A New Place To Start escrita por WhateverDhampir


Capítulo 17
Capítulo 15 - Alice e a toca do coelho.


Notas iniciais do capítulo

Voooltei!Gente, eu passei a tarde toda escrevendo, então espero que isso sirva como um pedido de desculpas pela demora. :3
O capítulo abre as portas para todas as futuras tretas!!!! ( Tava na hr ein, Lai. Pow!)
Eu só queria confirmar que a segunda temporada de ANPTS vai mesmo sair e , acreditem, muitas coisas vem por aí. hauehuehae
Eu quero agradecer a essa coisa linda da Walker por ter recomendado a fic s2
Cara, você ta aí desde sempre me apoiando e depois de uma pequena Stalkeada no seu perfil, notei que somos quase almas gêmeas pq gosto de praticamente todas as mesmas coisas que vc, então aqui vai meu abraço virtual para vc... Serio, depois de ler aquilo eu simplesmente surtei, então muito obrigada msm,sua diva s2
haeuahuehaueha
Espero que gostem do capítulo pq até mesmo eu tive meus pequenos ataques aqui depois de ler ele todo. hauehae
Kisses s2



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Em determinado momento me perguntei como eu ainda conseguia ficar em pé. Bonnie me acordou naquela manhã e saiu aos tropeços do quarto dizendo que Nadia estava nos esperando na cozinha com uma bela garrafa de café. O café da manhã seria servido no refeitório, mas quem afinal estava disposto a contrariar a lógica dela quando só havíamos dormido por pouco mais de três horas?

Eu quase caí da cama, tentando alcançar minhas pantufas pensando em como um banho gelado seria perfeito para me acordar de verdade. A água caiu com força sobre meus ombros e todo o meu corpo pareceu ser despertado com um sobressalto. Eu lavei meu cabelo, tentando tirar o que sobrara da areia que não havia ido embora na noite anterior e me vesti, agradecendo por ainda ter algum sapato sem um salto agulha que eu pudesse usar nesse lugar sem dar de cara com o chão.

–Forte e quase nada de açúcar. – Nadia me empurrou com copo um tanto grande de café e sorriu quando eu entrei na cozinha alguns minutos depois. – Não queremos parecer zumbis hoje, acredite.

–Que tipo de pessoa trás café para um acampamento escolar? –Perguntei a Bonnie, sentada na cadeira ao meu lado com seus cabelos castanhos caindo ao redor de seu rosto enquanto ela nos encarava com os olhos cheios de olheiras.

Ela apenas deu de ombros como se sua energia para responder uma simples pergunta tivesse se esvaído. BonBon estava tão acabada que fazia minha situação parecer agradável. Eu nunca a tinha visto de cara feia, mas algo me dizia que sua noite de sono mal dormido lhe traria um humor nada doce.

Eu bebi o café de Nadia, que por sinal estava melhor do que eu esperava para um café forte daquela maneira, e então seguimos em direção ao refeitório, Bonnie se arrastando enquanto tinha o braço enganchado no de Nadia como se mal pudesse andar. Todos os outros estavam sentados à mesa com uma tremenda coragem que faria um grupo de idosos parecerem um bando de pestinhas melequentos e elétricos de cinco anos de idade. De certa forma era estranho ver todos aqueles alunos sem o ar escolar. A maioria usava roupas leves e de alguma forma me toquei que nunca tinha visto Stefan de regata. Cara, agora eu via. E como via.

Mas eu acho que certamente Stefan também nunca tinha me visto apenas de short uma blusinha solta de alças finas porque assim que coloquei meus pés dentro do refeitório, seus olhos caíram com força sobre mim e se não o conhecesse bem diria que ele estava me secando.

Eu sorri, me sentando ao seu lado.

–Bom dia. – Ele sorriu para mim, beijando minha bochecha.

–Oi.

Todas estavam comendo e as meninas e eu tivemos de nos levantar para pegar algo na enorme mesa de madeira no canto do refeitório. Enquanto esperava Nadia e Bon se servirem, eu observava as mesas cumpridas postas em cinco fileiras. Todos conversavam e os professores estavam juntos em uma mesa um pouco menor do outro lado. Meus olhos se recaíram contra uma mesa com alguns alunos e então os olhos de Klaus se encontraram com os meus. Ele sorriu e eu acenei. Caroline estava do seu lado e surpreendentemente acenou para mim, me chamando, como se nunca tivéssemos brigado. Eu fiz um gesto pedindo para que ela esperasse um pouco e me servi, avisando as garotas que as encontraria em nossa mesa.

