A New Place To Start escrita por WhateverDhampir


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo !! Gente, eu quero aos leitores novos, pelos comentários e alguns por terem favoritado a fic. Sejam bem vindos!
Só para avisar, eu tive apenas quarta e quinta para escrever e como na sexta foi meu aniversário eu não pude fazer muita coisa com o capítulo, então nossa cena Detherine será adiada para o próximo ( choreimos ). Mas prometo que vou compensar vocês por isso, okay?
O link do vestido da tia Kath no jantar está aki:::::: http://www.fashionismo.com.br/wp-content/uploads/2011/08/1nina.jpg
Boa leitura e até a próxima.

P.S. Feliz ano novo atrasado para todos. hauehaue



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Quando eu era pequena, papai gostava de dizer que nada na vida poderia durar para sempre. O crepúsculo afasta o Sol, o fogo se apaga, uma vela se rende às chamas, vidas acabam, corpos apodrecem. Mas a dor? A dor da perda é algo constante, duradoura e existencial. Você sabe que esta lá. Assim como sabe que não pode viver sem ela. De alguma forma ela te faz mais humano, mais suscetível à chance de amadurecer. Não importa o quanto lutemos para que vá embora, para alguns, ela é a lembrança de que tudo foi real. Às vezes ela te lembra de seus erros, aqueles que nos esforçamos para não cometer de novo, ou então te lembra de que se deve continuar lutando. Rangendo os dentes e lutando dia após dia contra a rotina esmagadora.

Às vezes eu gostava de imaginar como seria minha vida quando saísse da casa de meus pais e fosse morar sozinha ou com minhas amigas em um loft, durante a faculdade. Como seria ter a casa livre para fazer o que quisesse, como seria voltar para casa nos feriados e vê-los sentados à mesa do café, discutindo sobre bobagens que saiam no jornal como sempre faziam. Talvez Charlott, Raven e Bradd aparecessem por lá mais tarde. Nós faríamos as costumeiras maratonas de filmes, comeríamos pipoca e tomaríamos o famoso chocolate quente de Raven. Mas agora, quanto mais eu pensava, mais eu via o quanto aquilo era impossível.

Apenas minha mãe estaria me esperando para o café da manhã. Ela me abraçaria e me mais tarde choraria no quarto por causa da solidão. Passaríamos o feriado juntas e então, quando chegasse a hora de ir embora, eu teria que deixá-la outra vez e me sentiria mal por isso.

Acho que quando perdemos alguém é como se houvesse um buraco. Você se lembra dos momentos que passou ao lado dessa pessoa e então, a partir daí, em alguns momentos você se pega desejando que ela pudesse estar ao seu lado em determinadas horas. Então você se lembra. Isso nunca acontecerá. Essa pessoa está morta e você teria de aceitar e seguir em frente. Quando nos livros ou filmes falam sobre superar a perda e recomeçar, parece fácil. Eu via pessoas sofrendo e pensava que elas estavam sofrendo por opção, sem querer aceitar a verdade. Mas a verdade é que as coisas não são tão simples. A vida nunca é simples. E embora você ache que o tempo será capaz de curar as feridas, somente isso não basta. Já vi pessoas se entregarem ao luto por anos e mais anos, até que se vissem dependente dele. Você tem a opção de sofrer e ou de se levantar. Mas como Enzo havia dito, nem sempre escolhas são fáceis de se tomar.

Os dias seguintes passaram de forma calma e tranquila. Já quase não via o tempo passar. Eu havia me adaptado a uma rotina simples. Eu ia à escola, saia com Stefan e muitas vezes com Nadia e Bonnie, e então voltava para casa. Nadia havia finalmente se resolvido com Matt após uma breve discussão sobre prioridades. Eu podia ver que ela havia tirado um tremendo peso dos ombros quando ela e o namorado combinaram de não se preocuparem com a história da mudança por enquanto. Stefan passava a maior parte do tempo disponível que tínhamos do meu lado, e eu podia ver o quanto aquilo estava chateando Jeremy. Acho que parte dele achava que estávamos lhe trocando um pelo outro.

