A New Place To Start escrita por WhateverDhampir


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente FELIZ NATAL PESSOAL !!! "Mas o Natal já passou, Lai" Eu sei, eu sei... Eu não comemoro Natal nem quaisquer feriados relacionados, mas farei esse esforcinho de desejar um bom feriado para vocês mesmo que eu esteja atrasada. hauehaue
Gente, tantos comentário!! OMG!! Vocês tem noção do que isso faz com a sanidade de um autor. Eu simplesmente fiquei sorrindo por duas horas, e nem sabia que isso era possível. Só para deixar claro, não sou muito sentimental, mas o fato de que vocês estejam curtindo de verdade a fic me faz chorar de emoção de um jeito que nem Bonnie se sacrificando p salvar Damon fez (não exagere, Lai ... Sorry hauehuae ). Eu tive sérios problemas de surtos e comecei a me jogar no chão. "Você é louca, Lai?" Olha, os médicos disseram que não, mas tenho sérias dúvidas.
Eu quero agradecer MUITO, MUITO, MUITO Walker ( ela favoritou a fic !! s2 )e Biskatherine pela força . Gente, amei os comentários!
E antes de lerem eu só quero avisar que esse capítulo ficou um pouquinho mais comprido. Considerem como um presente por fazerem a felicidade de uma criança. Tanto que estou postando às 4:20 da manhã hauehuae
Bem, that's all. Aproveitem e até mais. Kisses s2



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Quando acordei na manhã seguinte, perecia que tinha sido atropelada por um caminhão . Minhas pernas estavam doloridas, o que com certeza era um lindo resultado de minha leve caminhada no dia anterior, e meus olhos doíam mesmo com a pouca claridade . Dizer que havia um sol lá fora era eufemismo . As nuvens encobertavam qualquer resquício de luz que se atrevesse a se mostrar e o canto dos pássaros era uma memória distante . Tudo parecia combinar com meu agradável humor – sinta a ironia .

Minha calça jeans e jaqueta de coro pretas se fizeram necessário contra o frio , e em algum lugar no fundo do meu closet , encontrei perdida uma bota de salto preta que havia ganhado de Raven em um dos meu aniversários . Estranhamente aquilo fez com que meu primeiro pensamento fosse sobre como sentia falta de minhas amigas e desejar que elas pudessem estar ali comigo . Coloquei meu inseparável colar em meu pescoço e decidi que não deixaria meu relacionamento afetado com Jeremy ou a saudade de minhas amigas estragarem meu dia .

Peguei meu celular e digitei uma mensagem para Stefan . Eu não queria ir a pé e muito menos ter a companhia de meu primo no caminho para escola.

Pode me pegar? Jeremy vai tentar fazer as pazes no caminho para escola e eu não estou afim de uma discussão.

A resposta veio logo depois.

Eu esperava por isso. Estou na frente de sua casa. Pronta?

Um sorriso bobo nasceu em meu rosto com sua resposta. Mas é claro que ele já estaria me esperando. Stefan era Stefan. O eterno cavalheiro.

– Filha, eu já estava subindo para te chamar. – Minha mãe me abraçou e me ofereceu um lugar na mesa ao seu lado quando desci.

– Não, não. Eu já estou indo.

–Não vai comer? – Eu vi suas sobrancelhas se franzirem quase discretamente daquela forma que sempre faziam quando ela tentava se lembrar de algo que pudesse estar me incomodando.

–Não estou com fome.

– Mas você não comeu nada ontem.

– Pois é. Mas eu não estou com fome. - Acho que meu tom de voz lhe dizia que não era bom discutir, pois ela não disse mais nada, e naquele momento me senti grata.

– Eu já termino de comer e nós podemos...

– Não se incomode. – Eu cortei meu primo antes que ele se levantasse. Todos não mesa, incluindo tia Miranda e tio Grayson, me olharam e eu soube que havia sido grossa. Mas quem é que ligava? Minha semana estava sendo uma droga, e olha que ainda estávamos na terça-feira! – Já tenho minha carona.

