Peter e eu saímos da biblioteca e ouvimos apenas gritaria. As pessoas estavam correndo à procura de abrigo para a chuva de abóboras que ocorria.

–Está chovendo abóbora ou é impressão minha?

–Não são abóboras. São bombas em forma de abóboras. Mas é impossível. - ele disse, admirado. Então, meu sentido-aranha disparou e uma bomba-abóbora quase nos acertou. Peter me empurrou e rolamos na grama.

–Avisa da próxima vez. - resmunguei, reerguendo-me. - Quem está atirando as bombas?

–Eu acho que é o Duende Macabro, mas eu o derrotei antes. Não é possível que ele tenha voltado. Ou é?

–Não sei quem é o Duende Macabro! - disse a ele.

–Vem! - ele segurou meu braço e corremos para trás da biblioteca.

–Por que vamos nos esconder?

–Não estamos nos escondendo! Vou precisar de ajuda. - Peter começou a tirar seu uniforme da mochila. Em seguida, ele começou a tirar sua roupa normal. Eu pensei em me virar, mas não fiz isso. Ele pegou a fantasia e se vestiu depressa.

–Em que eu posso ajudar? - Peter pegou sua mochila de volta e a escondeu na moita.

–Tire as pessoas do perímetro. Depois, proteja-se. Jessica, faça o possível para que ninguém reconheça você. - Ele pôs sua máscara e escalou a parede.

–Grande ajuda - falei baixinho.

Saí correndo dali de trás e fiquei no meio do campus. Olhei para cima e vi o Homem-Aranha lutando em um planador com alguém, mas não consegui vê-lo.

–Fujam daqui! - eu gritava. Era bem ridículo essa função. Fazer com que pessoas apavoradas saiam do perímetro de batalha. Com certeza, sou muito mais útil que isso.

Quando todos já haviam ido embora do campus, a polícia começou a fazer barreira para que ninguém passasse. Inclusive, eu estava entre essas pessoas impedidas de passar. Apenas podia acompanhar o confronto entre o Homem-Aranha e o tal Duende Macabro. Até que alguém puxou meu braço. Era Bárbara.

–Trouxe uma coisa para você - ela disse, mostrando para mim uma coisa laranja. Era meu uniforme, com certeza.

–Você é demais, Bárbara! - falei. - Me dá cobertura - Nós duas saímos daquela multidão e fomos para uma área menos movimentada - Como me achou? - perguntei enquanto eu tirava minha roupa.

–Sou uma agente secreta. Estava na SHIELD quando vi o Duende Macabro na televisão. E quando você disse que procuraria um especialista em aranhas, só pensei no Homem-Aranha.

–Faz sentido. - disse, ainda sem máscara.

De repente, ocorre uma explosão. Mesmo de uma distância razoável, conseguimos ouvi-la.

–Vá ajudá-lo - ela disse enquanto organizava minha roupa. Pus minha máscara, saltei e comecei a balançar em minhas teias em direção ao campus.

Quando cheguei, vi o Homem-Aranha ser jogado na grama. O tal Duende Macabro vestia amarelo e estava em cima de uma espécie de planador roxo. Ele possuía uma bolsa roxa, provavelmente dali ele tirava as bombas-abóboras. Ambos estavam do outro lado do campus, bem distante da multidão.

–Você está morto, Homem-Aranha! - gritava ele. Peter estava no chão, desprotegido e o Duende já jogaria sua abóbora. Eu atirei uma bola de teia (que não sabia da possibilidade de fazê-la) e acertei a cabeça do Duende. Ele soltou a bomba, que caiu bem distante de Peter - O quê? Outro Homem-Aranha?

–Sou mulher, seu estúpido! - eu disse, saltando do prédio que eu estava e me segurei no planador.

–Não importa! - ele pegou uma lâmina verde e tentou me acertar. Passou bem perto de eu perder minha mão. - Os dois devem morrer! - Ele começou a rir. Era uma risada sádica e cruel.