O clima em casa estava cada vez mais pesado. Os pais de Jeremy e minha mãe claramente já tinham percebido que tinha algo errado, mas nunca disseram nada. Eles passavam a maior parte do tempo em silencio quando estávamos por perto. Na escola, minhas notas estavam melhores do que nunca, graças à organizada e quase maniacamente controladora Caroline. Ela era uma das pessoas que parecia estar vivendo nas nuvens por esses dias. Nadia havia me contado sobre como Klaus parecia distante com ela e, mesmo não querendo comentar nada com a amiga para não chateá-la, achava que o garota estava procurando uma forma de terminar com a loira. Me senti mal por Care. Ela era uma pessoa realmente adorável depois que você a conhecia melhor e se Klaus estava mesmo pensando nisso, mesmo que Caroline continuasse a jurar de pés juntos que eles não estavam realmente juntos, o garoto seria um idiota.

Minha mãe e eu não nos falávamos havia um tempo. Eu tentei encontrá-la no trabalho uma vez para que pudéssemos sair para jantarmos, mas a garota nova que ela havia contratado – uma morena que tinha por volta de 16 ou 17 anos chamada Annabelle – disse que ela tinha passado a semana resolvendo alguns problemas e só passava na loja para abrir ou fechar. Eu me peguei pensando no que diabos estava acontecendo. Jenna não tinha mencionado problemas nenhum que pudesse estar tendo. Minha mãe vinha agindo estranho, distraída em pensamentos e desatenta. Aquilo estava me preocupando.

Mas quando eu não estava pensando nos problemas de Jenna, estava sendo arrastada para lojas com Caroline, desesperada para que tudo estivesse perfeito para o jantar que seria naquela noite. Ela havia ficado totalmente feliz, afirmando que seria ótimo que eu estivesse lá, assim poderia impedir Stefan de voar no pescoço de Klaus. Eu não quis comentar nada, mas parecia que ela tinha a esperança de que esse jantar pudesse acalmar as coisas entre ela e o Mikaelson. Para sua felicidade eu esperava que sim.

–Caroline, é só um jantar. – Tentei acalmá-la enquanto ela dirigia até minha casa. Eu tinha medo de que ela pudesse atropelar alguém ou pior... Nos transformar e patê de carne e ossos contra o asfalto.

–Você está brincando? – Ela agitou as mãos, fazendo perder o controle do carro brevemente. Procurei desesperada por algo em que pudesse me segurar. Caroline e volante não eram uma combinação muito segura. – Essa é nossa chance de fazer Stefan se dar bem com Klaus.

–Nossa? Uou, cavalinho! Espera um pouquinho aí. O namorado é seu.

–Ele não é meu namorado! – Ela teimou e de alguma forma fez o carro balançar com violência outra vez. Eu tinha que me lembrar de não contrariá-la enquanto ela estivesse dirigindo. – Mas não quero que meu irmão tente matá-lo toda vez que o vir. E é bom que esteja lá, pois é você quem terá de controlar o seu namorado.

–Ele não é meu namorado. – Respondi um tanto rápido demais, o que fez Care revirar os olhos.

– Tanto faz. Olha, eu e metade do universo não sabemos o que esta rolando de verdade entre vocês, mas quando se esta transando com meu irmão você é meio que obrigada a me ajudar.

– Nós não... Eu não... –Droga, eu realmente não teria aquela conversa com a irmã de Stefan.

–Acredite, eu realmente não preciso saber. – Eu suspirei, aliviada. – Mas você vai tratar de controlá-lo e isso não é um pedido.

Quando ela acelerou pela rua de minha casa após eu finalmente descer, eu queria me jogar no chão e beijá-lo por finalmente estar em segurança. Não parecia haver ninguém em casa quando entrei, então segui direto para me quarto, trancando a porta quando entrei e jogando minha mochila no canto, tirando minha blusa e pensando o quanto um banho me faria bem.

–Uma bela visão. – Eu pulei de susto ao ver o garoto deitado em minha cama com toda folga, me observando em silêncio.

– Stefan! Sua mãe nunca te ensinou algo sobre invasão de domicílio? Era de se esperar que sim já que ela é a xerife.

–Sua mãe me deixou entrar. –Ele deu de ombros. –Disse que já estava de saída e que eu podia esperar por Jeremy se quisesse.