Eu saí antes que alguém resolvesse me dizer algo e encontrei Stefan do lado de fora, escorado seu Fiat Spider com um sorriso estampado no rosto. Ele parecia tão feliz essa manhã que foi como se seu temperamento de afetasse de uma forma positiva. Quando seus braços me envolveram e seus lábios foram pressionados contra os meus, foi como se eu tivesse soltado uma âncora. Stefan era como um lar ... Um ambiente conhecido e seguramente estável. Estabilidade era tudo que eu precisava.

– Você está tensa. – Ele massageou meu ombros e imediatamente os senti relaxar.

– Estou irritada e cansada. – Encostei minha cabeça em seu ombro e a primeira coisa que senti foi o cheiro de menta e camomila ao qual eu me pegava cada vez mais acostumada e atraída.

– Pesadelos outra vez?- Stefan escondeu o rosto em meio aos meus cabelos e passou os braços ao meu redor, acariciando minhas costas com a ponta de seus polegares.

O fato dele simplesmente saber que eu tinha pesadelos não me impressionava. Ele conseguia ser bem perceptível quando queria, e claramente ele percebeu meu silêncio.

– Será que algum dia você ainda vai me contar sobre o que são?

Eu sorri novamente. Uma coisa das quais eu adorava em Stefan era que nunca existia pressão. Ele simplesmente esperava minha boa vontade para lhe contar as coisa, ao invés de insistir que eu estava escondendo algo dele. Levantei minha cabeça e fitei seus olhos verdes e gentis.

– Talvez. – foi tudo o que eu disse, porque naquele momento era tudo o que eu sabia.

Ele sorriu e abriu a porta do carona para mim.

O caminho até a escola foi calmo e agradável. Era uma das vantagens de se estar sozinha com Stefan. Ele ligou o rádio e enquanto ‘Blind’ do Hurts tocava, eu fechei meus olhos e a única coisa que eu pude sentir foi a mão de Stefan acariciando a minha. Esse era um daqueles momentos em que as coisas eram simples. Era quase como se já não houvesse problemas e embora a realidade martelasse em minha cabeça , era quase fácil ignorá-la. Eu sorri para o nada, imaginando que se eu me concentrasse o suficiente agora, eu podia sentir como se eu estivesse em casa ou como se a mão afagando a minha fosse a de Bradd. Eu podia imaginar Charlotte e Raven rindo no banco de trás e discutindo sobre que roupa usariam no próximo baile escolar com a tarefa árdua de fingir que a presença de meu namorado não existia como sempre faziam .

Talvez fosse errado ter esse tipo de pensamento com Stef ao me lado, mas parte de mim não podia simplesmente ignorar isso. Me trazia uma sensação de paz e me fazia sentir como se as coisas pudessem apenas voltar ao normal. Sem dor, perdas ou complicações. Era nesses pequenos segundos que eu me sentia mais livre de todos os meus problemas.

O dia se passou com uma calma surpreendente. Damon Salvatore não apareceu em meu campo de visão, Jeremy mantinha a distância, apenas me observando de longe e Stefan estava ao meu lado sempre que pudesse entre as aulas. Nadia e Matt ainda estavam brigados e Bonnie parecia não estar muito satisfeita com Jeremy seja lá qual fosse o motivo. No almoço, o silencio e a tensão reinou e até mesmo Caroline, sempre sorridente e brincalhona, pareceu perceber que aquele não era um bom dia para bom humor.

– O que aconteceu entre você e o projeto de homem? – Matt me perguntou em uma das últimas aulas quando se sentou ao meu lado. Era a única em que fazíamos sozinhos.

Olhei para ele tentando me fazer de desentendida, mas a expressão em seu rosto deixava claro que ele sabia que tinha algo acontecendo.

– Nada .

– Tá bem... Então me explique porque estão se evitando. - Eu iria tentar negar de novo, mas ele levantou o dedo. - Não minta. Eu sei que aconteceu algo.

– Jeremy é seu amigo. Achei que já teria te contado.- Eu rabiscava as paginas de meu caderno , tentando ao máximo evitar encarar os olhos claros de Matt.

