A New Place To Start escrita por WhateverDhampir


Capítulo 15
Capítulo 14- Minha introdução ao ambiente selvagem.


Notas iniciais do capítulo

Vooooooltei!!!!
Gente, mais um capítulo novinho saindo do forno para você.
Para Walker ( Fufura s2 ) que queria POV Damon, o próximo já esta saindo,okay?
Para a diva da Mila Oliveira, obrigada por favoritar a fic. Espero que goste do capítulo.



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Eu não sabia até que ponto poderia suportar aquilo. O ônibus tremia e tudo em que eu pensava era em como queria estar em um solo estável naquele momento. Nadia e Bonnie haviam tentado me convencer de como seria legal esse passeio, mas até agora eu não tinha visto muita diversão. Caroline estava sentada logo alguns acentos à frente, ao lado de Klaus. Ela parecia pior que eu e pela cor de sua pele, era bom que não demorássemos muito até nosso destino.

Eu tinha acordado cedo e juntados todas as minhas coisas no hall de entrada da casa. Eu acabei concordando que Jer e eu fossemos no mesmo carro, que seria deixado no estacionamento da escola.

–Pode deixar comigo. – Ele havia me dito ao perceber que eu estava tendo dificuldades com a bolsa onde tínhamos colocados algumas bebidas e diversos salgadinhos.

Eu sorri de leve para ele, sabendo que do jeito dele, aquilo era como uma oferta de paz. Jeremy saiu pela porta enquanto eu voltava para pegar minha mochila e a dele. Logo então, minha mãe apareceu no alto da escada ainda de pijama.

–Onde vocês estão indo?

Eu suspirei. Então agora você tem tempo para conversar?

–Alguma espécie de acampamento escolar no meio do nada. – Sorri com ironia. - Nossa própria versão de Viajem Maldita e tudo mais. Talvez os professores nos deixem devorar uns aos outros.

–Não me lembro de ter me falado sobre isso.- Ela me olhou com desaprovação.

–Pois é. – Eu pendurei minha mochila em minhas costas e segurei a de Jer com a mão, pronta para sair. – Tem muita coisa que você não sabe, não é? Eu teria te dito ontem, mas parecia meio ocupada.

–Não estou entendendo esse seu tom, Katherine. Acho melhor você se sentar para que possamos conversar a respeito desse acampamento. Não autorizei isso.

–Isso porque você parecia mais interessada no seu maldito trabalho! – Eu perdi minha calma. Não iria deixar que ela fosse me proibir a ir nessa droga de acampamento mesmo que eu estivesse desesperada para cair fora. – Tia Miranda teve que assinar a droga da autorização por você. Então por que não faz um favor a nós duas e volta para suas ligações? Não vai precisar se preocupar com nada além disso até segunda, Jenna. Depois disso então talvez possamos conversar.

Depois eu a deixei para trás com uma cara de espanto, sem ter a mínima paciência para aguentar seus lapsos de responsabilidade.

Eu escorei minha cabeça no vidro da janela, tentando não pensar em como Jenna parecia ser a adolescente entre nós duas. Eu só não conseguia entender sua teimosia em repetir os mesmos erros de novo e de novo. Talvez fosse hereditário.

Nadia e Bonnie sentadas no banco da frente pareciam distraídas, rindo e conversando sobre banalidades. Por um momento quis me juntar a elas, mas meu animo para toda aquela droga havia sido extinto no momento em que coloquei meus pés dentro desse ônibus. De repente minha mochila foi retirada do banco e Jeremy se sentou ao meu lado, apoiando-a em suas pernas.

–Como você está? – Ele perguntou olhando apenas em direção ao para brisas do ônibus.

Eu provavelmente o teria xingado e o mandado para longe se ainda estivesse muito brava com ele, mas agora tudo aquilo parecia uma memória distante. Então eu apenas suspirei e me deixei dividir tudo com ele como sempre fazia quando estava chateada. Ele ouviu com atenção sem me interromper nem mesmo uma vez. Contei sobre o desastroso jantar na casa de Caroline, sobre minha pequena briga com Stefan e sobre meu desentendimento com Jenna logo de manhã. Apenas deixei de lado minha cena com Damon no corredor porque sabia que ele provavelmente procuraria briga com Damon e mesmo que parte de mim se recusasse a admitir, sabia que Jeremy não poderia ganhar.