É claro que ela achava que ele estava esperando por meu primo, ou então ele não teria entrado. Eu me perguntei se ela se lembrava da conversa que havíamos tido no Grill e se ela sequer havia se importado em tentar ligar os pontos. Minha mãe devia estar mais distraída do que eu tinha pensado.

Eu busquei por minha blusa no chão enquanto Stefan, ainda deitado em minha cama, sorria todo travesso.

–Tem mesmo que vestir isso?

Eu sorri, me sentando ao seu lado.

–Senti sua falta. –Stefan se curvou até mim, segurando minha cintura enquanto beijava meu pescoço.

–Nos vimos essa manhã, Stef. – Droga, ele não parava. Era meio difícil me concentrar quando tudo em que eu podia pensar era em seus braços fortes ao meu redor. - Eu estava com Caroline.

–Uhumm.

Eu estou tentando puxar um assunto aqui, droga! Eu queria gritar para que ele se concentrasse em uma real conversa, mas aquilo parecia não chamar sua atenção agora.

–Fomos fazer compras.

Ele parou e me olhou.

–Vamos mesmo falar sobre suas compras com a minha irmã agora?

Eu vi seus lábios finos se comprimirem enquanto ele tentava não rir, e a luz do crepúsculo que entrava pela janela iluminava seu cabelo e seus olhos de um jeito que o fazia parecer um anjo. Seu queixo ficou firme e seus olhos sérios quando ele olhou fundo em meus olhos, e eu quase podia ver todo o meu desejo refletido em suas pupilas. Por um momento me permiti comparar aquele momento com o dia em que havíamos nos sentado na sacada da casa dos Forbes quando Stefan tinha me chamado para ir ao jogo. Eu pisquei contra a claridade e fechei os olhos, puxando ele em minha direção.

Foi como se as horas em que tínhamos ficado separados caíssem sobre nós como um balde de água fria. Stefan me puxou de uma vez, fazendo com que eu me sentasse em seu colo, meus cabelos caindo como cascatas castanhas ao nosso redor enquanto ele praticamente devorava meus lábios com avidez. Ele recostou contra os travesseiros, me puxando para si firmemente. Suas mãos deslizavam de minhas costas até minhas coxas, apertando e me pressionando contra seu corpo. Eu tinha estado ao lado de Stefan por todos esses dias, apenas nos beijando e nos controlando para não passar dos limites quando tínhamos nos conhecido há tão pouco tempo. Eu tentava descobrir quando foi que havia ficado tão responsável, me controlando para não me jogar em seus braços e despejar todo aquele libido. Mas então eu notei que eu queria mais, queria gritar um grande ‘foda-se’ para essa responsabilidade e me entregar de uma vez. Droga, já fazia mais de três meses desde que eu havia dormido com Bradd! Era pecado fazer aquilo com Stefan ali, disponível para mim?

A camiseta de Stefan voou para longe da cama e eu me peguei absorvendo a visão de sua pele e músculos, pequenos gominhos em sua barriga. Cara, aquilo era um tanto demais para mim. Eu ri quando percebi que Stef estava tendo alguma dificuldade para tirar minha blusa também. O que eu não esperava era que ele apenas rasgasse o tecido, o que me fez soltar algum som desaprovador que nem eu mesmo entendi. Qual é! Eu gostava daquela blusa!

Minha respiração ficou presa quando ousei encarar seus olhos novamente. Ele parecia mais selvagem do que eu jamais o tinha visto, seus olhos brilhavam em desejo e tudo nele me fazia vibrar. Ele me apertou contra os seus quadris, e naquele momento eu senti sua ereção, que empurrava languidamente contra meu corpo. Ah, cara... Stefan queria me enlouquecer. E ele estava conseguindo. Um gemido escapou por meus lábios. Eu agarrei seus braços , sentindo seus bíceps e subi minhas mãos, agarrando suas mechas claras e bagunçadas.

