–Bárbara, eu acho que deveria desobedecer o Capitão e tentar ajudá-los. A situação está muito destrutiva na cidade. Caso algo aconteça a um deles, me sentirei responsável.

Estou ao lado de Bárbara na enfermaria da SHIELD. Como ela está em um estado instável e dificilmente me responderá, falo sozinha. A doutora Foster está cuidando dela e me disse que ficaria bem. Espero que fique.

Saio da enfermaria e me junto à diretora Hill, que está na ponte principal. Ela está acompanhando as notícias, que informam sobre a batalha entre o 'Rulk' (denominação da Vespa) e os Vingadores.

–Agente Drew - Ela me cumprimentou, eu acho - Como você está?

–Melhor. - Respondi, sem muito ânimo

–Escuta, eu sei que você se sente mal por tentar ajudar, mas precisa entender que ele quer protegê-la.

–Eu entendo, mas não aceito. Eu sei me cuidar e sou bem treinada.

–Agente Drew, eu li os mesmos relatórios e concordo com o Capitão. Você precisa melhorar sua luta.

–Tá, mas... - Eu fui interrompida por um barulho da televisão. Era uma chamada.

–Fale.

–Diretora Hill, nós temos o Rulk sob custódia. Na verdade não é o monstro, mas apenas o responsável por ele. Eu e Thor estamos levando-o para a Balsa.

–Está bem, vou avisar aos guardas. Desligando.

–Thor?

–Deus nórdico do trovão. Foi vingador por um tempo, mas voltou para Asgard.

–Legal.

Não demorou muito tempo e outra comunicação foi feita. Desta vez era o Coisa.

–Atenção, quinjet para a SHIELD. Alguém responda.

–Aqui é a diretora Hill. O que houve?

–Estamos levando um ferido. Precisamos de permissão para pouso. E de médicos.

–Permissão concedida. Mandarei uma equipe médica. - E a comunicação se encerrou.

Pelo visto a situação já está sob controle. Mesmo assim, alguém está ferido. Se o Coisa fez a ligação, só significa que o Johnny está ferido! Maria Hill pediu calma e que eu fosse com ela e alguns médicos ao hangar para receber o quinjet. Eu aceitei e tentei esconder meu desespero.

Chegamos ao hangar e o quinjet dos Vingadores chegou. A diretora ordenou que a equipe médica esperasse até a abertura do quinjet. Pouco tempo depois, o quinjet se abriu e eles saíam lá de dentro em conjunto. Era uma mescla de Quarteto Fantástico - sem o Reed - e os X-Men, porém sem o Ciclope, Wolverine e Colossus.

Kitty e Johnny saíram carregando um corpo sem camisa. Não consegui reconhecer, até que o colocaram na maca: Era o Homem-Aranha. Corri e abracei o Johnny. Ele, no entanto, não retribuiu o abraço.

–Eu estava preocupada. Vocês estão bem?

–Onde você estava? - Reclamou Kitty. O rosto dela estava abalado.

–Fiquei aqui, Kitty. Eu... - Olhei para as mãos dela, que estavam sujas de sangue.

–Você sabe pelo que passamos? O Homem-Aranha salvou a Tempestade, mas levou um tiro. Eu tive que tirar a bala de dentro do corpo dele enquanto choviam balas no quinjet. - A voz dela se transformou em voz de choro. Eu me aproximei e ela abraçou-se em mim.

–Passou, Kitty. - Tentei acalmá-la. - Vamos entrar.

Nós três e os outros heróis nos reunimos no auditório de reunião da equipe de Assalto. Além de Johnny, Kitty e Ben, estão a Mulher-Invisível, o Noturno, a Tempestade e a Jean Grey.

–Onde estão os outros? Quer dizer, Mancha Solar, Scott, Reed, Logan.

–Reed estava com o Hank quando nos despedimos - Explicou Sue.

–Piotr, Logan e Scott ficaram enfrentando os Caça-Hulk para ganhar tempo. Tenho certeza de que estão bem. - Disse Jean.

–Roberto ficou na mansão Xavier - Respondeu Kitty, agora mais controlada. - Me desculpe pela bronca, mas eu estava desesperada. Sempre idolatrei o Homem-Aranha e vê-lo sangrando na minha frente, sendo pressionada a participar de uma situação arriscada...

–Kitty, eu queria muito ajudá-los. O Capitão América me proibiu. Disse que não estava preparada para enfrentar um Hulk.

–Ninguém estava, pelo visto. Todos nós levamos uma surra - Disse Johnny - Os Vingadores cuidaram dele, mas também quase apanharam.

–Sim, recebemos a comunicação que abateram o Rulk. Está em todos os noticiários a destruição daquele monstro. E o Clarim não está poupando os mutantes.

–Devem ter filmado a destruição do nosso jato - Comentou Tempestade - Ciclope usou muito de seu poder.

Passamos o resto do dia conversando sobre a missão deles. Mesmo assim, sentia que eles escondiam alguma coisa de mim. Aproximei-me de Johnny e fiquei ao seu lado. Ele não parecia muito à vontade com minha presença.

–Johnny, você está diferente.

–Não, Jess. É só que...o Homem-Aranha é meu amigo. Nós discutimos às vezes, mas ele foi um herói pulando na frente de uma bala. Vê-lo sangrando foi muito duro para mim.

–Ele vai ficar bem, Johnny. - Tentei beijá-lo na bochecha, mas ele decidiu se afastar.

Como não me sentia bem em continuar com eles, decidi visitar novamente a agente Morse. Contar as coisas que aconteceram. Sei que ela não responderá, mas vale a pena tentar. Alguma coisa dizia que Johnny não estava sendo 100% sincero. Acho que tanto ele quanto os outros estão escondendo algo. Não me preocuparei com isso agora.

Entrei no quarto de Bárbara e ela estava com a doutora Foster.

–Oi, agente Drew.

–Como ela está, doutora?

–Mesmo diagnóstico. Ela está inconsciente e ainda sem chances de dar alguma resposta, mas ela acordará. Não posso fazer uma previsão ainda.

–Obrigada.

–Preciso ir. Parece que o Homem-Aranha precisa de ajuda. - Ela disse e saiu.