– Bem, quando se trata de você, ele não tem sido muito aberto.

Eu não sabia exatamente o que, mas senti algo em suas palavras, como se ele quisesse insinuar algo. Ergui minha cabeça para encará-lo, mas dessa vez que me evitava era ele. Talvez não seja nada, pensei .

– Nós só tivemos uma pequena discussão. Nada demais.

Pela sua expressão, sabia que não havia aceitado muito bem minha resposta, mas mesmo assim não disse nada.

– E você e a Nadia, hum? Já se resolveram?

Acho que o peguei de guarda baixa. Matt era um pouco fechado, percebi. Desde o dia em que ele e minha amiga havia brigado, ele estava mais distante do que eu jamais o tinha visto. Eu já havia perguntado a Stefan e tudo que ele dissera era que o amigo se recusava a falar sobre o assunto.

– Ela te disse, não foi? – Eu quase podia distinguir a frustação em sua voz, como se ele não quisesse que mais pessoas soubessem sobre o assunto.

– Ela não precisou. - Me apressei em defendê-la. - Digamos que quando você encontra sua amiga se debulhando em lágrimas em uma festa, é meio que sua obrigação arrancar informações dela.

Matt largou a caneta de lado com um suspiro derrotado e fechou os olhos. Foi só então que percebi o quão cansado ele parecia. O cabelo estava um tanto bagunçados e as olheiras ao redor de seus olhos eram quase tão visível quanto à camada de maquiagem que Rebekah enfiava na cara. Nadia não era a única que estava mal com a situação, no final de tudo.

– Ela está bem? – Perguntou sem nem mesmo abrir os olhos, apenas apoiando a cabeça nas mãos.

– Por que não pergunta a ela?

– Porque não estamos nos falando.

Eu bufei.

– Vocês dois estão agindo como crianças.

– E você e Jeremy estão sendo muito maduros. – Ele me encarou com ceticismo.

– É diferente. – Revirei os olhos, mas não discuti, sabendo que ele provavelmente estaria certo. - Olha, o que quero dizer é que... são apenas quatro anos, Matt.

Apenas quatro anos? Katherine, você está se ouvindo? São quatro malditos anos.

Matt baixou a voz ao perceber que poderia chamar a atenção do professor. Ele se aproximou um pouco, tentando fazer com que ninguém o ouvisse.

– Você esperaria por Stefan?

A pergunta me pegou de surpresa. Eu realmente não esperava por aquilo. Mas o que ele não via era que as situações eram completamente diferentes. Stefan e eu havíamos acabado de nos conhecer, mas de algumas forma eu entendi o que ele queria dizer.

O sinal tocou e Matt claramente viu minha hesitação como um grande não. Ele arrumou os materiais e saiu quase correndo pela porta, quando quase ninguém havia levantado. Eu joguei minhas coisas dentro da mochila e sai correndo atrás dele, ignorando os olhares do professor.

– Olha, sei que não seria fácil esperar tanto tempo por ela, Matt , mas ...

– Esperar por ela? – Matt parou no corredor e se virou para mim, um tanto confuso. – Katherine, eu esperaria minha vida inteira por ela se fosse preciso, ok?

– Então, por que...?

– Você já olhou para ela? Nadia é uma garota incrível! Ela é inteligente, engraçada e todos a amam. Eu a esperaria sem nem pensar duas vezes. Mas ela está indo para casa, vai conhecer pessoas novas e... Será que ela esperaria por mim?

Então percebi qual era o medo de Matt. Ele a amava, eu podia ver. E no meio de tudo isso ele era apenas mais um garoto inseguro com medo de perder a garota. Eu tinha uma certa experiência com o ponto de vista dele. Era mais fácil se afastar antes que saíssemos machucados no final.

– Matt... - Eu apoiei minha mão em seu ombro e apertei, tentando passar um pouco de toda a certeza que eu tinha para ele. - Nadia ama você. Até mesmo eu que estou aqui há pouco tempo, percebi isso. E se você tem alguma dúvida sobre o que aquela garota sente por você, então é o cara mais idiota que eu já vi.