Em um movimento brusco e repentino, ele nos virou na cama, provocando um barulho alto quando ela bateu contra a parede, e se colocou sobre mim, pressionando meu corpo contra o colchão. Sua boca foi conduzida até a parte de cima de meus seios, distribuindo beijos e chupões. Eu tentava me controlar para não fazer barulhos, mas as mãos de Stefan percorriam meu corpo inteiro e a cada centímetro que ele parecia explorar, meu corpo gritava para tê-lo. Suas mãos foram ao cós de minha calça e ele a desbotoou. Eu empurrei a calça com pressa e de forma desajeitada, tentando tirá-la, mas não tive muito sucesso. Foi quando ele me soltou e começou a descer seus beijos ao longo do meu corpo até chegar aos meus quadris. Stefan levantou o rosto e olhos em minha direção, risonho com aquela cara de quem estava prestes a aprontar. Eu sabia o que ele iria fazer, e aquilo só fez minha respiração ficar ainda mais rápida. Meu coração bateu em disparada enquanto ele descia a calça por minhas pernas e eu podia sentir meu corpo em chamas. Eu queria Stefan. Agora mesmo.

Kathrine, filha? Esta tudo bem aí? – A voz de Jenna fez com que nós dois congelássemos no lugar. –Eu ouvi um barulho. O que aconteceu?

Stefan me olhou quase em desespero. Não seria nada legal minha mãe pegá-lo aqui, e quase soltei um grito de alivio por Caroline estar com o carro e não ele. Essa situação seria bem mais difícil de explicar.

–Eu... Eu estou bem. –Tive que pigarrear quando notei o som de minha voz rouca. – Foram só... meus livros que caíram.

Acho que aquilo deve tê-la convencido, porque logo depois pude ouvir enquanto ela descia as escadas. Stefan começou a rir baixinho e se jogou ao meu lado parecendo aliviado.

–Droga! –Resmunguei, frustrada. Aquilo só fez Stef rir ainda mais. Será que todos nessa cidade gostavam de aparecer na hora errada? De onde diabos Jenna tinha brotado?

–Não se preocupe. –Stef se levantou, procurado por sua camiseta. – Temos tempo para isso. Além do mais, você tem que se aprontar para o jantar.

Com um sorriso satisfeito, ele me deu um ultimo beijo e se jogou pela janela, pulando em direção a um tronco da janela que ficava próxima de meu quarto. Aquele garoto realmente tinha fôlego.

****

Eu não sei por que estava nervosa. Eu nem mesmo sabia por que não conseguia parar de andar de um lado para o outro em meu quarto. Meus saltos faziam barulho contra o assoalho e se papai estivesse ali, teria dito que eu estava a ponto de furar o núcleo da Terra. Ele nunca havia conseguido entender como eu conseguia parar em cima de meus sapatos e de alguma forma, eu também não. Bem , o jantar era de Caroline, certo? Era uma boa tentativa de fazer com que Klaus e Stefan se dessem bem, e eu estava ali apenas como convidada. Mas então por que eu estava tão inquieta? Não era como se fosse o primeiro encontro que Stefan e eu teríamos, certo? Certo? O jogo contava? Droga, eu já não sabia de mais nada.

Eu chequei minha aparência no espelho pela vigésima vez, passando as mãos pelo vestido que se ajustava tão perfeitamente em meu corpo e pressionando meus lábios um contra o outro para espalhar melhor o batom vermelho matte que destacava minha boca. Era só um jantar, e no entanto eu me sentia quase despreparada. Minha respiração estava acelerada e eu podia jurar que podia sentir pontadas de dor em meu crânio. Minha mãe tinha saído outra vez e eu pensei que agora seria uma bela hora para um de seus conselhos.

– Se olhar outra vez para esse espelho, vai acabar se fundindo com ele.

Tia Miranda estava parada na soleira da porta me observando com atenção. Tentei imaginar a quanto tempo ela estava ali, mas não me lembrava de ter ouvido barulho nenhum que denunciasse sua presença. Minha tia era mestre em chegar de mansinho quando menos esperávamos.

–Você está maravilhosa. - Ela sorriu. – Vai sair?

–Jantar na casa de Caroline. - Dei de ombros, tentando parecer indiferente. Acho que não funcionou.

–Me lembro de mais uma pessoa que mora lá. Você deve conhecer. Cabelos claros, um metro e oitenta de altura, super gato.

Eu me virei para minha penteadeira, procurando meu colar enquanto tentava não olhar nos olhos de Miranda.

