Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 85
Mudanças de humor?


Notas iniciais do capítulo

Eu fiz outra fic e...[N/Deadpool: Outra fic? Você não estuda ou trabalha ou namora?] Estudar, sim. O resto, não.
Enfim, o nome da fic é "Coincidências do destino" e não se enganem: é sobre os Vingadores (ou quase) e sem romances.
E temos um capítulo alternativo nos comentários.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/544530/chapter/85

Ao lado de Yelena, estamos esperando a chegada do resto de nossa equipe. Ainda bem que não demorou muito para a chegada deles, pois ver Yelena ao meu lado me dá arrepios - principalmente após aquele quase beijo.

–Esta é a porta do pacote?

–Sim.

–O que estão esperando para abrir? - Diz o Treinador, de forma rude.

–Então abra a porta! - Responde, tão rude quanto ele.

O Treinador encostou na maçaneta e logo soltou. Ele sentiu um choque elétrico da mesma forma que eu e Yelena há alguns minutos. A russa ficou com um sorriso debochado no rosto. Devo dizer que até eu ficaria com um sorriso debochado.

–Abominável, faça o favor de quebrar a porta.

–Com prazer. - Abominável apenas deu um chute na porta. Nem sentiu o choque elétrico.

Com exceção dele e de Dínamo Escarlate, por serem bem maiores que a porta, todos entramos. Eu fui a última e fiquei surpresa com o tal 'pacote'. Era um tubo gigantesco e difícil de enxergar o que há por dentro. Mas eu ouço um barulho dentro, como se fosse um líquido se mexendo.

–O que tem aí dentro? Quero dizer, qual nosso pacote?

–Simbionte. Mas não o original. Este é um clone ou uma reprodução do original. Nunca ficou explicitado isso.

Eu já ouvi falar nesse simbionte, mas vagamente. Só o que sei é que o primeiro hospedeiro foi o Homem-Aranha. Também sei que é muito perigoso, mas não sei o quanto.

–Como vamos pegá-lo? Acho que esse tubo não passa por essa porta.

–Por isso, garota, você está aqui. Faça uma mochila de teias.

Não entendi bem o plano, mas apenas obedeci. Demorei um tempo para lembrar como se faz isso, mas eu fiz. Até recebi um agradecimento de Yelena, algo raro de se conseguir. Rocha Lunar flutuou para cima do tubo preto e abriu a tampa. De repente, a gosma preta saltou de dentro e tentou escapar da sala, mas Yelena foi mais rápida e pegou-o.

–Vamos sair daqui. - Ordenou ela, e todos saímos fugindo do prédio.

Quando saímos em definitivo, senti muita dor em meus olhos. Não literalmente, mas acho que fiquei com lágrimas ao ver tanta gente morta, tantos corpos banhados de sangue. Eu queria desviar o olhar, mas não conseguia. Ver isso me dá náuseas. Por isso, apressei o passo.

Antes de atravessar no quinjet, me agachei e falei quase sozinha. Sei que não estou sozinha, minha 'anjo da guarda' está por perto. Eu acho.

–Se estiver aí, Nink, teleporte-se para longe. Não quero você perto de mim quando chegarmos ao Triskelion outra vez. Se eu chegar.

Silêncio. Será que ela está aqui ou estou falando sozinha? Me sinto uma estúpida por fazer isso. Por fim, entro no quinjet e estou preparada para mais outra viagem no mesmo dia. É a quarta? Não sei, mas acho que sim. Eu sinto alguma coisa subindo em minha perna. Tento tirar, mas não há nada nela.

–Muito bem, Vingadores! - Diz Hammer, nos recebendo. - Estou surpreso que a agente aranha tenha cooperado com nossa missão.

Fiquei quieta e me sentei. Minha consciência está bastante pesada por ter participado dessa missão, por não impedir tantas mortes e por roubar esse simbionte. Alguma coisa está em minhas costas, eu sinto isso. Deve ser a Nink, acho que ela quer me ajudar.

No meio do caminho, entre tantas piadas obscenas (de novo) e risadas grotescas, acabei caindo no sono. Mesmo sentada, eu adormeci.

...

Tudo está escuro em meu sonho. É esquisito este sonho, porque eu estou de pé e parada na minha forma adulta encarando uma criança que segura um ursinho. Será que sou eu de novo? A garotinha está chorando.

–Por que você chora?

–Papai e mamãe não vão mais voltar.

–Por quê?

–Papai bateu em mamãe e...e...um moço atirou nele.

–Vem cá. - Eu abraço-a. - Eu vou cuidar de você - Eu digo, mas com uma voz masculina. Que esquisito.

Então, a garotinha é levantada e agarrada pelo...Alto Evolucionário?!

–Vou te levar para meu laboratório, em Wundagore. Você ficará bem, pequena Jessica.

Eles saem andando e quase sumindo na escuridão. Antes de sumirem completamente, porém, eu vejo a garotinha uma última vez. Ela não tem mais o rosto de uma garotinha, e sim um rosto mais macabro. Ela ficou com os olhos grandes e brancos. Sua boca ficou imensa e com dentes afiados.

...

Eu acordo repentinamente. Não sei quanto tempo passei dormindo sentada ou que sonho bizarro foi esse. Olho pela janela e reconheço os prédios de Nova York. É, essa missão poderia ser pior.

–Bem-vinda de volta, branca de neve. - Diz Bumerangue, rindo de mim - Sonhou com o príncipe sapo ou a princesa perereca?

