Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 5
A montanha de Vibranium




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Minha cabeça dói. O que aconteceu? Lembrei, eu desmaiei depois de uma emboscada em Wakanda. Acabei de acordar e não foi do melhor jeito: minhas mãos amarradas, praticamente imobilizada e com duas lanças apontadas para meu pescoço. Não podia virar a cabeça, mas pelo jeito eu não era a única presa por aqui.

—O que vocês pretendem fazer aqui? - dizia a voz daquele homem vestido de pantera com alguém da minha equipe - Vocês não são bem-vindos em Wakanda.

—Queremos negociar o vibranium. - disse alguém, mas não distinguir quem era.

—Não está a venda. - gritou o homem, agora com raiva. - Conheço o passado negro de vocês, HIDRA. Tentaram dominar Wakanda e roubar o Vibranium antes, não permitirei outra tentativa.

Ele disse "passado negro". Seria mais uma pista? Não, pensarei nisso depois. Primeiro, tenho que salvar meu pescoço - literalmente.

—Ei, tenho uma proposta para o senhor, majes... - ouvi a voz da Víbora, mas foi interrompida.

 Ele falou algo num dialeto desconhecido, assim como também ouço uma movimentação.

—O que você sugere, garota?

—Liberte-nos e não voltaremos para seu território. - sugeriu ela.

—Como poderei confiar em vocês? Muitos anos atrás me prometeram o mesmo.

—Chegue mais perto que lhe contarei um grande segredo. - disse ela.

Segundos depois, ouvi apenas gritos e chutes. No mesmo instante, uma vibração em minha cabeça me avisou do perigo. Olhei para os lados e só senti alguma coisa passando direto por cima de minha cabeça. Uma das lanças se afastou de meu pescoço e me senti livre. Arrastei-me e derrubei o outro cara com a lança. Depois, fiz força e soltei meus braços. Já de pé, apenas via a Víbora e os outros agentes da HIDRA enfrentando os nativos.

—Mulher-Aranha! - gritou Víbora e eu corri até ela.

Saltei e dei um chute em um dos inimigos. Víbora estava lutando bravamente, mesmo sem as mãos para enfrentá-los. Disparei teias nela e a puxei. Aproximei-me mais ainda e a desamarrei.

—Obrigada. - ela disse.

—Onde estão os outros?

—Não sei, vamos.

Começamos a correr da luta. Não queria saber o que a Víbora fez com o rei, com certeza não foi uma coisa boa. Meu sentido-aranha disparava a cada passo, acho que me avisava das armadilhas que tinha perto de nós duas. Porém, em certo momento, um vulto verde passou por nós. Tivemos que desacelerar, pois em nossa frente estava Pietro.

—Mercúrio! - exclamamos - Onde estão Ossos Cruzados e a Feiticeira?

—Na montanha de Vibranium. Vem, dou carona a vocês. - Pietro segurou em nossas mãos e começou a correr.

Eu fechei os olhos desde a metade do caminho. Antes disso, via as coisas se movendo de forma muito rápida, até pelas armadilhas caíamos, mas saíamos facilmente. Depois que ele parou de correr, aquela ânsia de vômito voltou.

—Nunca mais faço isso - reclamei.

—Vocês, venham. - disse aquela ruiva de couro. Ela não parecia ter se machucado, seu cabelo liso estava intocável.

De alguma forma, eu não confio nessa mulher. Os olhos verdes dela não me transpiram confiança. Mudando de assunto, a montanha de Vibranium por dentro é escura, porém iluminada pelo metal. Há também carrinhos de mineração, talvez para extrair o metal da montanha para a defesa do local.

A ruiva de couro nos levou até Wanda e Brock, que observavam tudo. Deu para notar a alegria nos olhos da Wanda ao nos olhar. Agora que nós 6 e um grupo de agentes da HIDRA estamos reunidos, exploramos todos os locais possíveis da montanha. Pegamos um pouco do metal e o entregamos a Pietro, que correria com todo o metal até o nosso ponto de encontro.

Ao sairmos, a entrada da montanha estava cercada pelos nativos.

—Última chance de vocês se renderem. - grita o rei.

—Nós já estamos de saída. - grita a ruiva. - Não pegamos nada, se quiser nos revistem!

Nós erguemos os braços e avançamos até eles. O rei ordenou que nos revistassem. Muitos dos nativos vieram até nós e passaram a mão em quase todo lugar do corpo - creio que eles respeitam os limites de uma mulher. Todos disseram que não tínhamos metal conosco, eu acho - não entendo o dialeto que eles falam. Então, mesmo de mal gosto, o rei mandou uma escolta até o helicóptero.

—Não acredito que deu certo. - sussurrava em alemão para a Víbora.

—Não comemore ainda. - ela respondeu.

Já dentro do helicóptero, a ruiva dispensou a escolta, que foi se dissipando aos poucos. Após uma longa espera, Pietro reapareceu como um vulto dentro do helicóptero, coberto de metal brilhante.

—Deu certo! - ele comemorou e o helicóptero levantou voo.

Para uma primeira missão, com certeza fomos bem. Cumprimos com nosso objetivo: pegar o vibranium - apesar de roubá-lo. A ânsia de vômito já passou completamente e eu me sentei ao lado de Brock.

—Você não completou a frase - disse a Brock.

—Frase? - ele perguntou, claramente não se lembrava.

—"Eu vi a sua..." - lembrei a ele.

—Ah sim. Eu vi a sua tatuagem de aranha na perna. - ele completou e eu soltei um sorrisinho.

Mesmo com o sucesso da missão, o fantasma do passado da HIDRA continua me perturbando a cada dia. "Passado negro" foi o que disse o rei de Wakanda. Seria esta a peça final do quebra-cabeça?


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Notas finais do capítulo

Em breve Jéssica este mistério terá um final, triste ou feliz.