–Sim... O irmão de Caroline, Stefan.

–Diga ao irmão da Caroline que acho bom tomar conta de você.

Droga, pensei. Nada escapava daquela mulher.

–Jeremy te contou, não foi? – Eu me sentei em minha cama, esperando que ela fizesse o mesmo, mas tia Miranda apenas continuou ali parada na porta de meu quarto.

–Ele não precisou. Não sou cega, docinho. Sei muito bem ver quando tem algo mais do que meus filhos me contam.

Eu sorri, não só pelo apelido bobo pelo qual ela me chamava as vezes, mas também por ter me mencionado como sua filha. Era uma das coisas que eu mais amava em tia Miranda. Ela sempre havia me visto como a filha caçula, me mimando e me tradando exatamente com a mesma igualdade com a qual tratava Jer. Era um dos motivos pelos quais meu primo e eu tínhamos crescido tão unidos.

–Devia tentar ensinar isso para minha mãe. – Sussurrei um tanto amarga mais para mim do que para ela, mas acho que ela ouviu. Tia Miranda se moveu ate se sentar ao meu lado na cama. Abraçando-me pelos ombros, ela suspirou.

–Sua mãe... Ela só tem algumas coisas na cabeça agora e está meio ocupada.

–Não é só isso. Ela tem agido estranho ultimamente. Não para mais em casa e já faz quase uma semana que ela não tem ido à loja. Eu perguntei a Anna, mas tudo que ela sabe é que Jenna tem saído para resolver problemas pessoais e mais nada. – Eu passei as mãos por meu rosto tentando não pensar no que de fato ela andava fazendo. – Vai acontecer de novo, não vai?

– O que, querida?- Ela passou a mão por meus cabelos.

–Ela vai se afastar e então pular de cabeça no trabalho como ela fez antes da morte do papai. É assim que sempre acontece.

Aquilo pareceu pegar Miranda de surpresa. Como eu disse, a morte de Logan não era algo muito mencionado entre essas paredes e parte de mim achava que tia Miranda pensava que eu pudesse chorar se ela ousasse tocar no assunto perto de mim. Até mesmo eu estava pensando em me jogar em meio aos meus travesseiros e me debulhar em lágrimas. Ela estava prestes a responder quando meu celular tocou, avisando a chegada de uma mensagem.

–É ele. – Eu me levantei e peguei minha bolsa, dando um beijo na bochecha de tia Miranda e saindo apressada do quarto.

Young Lions - Hello Goodbye tocava no carro de Stefan quando ele abriu a porta para mim. Eu me sentei em silencio e tentei me concentrar no ritmo da música para não pensar onde diabos minha mãe poderia estar esta hora da noite. O que me atrapalhava era que parecia mais fácil me concentrar no problema com Jenna do que no fato de que eu estava prestes a me sentar na mesma mesa que um amigo de Damon Salvatore. Eu já não me importava se era ou não namorado de Caroline, o que me incomodava era que ele pudesse ser como o amigo. Sinto muito, Caroline, mas isso seria um problema para mim eu teria de ficar do lado de seu irmão.

–Você está quieta. – Stefan segurou minha mão com sua direita e a acariciou, fazendo pequenos redemoinhos com o polegar.

Eu fitei seu rosto doce enquanto ele encarava a estrada a sua frente. Stefan era sempre tão preocupado com meu bem estar que me lembrava Bradd.

–Só alguns probleminhas. Nada que eu não possa resolver.

–Quer conversar sobre isso?

–Talvez mais tarde.

Caroline estava na cozinha correndo de um lado para o outro com pratos, talheres e copos quando entramos. Ela praticamente gritou para que saíssemos da frente e Stef teve que me puxar para o lado para que ela não esbarrasse em mim.

–Klaus está chegando, Stefan. Pode pegar a garrafa de vinho tinto na cozinha? Mamãe disse que poderíamos abrir desde que não bebêssemos muito.

Stefan foi até a cozinha e eu me ocupei ajudando Caroline.

–Droga! – Ela resmungou quando um pouco de molho caiu em seu vestido bege. Caroline tentou esfregar com guardanapo, mas parecia só piorar. Ela estava nervosa, notei. Muito nervosa.

