Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 125
Salvando a vida do Crusher


Notas iniciais do capítulo

Não, não aquele tipo de 'crusher' (ou crush). Leiam para entender.



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Nervosismo! Minha garrafa de água está quase seca de tanto nervosismo. Hoje é o dia de meu encontro com o Jared. Eu, Daisy e Barbara estamos pilotando novamente o carro do Quatermain, mas o engarrafamento é tão longo, estressante e cansativo que este é o motivo por eu estar sem água. O fato de ter minhas 'amigas' por perto também não ajuda. Quer ser tranquilizada na véspera de um encontro? Não tenha amigas como Daisy e Barbara.

—Deixou a calcinha no seu quarto, certo? - Daisy falou isso repentinamente. Estava num silêncio reconfortante até agora.

—Daisy, é claro que estou de calcinha! - Reclamo. Sim, outra vez esse papo de calcinha.

—Não, menina. Estou falando daquela calcinha. A laranja.

—Ela não está com a calcinha laranja, posso garantir isso. - Diz Barbara. - E antes que pergunte, ela não tem calcinha preta.

—Você vasculha minhas gavetas? - Pergunto imediatamente. Como ela sabe disso que eu não tenho calcinha preta?

—Eu nunca te vi de calcinha preta, Jess. E sei que você tem ódio dessa cor, assim como tem medo de ratos.

Eu fico em silêncio. Se for um palpite, ela acertou em cheio. Desde o simbionte, odeio a cor preta. E, desde que me lembro, eu tenho musofobia - ou medo de ratos. Foi uma das primeiras coisas que contei à Bobbi quando começamos a morar juntas.

Deixando esse papo de cor de calcinha para lá, meu sentido-aranha começa a vibrar. É claro que eu alerto as duas, e ainda chuto que esse tal perigo está causando problemas. Estranhamente elas não ficam agitadas, mas eu começo a tirar minha blusa.

—O que é isso? Strip-tease? - Diz Daisy, olhando para mim.

—Vou ver qual o perigo.

—Não, não vai. Deixe a Mulher-Aranha descansar por um dia. Hoje é o dia da Jessica Drew. Além disso, o Homem-Aranha deve estar chegando.

—Não, ele está cuidando da tia. - Elas me olham com estranheza. - Eu converso pelo celular com ele, mas sem mencionar nosso segredo. E ele tem namorada, portanto não estou azarando o Aranha.

—Menos detalhes, agente Drew. - Bobbi diz em tom de reprovação - Você vai ficar neste carro, pois não há perigo e...

—Ok, chefa. - Já abro o teto solar e ponho minha máscara no rosto. Minhas roupas civis são devidamente ensacoladas em teias e presas em minhas costas - Vou evitar entrar em confusões. Tchau.

Salto do carro e me agarro no poste de luz. Daqui posso ver que o engarrafamento é bem maior do que um sinal vermelho. Com certeza há algo de errado na frente. Disparo teias nos prédios e salto do poste, balançando-me. Ah! Isso é ótimo, deveria ter feito isso antes, nunca deveria aceitar a carona com elas. Bobbi e Daisy são demais, adoro elas, mas é melhor ficar mais tempo se balançando livremente por Nova York do que presa e conversando sobre a cor de minha calcinha.

Alguns metros adiante vejo fumaça. Salto de carro em carro até chegar a um ônibus, que corro por cima dele e salto para pousar em um táxi e saltar novamente de carro em carro. É estranho, agora que percebi a ausência de carros vindos da outra mão. Mais um motivo para Jessica Drew dar lugar à Mulher-Aranha, a verdadeira e certamente menos feia.

Chego ao local da fumaça. Carros virados, buzinas chatas (obviamente) e um cara destruindo tudo. Eu reconheço ele, é o Homem-Absorvente. Jamais esqueceria o corpo musculoso dele, e também sua cabeça careca brilhante.

—Com licença, você está atrapalhando minha vida hoje.

—Você? Quem é você?

—Não se lembra de mim? Eu não me esqueci de você. - Sua estúpida! Na época que nos enfrentamos, eu era loira e vestia preto. Nem Johnny me reconheceu.

Hã? Sentido-aranha de novo? Mas ele está na minha frente, falando qualquer coisa sem importante, provavelmente me xingando. Isso é uma ameaça para o sentido-aranha? Acho que não. E não é mesmo! Viro-me para trás e vejo um homem com roupa anti-radiação, provavelmente é feita de chumbo.

—Saia da frente, garota. E não nos atrapalhe.

—Ah! Já entendi! - Eu rio, porque sei que é uma dedução ridícula. - Você e ele são namorados e estão atrasados para um encontro!

—O quê? Claro que... - O homem de roupa anti-radiação completaria a frase, mas eu concluo meu raciocínio.

—Eu também estou na mesma situação, mas não saio por aí destruindo essa parte da cidade.

Uma mão pega meu pescoço por trás e me ergue. A mão é fria, portanto acredito que o Homem-Absorvente absorveu algo de metal.

—Cala a boca!

Óbvio que eu fico quieta, não quero meu pescoço quebrado. Curiosamente ele larga meu pescoço e começa a se contorcer, mais especificamente sente umas dores nos peitorais musculosos

—Você está bem? - Óbvio que não.