Ele não tentou fazer de conta como se nossa briga nunca tivesse ocorrido e até certo ponto eu agradeci. Jeremy me garantiu que tudo ficaria bem e se contentou apenas e se sentar ao meu lado. Acho que eu sentia falta de sua companhia, pois o deixei ficar ali, seu braço esbarrando no meu com o movimento inconstante do ônibus. Às vezes costumávamos ficar assim, em silencio, por minutos e minutos seguidos. Jeremy se sentada ao meu lado e me abraçava, deixando que o silêncio me acalmasse. Era uma das coisas que eu amava nele.

Quando enfim chegamos a um campo aberto depois de uma estrada de terra, eu soube que havíamos chegados ao nosso destino. Caroline soltou um audível suspiro aliviado e se agarrou a sua bolsa carmim, pronta para passar por cima do treinador Tanner e de Blake se fosse preciso. O lugar era rodeado de pequenos chalés de madeira com um ar aconchegante e amigável. Pinheiros, dentes de leão e mais algumas arvores e plantas que não reconheci, rodeavam o lugar como uma clareira brilhante e cheia de vida. Os pássaros pulavam de galho em galho e voavam em direção a seus ninhos. Talvez, afinal de tudo, aquele lugar poderia não ser tão ruim.

–Escutem com atenção, crianças! - Blake gritou lá da frente para que todos escutassem. Jeremy bufou ao ser chamado de criança. –Cada cabana será dividida por quatro de vocês. Garotas à esquerda, garotos à direita. Se eu sequer ficar sabendo de meninos ou meninas fora de suas próprias cabanas, vocês serão punidos. Então, por favor, - Ele piscou para nós. – tentem não ser pegos.

Alguns riram e outros laçaram olhares maliciosos para os outros. Tanner, quase escondido atrás de Blake, o olhou com certo desgosto. Sua antipatia pelo nosso professor de Biologia não era segredo para qualquer um, e certamente se dependesse de Tanner aquele lugar definitivamente não se tornaria um acampamento sexual para adolescentes “indisciplinados”, como ele adorava nos chamar. Se fosse sob seus olhos, nós nem mesmo estaríamos aqui, mas a diretoria precisava de mais alguém para nos manter no limite, então sua reclamação acabou se tornando um passe de ida a um acampamento escolar. Touchdown !

–Amanhã nós iremos dividir vocês em grupos de seis para as atividades, mas hoje iremos descansar e nos aconchegar melhor. O treinador vai chamar por nomes e cada um de vocês pegarão suas bagagens e se direcionarão para suas cabanas, entendido?

Foi assim por mais ou menos uns vinte minutos. Nós esperamos dentro do ônibus enquanto Tanner gritava os nomes de cada quarteto e lhes entregava as chaves de suas cabanas que uma mulher lhe entregou. Os alunos foram saindo em filas e eu quase gritei de alivio quando meu nome finalmente foi chamado. Eu precisava desesperadamente sair daquele lugar quente.

– Bonnie, Nadia, Katherine e Rebekah.

Merda, merda, merda! Eu praticamente congelei enquanto os olhos de Jeremy, Nadia, Caroline, Klaus, Damon e Stefan se recaíram sobre nós. Acho que para eles não era nenhum segredo o sentimento recíproco que nutríamos uma pela outra. Até mesmo eu poderia enxergar que manter Rebekah e eu em um mesmo cômodo fechado não era das mais brilhantes ideias.

– Você está brincando, não é? – Foi ela a ser manifestar, encarando Tanner com ceticismo. – Eu não vou dividir minha cabana com essa...essa garota.

Eu definitivamente não deveria me sentir ofendida por ter sido chama da de garota. Mas seu tom de voz ferveu a raiva dentro de mim, e eu estava prestes a começar uma discussão quando Jeremy segurou meu braço, me alertando. Eu cruzei meus braços como uma criança emburrada e decidi que seria melhor se eu ficasse quieta.

– Não dividimos vocês com o grau de amizade, Srt. Mikaelson. Isso é um trabalho escolar. Se não gostou, está livre para voltar andando para casa ou dormir em outro lugar.

–Ela ficaria bem com as cobras. Elas devem defender a própria espécie, não é? – Aquilo escapou antes que eu pudesse conter.