–Ei, ei! – Eu tomei o guardanapo e a panela de sua mão quando percebi que ela estava a ponto de chorar. Caroline chorava com muita facilidade quando estava frustrada. – Me dê isso. Eu quero que vá lá em cima e troque de vestido. Agora, Caroline! – Insisti quando vi que ela estava prestes a contrariar. Ela então apenas olhou em meus olhos e me deu um breve abraço antes de subir as escadas correndo.

– Não me lembro de vê-la assim desde a festa de quinze anos dela. – Stefan estava parado no hall da cozinha com a testa franzida e um sorrisinho disfarçado. Ele deu de ombros. – Liz não conseguiu a fonte a fonte rosa para colocar na entrada do salão.

Eu ri.

–Isso é tão... Caroline.

A campainha tocou e eu disse a Stefan que atenderia. Klaus estava parado do lado de fora parecendo um pouco nervoso. Eles vestia apenas uma calça jeans e uma jaqueta de couro que estranhamente me lembrou Damon.

–Você deve ser Katherine. – Ele me cumprimentou com um aperto de mãos.

–Klaus, oi...

Eu meio que não sabia como tratá-lo. Eu sabia da fama dele. Garoto rico e pegador que nunca ficava muito tempo com uma só garota, embora eu soubesse que ele não viria a um jantar onde provavelmente corria o risco de ser morto a não ser que a coisa com Care tivesse o mínimo de seriedade. Porém, eu sabia que os poderes de persuasão de Caroline eram capaz de influenciar a todos. Ela chegava a ser demoníaca quando queria algo.

–Stefan. – Klaus cumprimentou Stefan.

Sem dizer nada, Stef virou as costas e voltou para a cozinha.

–Me dê só um momento, Klaus. Caroline já esta descendo. Pode sentar se quiser.

Meu...seja lá o que ele fosse, estava escorado no balcão de mármore com a cabeça entre as mãos. Seus ombros pareciam tensos.

–Hey. – Eu o chamei, fazendo-o se virar para mim. – Está tudo bem.

–Não acho que possa fazer isso. – Ele suspirou. – É só vê-lo e tenho vontade de socá-lo.

Eu poderia ter rido se não sentisse a seriedade em sua voz. Talvez fosse por que eles fossem de turmas diferentes ou por que Klaus estava saindo com a irmã caçula dele, mas Stefan parecia vê-lo como uma ameaça. Eu me aproximei, massageando seus ombros como ele havia feito comigo uma vez e o senti quase se desmanchar entre meus dedos.

–É só um jantar. Ei, não vai ser tão ruim, okay? Só tenta dar uma chance a ele...

–Uma chance. –Ele levantou o dedo indicador para mim. –Mas se esse cara me irritar, juro que abro a jugular dele com uma faquinha de mesa.

Quando Caroline desceu e beijou Klaus em nossa frente, eu tinha vontade de rir. Klaus se contraiu provavelmente receoso da reação do irmão da garota e Stef fechou a cara. Passamos a maior parte do jantar em silencio enquanto tudo o que se ouvia era o barulho dos talheres contra os pratos. A tensão no ar era quase palpável e todas as tentativas de Caroline de iniciar uma conversa estavam falhando. Ela me encarou por sobre a mesa com um olhar quase desesperado, como se me pedisse ajuda. Sei que se não tentasse, ela provavelmente jogaria isso em minha cara pelo resto de minha vida.

–Então, Klaus – eu bebi um pouco do vinho em meu copo. – ouvi falar sobre você. -Ótimo jeito de se iniciar uma conversa, Pierce, meu inconsciente praticamente gritou para mim com ironia. – Família britânica?

–É. – Ele pareceu aliviado ao poder erguer os olhos sem ter que encarar o rosto de Stefan, sentado em sua frente. –Nos mudamos para cá há três anos.

–Seus pais trabalham por aqui?

–Não . Hmm... Meus pais morreram quando eu tinha dezesseis anos em um acidente de carro junto com meu irmão mais novo, Henrik.

–Oh! – Droga, droga, droga!! – Sinto muito. Eu não... Tive intenção de...

–Tudo bem. – Ele sorriu. – Já faz algum tempo.

