Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 56
Bar misterioso


Notas iniciais do capítulo

Pelo visto a missão da Mulher-Aranha e dos X-Men de encontrar Nathaniel Essex foi por água abaixo.



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Estou me balançando pela cidade, porém não aqui os prédios são bem mais baixos do que em Nova York. Isso dificulta a locomoção. Já está escurecendo. Aproveitando isso, entrei sorrateiramente por uma loja e roubei algumas roupas, como uma calça e uma jaqueta. A loja não tinha muitas opções de roupa feminina, mas isso será o suficiente.

Por incrível que pareça, não estou me sentindo mal por roubar. E não deveria, quer dizer, é um momento de sobrevivência. Vesti a roupa e escondi minha máscara por baixo da jaqueta. Para dificultar qualquer reconhecimento, amarrei meu cabelo. Não sei se posso confiar nas pessoas deste lugar - que ainda não descobri qual o nome.

Minha missão não é tão simples agora. Antes, eu tinha a companhia de Logan e dois X-Men. Neste momento, caminho por uma rua quase deserta sozinha e procurando contato com qualquer pessoa confiável. O que era mais simples se complicou. Porém, ainda tenho uma boa arma: meu sentido-aranha me avisará de qualquer perigo. Assim espero.

O clima já está um pouco frio. Eu desejaria que fosse a Tempestade, mas não vejo nada que revele sua posição.

Uma coisa que me deixou intrigada foi aquele ninja. Ou melhor, grupo de ninjas. Eles apareceram do nada e nos separaram. Quero muito descobrir quem eles são.

Ao chegar perto de uma porta, percebo a presença de um bar. Sei que não é permitido, mas não estou nos EUA - eu acho que não estou. Ainda tenho 17 anos, não tenho idade para entrar em um bar. A menos que eu não beba.

Eu entro mesmo assim, quebrando a lei. Outra vez. Sempre que eu fizer isso, penso que é apenas por sobrevivência. Porém, pela placa estampada do lado de fora, provavelmente não estou nos EUA. A placa não estava escrita em inglês.

O bar tinha um cheiro horrível. Tinha cheiro de cerveja misturado com rato morto, misturado com roupa mal seca, misturado com sangue. É uma mistura muito grande de odores que estou sentindo.

–Bem-vinda ao meu Bar, milady. - Disse um barman gordinho e careca. Seu inglês tinha um sotaque forte.

–Obrigada.

–O que uma moça bonita como você faz por aqui?

–Férias. - Respondi depressa, sem pensar muito.

–Férias? Nesta parte da cidade? Você é louca! Sem ofensas.

–É que eu queria experimentar algo...novo. - Eu não fazia ideia do que ele estava falando.

–Então deveria ir para o outro lado da cidade. Aqui as gangues comandam tudo. Não temos muitos turistas por aqui por isso.

–Eu entendo. Gangues... - Ele me olhou com cara suspeita. - Eu gostaria de uma bebida.

–Não é muito jovem para beber?

–Não. Eu tenho 22 anos. - Menti. Novamente ele me encarou com uma cara suspeita.

–Sei. Não parece ter 22 anos. Daria uns 18, 19 no máximo.

Do outro lado do bar, um homem gritou algo. O garçom respondeu em um idioma desconhecido para mim.

–Volto num minuto com sua bebida. - Disse ele.

Sorri desconcertada para ele, mas agradecida. Eu me sentei em um banquinho - por sinal, tinha uma gosma esverdeada. Por sorte, não ligo de sujar esta calça emprestada. Eu analiso alguns pontos do bar. Havia uma porta de entrada na frente. Mesa de sinuca, alguns sofás rasgados, mesas e, claro, homens. No primeiro instante que entrei aqui, já senti os olhares dos homens me atacando. Pelo visto, não é muito comum uma mulher entrar aqui. Especialmente uma estrangeira.

–Aqui está, senhorita. Sua bebida.

–Obrigada. - Agora estou mesmo encurralada. Sempre fui muito certinha com as regras e as leis, por isso nunca bebi cerveja em minha vida. Eu tinha que beber, senão ele desconfiaria de algo. Levei o copo até minha boca, mas meu sentido-aranha disparou. Imediatamente, eu recoloquei o copo em cima do balcão.

–O que foi, gadis? - Ele perguntou. Eu tinha que inventar uma desculpa depressa.

–Eu...não reconheci o cheiro do álcool - Expliquei.

–Não reconheceu o cheiro do álcool? Droga! Maldita empresa fajuta! - Ele tomou meu copo.

O que será que meu sentido-aranha estava me avisando? Eu teria arriscado beber, mas uma de minhas regras nessa minha missão é confiar em meu sentido-aranha. E apenas nele. Como Logan disse certa vez, ele nunca falha.

Um grupo de homens aproxima-se até mim. Todos tinham traços asiáticos, mas alguns eram mais fortes e altos que outros.

Eles falaram alguma coisa na mesma língua anterior para o barman, que recolocava a cerveja em meu copo. Ele pareceu assustado quando um dos homens falou. O barman respondeu com calma, apesar de seu rosto demonstrar medo.

–Senhorita, você entende algo que eles dizem?

–Não, senhor.

–Estes homens afirmam que a cerveja possui álcool sim.

–Mas eu não senti o gosto.

–O gosto?

–É.

–Não era o cheiro? - Ele perguntou.

–Sim, eu me confundi.

–Claro. Então, não se importa de beber esta segunda dose. - Ele botou outro copo cheio na mesa. Derramou um pouco, mas continuava cheio.

Eu não queria beber aquela cerveja. Meu sentido-aranha avisou que tinha algo estranho na bebida. E continuo confiando no julgamento dele.

–Tenho que confessar uma coisa. Eu tenho 17 anos, não 22. - Revelei. - E nunca pus uma gota de álcool na boca.

–Eu desconfiava. Rapazes, ela é mesmo uma espiã.

–Espera, espiã? Não, há algo errado.

–Uma garota de 17 anos entra em meu bar, localizado no lado mais sujo da cidade, senta e mente a idade. Com certeza, está esperando por alguém. Se não é uma espiã, é uma garota de pelacuran querendo me seduzir.

–Sim, sou exatamente isso! - Menti outra vez. Não faço ideia do que ele acabou de dizer.

–Idiota! Aqui não tem pelacuran!

Eu suspirei profundamente.

–Não queria fazer isso, mas... - Empurrei o balcão e caí para trás. Naquele instante, um dos homens havia pego uma garrafa e queria acertar em minha cabeça. Eu disparei teias nele.

Os outros homens vieram em minha direção. Levantei-me com o banquinho, desviei de um soco e acertei o banquinho nas costas do homem que tentou me bater. De forma rápida, me agachei e derrubei o outro de pé. Dei-lhe um soco para que desmaia-se. Meu sentido-aranha me avisou do homem com a garrafa, desta vez queria me agarrar por trás. Eu pulo por cima dele. Ele perde um pouco do equilíbrio, mas mantém-se de pé. Corro até ele e prendo minhas pernas no pescoço dele. Derrubo-o no chão e bato em sua garganta.

Quando me levanto, vejo-me cercada por todos do bar.

–Isso vai ser divertido.


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