Veja bem, eu não era de puxar briga, mas Rebekah vinha pedindo por isso desde que eu tinha chegado em Mystic Falls. Eu já não dava a mínima em tratá-la com educação. Se ela queria brigar, eu estava mais que feliz em mostrar a ela que eu sabia ser uma vadia quando eu queria. Ela iria retrucar, mas dessa vez quem foi impedida, foi ela. Tyler segurou seu braço e sussurrou algo em seu ouvido que a fez se calar. A garota sorriu mínima e quase imperceptivelmente e se eu não conhecesse o estilo de Rebekah Mikaelson, diria que ela estava para aprontar alguma. Então ela apenas pegou sua mochila, pegou a chave na mão de Tanner e saiu desfilando em seu salto para fora.

– Ela vai se comportar. – Bonnie sussurrou para mim enquanto arrumávamos as nossas coisas alguns minutos depois. – Ou ela se comporta, ou então Tanner vai encontrar um motivo para realmente irritar Klaus e mandar a irmãzinha dele para a detenção por pelo menos uma semana.

Nadia havia se voluntariado para ser quem teria de dividir o quarto com a cobra Mikaelson. Entre Bonnie, ela e eu, ela definitivamente era quem tinha mais paciência e com Bonnie e eu o mais longe o possível daquela garota, talvez pudéssemos sair todas vivas dessa maravilhosa experiência. Eu desejei boa sorte a Nadia quando ela entrou para seu quarto para cuidar de suas próprias coisas e ela piscou para mim, dizendo que mandaria meus cumprimentos à Rebekah, fazendo-me sorrir.

– Eu não tenho medo dela. – Me sentei na cama e cruzei as pernas enquanto Bonnie despejava o conteúdo de sua mala em uma das gavetas na cômoda do outro lado do quarto. – Mas eu não consigo dormir sabendo que ela está no quarto ao lado com Nadia. Quem sabe o que Rebekah pode aprontar.

–Vamos esquecer disso por um momento, okay? – Bonnie sorriu. – Nós estamos livres de nossos pais por um final de semana inteiro. Temos um lugar lindo desses e mesmo que sejamos obrigados a fazer essa porcaria de trabalho, talvez possamos nos divertir.

– Queria poder ter todo esse entusiasmo.

–Bem, você será obrigada a se animar. Há um lago a poucos quilômetros dentro da floresta. Nadia, Matt, Jeremy, Stefan e eu já estivemos lá. É um lugar lindo a noite e adivinhe só... Hoje é lua cheia.

– Eu não sei se é boa idéia... Tanner deixou claro que queria que descansássemos hoje.

– Vamos, Kath! – Ela se sentou ao meu lado. – Vai ser divertido. É quase uma tradição para todos nós e tenho certeza que Jeremy e Stefan iriam querer que você fosse.

Eu olhei em seus olhos, sendo pega por aquele ar infantil e divertido que envolvia Bonnie. Eu provavelmente teria dito não em outra ocasião, mas talvez pudesse valer à pena. Era lua cheia, como ela havia dito e de alguma forma luas cheias me lembravam meus amigos.

– Espero que tenha trazido mais um maiô, então. – Dei de ombros.

Ela pulou de minha cama e correu para mexer em suas coisas, tagarelando sobre como seria divertido.

****

O lugar era espantoso, para dizer o mínimo. Era lua cheia como Bonnie havia dito. A lua estava alta no céu, grande e quase majestosa. Ela brilhava com uma intensidade que nunca seria possível ver em Mystic Falls e atingia a copa das árvores com certa graça, iluminando as folhas mais altas e as fazendo cintilar. Se erguesse meus braços o suficiente, tinha a impressão de que poderia tocá-la. Os animais estavam em silencio ali e o único som audível era o do vento, chacoalhando as árvores e meu cabelo com intensidade. Mas embora ventasse, não estava muito frio. O clima estava agradável e eu poderia torcer para que a água não estivesse fria.