Eu vi a incredulidade em seu rosto, como se ele estivesse entre a dúvida de aceitar o que eu dizia ou acreditar que eu realmente o havia chamado de idiota.

– Você pode ter dúvidas sobre o que vai acontecer depois que ela entrar naquele avião, mas eu nunca vi alguém ter tanta certeza sobre o que quer, quanto Nadia tem certeza sobre você. Pode querer culpá-la por te deixar, ou até mesmo culpar os pais dela por obrigá-la a ir, mas no final o único culpado de perdê-la, será você.

Eu não sabia se o que eu havia dito a ele faria alguma diferença ou se eu sequer deveria estar me metendo na relação dos dois. Tudo que eu sabia era que Nadia era minha amiga e eu faria de tudo para ajudá-la.

– Hey, Kath! Matt. – Stefan apareceu ao meu lado e colocou o braço direito o redor de meus ombros. O amigo apenas acenou com a cabeça e saiu, um tanto fora de órbita.- O que deu nele ? Quer dizer, além de estar mais chato que o normal depois da briga?

– Não seja insensível! – Eu o repreendi. Ele até poderia ter me levado a sério se eu não tivesse sorrido. – Ele só tem muito em que pensar.

– Tomara que seja sobre como essa briga entre eles é completamente idiota.

Stefan começou a andar, obrigando-me a segui-lo para o estacionamento. As aulas finalmente haviam acabado e eu podia me ver livre da escola ou de Jeremy.

– Ele te contou?

– Nop. O cara anda mais fechado que um cofre. Caroline me contou. Quer uma dica? Se brigar com alguém ou tiver um segredo não conte para a loira.

– Vou me lembrar disso da próxima em que brigarmos.

Stefan tinha aquele sorriso travesso em seu rosto que fazia ser impossível não rir. O bom humor dele estava me afetando mais do que o normal.

– Então quer dizer que já está pensando em discutir comigo, hum?

– Nunca se sabe.- Dei de ombros .

– Bem, Srt. Katherine, – Stef entrou em minha frente, me obrigando a parar, e se inclinou para que seus olhos ficassem no mesmo nível dos meus. – sabe o que eu faria com você se estivesse brava, não é?

– Eu não faço a mínima ideia.

– Eu te jogaria sobre meus ombros, e te levaria para outro lugar onde pudesse te beijar até que mudasse de ideia.

Os olhos do garoto em minha frente brilhavam de diversão. Seu sorriso travesso parecia maior e escondido no meio disso tinha aquele ar intenso que fazia aquela pequena chama em mim querer se acender . Foi então, quando o sorriso aumentou mais ainda, que percebi o que estava passando por sua cabeça.

– Não.

–Sim.- Ele acenou positivamente, rindo de minha súbita hesitação.

– Não.

– Sim.

– Stefan, não ouse.

Droga, era tarde demais. Antes que eu pudesse fugir para longe de seu alcance ou impedi-lo de fazer aquela idiotice, Stefan já havia tomado minha bolsa em suas mãos rapidamente e me jogado em seus ombros como um saco de batatas.

– Stefan! Stefan, me solte!

Eu soltei uma espécie de grito abafado quando senti suas mãos segurarem firmemente minhas coxas para que eu não caísse. Ele continuou a andar em direção ao carro como se fosse a coisa mais normal do mundo ter uma garota pendurada em seus ombros enquanto se andava pelo estacionamento do colégio no final do ultimo período. Cara, como eu queria socá-lo.

– Stefan Forbes, se não me colocar no chão agora mesmo, juro que vou... Eu vou...

Aquilo parecia o estar divertindo. Enquanto as pessoas no estacionamento olhavam e nossa direção, ele ria tanto que fazia nossos corpos tremerem. Eu o xinguei de todos os nomes que sabia até que ele finalmente resolvesse me soltar e tivesse que tampar minha boca com a mão para que eu me calasse enquanto me encurralava contra o carro como os braços a minha volta, me prendendo.

– Se fizer isso novamente, juro que arranco suas bolas e te faço ficar estéril! – Eu empurrei a mão dele enquanto tudo o que ele sabia fazer era rir de minha reação. - Eu nem mesmo estava brava com você!

