Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 94
Contra chicotes e unicórnios


Notas iniciais do capítulo

Escrevo este capítulo logo em seguida ao anterior. Na verdade, este capítulo estava inserido no anterior, mas como aquele teve um bom número de palavras, decidi separar em dois capítulos diferentes.



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Pego a garrafa e jogo aleatoriamente para frente. Pelo estrondo que fez, a garrafa acertou o carro.

–O que diabos foi isso? - Pergunta alguém.

–Estilhaços de vidro. Ei, tem alguém aí?

Ah, claro, vou dizer que estou aqui e revelar minha posição. Parecem os personagens de filmes de terror, mas deixa para lá. Não deixo de sorrir, mas preciso manter o foco. Respiro fundo e saio correndo. Não há uma distância grande entre as barreiras e consigo passar despercebida.

–Você viu aquilo?

–Vi o quê?

–Um vulto. E tinha uma capa. Será que é o novo vigilante, aquele tal homem da lua?

–Deve ser o Demolidor.

–Mas eu vi uma capa.

Capa? Ele está falando do meu cabelo? Não, não pode ser. Meu cabelo não é tão longo assim. Calma, Jess, mantenha o foco. Estou falando comigo mesma de novo, mas mantenha o foco.

–Ei, vocês! Não temos a madrugada inteira - Grita um dos homens que vieram do caminhão. - Matem-no logo!

De repente, disparos e gritos. Acho que meu aliado apareceu. Aproveito a deixa e também apareço, deslizando e derrubando um dos bandidos. O sentido-aranha vibra e eu desvio de uma tacada que quase levo. Desarmo-o e jogo-o no chão. Em seguida, prendo-o. Pego o refém e jogo-o para dentro do carro.

–Fique aí trancado. Não saia até eu mandar! - Grito o mais alto que pude.

Meu sentido-aranha vibra de novo. Desta vez, um chicote aparece por trás e quase me acerta. Eu me agacho a tempo e vejo os mesmos caras que estavam no caminhão.

–Quem é você? A Demolidora? - Pergunta o homem de máscara. É dele que veio o chicote.

–Cara, que nome horrível! - Digo, avançando até ele e golpeando-o.

No começo, eu consigo acertá-lo, mas sem causar danos. Então, ele começa a revidar. Primeiro, usa seu chicote novamente para me acertar. Ele erra, mas outro chicote aparece e agarra minha cintura. E uma onda de choque toma conta de meu corpo. Então, o Demolidor aparece e lhe dá um chute, também na cintura. Eu acabo sendo solta, mas minha cintura está queimada.

–Unicórnio, cuida dela! Eu pego este demônio!

Eu diria como foi a luta do Demolidor, mas meu sentido-aranha não para de vibrar. Olho para trás e quase sou atingida por um raio colorido.

–Você é o Unicórnio? Parece mais um Arco-Íris.

O Unicórnio tenta me dar um soco, mas eu desvio e ficamos cara a cara. Avançamos e Começamos a lutar. Meu inimigo começa dando diversos socos, alguns bloqueados e outros ele errou mesmo. Então, após bloquear mais um soco, eu revido e acerto seu estômago. Em seguida, dou-lhe uma cotovelada no rosto. Ele cambaleia para trás. Deslizo no chão e levanto atrás dele, segurando-o pelo pescoço e deixando-o sem ar. Até que foi fácil.

Porém, não comemoro muito. Vejo que o Demolidor está com um pouco de dificuldades contra o cara de chicote. Corro e salto, mas erro. O Demolidor continua lutando com seus bastões - que eu não havia percebido antes. Eu tento ajudá-lo, mas um dos chicotes me segura pelo pescoço e sou jogada contra o vigilante. Ele desvia e continua lutando incansavelmente. Eu, por outro lado, tento recuperar o fôlego.

–Isso doeu!

Levanto-me com dificuldades e com o pescoço e a cintura ardendo. Olho para trás e vejo o refém escapando do carro. Simultaneamente, o Unicórnio se levanta e vai até ele.

–Não, você não escapa. - Diz o Unicórnio. Como sou atrevida, disparo teias nele e derrubo-o.

–Você é que não escapa. - Digo, puxando-o.

–Ah, você de novo? Deixe-me em paz!

O chifre dele brilha intensamente e dispara. O raio colorido quase me atinge, mas agacho-me na hora certa. Eu ouço um grito vindo de trás.

–Ops. - O Demolidor é atingido pelo disparo. Distraio-me por um segundo e o Unicórnio segura meu pescoço queimado. Ai, como arde!

–Você me irritou o suficiente por hoje. - O chifre dele está brilhando novamente.

–Legal! Quer uma bolacha?

–Bolacha?

–É. Esta bolacha - Dou um soco no olho dele. E foi muito forte, aparentemente, pois ele desmaiou. E minha mão doeu. - Bons sonhos, chifrudo.

