Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 127
Boom!




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Entramos no prédio, mas não pela porta de trás. Dois heróis com poderes de aranha jamais entrariam pela porta traseira quando o prédio sofre um ataque terrorista. Não temos tempo para sermos sutis, precisamos agir depressa e acabar com quem estiver envolvido.

Peter me falou há pouco mais de um minuto que havia chamado Pietro só para o caso de a situação ficar descontrolada. Pela primeira vez torço para não rever Pietro em ação.

Saltamos do teto e pousamos em silêncio no chão. Peter liga uma luz de seu cinto, a luz é vermelha e mostra a máscara do Homem-Aranha.

—Ei, olha! - Digo para ele, apontando para as pessoas sentadas e amarradas nos pilares. São quatro em cada canto dos pilares que eu consigo ver com a luz do Aranha.

—Tem algo errado. - Ele diz - Tão fácil assim?

—Tem razão, mas meu sentido-aranha não diz nada. E o seu?

Ele balança negativamente a cabeça. Realmente é estranho que todos os reféns estejam aqui amarrados sem ninguém para protegê-los.

—Vamos tirá-los daqui. - Eu digo - Não quero...

Agora sim meu sentido-aranha vibrou. Pela reação do Peter, o dele também vibra. Viramo-nos de costas um para o outro, assim não seremos surpreendidos por uma ataque dos lados. Então, de repente, ouve-se uma explosão. No mesmo instante, o chão abaixo de nós cai. Eu seguro-me a tempo no que sobrou do chão e também seguro o Aranha por instinto.

—Pode soltar, eu estou bem! - Diz ele.

Novamente uma explosão, agora seguida de um grito do Peter. Foi no instante em que soltei sua mão, algo o atingiu. Algo explosivo, provavelmente. Eu solto-me e pouso com segurança. Viro-me para trás e vejo o Homem-Aranha nocauteado perto de um pilar, mas meu sentido-aranha vibra e viro-me para frente. Uma lata de alumínio passa bem em frente ao meu corpo. Agacho-me rapidamente, e a lata passa direto, explodindo logo em seguida.

—Dois Aranhas? Vai ser divertido!

A pessoa que diz isso é jovem, mas tem cabelo branco. Usa uma roupa azul e vermelha, seu cabelo grisalho é um pouco mais curto que o meu e cobre parcialmente o olho direito.

—Quem é você?

—Robert Hunter, belezura! Mas pode me chamar de... Nitro! - Ele arremessa outra lata de alumínio. Eu protejo meu rosto, pois a latinha explode antes de tocar em mim.

Sou arremessada de costas e bato no mesmo pilar em que Peter está. Vários estilhaços de alumínio rasgam meu uniforme e minha pele - para variar, vou precisar costurar mais tarde.

—Nitro? Tipo nitrogênio? - Pergunto com um pouco de dificuldades.

—Não. Nitro do tipo Trinitrotolueno - TNT, senhora óbvio! - Mas é Nitro para abreviar. - Ou seja, ele explode.

—Tem razão, seria muito grande o nome. - Digo.

Eu mexo no corpo de Peter, talvez ele esteja acordando. Tomara que ainda esteja vivo. Aquela latinha, sem tocar em mim, rasgou meu uniforme. Não quero imaginar o que faria se me acertasse. Sentido-aranha de novo. Olho para o Nitro, que se aproxima de mim, mas ainda está distante. Ele está com um sorriso estampado na cara, um sorriso maligno de alguém que vai aprontar. Ou, segundo o sentido-aranha, já aprontou.

—Kaboom! - Ele diz, fazendo gesto com as duas mãos.

Agora eu entendi. Ele atirou um explosivo no pilar atrás de nós dois. Eu vi tarde demais, pois o troço explode e derruba várias pedrinhas em nós dois. Levanto-me rapidamente e disparo teias, talvez isso sustente por um tempo.

—Acorda, Aranha! - Grito, chutando-o com força. Definitivamente isso não deu certo.

Nitro chega mais perto de mim e desfere um soco, mas eu bloqueio e empurro-o. Se ele causa essas explosões com o toque, melhor ele não tocar no pilar. Novamente tenta me agredir, mas eu bloqueio com o braço e dou-lhe uma joelhada, empurrando-o novamente. Enquanto isso, nada de Peter Parker acordado.

Hora de contra-atacar. Avanço e dou alguns socos em Nitro, mas ele desvia. Felizmente ele não desvia da minha rasteira. Rapidamente ele fica de pé e volta a me atacar. Faço o possível para evitar que ele toque no pilar, sempre bloqueando seus socos com meu braço. E eu ouço um gemido!

—Aleluia! - Sussurro, enquanto abaixo minha cabeça e chuto-o na barriga. Eu disparo teias na boca de Nitro, agarro-o no pescoço e derrubo-o com um golpe de Judô. Por fim, disparo mais teias e prendo-o no chão.