Bonnie, Nadia e eu tínhamos nos esgueirado pelas sombras no acampamento, fazendo de tudo para ficar invisível aos olhos dos monitores que rodeavam a área de olho em adolescentes engraçadinhos. Nós tínhamos acabado de sair de nossas cabanas, deixando Rebekah capotada em sua cama em um sono profundo, todas de biquíni por baixo de nossas roupas. Assim que passamos em direção as árvores Bonnie se assustou com algo que achava ser uma cobra e gritou. Nadia mando que se calasse e a empurrou penumbra a dentro antes que alguém resolvesse checar o que fora aquilo. Quando Bonnie nos guiou pela escuridão do lugar por uns bons vinte minutos até o pequeno lago do qual elas tinham falado, eu perdi o ar com tudo que eu via. Não era algo tão impressionante assim se pensar por outro lado, mas a simplicidade e ao mesmo tempo o ar um tanto onírico que fazia você pensar que estava em um sonho era capaz de fazê-lo ver aquele lugar com incredulidade. E apesar de tudo, nós não éramos as únicas ali. Jeremy estava na água, tentando derrubar Matt em uma luta ridiculamente previsível onde ele de algum modo foi parar coma cabeça em baixo d’água enquanto o amigo ria e Caroline assistia a cena com diversão. Mais algumas poucas pessoas, por volta de oito ou nove, que eu reconhecia da escola estavam espalhadas, sentadas sobre pedras, dentro da água ou sentadas sobre a grama, conversando.

–Estava pensando quanto tempo demorariam.

Stefan praticamente brotou ao nosso lado, aparecendo do meio das sombras. Bonnie sorriu e ela e Nadia saíram de fininho em direção aos outros, me abandonando. Valeu, galera!

–Hey! – Ele sorriu e se aproximou um pouco, parando a uma distancia segura.

–Oi.

Foi isso. A verdade era que eu não sabia o que mais falar. Não por estar brava pelo que quer que tenha acontecido no jantar, pelo fato de ele nem ao menos conseguir dar uma chance a Klaus ou porque, de forma indireta e não intencional, ele tivesse me culpado pela discussão com a irmã. Era mais pelo fato de que eu me sentia envergonhada por minha reação e por ter botado nele a culpa de algo que eu deveria ter tomado responsabilidade. Eu havia dito a Stefan que não queria que os outros soubessem sobre meu pai, e consequentemente, assim como ele dissera, para mentir. Ele estava certo. Eu o fiz mentir para a irmã, e não fui justa em culpá-lo.

– Ainda está brava?- Ele perguntou.

–Não. Você está?

Ele suspirou quase aliviado e negou com a cabeça.

–Mas ainda acho que você está errado em julgar Klaus dessa maneira.

– Eu sei. – Surpreendentemente ele assentiu, quase derrotado. – Aquilo que você disse... Eu pensei e percebi que estava mesmo sendo um cabeça dura e teimoso. É só que, sei lá, ela é minha irmã caçula e talvez eu a quisesse proteger de garotos como ele.

A luz da lua batia nos olhos claros de Stefan quando ele me encarou. Ele tinha aquele pequena ruga de irritação em sua testa que sempre aparecia quando ele pensava demais.

–Caroline já é grandinha. – Eu suspirei, puxando a mão de Stefan para a minha e entrelaçando nossos dedos. – Ela sabe se cuidar. E além do mais, quebrar a cara faz parte dessa fase. Ser um adolescente nunca é fácil.

Stefan sorriu para mim, apertando de leve meus dedos entre os dele.

– Às vezes me pergunto quantos anos você tem.

Eu ri.

–Provavelmente uns cinquenta.

–Eca! Eu não deveria namorar alguém tão velho. É nojento!

–Bem, Sr. Forbes – Eu apontei para todas as outras garotas sentadas nas pedras como sereias durante a noite. -, você pode escolher. Há uma grande variedade de garotas essa noite.

–É... Talvez eu escolha a ruiva ali. Ou talvez aquela com rabo de cavalo. – Stefan se aproximou por trás e me abraçou. Eu podia sentir seus lábios quando ele afastou meu cabelo e beijou meu pescoço até o lóbulo de minha orelha. – Mas nenhuma delas é tão linda.

Fechei os olhos. Droga, aquilo era bom. Sua respiração fez meu corpo estremecer e por um momento temi que minhas pernas fraquejassem.

– Você está quente, Katherine. – Ele sussurrou. – Talvez a água ajude.

Eu estava um pouco distraída com as sensações que rodavam meu corpo, que nem me dei conta do que ele estava falando. Foi quando me toquei e estava prestes a fugir de seus braços que Stefan me virou para ele e me jogou por cima de seus ombros em um movimento brusco- era impressão minha ou ele amava fazer aquilo -, caminhando em direção à água.

–Stefan, não! Para, por favor! Eu ainda estou vestida.