Agora somos só eu e o homem dos chicotes. Ele está parado no mesmo lugar, como se me esperasse para lutar. Não faço ideia de como derrotá-lo, já que seu capacete deve ter resistência suficiente contra meus socos e minhas teias. Posso tentar retirar as luvas dele, talvez fique mais vulnerável. É, vou testar.

Caminho devagar até ele. Minha cintura já está melhor, mas não o suficiente para arriscar uma corrida. E meu pescoço ainda arde um pouco. Concentre-se, garota! O homem libera seus chicotes. Certo, estou um pouco nervosa, mas não perderei meu foco.

–Quer mais uma rodada, garota?

–Garanto que esta será a última.

Ele avança contra mim e quase me acerta com um ataque duplo de ambos os chicotes. Eu desvio e tento socar seu corpo. Infelizmente, sua armadura o protege. Os chicotes tentam agarrar meus pés, mas salto no momento exato e dou um chute na cabeça dele. Nenhum efeito ainda. Outro ataque com os chicotes, desta vez foi um ataque de cada vez. Ele apela mais com os chicotes do que o Wolverine com suas garras, o que torna seus ataques bem previsíveis.

Seguro sua luva direita e tento puxá-la. Não consigo deslocá-la, mas sinto que destranquei algo. Então, ele recolhe o chicote da luva esquerda e me segura pelo pescoço. Eu tento lutar contra, mas ele acaba batendo sua cabeça contra a minha. Doeu muito, principalmente por causa deste capacete metálico. Eu fico zonza, muito zonza. Não é uma sensação legal. Tento me recompor, mas o carinha me soca outra vez. E outra. E outra.

Caio no chão, sentindo muitas dores. Tento me erguer, mas ele chuta meu corpo e eu continuo caída de busto. Ele me vira, retira minha máscara e põe o pé em cima de meu estômago.

–Você é patética. Não entendo como o Unicórnio perdeu para você.

–Talvez ele não seja um covarde.

–Errado, garota. Ele é covarde por se recusar a bater em você. Mas eu sou corajoso e bato tanto em você quanto em qualquer outra idiota que se meta no meu caminho.

Eu rio dele. Não que eu ache graça, mas é para provocá-lo.

–Do que está rindo?

–Sua voz. Eu não entendo coisa alguma do que você fala - Digo. Claro que é mentira - Seria mais coerente se você tirasse o capacete.

–Boa tentativa, mas eu não caio num truque como este.

–Que truque? Eu estou desarmada, caída, com a cintura e o pescoço queimados. E sangrando antes de minha menstruação, só que pelo nariz. Não tem como atacá-lo. - Minto mais uma vez.

Não acredito que ele se convenceu. Eu vi o Demolidor andando para suas costas. A qualquer instante, o homem dos chicotes será nocauteado. Exceto se ele não retirar o capacete. Na verdade, já retirou.

Antes que ele comece a falar, disparo teias em seus olhos. Ele sai de cima de mim. Poucos segundos depois, ouço um barulho e vejo o Demolidor carregando um bastão de beisebol quebrado. E o nosso inimigo cai desmaiado.

–Sangrando antes da menstruação? Assim que você o convenceu?

–É a segunda vez que essa desculpa me salva. - Digo. - Cadê a testemunha?

–Salva. Vamos nos livrar deste pessoal. E ponha sua máscara.

Não sei que horas são. Acho que já passam das duas da manhã. Seja como for, eu e o Demolidor amarramos o Unicórnio, os capangas e o Chicote Negro - nome revelado a mim pelo vigilante do bairro. No momento, estamos em cima do prédio de Murdock. Entrego a ele definitivamente o pen-drive.

–A quem você entregará? Só por curiosidade.

–Um promotor amigo. Manterei seu nome em segurança, por enquanto. Acho melhor você descansar. E cuidar de suas queimaduras.

–Também acho, mas estou sem forças para ir até a Broadway.

–Fique no apartamento de Murdock. Ele possui um quarto vago. E roupas limpas também.

–Não sei se roupas masculinas prestam em mim.

De repente, meu sentido-aranha vibra e eu olho para trás. Não havia um perigo, mas duas silhuetas nos observando. Ou melhor, me observando, já que o Demolidor desapareceu. Eu olho para trás de novo e as silhuetas desapareceram. Sinais de cansaço ou de loucura? Talvez os dois.

Eu desço pelas escadas e entro no apartamento de Matt. Ben Urich abre a porta para mim e me conduz até o quarto vago. E me entrega algumas roupas também.

Na manhã seguinte, acordo quase na hora do almoço. Não importa muito como estou vestida. O que importa é o que ouço: O âncora do telejornal está falando exatamente sobre os arquivos secretos 'vazados' da HAMMER. E fico com um sorriso grande no rosto.

–Missão cumprida! - Comemoro.


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Notas finais do capítulo

Comentem aí qualquer erro
Acho que teremos mais um capítulo, provavelmente o último antes de publicar a one-shot.
O 'promotor amigo' foi confirmado na segunda temporada de Demolidor. Como não sabia da existência do personagem, fica meu agradecimento à série rsrs