Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 128
Dia parado




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Ontem não teve nada interessante. Após vencer o Homem-Absorvente, depois acabar com um ato terrorista do Nitro, foi bom um domingo menos agitado e mais de treinamento. Aliás, o Nitro foi encontrado debaixo dos destroços nu, mas vivo. Ele foi detido e já está na Gruta, a super-prisão que substitui a Balsa desde sua queda há vários meses.

Hoje, aliás, é o primeiro dia após o fim da folga. Ou seja, segunda-feira! Tentei falar com o Coulson ontem, mas Daisy falou que nós, Guerreiros Secretos, não estamos oficialmente na SHIELD. Não sei o que quer dizer, mas ela me proibiu de ver o diretor.

Neste momento estou indo até sua sala. Visto meu uniforme da SHIELD, pois a de Mulher-Aranha está sendo costurada por mãos mais competentes que as minhas - as mãos de Jemma Simmons.

—Diretor? - Bato na porta e entro, um pouco intimidada.

—Hã, Jessica? Entre, entre. - Coulson desliga algo do monitor. Ele está ao lado de Sharon.

—Oi, agente Carter.

—Oi, agente Drew. - Fiquei um pouco assustada e arrepiada.

—O quê? - Lembro que recebi ordens para não compartilhar meu sobrenome com ela, mesmo sem saber o motivo. Não compartilhei, mas como ela sabe?

—Agente Jessica Drew, não é? - Ela sorri com meu espanto, provavelmente - Clay me contou.

—Quem é Clay?

—Agente Quatermain. - Explica ela. Eu tento encarar o Coulson, mas ele está vasculhando sua gaveta. - Não se preocupe, não farei nada, diferentemente do que muitos pensam.

—E por quê você faria algo? - Só por segurança, estou distante dela. Com pessoas de confiança, como meus colegas Guerreiros Secretos e alguns heróis, o sentido-aranha não vibra. Um sentido a menos.

—Seu pai, Jonathan - Ah, claro - Eu o conheci quando era recruta. Ele era um bom cientista, até que descobrimos sobre ele. Prometi que eu enfiaria uma bala na cabeça dele. Desculpe dizer isso, mas precisava desabafar para a filha.

—Tento esquecer que ele seja um traidor. - Digo, friamente. Eu respiro fundo.

—Agente Carter, pode nos dar um minuto? - Diz Coulson, percebendo que o clima não estava bom.

Ela assente gentilmente, bate levemente em meu ombro e sai da sala, fechando a porta. O diretor olha para mim bem nos olhos. Acho que lá vem bronca.

—O chefe da SWAT me enviou uma reclamação, informando que uma de minhas agentes interferiu em uma missão no sábado. Sabe de algo a respeito?

—Estava em ronda com o Homem-Aranha, nos deparamos com vários carros da SWAT, perguntamos o que acontecia, mas o cara se negou a dar detalhes, então apelei para minha posição na SHIELD. Não disse que era uma missão oficial nossa, apenas que eu era agente da SHIELD.

—Não é o que diz aqui.

Ele me mostra o computador. Leio rapidamente o relatório. A cada linha lida eu sentia vontade de jogar o computador na parede de tanta raiva que eu sentia. Medidas de segurança, blá blá blá, interferência externa, mais blá blá blá, magrela de pijama alegando ser agente da SHIELD e explosão do prédio parecida com os filmes do Michael Bay. Em resumo, o relatório não menciona a participação de Pietro e do Homem-Aranha, que são Vingadores, fala mal de mim, de minha fantasia e de meu corpo.

—Ele é fã do Jameson - Argumento, mencionando a brincadeira que o Peter fez. Entretanto, Coulson não entendeu. - Vai brigar comigo porque eu salvei algumas pessoas e interrompi o plano de um terrorista?

—Não, agente Drew. Você fez o certo, salvou aqueles reféns, graças a você e ao Homem-Aranha, Nitro está preso. Às vezes, um herói paga um preço que não é dele. Sentiu isso agora, com o agente da SWAT sujando seu nome. E está lidando muito bem, apesar da boca suja. - Eu vi um sorrisinho no rosto do diretor?