Imediatamente eu senti um pouco de simpatia por aquele garoto. Uma coisa era perde o pai, mas ambos e um irmão mais novo... Eu não podia imaginar. E no entanto ele estava ali, inteiro. Era algo que se podia admirar. Acho que Stefan sabia no que eu estava pensando, pois sua mão se fechou em punho ao lado do prato. Eu coloquei minha mão sobre a dele antes que Care ou Klaus percebessem e senti Stefan relaxar.

–Você disse. – Sussurrei em seu ouvido. – Uma chance.

Relutante, ele acenou com a cabeça enquanto colocava a mão embaixo da mesa e eu a acariciava para tenta-lo manter calmo. Não que fosse adiantar muita coisa. Se eu não tivesse bebido um pouco de vinho, poderia jurar que tinha visto a menção de um sorriso no rosto de Caroline antes que ficasse séria outra vez.

–Mas então por que a cidade? Quer dizer, com tantas cidades por aí...

–Meus irmãos mais velhos Finn e Elijah abriram uma empresa aqui. Coisa de família. – Ele deu de ombros. – Acharam que seria bom uma cidade pequena, sabe?

–E como sei... – eu disse sem querer. Caroline me encarou desconfiada antes que Stefan mudasse de assunto.

Passamos assim por mais um tempo. Stefan e Caroline eram quem mais conversavam enquanto Klaus permanecia em silencio. Eu achava que talvez a noite pudesse passar sem mais nenhum acontecimento fora do normal enquanto comíamos como pessoas civilizadas. Bem, as vezes eu sou realmente uma otária.

–Então, Katherine... Eu percebi que nunca realmente conversamos sobre o motivo de você ter vindo para Mystic Falls. – Caroline sorriu, apoiando a cabeça em uma das mãos e me observando com atenção.

Eu fiquei em silencio por um momento, tentando decidir entre pular a janela e sair correndo ou apenas fingir desmaiar. Bem, talvez eu pudesse considerar uma terceira opção e espetar os olhos de Caroline com o garfo. Enquanto isso ela continuava a me observar com atenção.

–Um ar novo faz bem. – Eu bebi mais um pouco do vinho em meu copo ser perceber quando virei o copo. – A caótica Nova York não é sempre tão agradável.

Era impressão minha ou Caroline parecia...desconfiada?

–Eu não vejo motivo para sair de Nova York. Quer dizer, é Nova York, certo? –

–Nem sempre é tudo o que pensamos.

–Me parece com uma definição que as pessoas dividem, não é?- Ela sorriu.

Droga, tinha algo muito errado ali. Stefan ficava cada vez mais nervoso ao meu lado e a tensão no ar pareceu aumentar. O que diabos Caroline estava fazendo?

–Então, como era lá?- Klaus perguntou como se tentasse quebrar o clima que nem mesmo eu estava entendendo.

–Bem, -Dei de ombros. – É um bom lugar se você gosta de movimento e tudo isso. Uma boa escola, pessoas legais...

–Mas e quanto a você, Klaus? – Stefan perguntou, largando o prato de lado. – Nos conte um pouco sobre sua família.

– Bem, - Klaus se mexeu desconfortavelmente em seu lugar. – não há muito que saber. Somos cinco irmãos. Como eu já disse, Elijah e Finn são responsáveis por nós. Rebekah você já conhece e Kol estuda em um internato em Dallas.

–Internato, hum? Ele fez algo ruim?

–Stefan!- Caroline o repreendeu com um olhar nada amigável. Stef parecia um policial fazendo o interrogatório e eu não poderia culpar Care por querer batê-lo. Klaus tinha se provado um bom garoto até agora.

–Eu só estou tentando saber mais sobre ele, ora! Achei que era sobre isso que o jantar se tratava. Não temos de ter segredos.

– Não, ele não fez nada de ruim. – Eu notei o tom de voz do garoto ao lado de Care se tornar um tanto gélido. Droga, Stefan estava tocando em um assunto nada agradável para ele, percebi. – Kol era muito apegado aos nossos pais e quando...quando eles se foram foi difícil para meu irmão. Ele era apenas uma criança. Era normal que tivesse uma maneira diferente de lhe dar com tudo aquilo.

