Acabei de chegar ao Clarim Diário. Como sempre, a redação está muito agitada. Eu estava acompanhada de Bárbara, mas ela pediu para esperar do lado de fora da redação. Pela descrição que fiz a ela sobre o Jameson - e de como eu ganhei meu emprego - ela acha melhor manter distância. Quando eu chego à mesa da secretária, Betty pediu logo que eu entrasse na sala do editor. Provavelmente, ele estava em fúria.

–Com, licença, senhor.

–O que faz aqui? Tem hora marcada? Quem é você?

–Sou a Jessica Drew, a crítica de moda do jornal.

–Ah, então você é a crítica de moda! Pensei que havia contratado uma mulher mais velha e mais encorpada. - Ele voltou sua atenção ao papel que estava em sua mão.

–Não sei o que responder.

–Afinal, o que quer aqui?

–Eu vim falar sobre minha crítica.

–Sua crítica? O que tem ela? - A voz dele parecia surpresa.

–É que eu deveria entregá-la no dia marcado, antes da edição finalizar, mas...

–Do que está falando? A edição já foi concluída e sua crítica foi publicada. Senhorita, se você quer me passar a perna, é bom pensar melhor. Não pago por dois artigos antes da hora.

–Não era isso. - Tive que modificar minha expressão facial para evitar que a surpresa se revelasse.

–Se quiser seu pagamento adiantado, a senhorita Brant faz o cheque agora mesmo. Agora, saia daqui! Tenho mais o que fazer!

–Legal. - Quando saí de sua sala, acho que um sorriso fico estampado na minha cara.

Eu caminhei distraída pela redação. Nem acredito que meu artigo foi publicado. O mais incrível é que foi publicado sem eu enviar! Suspeito que Bárbara já sabia, mas não entendo porque não me contou.

Cheguei ao lado de fora da redação e encontrei Bárbara sentada e lendo o jornal.

–Como foi? - Ela perguntou.

–Por que não me contou que você enviou meu texto?

–Não enviei. Estou tão surpresa quanto você.

–Então, quem enviou?

–Não sei. Vamos, precisamos ir à SHIELD - Ela sussurrou.

Saímos do prédio e esperamos que nossa carona chegasse. Eu contei um pouco mais sobre a missão em Madripoor, mas ainda prefiro manter em segredo a marca estranha que deixa meu sentido-aranha em alerta.

Depois de um longo tempo, um conversível vermelho e antigo parou em nossa frente. Um cara loiro de terno e óculos escuros saiu e pediu para que entrássemos. Como meu sentido-aranha não fez nada, obedecemos. Ficamos em silêncio, tanto eu e Bárbara quanto o cara de preto. Olhei para fora e estava tudo deserto.

–Agentes Drew e Morse, apertem o cinto que nós vamos subir. - Disse o homem de preto.

O carro parou. Achei que haveria algum aparelho gigante de teletransporte, mas o carro começou a fazer um barulho de...propulsão! Em poucos segundos, ele começou a voar.

–Não esperava por essa.

–Ninguém espera. - Disse o homem - Aliás, sou o agente Quatermain. A diretora interina me enviou.

–Espera, diretora interina?

–Ela explica quando chegarmos lá.

Quem será essa diretora interina? Talvez a Viúva Negra, mas acho que ela sairia dos Vingadores para se manter concentrada. É bom chegar logo para descobrir.

O carro chegou ao aeroporta-aviões e nós descemos. Estou com as pernas tremendo um pouco. Acho melhor nunca mais voar em um carro aberto. A agente Morse parece bem.

–A diretora aguarda lhe aguarda na Ponte principal, agente Drew. Agente Morse, pediram sua presença para que resolvesse um problema nas comunicações. Acompanharei-a quando estiver pronta.

–Entendido, agente Quatermain.

Depois que fomos ao vestiário e trocamos de roupa, Bárbara seguiu o agente Quatermain e eu fui sozinha até a Ponte principal. Faz um tempo que não uso o uniforme da SHIELD, mas lembro que ele tinha um local para por uma pistola.

Cheguei à Ponte e encontrei uma mulher em pé na frente de computadores. Eu reconheço ela.

–Agente Hill?

–Agora é diretora Hill, agente. - Corrigiu-me. - Nick Fury pediu licença da SHIELD por algum tempo e eu fui nomeada para seu lugar.

–Certo, mas por que estou aqui?

–Ele me disse que você é muito curiosa. Quer saber mais do que o necessário. Por isso, se você tentar bisbilhotar qualquer coisa sem permissão, fará companhia para seu amigo na prisão. Entendeu?

–Entendi. Não precisa explicar duas vezes - Falei um pouco nervosa. Eu simplesmente fui ameaçada.

–Mais uma coisa: Eu quero que você...

–Agente Morse para Ponte! Responda! Alguém responda! - A voz de Bárbara estava em desespero.

–Agente Morse! Aqui é a diretora! O que aconteceu?

–É uma emergência! Estamos sendo atacados! Chamem reforços!

–Atacados?

–Atacados por quem? Agente Morse, descreva-o! - A diretora Hill digitou algumas coisas e a imagem da sala de comunicações apareceu. Estava tudo destruído.

–É...elho...forte! - A comunicação e a imagem estavam falhando, mas pude ouvir o grito de horror de Bárbara. Em seguida, a imagem mostrou uma sombra se distanciando. E uma chama!