–Hey, Kath! - Ela sorriu para mim, fazendo-me acreditar que ela finalmente tinha superado a cena no jantar, o que me fez sorrir também. – Olha, eu só queria, sabe, pedir desculpa por...

–Não, não! – Eu a interrompi. – Você não tem pelo que se desculpar, Care. Eu coloquei seu irmão em uma situação nada agradável. Você tinha razão.

–Vamos esquecer isso, okay? - Eu assenti. – Olha, alguns alunos farão uma fogueira hoje anoite. Diga aos outros para aparecerem, tudo bem?

Eu concordei pronta para voltar a minha mesa. Foi só então que notei Damon, sentado em frente a Klaus. Ele estava com os cotovelos apoiados na mesa com aquele seu típico ar de quem não se importa, apenas me observando. Seus olhos escuros pareceram queimar minha pele enquanto desciam e subiam por meu corpo como se estivesse me avaliando. Quando encarou meu rosto novamente, um sorriso irônico se abriu em sua boca. Aquele simples gesto fez meu corpo tremer involuntariamente. Eu só não sabia dizer se era medo ou algo mais.

Dei o fora dali antes que ele resolvesse me dirigir à palavra, embora eu duvidasse de que ele sequer pensaria em falar algo para mim. Fiquei o resto do café da manhã em silencio pensando em qual diabos era o problema daquele garoto. De vez em quando, quando eu ousava levantar meu rosto em direção a sua mesa, pegava seus olhos sobre mim, me observando como um predador.

–Bem a história é a seguinte – Blake gritou lá da frente algumas horas depois. Já passava das quatro da tarde e todos os alunos haviam sido reunidos em fileiras do lado de fora da cabana principal. Todos nós tivemos parte da tarde livre, mas agora era hora de fazer o que tínhamos vindo aqui para fazer. – vocês serão divididos em grupos de quatro alunos para a pesquisa. Todos vocês terão pouco mais de duas horas e no final desse tempo quero que estejam todos de volta. Se virem qualquer espécie de animal perigoso, por favor, não mecham com eles e se preciso gritem por ajuda. Monitores e professores estarão cuidando para que...

Eu não sei por quanto tempo mais ele falou. Depois de certo tempo, enquanto ele explicava que deveríamos procurar algumas espécies de plantas sobre as quais eu não prestei a mínima atenção, me peguei observando qualquer coisa que não fosse sua boca se movendo e explicando regras que alguns dos alunos ali já deviam ter ouvido milhares de vezes. Enquanto meus olhos rondavam os alunos ao meu redor, observei Rebekah e Damon em um canto um pouco afastado dos outros. Ela movimentava as mãos com certa exasperação e Damon parecia irritado. Sobre o que exatamente eles estavam discutindo, eu não fazia ideia. Mas pela expressão nada agradável de Damon, Rebekah o estava irritando, e muito. Foi então que seus olhos me surpreenderam, me pegando no exato momento em que eu tentava ler os lábios da Mikaelson para tentar ao menos descobrir sobre o que discutiam. Ele franziu a testa e me virei o mais rápido possível, tentando fingir que não tinha visto nada. O problema era que Damon certamente não era burro.

****

POV Damon

–Eu preciso da sua ajuda. – Rebekah passou a mão por meu peito, como se tentar me seduzir fosse ajuda-la a conseguir o que quer. – E não é como se você tivesse muita escolha. Você sabe que não pode dizer não para mim.

–Esquece, Rebekah. – Eu me afastei já irritado com sua atitude. Já fazia um tempo que ela vinha brincando de cachorrinho e dona, mas eu não iria aceitar aquilo de novo. Ela não iria conseguir nada de mim dessa vez.- Eu já cansei das suas ameaças.

Rebekah fez bico como uma criança emburrada e se apoiou na árvore atrás dela com aquela sua expressão como quando não tinha o que queria.