– Bem, está brava agora.

– Porque você me arrastou no meio de toda essa gente como se eu tivesse cinco anos de idade!

Ele se aproximou sem perder o sorriso bobo que mantinha no rosto. Eu tentei continuar em minha pose rígida e irritada enquanto ele parecia tão contente de si. Aquilo parecia realmente diverti-lo.

– Então deixe-me prosseguir com a segunda parte do plano.

Eu iria dizer algo para ele, mas no momento em que seus lábios encontraram os meus, qualquer coisa que eu pudesse falar se esvaneceu em fumaça junto com qualquer raiva ou irritação que eu pudesse nutrir. Stefan tinha aquela luz envolta dele como se pudesse fazer com que as pessoas não pudessem olhar para ele sem sorrir. A temperatura de sua pele contra a minha era como fogo, queimando lentamente e consumindo qualquer raciocínio. Enquanto sua boca soltava a minha por breves segundos apenas para beijar meu pescoço até a linha da clavícula e fazer o retorno até minha boca novamente, eu poderia dizer que não havia nada melhor que a sensação de sua pele e seus lábios castos.

Sua mão apertava minha cintura e descia até minha coxa de forma terna, porém firme e ávida, desesperada por tocar a pele escondida sob a calça. Tudo nele parecia chamar por meu corpo como um imã. Era como se apenas estar próxima a ele, fosse como se tudo o chamasse e pedisse mais. Eu poderia arrancar seu casaco ou qualquer coisa que ele vestisse por baixo apenas para sentir cada centímetro de seu corpo sob minhas mãos. Acredite, eu teria feito isso. Mas como sempre, o timing de nossos amigos não poderia ser melhor.

– Ah, pelo amor de deus! Já ouviram falar de uma coisa chamada quarto? Vocês podem se comer pelas paredes por lá, não aqui. – A inconfundível voz zombeteira de Caroline nos fez pular e nos afastarmos de imediato. A loira estava toda risonha ao lado de uma Bonnie sorridente e um Jeremy vermelho e sem graça , mas ao mesmo tempo parecendo um pouco irritado.

Supere, Gilbert, pensei.

Me pergunto quantos anos de cadeia eu pegaria se te matasse aqui e agora. – Eu sorri para Caroline, tentando esquecer meu desconforto com a situação.

– Se me perguntarem,- Bonnie levantou a mão.- direi que foi legítima defesa.

– Então, estamos indo para o Grill.- Caroline ignorou o comentário da amiga . – Vocês vêm, certo? Matt disse que pode nos arrumar algumas bebidas.

– Na verdade... eu acho melhor não . Minha mãe deve estar me esperando para jantar.

– Não, ela não está . – Stefan sussurrou em meu ouvido, me abraçando por trás.- E se isso é sobre evitar Jeremy, acredite, você vai estar bastante ocupada comigo.

– Talvez eu possa ficar só um pouquinho.- Eu ri.

Em geral, minha mãe não deixou as coisas serem fáceis. Eu praticamente tive que cair de joelhos e lhe prometer que comeria alguma coisa no Grill. Ela estava quase surtando e provavelmente achando que eu estava entrando em uma dieta adolescente louca somente porque não havia me visto jantar ou tomar café. Jenna poderia ser tão super protetora as vezes que chegava a me assustar. Ela tinha uma incrível capacidade de enxergar problemas psicológicos, alimentares ou qualquer que fosse onde não existiam.

Era dia de semana – uma maldita terça-feira, Caroline! – e o Grill estava praticamente vazio. Bonnie, Nadia, Jeremy e Stefan tomaram conta da mesa de sinuca – onde esta a parte em que você disse que eu estaria ocupado como você mesmo, Stefan? - enquanto Matt escapava para os fundos para cuidar de algumas coisas antes que seu turno começasse. Caroline estava sentada na mesa ao lado conversando com alguma garota que ela reconhecera e ali estava eu, sozinha com um copo de suco e o celular na mão.