–Exatamente, Stefan. – Eu apertei-lhe a mão com um tanto a mais de força, o obrigando a olhar para mim. – Crianças tendem a ter reações diferentes em relação às perdas.

Acho que ele entendeu o recado, pois se calou logo depois. Era Caroline que parecia já ter estourado os limites da paciência que ela poderia ter.

–Por que você não pode ser simplesmente um irmão normal? – Ela o encarou com os olhos em chamas, me fazendo temer que ela pudesse se jogar por cima da mesa em direção a ele.

–Caroline... – Klaus tentava acalmá-la, mas eu sabia que ela já não queria manter a calma. Eu nem mesmo sabia de onde havia vindo aquela raiva súbita que explodiu dela, mas Caroline estava com muita raiva.

–Não, Klaus! Eu me cansei disso, tá legal?- Ela se levantou e olhou em direção a Stefan. – Você quer falar sobre quem está guardando segredos de quem?

–Caroline, não...

–Do que você está falando? –Stefan cortou Klaus.

–Eu tenho visto vocês dois mentirem e esconderem coisas de todos nós e nunca falei nada. Nós nunca, nunca guardávamos segredos um do outro até ela chegar! Então, que diabos você acha que é para querer se meter nos meus relacionamentos.

Eu congelei em meu lugar e todos os outros prenderam a respiração. O jeito como ela havia se referido a mim tinha sido como levar um tremendo tapa na cara. Então Caroline tinha percebido, afinal. Eu tinha sido estupida ao achar que poderia esconder algo por muito tempo dela.

–Klaus... Acho melhor você ir. –Eu o aconselhei, e ao ver que ninguém protestou, ele apenas pegou sua jaqueta e se retirou.

–Eu não sei do que está falando, Caroline.

–Ah, corta essa, tá legal?! Se vocês tem segredos, que se danem,-Ela olhou em minha direção e depois o encarou outra vez. - mas não ouse mentir na minha cara. Eu já cansei disso. Se quer saber, eu preferia quando você era um lesado e vivia trancado em seu quarto. Pelo menos assim você não se metia em minha vida.

Com isso, Caroline se virou e correu pelas escadas andar a cima. Stefan e eu ficamos ali, chocados com a reação da garota. Isso era um final de noite pelo qual definitivamente não esperávamos. Stef apoiou a cabeça entre as mãos e suspirou.

– Seria tão mais fácil se eu não tivesse que mentir para ela.

Opa, opa, inconsciente gritou. Ele está mesmo nos culpando?

–Eu não lhe pedi para mentir para ela Stefan.

Ele levantou a cabeça e olhou em minha direção com um ar cético.

–Você mesma disse que não queria que ninguém soubesse.

–Sim, eu disse, Stefan, porque não queria ter de contar a eles ainda. Mas isso não queria dizer que você precisava afastar sua irmã para isso. Eu não te obriguei a nada.- Eu o estava colocando em uma situação nada fácil, sabia disso. Mas naquele ponto eu também já tinha me irritado. – E quer saber o que mais? Eu não tenho culpa se você age como um idiota com Klaus. Ele é um garoto legal, e se você tem problemas com ele, deveria resolvê-los ao invés de atrapalhar o namoro de sua irmã.

–Então é isso?- Ele se levantou , irritado. –Você vai ficar do lado dele? Aquele garoto não presta, katherine!

–Ai meu deus! Você está se ouvindo?! O garoto tem sido um perfeito cavalheiro a noite toda, feito de tudo para te agradar e você insiste em menosprezá-lo. Quer saber? – Eu levantei minha mão quando vi que ele estava prestes a se opor. – Eu não vou discutir com você. Você vai resolver seus próprios problemas, Forbes, e então vamos nos sentar como pessoas civilizadas e conversar. Até lá, é bom refletir sobre quem entre você e Klaus está sendo o garoto idiota e teimoso.

Eu não esperei que ele dissesse mais nada. Apenas peguei minha bolsa e achei melhor sair dali antes que eu realmente resolvesse participar de uma discussão.

–Não se incomode em me levar. Sei o caminho de casa. – Eu gritei para ele antes de bater a porta da cada dos Forbes e sair.


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