–Bem, se eu fosse você pensaria duas vezes. Vamos, Damon. Eu só preciso que você distraia a porcaria da secretaria para que eu pegue a ficha da garota. Não venha me dizer que não está curioso sobre tanto segredo. Eu até poderia te contar o que descobri, mas preciso de mais informações.

Droga, eu tinha que admitir que estava mesmo curioso. Rebekah sabia de coisas, mas se recusava a abrir o bico. Katherine Pierce havia chegado a Mystic Falls a mais de duas semanas e, no entanto ninguém sabia quase nada dela. Mas por mais que eu tivesse raiva dela, roubar sua ficha para entregar a Rebekah estava fora de cogitação. E eu sabia o que Rebekah faria se tivesse isso em mãos. Ela manipularia a garota, assim como ela fazia comigo. Por mais que fosse contra tudo que eu pensava, eu não poderia deixar aquilo acontecer. Além do mais, Klaus havia deixado bem claro que não me queria mexendo com a vida da garota, tanto porque Caroline ficaria irritada, mas também porque ele realmente achava que Katherine não era uma ameaça para ninguém. Bem, eu pensava diferente. Aquela garota realmente conseguia me irritar, mas isso era entre nós. Eu definitivamente não me envolveria no ciúme infantil de Rebekah.

Eu desviei meu olhar dela, tentando pensar em uma maneira de fazê-la desistir de tanta idiotice. Eu até estaria disposto a ajudá-la. Mas isso requeria dar algo que ela queria, e já tinha muito tempo que eu havia feito uma promessa de evitar os caprichos da irmã de meu melhor amigo. Foi então que notei Katherine parada no meio de alguns alunos, olhando em nossa direção. Como eu tinha notado no refeitório, Katherine estava diferente do modo como costumava se vestir. Dessa vez, ao invés de calças escuras, saltos enormes e maquiagem escura, ela estava apenas de short e uma blusinha solta. Se possível aquilo marcou ainda mais seu corpo, deixando suas curvas mais belas do que eu já havia visto. Era estranho, mas vê-la dessa forma, meio desarmada ao contraio do momento em que discutíamos, me fez ver como uma mulher bonita e não uma garotinha petulante que me irritava.

Controle-se, Salvatore. Controle-se.

Franzi a testa, tentando me desviar desses pensamentos e a vi se virar e se enfiar no meio de alguns alunos. Eu voltei minha atenção ao problema que tinha em minha frente. Rebekah me observava com aquele seu ar sexy que algum dia tinha me atraído. O problema foi que depois eu realmente tinha conhecido a verdadeira Rebekah. Tudo que eu podia fazer era sentir pena de Klaus, que pensava ter uma irmã inocente que apenas se portava mal pela falta dos pais.

–Não vou me meter nos seus problemas outra vez. – Eu sussurrei, olhando fundo em seus olhos para ver se ela percebia o quão serio eu estava falando. – Se você quiser sair pela escola, contando tudo o que sabe sobre mim, vá em frente. Você não vai fazer isso porque sabe que ainda precisa de mim. E além do mais, isso só facilita para eu contar ao seu irmão o que sei sobre seus segredinhos sujos. O trato foi esse Rebekah; você fica calada e eu não abro a boca.

Eu a deixei para trás, com uma expressão mais irritada do que ela já estava. Droga, o que diabos ela tinha descoberto? Será que era certo deixar que ela simplesmente saísse com essas informações? Se Katherine não tinha aberto a boca para os amigos, então certamente ela tinha um motivo. Eu certamente queria derrubar Katherine desse altar no qual ela havia subido, mas isso seria do meu jeito.

Eu me juntei a Klaus, parado no meio dos alunos ao lado de Tyler enquanto Blake explicava cada detalhe de como as coisas seriam. Rebekah parou alguns metros adiante, me observando como um animal carniceiro observa sua vitima. Ela acenou com aquele seu doce ar angelical e completamente falso. Eu apenas balancei a cabeça e me concentrei enquanto o professor separava os alunos em grupos de quatro.

– Bonnie, Jeremy, Nadia e Tyler.

Tyler ao nosso lado bufou com irritação. O amor que ele sentia por Jeremy Gilbert não era segredo e agora ele passaria quase três horas ao lado do garoto no meio das árvores. Não pude deixar de rir e ele me encarou com raiva.