Eu não respondi a sua provocação. Se eu respondesse, ele perderia a língua. Espera, por que eu pensei nisso? Não somos agressivos. Quer dizer, não sou agressiva. Sinto a roupa um pouco mais viva em mim, mais diferente. Está mais confortável que antes.

O quinjet, enfim, pousa no Triskelion. Descemos um por, sendo nós e o Hammer os últimos. Eu e o Hammer. Por que estou pensando no plural? Esquisito.

–Parabéns. Você cumpriu a parte de meu acordo e eu cumpro o meu. Suas amigas já estão livres.

–Obrigada. Eu vou embora, então.

–Espere. - Diz ele, puxando meu braço - Você não terminou o serviço.

–O quê? Como assim?

–O trato era: Você participa de uma missão pela HAMMER e suas amigas estariam livres. Sua liberdade não é uma condição.

–Você quer que sejamos...eu seja agente da HAMMER? Sem chances.

–Aí é que está a beleza dos jogos de cartas. Eu sempre tenho uma na manga. Aquilo em Chicago, injetado em todas as garotas de sua universidade, não era apenas morfina. Consegue imaginar o que é?

Ficamos...Fiquei pensando por alguns segundos, mas eu desisti. Enquanto conversávamos, sentimos...senti que os 'Vingadores' estão nos rodeando.

–Suas companheiras de dormitório possuem bombas no corpo. Surpresa!

–Você quer me chantagear com bombas outra vez?

–Não é chantagem, apenas uma motivação. Você trabalha para mim e nenhuma cabeça jovem de Chicago explodirá.

Não acredito que fomos...fui enganada de novo! Como posso saber que não estou com a mesma bomba em meu corpo? Quer dizer, eu acho que injetaram aquela seringa em mim.

–Anjo da guarda, faça seu trabalho. - Sussurro para Nink. Será que ela me obedeceu antes? Espero que não.

–O que me diz?

–Nós...recusamos! - Digo, socando o rosto de Hammer. Ele cai no chão, seus óculos saem do rosto e eu inicio uma luta contra os Thunderbolts. Brilhante, Jessica!

Os Thunderbolts estavam ao nosso redor para garantir que eu não fugisse. Sinto-me poderosa o suficiente para derrotá-los.

–Ataquem-na! - Ordena Hammer.

O primeiro a nos atacar é o Abominável, que corre até nós e tenta agarrar-nos. Desviamos...Desvio do ataque dele. O sentido-aranha me avisa de um novo ataque. Logo avistei dois bumerangues do Bumerangue. Atirei teias neles e os devolvi para seu legítimo dono. Infelizmente, explodiram antes de chegar no objetivo. Detalhe esquisito é que minhas teias foram...pretas...Muito estranho isso, elas sempre foram brancas. Peguei-o pelo pescoço e lhe demos...dei uma cabeçada forte.

Sentido-aranha vibrando outra vez. Rocha Lunar dispara energias contra mim. Fazemos...Faço uma cambalhota para trás e disparo bolas de teia (ainda pretas) na Rocha Lunar. Acertamos três em sequência, uma na barriga, outra nos seios e outra na cabeça. Ela desmaiou e caiu em cima do Treinador, que também desmaiou.

Dínamo Escarlate começou a atirar em mim pelas mãos. Eu desvio de todos os disparos e quando chego perto dele começo a socá-lo. Minha mão brilha, provavelmente para liberar minha rajada de veneno.

–Para! Para! - Implora ele, mas não resistimos e continuamos agressivos contra ele. Destruímos a armadura, retirando o corpo dele de dentro dela. Ele está desmaiado.

Viro-me e sobrou o Abominável. Ele corre até nós. Não nos movemos, apenas esperamos. Abominável tenta desferir um soco, mas bloqueamos e socamos seu rosto. Ele foi para trás, momento perfeito para escalar seu corpo e sentar em seus ombros.

–Saia de mim! - Ele pede, mas não obedecemos. Socamos seu rosto diversas vezes. Abominável cai no chão e estamos preparados para continuar.

–Jessica, pare! - Gritou alguém atrás. Olhei e vejo Yelena apontando uma arma.

–Deixe-nos em paz!

–Deixe-nos? Você está com ele! Ele está te possuindo. - Diz Yelena.

Ela está certa. Alguém está me possuindo, mas não entendo o que é. Bom, o poder é grande e sinto-me invencível. E eu estou falando no plural diversas vezes.

–Atira nela! - Grita Hammer.

Yelena disparou diversas vezes, mas eu nem precisei desviar. Alguma coisa sai de minhas costas e me leva para cima. Em seguida, caio novamente e soco a russa com força no rosto. Ela caiu em Hammer e desmaiou.

–O que está acontecendo comigo? - Pergunto para mim mesma.

Quando percebo, estou cercada por muitos outros agentes da HAMMER. Todos apontando suas metralhadoras para mim. Nós...Eu...Nós ainda estamos aptos para combatê-los. E faríamos isso, mas um cara usando um lençol preto pelo corpo surgiu e nos agarrou. Tudo fica escuro, mas não ficamos desesperados. Nós sabemos que este é o Manto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem aí qualquer erro.
Sabem por quê ela está falando no plural, certo? Se não, o Sherlock explica. [N/Sherlock: É muito simples. Parte do 'pacote' se dividiu e entrou em contato com a Mulher-Aranha. Isso explica o sonho bizarro, a mania de falar no plural e, claro, a agressividade]
Para quem não conhece a Nink, ela está fazendo aparições surpresas nos comentários da Universal Traveler. Por isso é importante lê-los...