Ataque Neonazista escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 6
O silêncio.


Notas iniciais do capítulo

Aqui está.

Boa leitura...



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Estávamos na estrada por nem sei quanto tempo, as meninas já dormiam e Finnick olhava fixamente a paisagem pela janela, não sabia se ele pensava na vida ou se estava tentando pegar no sono, talvez os dois, mas isso não importava. Acabou que encontrei uma placa que anunciava a chegada de um posto de gasolina à uns oito quilômetros dali, olhei o painel e o tanque estava em 1/4 de cheio, acho que até lá, ele estaria quase no fim.

E eu acertei, quando pude avistar ao longe o posto, o tanque já estava no fim, manobrei o jipe pela entrada e estacionei ao lado de duas bombas, mas, apesar de tudo, eu estava com medo de algum neonazista ver o jipe e ir até nós pensando que nós éramos seus parceiros assassinos, mas quando eles percebessem que não éramos seus parceiros, nos liquidariam na hora, então, todo cuidado era pouco naquele lugar.

–Nós já chegamos?- perguntou Prim quando estacionei o veículo.

–Não. Só vou pegar gasolina, o tanque está ficando vazio.- eu disse.

–Pode ser perigoso, eu vou com você.- disse Katniss, apunhalando a M1911.

Saí do carro com a Aka 47 e logo uma sensação de que algo perigoso estava próximo invadiu meu peito, olhei em volta, mas não encontrei nada, mas isso não bastou pra mim, tinha realmente algo ali, mas estava escondido, esperando para nos atacar.

–O que foi, Peeta? Viu alguma coisa?- perguntou Kat, assustada.

–Não, mas eu sei que tem alguém escondido aqui, anda, pegue os galões no porta-malas do carro e encha-os depressa enquanto eu dou uma olhada.- ordenei.

Eu sabia que tinha galões dentro do porta-malas porque os neonazistas queriam atacar todo o mundo, mas pra isso, precisava de gasolina, então, obviamente, eles tinham galões nos carros, minha teoria se confirmou quando Katniss tirou os dois galões que tinham lá, com a ajuda de Prim.

Sorrateiramente, andei mais pra dentro do posto, eu não podia vacilar naquela hora, tinha certeza que tinha alguém ali e precisava me defender logo, só depois que olhei para uma pilastra que sustentava o teto do posto foi que vi a aba de um boné, só podia ser essa pessoa que estava me causando a sensação de perigo, destravei e carreguei a arma, posicionando-me pra atirar, coloquei minha mão em seu ombro e ele se virou assustado pra mim.

–Fique onde está!- ele gritava e sussurrava ao mesmo tempo.

–Calma, não vou te fazer mal, só se você fizer mal para nós.- eu disse, sem mudar a postura.

–Fique onde está!- ele aumentou o tom de voz.

–Fique você onde está!- disse Katniss atrás do ser, que a propósito, não tinha cara de neonazista, mas nada tem cara hoje em dia, até gente rica e bem vestida rouba.

–Não somos neonazistas, estamos fugindo deles, isso sim.- desta vez eu disse.

–Tem certeza?

–Claro, olhe pra nós, não usamos tatuagens e nada que um neonazista usa.-eu disse, ele ficou nos encarando por alguns segundos e depois respirou fundo e abaixou a arma, com uma expressão mais descontraída. Só então, pude perceber que era um rapaz jovem, devia ser da mesma idade de Prim, por fim, ele falou:

–Bom, então, muito prazer, meu nome é Rory.

–Peeta, ela é Katniss:

–Como você sobreviveu ao ataque deles?- Kat perguntou.

–Eu era um deles.

–O quê?- eu e Kat dissemos em coro.

–Isso mesmo, eu era, mas eu acabei milagrosamente percebendo o quanto eles eram violentos e tentei abandoná-los, mas eles não deixaram, então, me escondi neste posto até hoje.- fiquei boquiaberto.

