Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 43
Cruzando os ossos


Notas iniciais do capítulo

Voltei! êba! Felizmente minha criatividade funcionou a mil durante o carnaval! Pude imaginar este capítulo enquanto dormia (LoL).
Vocês que possuem fic também sonham com os próximos capítulos enquanto dormem?



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–Brock! - gritei enquanto tentava me erguer. Brock empurrou-me no chão novamente.

–Jessica, que bom que você está junto com sua equipe da SHIELD. - ele segurou meu pescoço e me empurrou contra a parede. Ele se encostou em mim, apertando mais forte meu pescoço - Não tente nenhuma gracinha, verräter ou sua barriga sentirá a perfuração de uma espada.

–Solte-me! - supliquei, mas saiu abafado.

–Poupe seu fôlego. Eu tenho uma proposta para você. Retorne à HIDRA, eu e Víbora concordaremos em aceitá-la de braços abertos. Até mesmo o barão Strucker tem planos para você. - ele afrouxou seu aperto, mas uma de suas mãos estava 'passeando' em minha coxa.

–Por que eu me juntaria a vocês novamente? Vocês me traíram!

–Porque Víbora contou-me histórias entre as duas. Ambos concordamos que você não trairia a HIDRA de uma hora para outra. Conversamos com o barão e ele aceitou testar sua lealdade. - sentia a mão dele descendo um pouco na parte de trás da coxa.

Tentei encarar os olhos de Brock. No entanto, a máscara escondia seu rosto. Aquela máscara preta em que havia uma faixa branca horizontal e outra vertical se cruzando e, no meio, o rosto de uma caveira. Não lembrava que era assim a máscara.

–Qual seria o teste? - perguntei, fingindo interesse. Claro que não me juntaria à HIDRA novamente, mas precisava sair daquela situação. Aparentemente ele acreditou, pois ele retirou a mão de meu pescoço. Porém, a outra mão continuava na minha perna.

–Você se infiltraria na SHIELD, coletaria seus segredos e traria até nós. Este será seu teste. - ele se aproximou de mim. A mão que estava em minha perna finalmente parou de ser boba. - Ou o teste pode ser mais...físico. - a voz pareceu muito sedutora.

Ele retirou sua máscara. Seu rosto estava cheio de cicatrizes. Se não fosse a voz, aquele não seria o Brock.

–Antes você me rejeitou por causa de sua regra inventada. Como você não é mais da HIDRA, nada nos separaria.

–Sim. - concordei - Nada nos separaria. - fiz minha voz a mais sedutora possível. Fomos aproximando nossos rostos. Eu sentia o desejo dele em me beijar - Exceto que eu já tenho um namorado. - falei e, antes que ele se afastasse, bati minha cabeça contra a dele. Brock foi empurrado para frente e eu fiquei tonta. Devo admitir que doeu e nunca mais farei isso.

–Ai, sua filha da ... - Joguei teia na boca dele.

–Boca suja! - afirmei.

Olhei para o Brock e me lembrei da orientação que recebi. "Se houver uma oportunidade, não hesite em atirar em qualquer um da HIDRA". Procurei a pistola em minha perna, mas não estava comigo. Olhei para frente e Brock erguia-a. Como pude ser tão distraída? Ele não estava me alisando, estava procurando a pistola!

–Devolva-me! - ordenei. Brock apontou a pistola para mim.

Praticamente fui obrigada a erguer as mãos. Brock arrancou as teias de sua boca. A feição em seu rosto era apenas raiva.

–Idiota! A proposta era verdadeira! - ele afirmou, enquanto se levantava - Eu sabia que você não gosta de alguém lhe paquerando. Por isso, fingir alisar sua perna apenas para procurar a pistola! Agora, você morrerá. - Ele apertou o gatilho. Nada aconteceu - Mas que... - ele xingou novamente.

–Não entendo de armas, mas era para haver um disparo, certo? - zombei dele. Ele ficou mais furioso e jogou a arma em mim.

Enquanto eu desviava, Brock puxou duas espadas de suas costas e correu até mim. Direcionou a espada da esquerda na direção da minha cabeça, mas eu desviei. Poucos segundos depois, ele usou a outra espada tentando me decapitar. Acabei jogando-me no chão e lhe dei um chute na perna. Porém, ele saltou para o lado. Novamente, Brock ergueu suas espadas e tentou me acertar. Disparei teias para trás, acertando a parede, e consegui desviar ao 'enviar' meu corpo para perto da parede. Entretanto, esqueci que um de meus braços estava doendo e senti essa dor exatamente agora.