Havia algumas mensagens de Raven, me repreendendo por não mandar noticias e outras de Charlotte não tão gentis. Minhas amigas tinham diferentes formas de expressar seus sentimentos e, acredite, você não queria ver Charlotte irritada ou preocupada. Ela fazia uma Hidra parecer um poodle fofo e peludo.

Onde diabos você enfiou esse maldito celular, Pierce?

Eu poderia te socar se ainda estivéssemos na mesma cidade.

Raven está surtando sem você. Tem noção do que é aguentar aquela coisa chorando no meu ouvido sobre o quanto sente sua falta? Como se já não bastasse vê-la roubar todos os meus potes de sorvete e lenços umedecidos.

Será que pode me fazer o favor de ligar para Raven e dizer que não nos trocou por um bando de mauricinhos de cabelo tingidos? E já vou avisando que se fez isso, vai desejar voltar para o útero de Jenna.

Droga , sinto sua falta.

A cada mensagem, eu não sabia se ria ou chorava. Nós nunca havíamos ficado separadas por tanto tempo e Raven também nunca tivera a capacidade de controlar seus pensamentos frenéticos e imaginação fértil. Ela certamente já estava pensando que eu havia fugido para a Rússia e lhes abandonado. Não que o tamanho da distancia fosse mudar o fato de que ainda estávamos separadas. Isso acabava comigo também.

Mas nenhuma daquelas mensagens poderia me afetar mais do que a última. Para Charlotte era fácil esconder ou abafar o que sentia de uma forma que eu nunca poderia fazer, e vê-la simplesmente soltar aquelas palavras como se não fosse nada demais para ela me fazia imaginar o que estava acontecendo por lá. Eu podia imaginá-la escrevendo aquela mensagem rapidamente e então apertando ‘enviar’ somente para se perguntar o que havia dado em si e se xingar mentalmente por ter sido tão sentimental. Não que eu fosse me importar se ela tivesse se arrependido. Essa era Charlotte. Raven e eu sabíamos o que tinha de baixo de toda aquela pose durona.

– É impressão minha, ou sempre te encontro nos lugares onde há álcool?

Eu levantei minha cabeça ao ouvir aquele familiar sotaque, vendo o garoto de cabelos castanhos, calça jeans e jaqueta de coro se sentar na cadeira ao meu lado.

– Enzo.- Eu ri – Por que não estou surpresa de encontrar você aqui?

– Talvez porque você não via a hora de me ver novamente.- Enzo deu aquele seu meio sorriso que sempre escondia um flerte. Era engraçado, mas eu havia percebido que a companhia dele era estranhamente agradável.

– Então, você ainda esta na cidade, hum? – Eu deixei meu celular de lado e me virei para ele, bebendo meu suco.

– É... Vou estar aqui por mais alguns dias e depois seguir meu caminho de volta para minha cidade.

– Bem, espero que não vá embora sem se despedir. Vou sentir falta de alguém menos raivoso nessa cidade.

Ele riu.

– São todos selvagens, não? Mas você parece se dar bem com os amigos de seu primo.

Dei de ombros.

– Não são dos piores.

– Então me explique porque você está aqui sozinha enquanto todos estão se divertindo.

Eu olhei para a mesa de sinuca onde eles jogavam. Nadia, Bonnie, Stefan e Jeremy riam enquanto faziam suas apostam e encaçapavam as bolas. Parecia o tipo de diversão que eles costumavam ter depois de quase todas as aulas, e me imaginar vivendo aquela vida seria fácil.

– É complicado...

–Bem, - Ele se sentou. - acho que temos tempo.

Eu estava dividida entre a vontade de desabafar e a duvida. Seria bom conversar com alguém neutro. Uma visão de fora poderia ajudar. Porém havia o fato de que Enzo era amigo de Damon, e embora ele parecesse um cara legal, não sabia se era confiável.

– Eu até poderia te contar, mas...

–Mas tem medo que eu conte a alguém, não é? - Assenti. - Ora, Katherine, pensei que havia deixado claro que sou seu amigo.

Continuei em silencio.