–Cuidamos disso mais tarde. – Ele riu.

Muito engraçadinho, Forbes! Não foi o que eu quis dizer.

– Stefan, me coloque no chão ou você vai se arrepender.

Mas já era tarde. Antes do que eu esperava, ele simplesmente me jogou no ar. Eu gritei. Fiquei suspensa por milésimos de segundos antes que meu corpo fizesse contato com a água fria e eu afundasse na escuridão. Eu nem mesmo esperava que fosse fundo, mas antes mesmo de que meu corpo fizesse contato com a areia mais no fundo, eu bati meus braços, escapando de volta para superfície.

– Stefan Forbes, eu vou arrancar seus pulmões com minhas próprias mãos e fazer você engoli-lo, seu filho da mãe!

Eu nadei até ele, pronta para fazê-lo pagar enquanto os outros riam de minha reação. Eu tentava a qualquer custo enfiar sua cabeça em baixo d’água. Não que eu tenha tido muito sucesso contra seus músculos.

****

Já passava das quatro quando resolvemos voltar para nossas cabanas. O sol estava prestes a sair, o que dificultaria um pouco nossa volta se a escuridão não fosse mais capaz de nos esconder, e os alunos teriam que se reunir no refeitório dali algumas poucas horas para o café. Dessa vez os outros nos acompanharam, caminhando silenciosamente ao nosso lado pela mata. A mão quente de Stefan me guiava quando a luz da lua era bloqueada por algumas árvores e um pouquinho atrás eu podia ouvir os cochichos de Bonnie, Caroline e Jeremy. Nadia e Matt caminhavam um pouquinho à frente, em silencio e de braços dados.

Eu me perguntava o que aconteceria com a relação dos dois depois que Nadia realmente embarcasse naquele avião. Nadia com certeza estava disposta a fazer aquilo funcionar e Matt, embora ainda estivesse um tanto inseguro segundo minha amiga, estava completamente apaixonado por ela. Não era daquele tipo de paixão adolescente onde em um dia amamos uma pessoa e então apenas superamos e resolvemos partir para outra. Eu via o modo com se olhavam. Matt a observava quando ela estava distraída e esse era um daqueles olhares que se dá para uma pessoa sem a qual você não consegue imaginar o universo. Nadia falava de Matt como se já se conhecesse cada pedacinho da alma dele. Era algo tão intenso que atingia qualquer um que os cercassem. Era como se respirar o mesmo ar, dividir o mesmo espaço e ter o sistema biológico da mesma espécie não bastasse. Quando estavam perto um do outro, era como se cada parte deles estivesse prestes a se fundir e formar uma pessoa só. Eu nunca conseguiria imaginá-los separados.

Às vezes eu me pegava pensando se algum dia eu viveria esse tipo de experiência. Eu gostava de Stefan? Claro que sim! Ele era o garoto que muitas teriam sorte de ao menos ter por perto, e seu corpo despertava o meu quando estávamos próximos. Mas será que eu o amava? Ali ao lado dele era realmente fácil pensar que sim. Eu estava com ele, afinal. Não via mais ninguém naquela cidade que tivesse algum efeito maior sobre mim do que ele. Mas embora estiver apaixonada por ele fosse quase uma exigência que minha mente fazia, eu sentia que meu coração simplesmente não poderia. Eu nunca me apaixonaria daquela forma por ele e isso me entristecia.

Nos despedimos assim que colocamos nossos pés no limite das árvores. Stefan beijou o alto de minha cabeça dizendo que nos veríamos depois e seguiu ao lado dos garotos. Caroline se despediu de Nadia e Bonnie e partiu para sua cabana, apenas acenando para mim com a cabeça. Bem, era um progresso. Eu sabia que ela superaria aquilo, mas levar gelo de Caroline Forbes não era divertido. Ela praticamente fazia daquilo um esporte.

–Ah, cara – Bonnie suspirou quando entramos na cabana, fazendo o maior silencio possível para não acordar Rebekah. Sabíamos que ela certamente tiraria vantagem de nossa saída para nos dedurar. -, preciso de um banho quente urgentemente.

–Não se eu chegar primeiro.