–Há quanto tempo está aqui?- perguntou Kat.

–Uns dois dias. E vocês, como sobreviveram?

Katniss e eu contamos como sobrevivemos e ele pareceu impressionado.

–Quer se juntar à nós? Somos quatro, mas tem cabe mais um nesse jipe.- eu perguntei.

–Pode ser, seria um prazer já que eu estava quase enlouquecendo de solidão.- e riu pela primeira vez.

–Katniss, me ajuda aqui! - disse Prim, mostrando que os galões já estavam cheios e eram pesados para ela carregar, aproveitei e coloquei a mangueira de uma das bombas no tanque, enquanto esperava, tive a impressão de que alguma coisa ruim estava lá.

–Pronto, já estamos com o tanque cheio e os galões também.- disse Katniss, já entrando no carro.

Quando estava dando a volta pelo capô do jipe, Rory entrava no carro, foi quando pude ver um neonazista surgiu detrás de um carro abandonado uns metros à frente, rapidamente atirei com a minha arma, mas o neonazista atirou na mesma hora que eu, por isso, quando ele foi atingido e o corpo caiu pra trás, a arma dele também disparou.

–Aahhh...- alguém foi atingido e gritava de dor, olhei para trás pensando que fosse Katniss, mas era Rory, que foi atingido no peito e sangrava muito, arranquei as mangas da minha camisa e coloquei sobre a ferida de Rory.

–Vamos!- disse Finnick, não perdi tempo e dei partida no carro, arrancando logo em seguida, rapidamente as meninas pegaram o kit de primeiros socorros e começaram a "cuidar" do ferimento de Rory.

E assim foi por algum tempo, eu na frente com Finnick ao meu lado, Katniss atrás do meu banco e Prim atrás do banco de Finnick com Rory no meio, mas eu não conseguia parar de olhar para Rory pelo retrovisor, o estado dele me preocupava muito, já não bastou eu ter perdido minha mãe em meus braços, agora tinha que perder mais um bem na minha frente? Por quê eu tinha que presenciar a morte? Pra aprender a odiá-la? Pra gostar dela? Quanta confusão, meu deus.

–Espera!- gritou Finnick, me assustando.

–O que foi?- me virei pra ele, estranhando.

–Os galões.- e saiu do carro, apanhando os objetos em cima do teto do jipe, o que tornava ridículo eu mesmo não os ter notado, isso explicava porquê eu estava sentindo o carro muito mais pesado do que o normal, fora o porta-malas ainda aberto.

Mesmo com apenas uma perna, ele foi rápido, apanhou e guardou, batendo o compartimento de malas com força, possivelmente para ter certeza que estava fechado. Assim que ele retornou ao carro, eu arranquei novamente.

Pude ver Katniss colocando anestesia em Rory, provavelmente para abafar a dor, então, voltei a olhar pra frente, não ia suportar ver aquilo, mas podia ouvir alguns barulhos de objetos entrando dentro dele e alguns gemidos leves que ele dava de vez em quando. Terminada a tarefa, tentei puxar algum assunto:

–De onde você é, Rory?

–Sou de Seam, Distrito 12, vim pra cá depois que virei integrante do grupo neonazista.- e ele tinha mesmo características do povo de lá, como tom de pele oliva, olhos cinzentos e cabelos escuros

–Sabe Roey, acho que você fez bem em tê-los deixado.- disse Prim.

–É, mas eles não ficaram nada felizes com isso.- disse Rory, irônico.

–Mas neonazista é assim mesmo, não suporta ser abandonado.- disse Finnick.

–Eu sei, essa bala é uma prova.- e se recostou no banco.

Depois disso, Rory adormeceu, as meninas guardaram o kit debaixo do meu banco e o silêncio voltou a reinar sobre nós, mas desta vez, não por muito tempo.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, uma surpresa para vocês, até lá.



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