–Stefan, Niklaus, Matt Donovan e Rebekah.

Eu ri novamente.

–Boa sorte, amigo. Vai precisar. –Bati nas costas de Klaus enquanto ele olhava de esguelha para o tão adorado cunhado. Algo me dizia que aquilo seria divertido.

–Katherine, Caroline, Derek e Damon.

Espera aí um pouquinho! Como é que é?!

Os outros olharam para mim. Droga, eu falei em voz alta?

–Algum problema, Sr. Salvatore? – Tanner, parado ao lado de Blake como uma estatua me olhou como se quisesse arrancar meu pulmão com uma faquinha de mesa.

–Hamm... Não, não! Tudo bem. Continue. - Ele me lançou mais um olhar quase aniquilador e então o professor Blake voltou à lista.

Klaus bateu em minhas costas, parecendo se divertir.

– Boa sorte, amigo. – Ele repetiu. – Vai precisar.

Eu revirei os olhos e olhei em direção à Katherine, parada ao lado dos amigos. Ela acenou para mim, parecendo nada feliz com a situação também e seus lábios formaram hora da diversão com ironia.

Cara, eu estava tão ferrado.

****

Sabe quando você acha que as coisas não podem piorar? Bem, aqui vai uma novidade; Elas podem, sim, ficar pior. Em um momento eu estava totalmente p da vida por ter de aguentar Katherine Pierce em um mesmo ambiente, e agora estávamos ali, os dois caminhando lado a lado em meio às árvores, procurando por diversas espécies de plantas que serviriam para porcaria nenhuma. Qual era a finalidade daquilo, afinal? Andar no meio do mato em círculos como se não tivéssemos mais nada interessante para fazer? Ah, dá um tempo!

–Conversei com Klaus. – Caroline disse depois de algum tempo em silencio.

Derek, um garoto um palmo menor que eu que fazia parte do time de natação, andava junto a mim enquanto as garotas estavam mais a frente. Por favor, por favor, não me diga que terei que ouvir conversa de garotas. Eu realmente não precisava saber como meu amigo era na cama.

–Ele me disse sobre como foi legal com ele. – Caroline estava de costas, mas mesmo assim eu podia imaginar aquele seu sorriso de quem pedia desculpas se abrindo em seu rosto.

Niklaus havia me contado sobre o total desastre que o jantar tinha sido mesmo insistindo que “tudo não passava de um mal entendido”. Ele tinha insistido para a irmã em como Katherine era diferente do que pensávamos na esperança de fazer a irmã mudar de ideia sobre a garota. Bem, baseado em minha conversa com Rebekah alguns minutos antes, eu podia jurar que não havia funcionado muito bem.

–Ele é legal. – Katherine deu de ombros.

–Bem, eu sei que já te pedi desculpas antes, mas... eu realmente sinto muito. O que eu disse sobre você...

–Você estava certa sobre os segredos, Care. Desde que eu cheguei, tenho escondido coisas de vocês. Eu só não quero que pensem que faço isso somente para mantê-los de fora ou seja lá o que estiverem pensando. Apenas... há coisas em minha vida que não estou pronta para contar a todos vocês. Pelo menos não ainda.

Katherine tinha aquela pose tensa que na maioria das vezes adquiria quando estava perto de mim. Ela andava pouco a frente, seu corpo belamente formado se movendo com delicadeza. Era como se ela flutuasse sob o terreno pouco regular.

Então tinha algo, afinal. Ela estava escondendo algo que nem mesmo seus amigos, ou a maior parte deles, sabia, e por um momento entendi a raiva de Rebekah quanto à garota. Ela estava escondendo sabe-se lá o que, e de alguma forma as ideias que passavam por minha cabeça não eram nada agradáveis.

– Eu entendo isso, sério. – Care suspirou. – É só que Stefan e eu nunca escondemos nada um do outro, sabe?

–Minha intenção não foi afastar vocês ou coisa assim, Caroline. Eu só precisava de um amigo e Stefan estava lá. Ele me escutou e pela primeira vez não tive tanto medo de que alguém me julgasse.

– E o que te faz pensar que nós iremos te julgar, Kath?