– Palavra de escoteiro. - Ele levantou a mão e inevitavelmente me vi sorrindo.- Só quero ajudar uma amiga. Eu sou gentil, afinal.

–Gentil e insistente. - Eu ri. - Não é nada demais. Jeremy e eu só tivemos uma pequena discussão.

–Discussão? Sobre o que, exatamente?

–Sabe, você é bem curioso.

– A eterna busca por conhecimento. - Os lábios de Enzo se curvaram em um meio sorriso irônico que por uma momento me lembrou Damon. Eles eram parecidos em certas atitudes, mas ao mesmo tempo a diferença era clara, não só na aparecia, mas também no comportamento. De certa forma, me alegrava saber que nem todos os garotos sexys e irônicos eram idiotas.

–Nós apenas... temos diferentes pontos de vista sobre meu comportamento e o modo como devo agir.

– Como ele acha que você deve agir? – Enzo se curvou para frente, apoiando o queixo sobre a palma da mão esquerda como se toda sua atenção estivesse em mim.

–Ele espera que... depois de certos acontecimentos, eu tenha que simplesmente virar a boa garota que os outros esperam que eu seja. Acho que ele espera que eu possa ser perfeita em tudo.

– E você não concorda. - Eu acho que ele tinha a intenção de fazer uma pergunta, mas o tom de sua voz fez parecer uma afirmação.

–Honestamente? Eu já não sei mais no que acredito. Parte de mim quer ser essa pessoa que ele insiste em ver, mas essa não sou eu. Eu tenho defeitos, mais do que qualquer pessoa que conheça e talvez eu queira ser como eu era antes.

– Então seja. É simples.

–Não. Não é. A antiga Katherine era... imprevisível. E embora eu gostasse de como eu me sentia, ela só trazia problemas. Eu só... Não era uma boa pessoa. E pensar em voltar a ser aquela pessoa, mesmo que me fizesse bem, me assusta.

Enzo parou por um instante, me estudando com o olhar. Não era aquele olhar como quem vê apenas uma garota com quem pode dormir. Enzo parecia não me ver como esse tipo de garota, e sim como uma amiga. Seu olhar era mais curiosidade.

–Talvez você só esteja se esforçando demais.

Eu bufei. Era impressão minha ou todos viviam me dizendo aquilo?

– Talvez só tenha que encontrar um meio termo entre a garota que eles querem que você seja, quem você acha que deve ser e quem você quer ser.

–Falando assim parece fácil.

O sorriso brincalhão que ele sempre trazia se foi. Enzo parecia mais sério do que eu jamais o havia visto agora, cauteloso e hesitante.

–Não é fácil, Katherine. - Ele suspirou. – Definitivamente não é. Eu já tive... momentos em que percebi que certas decisões não eram tão fáceis de se tomar. Mas eu consegui. E você também pode, sei que sim, independente do que estiver acontecendo.

Eu então percebi que o garoto em minha frente trazia seus próprios demônios. Eu vinha visto Enzo sorrir e flertar como se simplesmente fosse quem ele era. Mas algo em seu olhar e seu tom de voz me fez ver que talvez Enzo fosse como eu... Quebrado. Mas ele havia se erguido e talvez eu pudesse fazer isso também. O problema era que parecia mais fácil em teoria do que na prática.

–Algum dia vou saber quem você é, Enzo?- Perguntei.

O sorriso em seus lábios retornou como se nunca os tivesse abandonado.

–Provavelmente não. - Ele se levantou e piscou para mim. –Nos vemos por aí, Katherine Pierce. É sempre bom conversar com você.

Enzo sorriu, aquele sorriso de quem tentava lhe dizer que tudo ficaria bem. Ele saiu e a porta se fechou atrás dele como se ele nunca houvesse estado ali.


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Notas finais do capítulo

Matt tem que se tocar, neh, gente ? hauehuae Já disse o quanto amo o Enzo? Não? Então eu digo; AMO ESSE HOMEM haueha Alguém mais aew ama 0/
Queria avisar que se vocês tiverem sugestões ou pedidos para a fic, não tenham vergonha, podem me procurar, okay?
Beijos, meu povo maravilhoso S2