Mais gemidos. Ufa, é o Homem-Aranha! Corro até ele e ajudo-o a levantar, mas sempre atenta para o Nitro.

—Você está bem? - Pergunto, ajudando-o a se levantar.

—Só com um buraco no uniforme - Sim, um buraco aonde tinha o símbolo da aranha. Também há sangue, o que me deixa arrepiada. - E com dor de cabeça. Mas o que diabos me acertou?

—Latinha explosiva, cortesia do Nitro.

—Quem é Nitro?

—Ele. - Aponto para o vilão, que permanece deitado. Por algum motivo, ele não tenta se livrar da minha teia.

—Você o derrotou? Parabéns, estou impressionado! - Ele diz, num tom de surpresa. Eu sorrio timidamente. É legal ter o trabalho reconhecido pelo ídolo.

—Derrotar? Ela não me derrotou, apenas me deu a chance de liberar todo o meu poder. - Ele solta uma gargalhada.

—O quê? - Peter ainda está um pouco tonto - Desculpa, meu sentido-de-detectar-plano-dos-vilões não está prestando no momento.

—Significa que eu vou me explodir aqui e agora!

—Ah não! - Digo - Os reféns!

Ele também fica preocupado e corre para me ajudar, mas algo me segura. Tudo ao meu redor vira um borrão, um borrão que passa bem depressa. Não, agora não! Droga, droga!

De repente o borrão desaparece e eu estou sentada no meio da rua com um monte de pessoas em cobertores e os membros da SWAT ao redor. Segundos depois, Peter aparece de pé ao meu lado, mas logo se senta por ainda sentir a dor da explosão. Então o prédio explode, é demolido. A área da explosão, por incrível que pareça, é controlada. Há algo ao redor do prédio impedindo que a explosão se espalhe. Aos poucos vejo os andares sendo destruídos, sendo desabados, sendo demolidos.

Não consigo raciocinar por ver aquela cena de explosão. Já havia visto antes, alguns dias atrás na base do FBI, mas ninguém estava lá dentro. Agora eu sei que pelo menos uma pessoa está.

—Jessica, você está bem? - Diz a voz de Pietro, que fica ajoelhado perto de mim.

—As pessoas...Elas...Pietro, eu... - Não consigo falar, é sério. Não consigo encontrar as palavras certas.

—Está tudo bem, Jess. Eu cuidei dos reféns, Wanda está controlando a explosão. Está tudo bem, acredite.

—Parabéns, agente da SHIELD! - É o mesmo agente da SWAT de pouco tempo atrás. Eu senti o sarcasmo naquela voz - Vou explicar no relatório que a explosão do prédio foi culpa sua.

—Relate também que ela ajudou a salvar a vida das pessoas! - Defende-me Pietro, com raiva.

—Sim, eu vou dizer que ela arriscou a vida das pessoas por seguir o próprio nariz! A equipe anti-bomba estava preparada para...

—Não era uma bomba, seu idiota! - Grito e me levanto. Agora estou realmente zangada. - Era um homem-bomba. Literalmente! E se sua equipe tivesse entrado, estariam todos mortos! Você e sua equipe me devem uma por ter salvo a vida de vocês!

—Por isso odeio fantasiados. Sempre acham que estão certos - Diz debochado.

Eu fecho meu punho, tenho vontade de socar seu nariz agora mesmo, mas Pietro segura minha mão. Ele balança negativando a cabeça, impedindo que eu o atacasse. Felizmente ele sai de perto de nós três.

Peter tem razão, é mais um fã do Jameson na minha frente. Não adianta salvar vidas se o acusador não sabe exatamente o que aconteceu. Provavelmente ele vai deturpar os eventos, mas não me importo. Só quero voltar para a SHIELD e aproveitar meu último dia de folga.

Começo a me sentir fraca, sentir o cansaço da missão improvisada. Novamente fico sentada no chão, e Pietro fica por perto.

—Você vai ficar bem, Jess. Preciso ver a Wanda, ver se ela está bem.

—Tá, pode ir. E mande um oi por mim.

Ele sorri, então corre até a irmã. Eu olho para o Peter, que está deitado no chão, desacordado.

—Está acordado ainda? - Pergunto só por perguntar. Sei que não está.

—Não, - Ok, retiro o que disse - ainda estou aqui só ouvindo o romance entre vocês dois.

—Beijei mais vezes você do que ele. - Brinco.

—Então 1 a 0 para mim? - Assinto com a cabeça. Ele solta um risinho.

—Não acredita?

—Vamos dizer que sim. - Ele suspira, então fica de pé - Preciso ir agora.

—Eu também. Foi legal lutar ao seu lado de novo.

—Idem! - Peter faz sinal de ok, então salta de carro em carro até escalar um prédio e desaparecer.

Bom, já sei que farei o mesmo que ele daqui a pouco.


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