–Talvez não. – Ela deu de ombros. – Mas eu sei que passariam a me ver de uma forma totalmente diferente. Isso me assusta. Eu passei um tempo em um lugar onde pessoas me olhavam com medo ou como se eu fosse alguma espécie de parasita. Não estou preparada para correr o risco de que isso aconteça outra vez.

Caroline passou seu braço ao redor do da garota em minha frente e mesmo de costas para mim, eu pude ver um breve sorriso em seus lábios cobertos por uma camada fina de batom Pink.

–Meu irmão sempre foi bom em julgar o caráter das pessoas. Se ele confia em você mesmo depois de ter contado tudo a ele, então eu também confio.

Elas continuaram o caminho e quando Caroline desviou seu rosto para encarar algo que não fosse o rosto de Katherine, eu notei os ombros da garota se tencionarem levemente enquanto ela baixava a cabeça.

Em minha mente, aquela voz insistia em sussurrar; você não contou tudo a ele, não é, Katherine?

****

Algum tempo já havia se passado e o Sol se preparava para se esconder atrás das montanhas ao longe. Os pássaros cantavam em uma ultima sinfonia antes que se recolhessem na escuridão e os insetos chiavam cada vez mais alto, ecoando por metros e metros à nossa frente. Em algum momento, decidimos nos separar para acabarmos logo com aquilo. Com certeza já havia grupos em nossa frente e logo, logo o sol se esconderia de vez. O tal Derek e eu continuamos em uma rota que somente o garoto via. Segundo ele, seu tempo como escoteiro nos daria alguma direção enquanto ele procurava seja lá do que estivéssemos atrás. Eu não estava dando a mínima para aquele trabalho, e de certa forma acho que Derek havia percebido.

Caroline e Katherine seguiram pela trilha um tanto rala. Eu tinha esperança de que elas não se perdessem do caminho, ou então eu teria algum trabalho para explicar a meu amigo o motivo de ter tirado os olhos de cima de Caroline. Eu só esperava que aquela loira fosse capaz de reconhecer o caminho pelo chão.

Já passava das seis quando Derek anotou tudo o que devia em uma prancheta que tinha sido entregue a alguns alunos e decidiu que tínhamos o que queríamos e que talvez fosse melhor voltarmos. Nós seguimos pela mesma trilha pela qual as garotas haviam desaparecido na esperança de encontrá-las quando do nada, Caroline brotou do meio das arvores, correndo em nossa direção o mais rápido que ela conseguia com aquele salto que só ela escolheria para andar em terreno como aquele. Ela parecia aflita e eu podia jurar que estava prestes a chorar enquanto tremia.

–É a Katherine. – Sua voz falhou devido à falta de ar. Droga, o que tinha acontecido? – Nós estávamos andando pela trilha quando ela tropeçou em uma raiz e caiu em buraco. Acho que ela está machucada.

Merda, merda, merda, era tudo o que eu ouvia dentro de minha cabeça. Ela tinha se machucado. O que eu deveria fazer? Era Caroline que usava salto e, no entanto fora Katherine a se meter em um problema daqueles. Não deveria esperar nada mais vindo dela.

–Vá chamar alguém. – Eu praticamente gritei para Derek um tanto sem reação sem saber o que deveria fazer em seguir. Quando o garoto se foi eu fiquei alguns segundos olhando para a expressão aterrorizada de Caroline. Droga, ela tinha se machucado, minha mente insistia em me lembrar.

Vá até ela, algo em mim dizia. Ajude-a. Droga, ajudá-la como? Eu não sabia. A próxima coisa de que tive noção era de estar correndo pelo caminho de onde Caroline havia vindo e estar ouvindo seus passos apressados atrás de mim.

Ela estava machucada.

Eu sentia certo pavor crescer dentro de mim. Cara, só eu sabia o quanto Katherine Pierce era irritante. Mas de jeito nenhum ela iria se machucar e me fazer perder pontos por não ter ficado de olho em meus parceiros.

Ela estava machucada.

Foi meio impossível não localizar o enorme buraco no chão logo em baixo de uma enorme figueira. Já escurecia e era quase impossível enxergar algo lá dentro.