—Estou, estou. Nada que não me impeça de te esmagar. - Ele ergue o braço de metal e quase me atinge, mas eu desvio a tempo.

Salto do chão e pouso no ônibus que bloqueia os caminhos de ida e volta. O Homem-Absorvente aproxima-se do ônibus e o rasga ao meio! É, nem eu acreditei. Sorte que eu já estava longe. Mas novamente ele se contorce de dor.

—Carl, você precisa de um médico urgentemente! - Diz o homem - Transmute-se para sua forma humana, será mais fácil para todos.

—Dá para explicar o que acontece? - Pergunto, preocupada e confusa.

—É um efeito colateral de seus poderes. - Diz ele, mas não para mim. Ou é para mim, mas não prestei atenção? - O absorvição está em níveis críticos, portanto não deveria usar seus poderes. Mas aí você chegou como uma ameaça a ele!

—Desculpa?

—Cala a boca, pivete! - Resmunga o vilão careca. - Não preciso absorver nada para te ...ugh!

—Carl! Acorde! Acorde! - Ele fecha os olhos.

—Ainda há tempo de salvá-lo. - Pego meu celular da bolsa e ligo para um número urgente.

—O hospital não será útil.

—Não é o hospital. Oi, é a Mulher-Aranha! Preciso de uma ajudinha aqui que pode custar a vida de um vilão. Tem como chegar depressa? Ok.

—Para quem ligou, menina?

—Vingadores.

—Não! - O homem de roupa anti-radiação sai de cima do 'namoradinho' e me pega pelo pescoço - Não deveria tê-los chamado!

—Ei, solte-a!

Barbara e Daisy estão do outro lado da rua, ambas com suas roupas oficiais de Guerreiros Secretos, ou seja, Harpia e Quake. Bobbi segura os bastões, Daisy segura uma pistola. O homem começa a gargalhar, então aperta meu pescoço. Ai!

—Quer salvar a vida de seu amigo? - Falo com dificuldade - Vingadores são sua única esperança.

—Não, tem o Conde. Além de salvá-lo, ele cobra favores que certamente faríamos sem dificuldades.

—Que Conde? - Eu lembro da menção deste Conde nas docas de Hell's Kitchen. Seria o mesmo? - Quem é o Conde?

—Você pergunta demais.

—Solte-a! É o último aviso! - Grita Daisy, apontando a pistola.

—Se nos seguir, vocês morrem. - Ele diz, em chinês, para mim e me arremessa contra as duas agentes.

Elas desviam para o lado, e eu bato minhas costas no chão. Doeu - e muito! Bobbi corre até o homem, mas eu disparo teias em seus pés e ela cai. Daisy olha para mim surpresa e aponta a arma.

—Por que fez isso?! - Grita, indignada

—Deixem-nos ir. - Digo - Confie em mim.

Daisy, ainda apontando a pistola, vira-se para os dois homens. O homem anti-radiação pega o Homem-Absorvente e ambos saem andando. Eu fico de pé, recuperando-me fisicamente das dores nas costas e, principalmente, recuperando o fôlego.

—Por que fez isso? - Agora é Bobbi quem está indignada.

—Desculpa, mas ele deve usar roupa anti-radiação por um motivo. E eu não quero que você descubra qual. Além disso, chamei os Vingadores.

Elas não reclamaram, mas meu celular começou a tocar. Quando vi o número, não pensei duas vezes. Atendo e já invento uma desculpa para o meu atraso.

—Jared! Estou atrasada, mas é que o trânsito está horrível e...

Calma. - Diz ele. - Todas as viagens para Coney Island foram canceladas, aparentemente um monstro está consumindo a energia do metrô, mas foi impedido por alguns super-heróis.

Droga! Droga! Droga! Sem passeio em Coney Island. Maldito seja esse monstro consumidor de eletricidade.

—Então, remarcamos? - Perguntei, chateada.

É.

—Eu te ligo quando...sair do trânsito. Tchau. - Desliguei. - E meu encontro foi por água abaixo.

Explico rapidamente que um monstro consumiu a eletricidade das linhas de metrô. Que tristeza, estou muito chateada com o que aconteceu. Fico sentada no meio da rua, ignorando o tanto de buzinas e o pessoal do Controle de Danos acaba de chegar.

—Jess. - Bobbi tenta me consolar. - Imprevistos acontecem, não foi culpa sua.

—Eu sei. - Digo. - Mas se eu tivesse ido logo para as linhas de metrô, e não tentar impedir o Homem-Absorvente e o outro cara de destruir essa parte da cidade, talvez eu pudesse impedir o monstro.

—Deixa de ser boba. - Diz Daisy - Você não sabia do monstro, fez o que tinha que fazer com o Crusher e o outro carinha!

—Daisy - Ouço a bronca sussurrada de Barbara para ela.

—Não, ela tem razão. - Fico de pé e suspiro. - Preciso ficar sozinha. Podem voltar para a SHIELD, eu vou...por aí.

Salto e me balanço com minhas teias pelos poucos prédios altos que estão por aqui. Não sei aonde vou, só por aí mesmo.


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