

Ele não negou, e eu me virei, saindo de perto dele antes que o socasse. Eu ouvi a porta se fechar atrás de mim e então Damon teve a audácia de entrar em minha casa e me seguir até a sala.

– Eu vim me desculpar. – A voz dele saiu quase inaudível, como se fosse difícil demais para ele pedir desculpas, o que eu realmente não duvidava. Se eu estivesse de bom humor, teria feito uma piada. Mas adivinha só...

–Você só pode estar ficando louco! – Eu falei um pouco alto demais e olhei para as escadas. Nenhuma das meninas veio correndo, então comecei a falar mais baixo. – Por que acha que eu algum dia aceitaria suas desculpas?

– Eu não sabia, tá legal? – Dessa vez foi ele quem teve de abaixar o tom de voz. – Rebekah me mostrou as fotos, me disse sobre as coisas que você fez. Mas ela nunca me disse nada sobre seu pai.

– Então é isso? – Ri com escárnio. – Você se arrependeu e veio correndo pedir desculpas para a pobre órfã? Cara, como você consegue ser tão idiota?

Ele suspirou, parecendo mais irritado do que nunca. Mas dessa vez ele não gritou comigo ou me falou bobagens. Damon suspirou como se tentasse se controlar e chegou mais perto olhando no fundo de meus olhos. De repente eu estava ciente demais de sua aproximação.

–Não estou aqui com pena, Katherine. – sua voz era rouca e fez um arrepio percorrer minha espinha. Como ele conseguia me afetar tanto de tantas formas? – Estou aqui por que eu sei o que a morte causa em algumas pessoas. Droga, essa cidade é um maldito buraco negro! Ela suga tragédias. Então, não, não estou aqui por que sinto pena de você. Muito menos por que me importo com o que tenha acontecido em sua vida. Estou aqui por que fui um idiota, e ate mesmo eu consigo ver isso. Me chame de maricas ou do que quiser, mas estou tentando concertar uma burrada.

Eu olhei em seus olhos, tentando enxergar a piada. Mas ele não estava brincando, e isso me assustou. Era a primeira vez que eu o vi falado tão serio.

– O que te faz achar que vou confiar em você? – Sussurrei, ouvindo minha voz falar. Cara, seria muito bom se ele apenas se afastasse um pouco antes que eu resolvesse encostar minhas mãos em seu peitoral firme na altura de meus ombros, somente para sentir sua pele quente.

– Por que eu conheço pessoas como você. Katherine Pierce não vai deixar aquilo barato, e parte de você sabe que eu sou o único que pode te ajudar. Eu conheço Rebekah, e você não.

Eu fiquei parada, tentando decidir se deveria ou não ouvi-lo. Eu queria me vingar de Rebekah, queria mesmo, mas Damon também a havia ajudado e aquilo me irritava. Ele lembrava a mim mesma e aquela combinação não era muito saldável. Ele continuou olhando em meus olhos e eu quase pude me sentir ceder. Cara, eu iria me arrepender muito daquilo.

– Tudo bem.- Eu disse com mais certeza do que tinha. – Mas que fique claro, Damon; Se isso for alguma brincadeira sua, você vai pagar caro.


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Notas finais do capítulo

Eita mds... prevejo tiros por Mystic Falls hauehaeuhae
E vcs? O que acham que vai rolar? Até a proxima, guys!.



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