Cá estou passeando pela cidade como uma pessoa normal em direção ao Clarim Diário quando a polícia passa em alta velocidade pela rua. Creio que seja algum tipo de assalto simples, mas é melhor verificar. Olho para meu relógio e ainda tenho tempo até que o editor-chefe feche a edição do jornal. Troco de roupa, faço minha mochila de teia e guardo as roupas nela.

Salto do prédio em que eu estava e começo a me balançar pela cidade. Estou em uma posição favorável para observar até onde a polícia está indo. De repente, meu sentido-aranha dispara. Eu olho para frente e me assusto ao ver um carro da polícia voando em minha direção. Subo no capô e entro no carro. Há um policial ferido aqui dentro. Chuto a porta e salto do carro com o policial. O carro voa e bate em um prédio velho, aparentemente abandonado. Enquanto a mim e ao policial, caímos dentro de um escritório. Não foi a melhor aterrissagem, mas valeu para salvar a vida dele.

–O que foi isso? Quem é você? - perguntou uma garota loira que me levantava.

–Tenho que ir. Chame a ambulância e...desculpa pelo vidro quebrado. - Falei apressada. Corri e saltei pelo buraco que estava aberto. Pelo visto, não é apenas um assalto bobo.

Ao chegar em um poste, eu vejo o conflito mais de perto. É um cara de capa vermelha e de capacete ridículo que protegia sua cabeça. Estou curiosa para saber quem ele é. O que ele fazia, porém, me assustava. Ao redor do local haviam carros virados, alguns até pegavam fogo.

–Aí, cara de ferro! - gritei chamando sua atenção - Sua mãe sabe que anda por aí com uma cortina?

–Fique quieta, criança! - Ele esticou a mão até mim e o poste começou a ser retirado do chão. Em seguida, voou para longe. Por sorte, eu saltei e me agarrei no prédio.

–Criança? Este é o melhor xingamento que pode fazer? - Eu pulei e chutei as costas dele. Fiz uma acrobacia e parei no chão. Em seguida, lancei teias nele. Ficou grudado na parede.

–Você está me irritando. - A voz do homem é abafada, acho que por causa do capacete.

–Eu vou me atrasar por sua causa e você está irritado? - Meu sentido-aranha disparou, mas ignorei. O tal homem de capacete estava preso e não causaria problemas, certo?

Errado. Uma tampa de bueiro me acertou e eu fui parar no chão. Depois veio outro carro da polícia e ficou em cima de mim. Felizmente, não me machuquei tanto. Tentei erguer o carro. Até se moveu, mas não era eu quem causou esse deslocamento. O carro estava levitando. Meu sentido-aranha disparou e o carro começou a descer em alta velocidade até mim. Protegi meu rosto com os braços e esperei a dor, mas não foi isso que aconteceu. Algo me segurou e tudo ficou escuro - e com cheiro de enxofre!

Segundos depois, tudo ficou claro. Procurei pelo Noturno, mas ele já havia desaparecido. Eu Estava em um prédio e dali podia ver os X-Men parados na rua. No mesmo instante, saltei e me aproximei deles.

–Os filhos de Xavier. Charles, você é tão covarde que não tem capacidade de vir me encarar pessoalmente. Se esconde atrás de irmãos mutantes. - O homem falava sozinho enquanto se soltava de minhas teias com algumas lâminas de metal que ele encontrou. - Crianças, lutamos pela mesma causa. A nossa sobrevivência. Lutem comigo e percam ou juntem-se a mim e sejam felizes.

–Nunca nos juntaremos a você, Magneto. - gritou Ciclope.

–É uma pena. - O tal Magneto ergueu os braços e jogou um caminhão na direção dos X-Men.

–Jean, use seus poderes de telecinese agora! - ordenou o Ciclope. Jean ergueu os braços e os protegeu por algum tempo.

–Saiam daqui! Não posso evitar isso por muito mais tempo! - ela dizia. Os X-Men começaram a se dispersar. Jean, porém, parou de fazer força e pousou o caminhão no chão. Ela se ajoelhou.

–Você está bem? - Cheguei perto dela e perguntei.

–Jessica! É bom que você esteja bem - Jean mostrou um sorriso cansado.

–Eu não estaria se não fosse pelo Noturno. Obrigada - dirigi-me a ele.

–Nós estávamos querendo contato com você, senhorita Drew. - disse Ciclope ao se aproximar. - Achamos um possível esconderijo de Nathaniel Essex e queremos você nessa missão. Seria possível?

–Claro. - respondi.

–Muito bem. Reuniremos uma equipe para ir com você na mansão. Precisamos sair daqui antes que a polícia chegue.