Me levantei rapidamente. Meu sentido-aranha disparou. Virei-me exatamente no momento em que as duas espadas se aproximavam de meu rosto. Elas erraram por pouco, passando ao meu lado. Brock correu e levou seu punho até mim. Protegi-me com a mão e saltei em suas costas, empurrando-o para trás. Ele se desequilibrou e parou na parede. Dei uma cambalhota desajeitada no chão. Forcei muito meu braço neste momento e a dor aumentou.

Ouvi o Brock puxando uma das espadas da parede. Meu sentido-aranha disparou novamente. Um punho veio na direção de minha cabeça. Desviei novamente, porém o punho era uma distração. A espada passou em minha coxa e rasgou-a. Eu escorreguei para o lado, abrindo minhas pernas para poder frear.

–Você está cansando. Sua energia está se concentrando em controlar a dor. Eu, por outro lado, estou descansado e em vantagem. Sou melhor do que você no corpo-a-corpo, Jessica. - ele se gabava.

–Cala a boca! - disse. Ele sorriu confiante. Infelizmente, ele estava certo. Estou cansada demais, sinto-me ofegante e ele luta melhor do que eu. Porém, eu tenho superpoderes.

Disparei teias na direção da espada de Brock e puxei-a. Por sorte, Brock estava distraído e deixou-a cair. Ignorei a dor e corri até ele, erguendo o punho contra seu rosto. Errei e ele chutou-me por trás. Tentei recuperar o equilíbrio, mas caí de bumbum no chão. Tentei me reerguer, mas o pé de Brock estava sobre meus seios. Ele puxou uma pistola de sua perna.

–Caso esteja em dúvida, esta está carregada - ele disse, apontando-a para meu rosto.

Sentia um formigamento em minha mão direita - a que não tinha o braço quebrado. Por instinto, ergui minha mão. Um brilho amarelo saiu dela e jogou Brock para longe. Até eu me surpreendi!

Sentei-me e percebi que Brock estava desmaiado. Sentia apenas a dor em meu braço esquerdo. Na minha coxa, a ardência predominava. Mancando, fui até Brock e conferi se ele estava mesmo desmaiado. Felizmente, estava.

Tremores! A explosão da base da HIDRA! Esqueci completamente disso. Não podia deixar Brock ali. Mesmo sendo um vilão, ele não merecia morrer. Amarrei-o com minha teia e arrastei-o até a porta mais próxima. Eu não tenho muito tempo! A explosão total aconteceria em poucos segundos.

Mais tremores! Precisava correr, mas não conseguia. A dor me incapacitava.

Meu sentido-aranha disparou. Olhei para cima e uma enorme pedra estava caindo. Eu encostei na parede ao lado e a pedra ficou no meio do caminho, mas não bloqueou por completo. O chão parecia instável. Pequenas pedras caíam em mim. Tudo iria pelos ares em poucos segundos e eu iria junto.

Quanto atravessei a porta, senti uma ponta de esperança. Por acidente, eu encontrei a saída. Estava nevando e meus ossos pareceram congelar. Tive que me ajoelhar, minha coxa ainda sangrava e o frio não fez tão bem.

Deitei na neve. Queria fechar meus olhos, mas não conseguia. O medo que Brock acordasse era maior que minha vontade de desmaiar.

Poucos segundos deitada bastaram para ver a base da HIDRA desmoronando. Era uma coisa assustadora! Pedras caíam, a explosão ecoava pelo silêncio da neve. Poucos segundos depois, ouvi um barulho se aproximando. Era o Homem de Ferro.

–Agente Drew, você está bem? - perguntou ele aproximando-se de mim.

–Não! - falei - Meu braço está quebrado, estou cansada, com frio, tenho um assassino em potencial como prisioneiro e minha roupa está rasgada! - Ouvi uma risada vindo do Homem de Ferro, mesmo que não tivesse nada para rir.

–Segure minha mão. E traga seu amiguinho.

Peguei na mão dele. A sensação a seguir foi terrível. Voamos alguns quilômetros para cima, onde paramos ao entrar na nave que sobrevoava o local. Todos os Vingadores estavam ali. Para minha surpresa, até a agente Morse estava ali. Finalmente aquela missão havia terminado. E continuo sem matar alguém. Entretanto, quase morri. Tudo o que quero é descansar.


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Notas finais do capítulo

Nunca usei tanto pronome reflexivo como neste capítulo.
E eu não esperava que ficasse tão longo assim. Sério!