Nadia e Bonnie saíram se esbarrando até o banheiro do quarto onde Bon e eu estávamos acomodadas. O chuveiro no quarto de Nadia certamente poderia acordar a Mikaelson também. Eu dei uma risadinha, vendo-as agir como crianças dentro do quarto enquanto uma tentava parar a outra para sair na frente. Foi até a pequena cozinha que havia na cabana e procurei algo para beber no frigobar. Graças a deus, Bonnie mantinha o mesmo estoque de água com gás que Jer, do qual eu certamente tiraria proveito.

–Se divertiram?

Eu pulei de susto assim que Rebekah apareceu na cozinha com aquele seu típico pijama “mamãe quero ser puta”. O cetim vermelho era tão fino que eu podia ver sua pele. Não era por nada não, mas Rebekah não fazia meu tipo. Ela caminhou até o frigobar com aquela sua pose nojenta de andar e por pouco não me empurrou para que eu saísse da frente. Vadia!

–Não vejo como isso é da sua conta.

Ela levantou o rosto em minha direção e sorriu, fechando a pequena geladeira após pegar uma garrafinha de suco que certamente era de Nadia.

–Sabe, antes de você chegar era eu quem costumava sair com eles. Eu era bem amiga do Stefan – Ela sorriu de um jeito que me incomodou ao falar ‘’amiga”. – e Caroline e eu sempre andávamos juntas.

–O que foi? Chateada por que te trocaram por outro brinquedinho?

–Ah, não, Katherine. Estou mais chateada com o fato de que eles não conhecem a víbora que colocaram na mesa do almoço. Me pergunto o quanto Stefan e os outros sabem sobre quem você realmente é. Aposto que iriam gostar de saber toda a verdade sobre Nova York.

Eu congelei naquele momento. Era como se Rebekah tivesse injetado cimento em minhas veias, e tudo que eu conseguia fazer era ficar ali, encarando ela em choque. Não podia ser verdade. Não tinha como Rebekah saber sobre NY. Mas, no entanto ela estava ali parada em minha frente com um sorrisinho sarcástico que me irritou.

–Você está blefando. – Eu senti minha voz tremer e o sorriso dela aumentou.

–Estou? – Ela se sentou sobre a mesa, cruzando as pernas. – Sabe, é engraçado o que se consegue descobrir com alguns telefonemas. Alguns colegas seus ficaram muitos satisfeitos em me passar informação sobre você. Eu descobri cada coisa interessante que faria seus amigos ficarem de boca aberta.

–Você não faria isso.

–Ah, eu faria sim. – Seu sorriso se foi e então Rebekah tinha uma expressão fria que eu nunca tinha visto antes. Aquilo me provocou arrepios. – Você vai ficar longe de Stefan, Pierce, ou então eu vou fazer com que todos naquela maldita escola saibam sobre seu pequeno acidente com a garota. Como era o nome dela? Alex, não é?

Eu me Aproximei de Rebekah, fervendo de raiva. Eu definitivamente não deixaria que uma patricinha mimada como ela me ameaçasse.

–Se você fizer isso...

–Vamos pular a parte onde você me subestima, okay? – Ela bocejou como se estivesse entediada antes que seus olhos adquirissem aquele tom frio novamente. – Você não faz ideia do que eu sou capaz.

Naquele momento eu me perguntei onde estava aquela Katherine assustadora que eu havia amado um dia. Eu respirei fundo, decidindo que se era guerra que Rebekah queria, era isso que ela teria. Eu sorri, e por um momento vi hesitação e até uma pontinha de medo nos olhos dela. Era tudo que eu precisava para dar uma brecha para que a garota que eu um dia fora saísse e combatesse fogo com fogo.

–Você é a única que está subestimando alguém aqui, Rebekah. – Minha voz foi firme e fria, fazendo que até mesmo eu me arrepiasse. Droga, eu precisava recobrar o jeito daquilo. – Se você sabe sobre Alex, então sabe exatamente do que eu sou capaz. Vou te avisar só uma vez. Fique longe de mim, ou então eu vou cuidar para que você tenha o mesmo fim que ela. E você sabe que eu não estou brincando, não é? Boa noite, Rebekah.

Eu bebi o que sobrou de minha água e sorri para ela, retomando o mesmo tom calmo de antes e deixando uma garota fervendo de raiva para trás enquanto decidia que também precisava de um banho.


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Notas finais do capítulo

Mas essa Rebekah não tem jeito...Isso aew, Kath! Tem que sair do armário mesmo hauehaueaheua
Isso é tudo, pessoal. Me digam o que acharam! Até a próxima.
Kisses!



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