Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 131
Que comecem os jogos mortais!




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Que dor de cabeça! A última coisa de que me lembro é ter sofrido uma forte onda de choque. E vomitado também, muito café seguido de muito choque não é boa coisa. Ainda me sinto tonta e o sentido-aranha não para de vibrar.

Ambiente. Preciso analisar o ambiente. É um quarto cúbico laranja, da cor de minha fantasia. Falando nela, ali ela está, pregada na parede com um bilhete. Também há uma televisão antiga no chão, aparentemente desconectada da tomada. Será que posso arremessá-la e quebrar a parede?

Levanto-me do chão, completamente tonta e com vontade de vomitar. Não, não posso. Preciso sair deste lugar misterioso. Caminho até a parede aonde está meu uniforme e leio o bilhete. "Quero jogar um jogo :)", diz. Ainda conta com uma carinha feliz e uma frase nada legal que eu já conheço dos filmes que Cassie me indicara enquanto eu morei em Chicago. Um filme bem sádico e masoquista. E que me dá medo. Olho no verso do bilhete, não há nada escrito.

Sei que não há nada a fazer por enquanto, exceto vestir essa fantasia. Ela continua rasgada, mas não tanto quanto no fim do sábado. Jemma fez um bom trabalho. E essa sala é pequena demais, porém espaçosa o suficiente para haver uma câmera. Ah, dane-se! Ser vista de calcinha é o menor de meus problemas no momento.

Agora vestida como a Mulher-Aranha e pondo minha máscara, ouço um barulho de estática. Automaticamente viro-me para a televisão, que mostra um buraco preto. Isso me lembra de outro filme que assisti com a Cassie - também de terror. A estática some, dando lugar a um barulho de... Parque? É isso mesmo?

—Olá!- Diz uma voz vinda da televisão. O buraco some, dando lugar a um cara segurando uma máscara do personagem de Jogos Mortais. - Eu quero jogar um jogo! Há! Pegadinha! - Grita, tirando a máscara e mostrando seu rosto.

É um homem ruivo, com sardas no rosto e um sorriso maligno, vestido num terno branco e gravata amarela de bolinhas vermelhas. Que visual ridículo! Quem é esse palhaço?

—Eu sou Arcade e sejam bem-vindas ao Mundo do Crime! - Palmas vêm da televisão. Ele fala como se apresentasse um programa de televisão, um programa de auditório - O Mundo do Crime é meu mundo com minhas regras e só uma saída: A morte!

Ele gargalha. É a mesma gargalhada do homem misterioso da cafeteria. Foi ele quem me trouxe aqui. Bravo, Sherlock! Deduziu o óbvio!

—Vocês, meu público, presenciarão a carnificina mais divertida do ano! E, para celebrar o mês do sexo frágil, trouxe mulheres para a nossa diversão! Conheçam as participantes!

Aparecem imagens das 'participantes'. A primeira é a Mulher-Invisível, demonstrando suas habilidades. As imagens da TV mostram a Sue ao vivo, tão confusa e surpresa quanto eu. Em seguida, a Mulher-Hulk em sua forma humana e se transformando em sua forma heroica. A TV mostra-a na forma humana e ao vivo, assistindo a televisão. Também confusa, claro. Depois, uma dupla. Jean Grey, dos X-Men, e...

—E a defensora Wanda Maximoff, sob o codinome de Feiticeira Escarlate! - Diz o Arcade. Wanda está aqui! 

Mostram imagens dela em ação, acho que vejo robôs do tal Doutor Doom. Depois ela ao vivo, de pé e batendo contra a parede, e Jean ao lado, aparentemente desmaiada. O Arcade continua sua narração vibrante, apresentando a vingadora da Costa Oeste, Tigresa, uma mulher-tigre (literalmente) vestindo apenas um biquíni azul, mas com uma saída para o rabo. E que rabo longo - digo, rabo literalmente! Mostra-se a imagem dela ao vivo, arranhando a parede e tentando sair também.

—E, para concluir, a sensual, bela e venenosa Jessica Drew, a Mulher-Aranha!

Droga, ele disse meu nome! Aparecem imagens minhas contra os Thunderbolts, também contra a Gangue da Demolição e contra o Rino. Das três oportunidades, levei surra nas três, mas só apanhei mais para os caras da Gangue da Demolição.

—E o primeiro desafio de sobrevivência, senhoras, é escapar da sala em que se encontram. Não é adamantium, aliás, mas os espinhos doem pra caramba - Ele gargalha, assim como o público.

A TV desliga e meu sentido-aranha vibra. O teto abre alguns buracos e libera espinhos deles. Espinhos afiados, obviamente. Não quero saber o quão letais eles são. Eu corro até a parede ao lado da televisão e tento empurrá-la. Óbvio que não daria certo, você não é forte como a Mulher-Hulk. Ela já deve estar livre.

O que mais eu posso fazer? Estou debilitada por causa dos vômitos, não tenho muita força no momento para quebrar a parede.

—SOCORRO! - Grito. A sala faz um eco terrível, certeza que não fui ouvida.

Eu já estou ficando preocupada, aqueles espinhos acertarão minha cabeça e nem vou sentir dor. Não tem como eu escapar, o tal Arcade disse que a única saída é a morte. Acho que ele sempre se livra do membro mais frágil no começo. Neste caso, sou eu. Mas nada está perdido. É como se meu sentido-aranha fosse um GPS e dissesse "Olha para frente, sua burra!"

Eu olho e vejo uma saída de ar estrategicamente posicionada para que eu escape. Ufa, não sou a descartável. Mas eu fico com um pouco de receio. E se essa saída me levar para uma armadilha? Vale a pena arriscar, melhor do que morrer esmagada por espinhos.

Disparo teias para frente e me puxo para lá, escorregando pela sala. Paro de deslizar ao colidir na parede, então eu escalo e arranco a grade. Os espinhos estão se aproximando. É apertadinho, mas eu consigo entrar. Não há mais volta, pois o teto acaba de passar pelo nível da saída de ar.

Está escuro.

 Eu rastejo pelo duto. Vou virar especialista em locais apertados como este dutos de ventilação.  Ou dutos da salvação! Infelizmente o caminho é curto e já me encontro em uma escolha. Tenho duas saídas, para cima e para baixo. Eu iria para cima, pois vem um ventinho frio de lá, porém meu sentido-aranha está vibrando justamente para aquele lado. Ou seja, vou descer.

Ainda bem que posso grudar em qualquer superfície. Rastejo para baixo com cuidado. Eu poderia usar minha rajada de veneno para iluminar o caminho, porém preciso das duas mãos.

Após um tempo rastejando, chego ao fim do caminho. Ufa, sem perigo algum e sem ânsia de vômito até agora. Mas há uma grade em meu caminho. Eu não arranco, prefiro ser mais silenciosa. Eu entorto as barras para o lado. Passo primeiro a cabeça para ver o que há. Hum... É um corredor.  Retorno para trás, então arranco a grade, mas sem derrubá-la. Em seguida, saio do duto e pouso no chão. Sempre em silêncio.

Preciso achar as outras moças, se ainda estiverem vivas. Espero que estejam, com certeza estarão. Nenhuma delas possuem um negativismo tão grande quanto eu.


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