–Katherine? Katherine, você está aí? – Eu me joguei no chão ao lado do buraco, tentando ver se ela estava bem.

–Damon? É você? – Sua voz tremeu. Ela estava chorando? – Por favor, me tire daqui. Eu senti algo passando por mim. Acho que é uma cobra.

Caroline andava de um lado para o outro atrás de mim, como se imaginar a cena de Katherine jogada no chão do buraco com uma expressão aterrorizada e sangrando já não fosse o bastante para me assustar. Eu não soube exatamente naquele momento se foi sua voz ou o fato de que eu a estava vendo chorar que me fez tomar a decisão de não esperar pelos outros.

Ela estava machucada.

Eu olhei em volta, procurando algo que eu pudesse usar para puxa-la para mim. Havia galhos ao redor, muitos galhos. Mas nenhum parecia ter grossura suficiente para suportar o peso de Katherine. Foi quando ouvi seu soluço, sabendo que ela não choraria em mim frente a não ser que estivesse realmente assustada, que percebi que esperar pelos outros ou me afastar do local para procurar algo que pudesse tirá-la dali estava fora de cogitação.

Me joguei no chão, na beira da cratera que se escondia mais e mais na escuridão e tentei enxergar Pierce com a pouca luz restante.

–Pode se levantar? – Com meus braços, tentei alcança-la. Ela estava a apenas alguns centímetros abaixo. Se pudesse ao menos se levantar e agarrar minha mão...

–Eu...não sei. Minha perna...

–Katherine, preciso que se levante, okay? Preciso que se levante e segure minha mão. Eu vou puxar você para cima.

–Você pode se machucar. –Ela soluçou.

Droga, como alguém pode ser tão teimoso? Eu podia ver em sua voz o quanto estar ali a assustava e mesmo assim ela se recusava a me ouvir. Eu a xingaria tanto depois que ela saísse daquele maldito buraco!

–Katherine, será que você pode calar a maldita boca e segurar a droga do meu braço?!

Ela se calou.

Eu ouvi alguns gemidos de dor e alguns segundos depois eu senti sua pele fria contra minha mão. Katherine estava tremendo. Se de medo ou frio eu não fazia ideia, mas algo me fazia pensar que eram ambos.

Segurei seus pulsos com toda força e a puxei para cima. O problema era que eu não tinha nada para me apoiar e estava difícil segurá-la. Foi logo quando eu a ergui um pouco e seu braço estava prestes a escapar de mim, que Caroline entrou em ação e agarrou o braço da amiga também. A loira caiu no chão e, com o baque surdo e uma força que me fez acreditar que poderia ter quebrado uma de minhas costelas, Katherine caiu em cima de mim. Seus cabelos castanhos caíram ao redor de nossos rostos e eu poderia jurar que nem o fato de ter caído em um buraco tinha afastado seu cheiro de orquídeas e hibiscos. Eu senti seu rosto molhado contra meu pescoço e tive de me controlar para não abraça-la e lhe dizer que tudo ficaria bem.

Ela levantou a cabeça e fitou meus olhos, ainda soluçando.

Acabou agora, Katherine. Você vai ficar bem.

–Você está bem? –Perguntei, segurando seu rosto entre as mãos.

Acabei de caiu em um buraco no meio das raízes de uma figueira. Você acha mesmo que estou bem?, eu quase podia ouvir a resposta irônica que ela me diria. Mas, para mim surpresa, ela apenas assentiu. Foi então que nós parecemos perceber o quanto estávamos próximos.

Katherine girou o corpo e caiu ao meu lado no chão quando notamos Caroline, parada ao nosso lado parecendo frenética e então gemeu de dor, agarrando o tornozelo.

–Oh, meu deus! Katherine, eu sinto tanto! Eu não vi o buraco, realmente não vi. Oh, cara, Stefan vai me matar. Foi minha culpa, sinto muito.

–Caroline, cale-se! – Eu segurei a perna de Katherine e ela gemeu novamente. – Eu vou leva-la para a cabana dela. Avise os outros.

A loira olhou em duvida para a amiga no chão e então, ao notar meu olhar nada amigável sobre ela, saiu correndo. Se eu tiver sorte, ela pode cair em um buraco também.

–Segure firme. – Sussurrei para Katherine.

