Novamente uma noite mal dormida. Tenho pensamentos demais em minha cabeça sobre a HIDRA ter sido nazista. Preciso descobrir logo a verdade. Acabou de amanhecer e já estou planejando o que farei.

Fui até o refeitório, estava lotado como sempre. Meus companheiros de equipe estavam sentados na mesa de sempre, comendo e me esperando. Falei com eles e conversamos sobre alguns assuntos. O principal deles ainda era sobre nossa primeira missão em campo. Ainda não estávamos acreditando que tínhamos participado de uma missão pela HIDRA.

Depois da refeição, eles foram à sala de treinamento. Eu disse que iria ao meu quarto me trocar e me juntaria a eles depois. Após trocar de uniforme, fui para a sala de treinamento. No entanto, pelo caminho, ouvia uma conversa em alemão entre dois agentes da HIDRA que falavam de um verräter na HIDRA - um traidor. Distraí-me com a conversa e fui abordada em frente ao laboratório do doutor Zola.

—Ei, o que faz aqui? - perguntou um guarda.

—Desculpe, eu me distraí. - respondi.

—Vá andando, garota. - ele ordenou

—O que está acontecendo aí dentro? - perguntei.

—Nada que te interesse. Geh weg! - ele ordenou novamente.

Eu me virei para ir embora, porém foi apenas para enganar: Eu dei-lhe um soco no nariz que o guarda desmaiou. Peguei seu corpo e arrastei para um canto. Entrei silenciosamente no laboratório. Estava claro graças ao sol, diferente de minha última visita. Este lugar sempre me lembra das pesquisas que Zola fazia comigo.

Parece que a HIDRA reforçou a segurança dentro do laboratório. Encontrei mais dois agentes protegendo a porta dos fundos. Eles perguntaram como eu havia entrado ali. Avisei que o guarda da frente deixou. Não convencidos, foram até a porta da frente e viram que o guarda estava caído. Quando se viraram, lancei teias nos olhos de um e derrubei um deles. Quanto ao outro, eu dei uma rasteira nele e depois o abati. Senti minha cabeça vibrando, era meu sentido-aranha. Eu me virei rapidamente, mas foi tarde demais: uma mão quente agarrou meu pescoço.

—Achamos a verräter. - disse a voz do Strucker. Ele apertou sua mão quente e eu desmaiei.

...

Acordei. Não lembrava de muita coisa, apenas que o herr Strucker me agarrou pelo pescoço e me chamou de verräter. Sentia uma enorme enxaqueca. Fazia todo sentido eu ter enxaqueca, estava de pé em um balde de água fria, minhas mãos amarradas pela minha fantasia em aço e apenas de calcinha. Vergonha maior não há. O pior é em saber quem está em minha frente.

—Verräter, finalmente acordou - disse Strucker, apontando uma lanterna para mim.

—O quê? Não, não sou a traidora. - Tentei me explicar. Ele começou a rir secamente.

—Explique isto então. - ele jogou aquela pasta misteriosa em minha frente. Agora é complicado explicar. - Você trabalha para a SHIELD. Por isso, contou ao rei T'challa que estávamos em Wakanda.

—Não, não é verdade. - Eu interrompi, mas ele bateu em meu rosto.

—Não negue! Você contou onde fica nossa base?

—Eu não conheço...ninguém fora da HIDRA. - Falei e levei outro tapa no rosto.

—Mentirosa! Posso ver em seus olhos, verräter. - Minha cabeça doía mais ainda, acho que é o sentido-aranha - Creio que sua coragem seja tão grande quanto seus brüte. - Ele ergueu sua mão esquerda desconfigurada, levando-a até minha cabeça.

Tentava lutar contra isso, mas estava muito bem amarrada. Sentia uma parte de mim sendo sugada, minha força. Só via a mentira como saída.

Quando eu achava que tudo estava perdido, a porta é aberta violentamente e a silhueta do homem misterioso apareceu.

—Strucker, deixe-a em paz. - ele gritou.

—Não! Foi a ele quem contou tudo?! - ele disse e parecia desesperado.

Eu estava tonta, nem conseguia ficar acordada. Eu via pouco da luta que acontecia entre o Strucker e o homem misterioso. Até que senti tremores acima de mim. Alguma coisa acontecia com meus amigos e eles precisam de mim. Não há nada que eu possa fazer, estou sem forças. Morrerei ali como uma traidora, a pior espécie de pessoa que existe.

Enquanto tinha pensamentos pessimistas, o Strucker fugia pela porta e me deixou ali. O homem misterioso poderia fazer o mesmo, porém ele veio até mim, pegou um escudo e quebrou as algemas.

—Venha, Jessica. - disse ele, me erguendo com os braços.

Fiquei completamente imóvel, não consigo mexer meu corpo. Apenas ouvia a destruição da base da HIDRA. E gritos no corredor de cima. Tudo ficou escuro, desmaiei novamente.

Acordei de novo, agora em uma cama. Eu não estava com minha fantasia, mas sim com um roupão de banho, nem de sutiã eu estava. Torcia para que tudo o que tivesse acontecido antes fosse um sonho. Infelizmente, foi bastante real. A prova disso é que tinha o símbolo do gavião no roupão. Sentei-me na cama, o local era quadrado e tinha um vidro preto em minha frente. A porta se abriu e um homem branco de tapa-olho, com cabelo grisalho nos lados e castanho apareceu. Ele vestia uma espécie de colete azul com muitos cintos.

—Jessica, que bom que acordou! - ele falou em inglês. Com certeza, não é da HIDRA.

—Quem é você?

—Sou Nick Fury, diretor da SHIELD. - Agora sim começa um pesadelo.