Ah, claro. O relatório menciona supostos palavrões ditos pela agente da SHIELD magrela. São muitos, tem até alguns que eu nunca ouvi alguém dizendo.

O Jameson suja o nome do Homem-Aranha, dos atuais Vingadores e clama pelo retorno de 'heróis de verdade', como o Homem de Ferro e o... O Capitão. Chega, já vou ficar triste se pensar nele.

—Quando li os palavrões, pensei que o relatório falasse da agente Johnson, mas ela estava por aqui na hora do incidente. - Outro sorriso sutil de Coulson.

—Você sabe que eu nunca falo palavrões, diretor.

—Sei. Também sei que não ameaça as pessoas com armas de fogo, como diz o relatório.

Acho que eu deveria processar esse agente da SWAT por difamação, calúnia e falso testemunho. Aposto que o Clarim Diário pôs a culpa da explosão no Homem-Aranha. É como se a SWAT fosse meu Clarim Diário. É engraçada essa coincidência com o Aranha.

—Diga, doutora Foster. - Coulson pegou seu celular e o atendeu enquanto eu lia mais algumas partes do relatório - Entendi, estou a caminho. - Ele desliga, mas logo religa-o - Agente Morse, encontre-me na enfermaria.

—Diretor, o que foi?

—Vem comigo, o doutor Selvig acordou. Como você e a Barbara estavam envolvidas no resgate, virão comigo.

...

Já na enfermaria, encontramo-nos com Bobbi logo na chegada. A doutora Foster encontra-se ao lado de Erik Selvig, seu rosto está mais cansado e mais envelhecido do que eu me lembrava, ele está deitado na cama e conversando animadamente com a doutora.

—Ah, você é o novo diretor da SHIELD! - Exclama alegremente ao ver o Coulson - Parabéns, amigo.

—Doutor, é bom revê-lo saudável. Estas são as agentes Drew e Morse, trouxeram-no da Inglaterra para cá.

Ele acena com a mão para nós duas.

—Do que se lembra, doutor?

—Eu estava dando aula, uma aluna se aproximou e enfiou sua caneta em meu peito. Depois, a aluna foi tomada por uma névoa e revelou Loki, o deus da trapaça e irmão de Thor. Mas o pior era a caneta, que na verdade era seu cetro.

—O que ele queria? - Pergunto. Por enquanto tudo faz sentido.

—Não me lembro. Só lembro que tudo ficou azul e eu comecei a escrever no quadro.

—Ele queria a pedra - Falo convicta. - A pedra nórdica que recuperamos dias atrás.

—Pedra nórdica? - Ele questiona - Aonde ela está?

—Protegida - Diz o diretor - É muito perigoso deixar uma relíquia por aí, sem proteção. Por isso ela está bem guardada e longe daqui.

Longe daqui? Mas está no cofre. Novamente o diretor me confunde. Melhor manter uma expressão indiferente para não revelar minha confusão e estragar o plano de Coulson.

—Do que mais se lembra, doutor? - Pergunta Bobbi.

—Depois de ser atacado pelo cetro, nada. Por quê?

—Por nada, doutor. Descanse - Encerra Coulson, cortando o que Bobbi ia falar. - Vamos.

—Você não se parece com Fury, diretor. - Diz Selvig - É menos sério e tem menos segredos. É uma qualidade boa, porém perigosa.

O diretor não diz nada, apenas acena com a cabeça. Nós duas o seguimos, deixando a doutora Foster a sós com o paciente. Então, já distantes da enfermaria, o diretor começa a nos explicar algo.

—Não podemos revelar nada a mais sobre a pedra a ele. Não sabemos se está totalmente livre do controle de Loki.

—E como saberemos se ele está ou não? Os olhos estão normais. - Diz Bobbi.

—Selvig não conheceu Fury o suficiente para comparar seu trabalho ao meu. Façam visitas constantes à enfermaria, mas sejam discretas quanto a isso. E... Que agitação é essa?

Deste corredor podemos ver uma correria de alguns agentes da SHIELD, armados e equipados com coletes. Nós três iremos verificar.


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