Ela colocou os braços ao redor de meu pescoço e fechou os olhos quando eu a levantei em meu colo. Eu poderia muito bem estar quebrado. Havia acabado de puxá-la para fora daquela cratera no chão e meus braços doíam. Mas eu não parei de andar rápido em nenhum instante. A cada vez que o rosto de Katherine se fechava com dor, eu aumentava o ritmo.

Quando irrompi pela porta de sua cabana e ela me apontou o quarto, eu a deitei na cama, só então notando todo o estrago. A parte baixa de sua bochecha tinha um aranhão que ia até seu pescoço. O tecido fino de sua camiseta tinha sido rasgado na barriga, mas os únicos estragos, eram pequenas marcas vermelhas e arranhões que sarariam em breve. Suas pernas, por outro lado estavam ruins. Ela tinha cortes na batata de sua perna e na coxa e seu tornozelo parecia roxo e inchado. Eu arranquei sua bota e corri até a cozinha, onde toda cabana mantinha um quite de primeiros socorros. Katherine tampou os olhos quando eu tirei a gaze, o álcool e outras coisas da pequena maleta branca.

– Você é bom nisso. – Ela sussurrou depois de um tempo, enquanto eu terminava de enfaixar seu pé, tomando o maior cuidado para não machuca-la.

Eu olhei em seus olhos e notei que pela primeira vez não havia gozação ou ironia em sua voz. Ela tinha um olhar diferente do que das outras vezes, sem desafio ou aquele ar de ceticismo. Aquilo foi o bastante para me desarmar e me fazer perceber que ela estava disposta a ter uma conversa civilizada.

–Tive pratica. –Eu disse apenas. Não é como se pudesse olhar para ela e dizer “eu meio que tive que aprender ou então as surras que levava do meu pai quando ele chegava bêbado em casa teriam me mandado para o hospital”. Então só dei de ombros e continuei com o que fazia. – Deixe-me ver isso.

Eu tirei o resto do que sobrara de sua camiseta, tentando limpar os arranhados. Katherine tinha uma pele macia e clara. Enquanto eu passava o algodão sobre os ferimentos, eu a vi se arrepiar quando minha pele encostou na dela. Eu olhei em seus olhos e a peguei me encarando com a boca entreaberta. Aqueles que deveriam ser lábios tão macios com seu tom avermelhado como se alguém tivesse acabado de chupa-los...

Concentre-se no curativo, Damon... Eu tentei ignorar o formigamento em minha pele e o fato de que meu coração parecia querer pular do peito.

– Você deve estar achando que sou uma covarde. – Ela sussurrou com um meio sorriso, ainda me encarando.

Eu desviei meus olhos, fazendo de tudo para me concentrar em meu trabalho.

–Por que acha isso?

–Além do fato de que eu estava chorando como louca quando você me tirou do buraco?

–Você é uma garota. É o que elas fazem.

Inesperadamente, Katherine começou a rir. Não uma risada falsa e quase escandalosa do jeito que as outras faziam perto de mim. Era só... sua risada na forma mais doce que eu já tinha visto. Era a primeira vez que ria perto de mim, e o simples som me deu vontade de fazê-la rir novamente.

–Não acredito que acabou de dizer isso.

–O quê?

–Falando de garotas como se todas fossem frágeis.

–E não são?

Ela revirou os olhos e seu sorriso desapareceu.

–Não, sério... Eu não sou assim. É que quando eu era mais nova, fui picada por uma cobra. Quase não cheguei no hospital com vida e se meu pai não tivesse me encontrado a tempo...- Ela me mostrou duas pequenas cicatrizes em sua cintura. Eu as toquei quase inconscientemente e sua testa se franziu, como se alguma lembrança ruim tivesse sido despertada e balançou a cabeça. – Quando eu estava lá em baixo eu senti algo passando por minhas costas e pensei...

Eu afastei minha mão, quase tentado a lembra-la de que ela estava bem agora.

–Mas obrigada, mesmo assim. – Seu sorriso foi mais fraco dessa vez, e mesmo assim conseguiu me atingiu em cheio. Quando tínhamos acabado com a troca de ofensas e os olhares de raiva, mesmo?

