Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 20
Nas presas da Víbora


Notas iniciais do capítulo

Finalmente terminei de escrever este capítulo após tantos contratempos e tal. Desculpem-me a demora.



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Eu e Johnny chegamos a uma cafeteria de Nova York. Por dentro estava quase lotada, haviam dois lugares ao lado de uma janela. Nos sentamos e contei-lhe o que Susan falou para mim.

–Sério que ela disse isso? - perguntou Johnny, dando uma risada

–Sério! Eu acreditei, mas acho que sua irmã está errada. - falei. - Até agora você não apresentou nenhuma dessas características. - ele ficou sorrindo por mais alguns segundos, depois ficou mais sério.

–Jéssica, a Sue tem razão. Eu magoei muitas mulheres em minha vida. Mas, há algo em você que me deixa diferente. Você deve se lembrar da primeira vez que nos vimos. Eu não costumo agir daquela forma.

Ele explicou tudo que aconteceu em sua vida amorosa. Depois de um tempo, nosso café chegou e logo fomos embora. Novamente sentados na moto com labaredas do Johnny. Ele pôs em mim o capacete e ligou a moto.

Nova York à noite é tão bonita quanto ao pôr-do-sol. Às vezes imagino como é a vista da cidade do ponto mais alto. Algum dia, talvez, eu descubra isso.

Já chegando ao Edifício Baxter, Johnny estaciona sua moto na garagem. Fomos até a porta do apartamento dele, no último andar.

–Eu me diverti com você, Johnny.

–Eu também, Jess. O café estava bom. - ele falou.

Eu sorri e lentamente fomos aproximando nossas bocas. Ele era um pouco mais alto, porém não me impediu de beijá-lo apaixonadamente. Os lábios dele eram quentes, talvez seja outro dos efeitos de seus poderes. Alguns segundos depois, nos afastamos lentamente. Ele mostrou um belo e radiante sorriso.

–Uau! - eu falei. - Acho melhor eu ir, já está tarde.

–É, claro. Claro. - senti um pouco de desapontamento na voz dele. - Até amanhã ou outro dia.

No teto do edifício Baxter, após enviar uma mensagem a SHIELD avisando que eu estou pronta para voltar ao aeroporta-aviões, aquela cena repetiu em minha cabeça. Se for levar em consideração o que o Homem-Aranha me disse, este não foi meu primeiro beijo. Mas, com certeza, foi o mais especial. E outra coisa, segurar a mochila com roupas civis é chato demais. Já se passou muito tempo desde que saí da HIDRA e ainda não sei o que houve com Wanda e Pietro. Só espero que estejam bem e que me compreendam.

Estava olhando para o céu, aguardando que algum avião da SHIELD aparecesse. "Eles sempre são pontuais, o que será que houve?", pensei. Fechei meus olhos e confiei em meu sentido-aranha para que ele me avisasse da chegada do avião. Alguns segundos depois, ele vibrou em minha cabeça. Abri os olhos e o céu estava vazio, haviam apenas as estrelas ali. Mais nada. Logo depois, senti um chute em minhas costas e caí no chão.

Me segurei em uma das luzes do heliporto do prédio. Ergo minha cabeça e pude ver de onde veio aquele chute.

–Víbora? - olhei para ela, tinha um curativo em seu nariz. Agora vestia também um cinto especial para sua pistola de veneno.

–Eu treinei para minha vingança. - ela falou - E desta vez não é por sua traição.

Tentei me levantar, mas a Víbora chutou meu rosto. Doeu bastante. Depois, ela me agarrou pelo cabelo e deu-me socos no estômago. Ela estava mais forte que o de costume. Atirei teias nos olhos dela e fui solta. Com dificuldades, fiquei de pé. Meu estômago doía muito neste momento. Aproveitei que ela estava cega e comecei a revidar os ataques dela. Dei-lhe chutes e socos. No último movimento meu, porém, ela agarrou minha mão e entortou meu braço. Depois, ela passou sua perna na minha e me derrubou, sentando em mim. Estou imobilizada, deitada e com o braço quase quebrado.

–Me solta, Ophelia! - Dei-lhe um chute, mas ela desviou.

–Não! - Víbora estava quase quebrando meu braço - Dou-lhe duas opções, Jéssica. Ou você volta comigo para a HIDRA e enfrenta a tortura pela sua traição. Ou - alguma coisa fria encostou em minhas costas - você morrerá aqui e agora, sofrendo, sangrando, envenenada. 5 segundos para decidir.

Não havia muito tempo para pensar. As duas opções são ruins. Se voltar com ela, trairei a SHIELD e sofrerei com a rejeição de todos. Além disso, há a tortura que encararei - e sei o quão ruins são as torturas da HIDRA. Neste momento, estou imobilizada e não posso escapar de um tiro venenoso da pistola dela.

–Acabou seu tempo. E sua resposta é?

–Vá pro inferno! - respondi. Eu ouvi uma risada abafada.

–Resposta errada. - Houve um tiro em minhas costas.

Consegui sentir a penetração daquela bala em minhas costas. A sensação de dor é terrível. Mais terrível ainda é saber que morreria ali deitada e envenenada. Víbora saiu de cima de mim, soltando meu braço. Por um momento, eu não o senti. Ela caminhou para perto de minha cabeça. Segurou meu cabelo e pude ver seu rosto. Estava consumida pela raiva e sentia prazer em me ver sofrendo daquele jeito.

–Avisa para o caolho do seu chefe e para a ruiva aproveitadora que iremos atrás deles. Hail HIDRA! - ela gritou e jogou minha cabeça com violência contra o chão.

Desejava que o avião da SHIELD aparecesse agora. Perdia muito sangue a cada segundo e, provavelmente, meu sangue se misturava com o veneno naquele momento. Fechei os olhos e confiei novamente em meu sentido-aranha. Ele vibrou. Olhei para o céu e nada novamente. Porém, ouvia passos. "Que não seja o Brock". Não era ele, era alguém melhor.

–Jess! - gritou Johnny. - Ben, ajuda aqui! - ele parecia desesperado.

Fui erguida e carregada pelas mãos grossas do Ben. Acho que estarei salva com o Quarteto Fantástico. Tudo ficou escuro. Perdi completamente a consciência.


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Notas finais do capítulo

Desculpem-me por aquela expressão. Mas, nos quadrinhos atuais, é bastante comum os super-heróis xingarem os outros