–Ei, deixa ela em paz! - O Homem-Aranha apareceu e começou a lutar com o Duende. Infelizmente, aquele bandido nos empurrou para o chão. - Você está bem? Por que você não se protegeu?

–E perder a festa? Não, obrigada.

Enquanto nos levantávamos, o Duende Macabro desceu de seu planador. Ele tirou duas espadas das costas. As espadas não eram mais verdes. Agora pegavam fogo!

–Reunião de dois aracnídeos. Vai ser legal matar os dois! - ele riu de novo.

Eu e Peter avançamos contra o Duende. Ele atacou com uma das espadas, quase me acertando. Desferi-lhe um soco, mas errei. Peter tentou um soco também, mas ele é muito ágil. Dei uma rasteira, mas ele saltou e acertou-me um chute no rosto. Devo admitir que doeu.

Fiquei caída por alguns segundos por causa da dor, mas me levantei e tentei lhe dar outro soco. Ele desviou e acertou uma cotovelada em minhas costas. De novo, caí no chão.

Enquanto isso, Peter lutava bravamente com o Duende Macabro. O Duende usava as espadas para matá-lo, mas Peter saltou para trás. Aproveitei a chance e atirei teias no Duende, mas ele segurou-a e me lançou contra o Peter. Infelizmente, acertei-o.

–Isso não está funcionando - disse o Homem-Aranha.

–Sério? Percebeu isso como? Esquece. Tenho uma ideia. Apenas distraia-o - sussurrei.

O Homem-Aranha levantou-se e correu até o Duende. Eles recomeçaram a lutar, mas não prestei atenção em quem ganhava e em quem perdia. Estava pondo meu plano em prática.

Atirei teias no chão para fazer estilingue. Da mesma forma que funcionou com Dormammu, espero que funcione agora com esse cara. Quando sinto que tenho impulso suficiente, paro de fazer força e sou jogada para frente

Eu ia ordenar para que Peter abaixa-se, mas havia a possibilidade de errar o Duende Macabro. Confiei no sentido-aranha dele e funcionou! Peter abaixou-se no momento exato em que eu passava e acertei um soco no queixo do Duende! Eu acabei rolando na grama e quase perdi minha máscara, mas observei que o vilão está tonto. Felizmente, o Homem-Aranha também percebeu e lhe derrubou.

–Legal isso! Qualquer dia desses me ensina essa jogada.

–Vou pensar no assunto.

O Homem-Aranha amarrou o Duende Macabro e o levamos até para fora do campus. A polícia estava preparada para atirar em nós 3, mas eu me enganei. Eles apenas apontavam para o Duende Macabro.

–Então, quem é este cara? - perguntou um dos policiais.

–Vejamos agora! - Peter arrancou a máscara do Duende e era...bom, não faço ideia de quem seja. Eu olhei para o Homem-Aranha, que parecia surpreso. - Eu não esperava por essa.

–Flash Thompson?! - gritou alguém da multidão. Olhei para essa pessoa, que era Felicia - Ele é o Duende Macabro? Mas ele estava ao meu lado quando a confusão começou. Como ele fez isso?

–Perguntaremos a ele, senhorita. Por favor, fique longe. Homem-Aranha e...você - o policia referia-se a mim - Obrigado pelo que vocês dois fizeram. Agora, a polícia fará o seu trabalho.

–Entendido, capitão. - eu respondi. Então, saltamos e começamos a nos balançar com as teias até um prédio um pouco mais distante do campus.

–Então. - Começou a falar o Peter - Obrigado por me ajudar, de novo.

–Não há de quê. E obrigada por me ajudar com as aranhas. - Ficamos em silêncio por alguns segundos - Peter, e sua roupa?

–Sim, pegarei daqui a pouco.

–Acho melhor eu ir de vez. - Terminei a conversa, saltando do prédio e me balançando em direção ao meu apartamento. Antes, porém, liguei para Bárbara avisando que eu estava chegando. Felizmente, ela atendeu.