Foi no momento exato em que eu terminei o curativo, que um vulto loiro invadiu o quarto. Caroline correu para o lado da amiga, seguida por Jeremy, Bonnie e, olha só que surpresa, Stefan Salvatore.

–Você está bem? O que aconteceu? – Stefan com todo aquele seu ar de bom moço se aproximou de Katherine como se ela ainda estivesse em perigo.

Não se preocupe, otário. Já fiz seu trabalho.

–Eu cai, mas está tudo bem agora. – Eu quase ri quando ela resolveu fazer de sua pequena viagem ao País das Maravilhas um simples tombo. –Damon me ajudou a sair de lá e me ajudou com os arranhões.

Bonnie e Jeremy me encararam com certa surpresa. Acho que no mínimo eles esperavam que eu deixasse Katherine para morrer.

–Onde você estava quando isso aconteceu? – Stefan veio em minha direção com peito estufado, todo disposto a comprar uma briga. Era só o que me faltava.

–Desculpe, Forbes, mas minha função não é ser babá da namorada dos outros. – Eu sorri, irônico.

–Será que você ao menos sabe qual é a definição da palavra “equipe”?

–Eu não sei... Por que não pergunta para a loira ali. – Eu apontei para Caroline e a mesma se encolheu. A atitude daquele garoto já vinha me irritando há tempos.– Pelo que eu me lembre, era ela quem estava com Katherine. Ela devia ao menos ter ficado de olho para que Kath não se machucasse.

Kath? Desde quando você a chama de Kath?

–Não ouse falar como se...

–Já chega! – Katherine gritou, se sentando na cama. –Damon não teve culpa de nada disso.

Stefan a olhou, quase ultrajado.

Espera aí! Ela estava me defendendo?

–Você está defendendo esse cara?

–Não estou defendendo ninguém aqui, tá legal? Não ele, e nem Caroline.

–Então me ajude porque acho que entendi errado a parte onde você disse que Damon não teve culpa de nada.

–Eu cai, droga! Eu. Somente eu, Stefan. Não fui empurrada. Então será que não poderia simplesmente estar aliviado porque estou fora da porcaria daquele buraco?

–Ele deveria...

–Não! Ele não deveria. – Ela o interrompeu. Cara, eu poderia até rir da cara de Stefan naquele momento. – Então pode, por favor, parar de agir como uma criança e tentar encontrar alguém para culpar? Damon não teve culpa de não ter colocado uma coleira em volta de meu pescoço e me seguir por aí.

Alguns dos professores entraram logo depois seguidos por Derek, quebrando o silencio que se instalou enquanto Stefan encarava Katherine, querendo saber o que tinha acontecido. Eu entendi aquilo como uma deixa e caí fora dali, decidindo que precisava de um banho para tirar toda a terra que cobria minha camiseta. Foi enquanto eu andava até minha própria cabana que a realidade me deu um tapa. Ela estava se aproximando. Eu tinha jurado que não deixaria Katherine me enfeitiçar como fazia com os outros e naquele momento ela tinha se aproximado de mim. A forma como sorriu e riu, o arrepio que percorreu minha pele quando lhe toquei e a simples forma de seus lábios invadiram minha mente como que para provar que ela estava conseguindo exatamente o que queria. Eu não deixaria Katherine me enganar. Não com aquele sua nova pose amigável e não com suas lagrimas que me faziam ter vontade de consola-la. Eu tinha que fazer algo.

Como que caída do céu- ou saída do inferno-, vi Rebekah caminhando na direção contraia a minha. Olhando em volta para ver se não havia ninguém ali, eu grudei em seu braço e a carreguei pelo escuro até encostá-la em uma árvore.

–Vou te ajudar. – As palavras saíram automaticamente, quase como se não fossem minhas.

Rebekah sorriu de forma tentadora.

–É claro que vai. – Ela sussurrou e me beijou.

O problema era que tudo em que conseguia pensar era em como seria beijar os lábios rosados de Katherine Pierce.


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Notas finais do capítulo

OMG!! Me segurem pq nem msm depois de ler pela terceira vez, consigo parar de enlouquecer aqui.
Gente, o que será que esse Damon e a Rebekah vão aprontar?
Atéo próximo capítulo.
Bjs



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