Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 119
Crise dos aliados


Notas iniciais do capítulo

Sim, voltamos no primeiro dia do ano! YEY!
Após passar um tempo com outra Aranhazinha (A Garota-Aranha Mayday Parker, no spirit) estamos de volta para a nossa querida e amada Jessica Drew! YEY!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/544530/chapter/119

Eu acabo de pousar em um poste e logo caio na calçada. Bobbi está presa no engarrafamento, e eu vim balançando com minhas teias, por isso cheguei mais cedo - ela ainda está em sua Mockin-moto.

Localizo o Manto e a Adaga esperando do lado de fora do prédio. Eu os saúdo com um aceno, mas eles não retribuem. De repente, dois homens saem daquele prédio. Eles usam coletes pretos com as iniciais mais conhecidas do mundo - FBI. O que o FBI está fazendo aqui? Ando até meus companheiros de equipe.

–Oi. - Digo, animada. - Quem são vocês? - Agora pergunto para os agentes.

–Sou o agente Bradley, este é o agente Ramírez, somos do FBI. - Eles mostram os distintivos, desnecessariamente por sinal.

–O que fazem aqui? É uma investigação da SHIELD.

–Não, não é. - Diz o agente Ramírez - Encontramos dois agentes mortos lá dentro, ambos do FBI. É um caso de assassinato e nós estamos na investigação.

Então a motoqueira Morse chega ao local, finalmente. Ela estaciona, pousa o capacete na garupa e vem até nosso encontro. Os dois agentes se reapresentam e explicam a situação, completando ao confirmarem que o principal suspeito é James Madrox. Meu sentido-aranha nada diz, mas meu instinto indica que eles não são confiáveis.

–Quero ver os corpos - Diz Bobbi, decidida.

–Não. É uma área sigilosa a partir de agora, sem permissão para invasão de pessoas fora do nosso departamento.

–Agente Bradley, o suspeito é um super-humano, então a SHIELD também está no caso. Estamos no encalço de James Madrox há dias, portanto temos permissão para passar.

–Terá que falar com nossa chefa primeiro.

–Tudo bem, então. - Ela pressiona o comunicador na orelha. Eu, como sou bisbilhoteira, também pressiono o meu. - Diretor, nós temos um problema na continuação da investigação. Sim, o FBI.

–Já estou cuidando disso, agente Morse - Diz ele. Bobbi imediatamente desliga o comunicador. Eu também faço o mesmo. - Vamos esperar enquanto isso.

–Esperem em outro lugar, esta é uma área... - O agente Ramírez pára de falar quando sai uma voz de seu rádio. - Com licença, é a comandante.

Ele sai de perto de nós. Poucos instantes depois, todo mansinho, ele permite a nossa entrada. Nós duas entramos, enquanto Tandy e Ty ficaram de fora por opções próprias. O local está infestado de agentes do FBI, alguns estão com roupagem diferente - ao invés do colete, eles vestem uma jaqueta azul. Provavelmente são os legistas ou os cientistas de campo.

Chegamos ao local dos dois corpos. Eles ainda estão na mesma posição que encontrados. Pergunto-me se eles já estavam nus, pois é assim que estão agora. Curiosa a forma como morreram, pois estão sentados, as cabeças baixas e pelados. Aliás, uma vítima é homem negro e outra é uma mulher branca e de cabelo preto.

–Como eles morreram?

–Bom, nós ainda não temos um veredito, mas suspeitamos que alguma lâmina tenha entrado nos corpos. O assassino deixou-os sentados e, como podem ver pela posição dos braços, estão amarrados. E tem mais um detalhe.

Ramírez ergue a cabeça da mulher morta. Quase quis vomitar com a cena, mas ela está sem um dos olhos. Como se não pudesse ser pior, o outro está saltado. Eca!

–Que horror - Digo.

–O outro está do mesmo jeito, mas nele falta o olho direito e não o esquerdo.

–Espera, quando aconteceram os assassinatos?

–Soubemos deste local há 30 minutos, seus amigos já estavam aqui quando chegamos.

–Não faz sentido - Eu digo - Ele não é um assassino.

–Pode não ter sido Madrox.

–Então quem foi? - Pergunta Ramírez

–Há algum lugar do FBI para usar identificador de retinas? - Pergunta Bobbi. É claro, por que mais alguém iria querer o olho (ou olhos) de agentes do FBI?

–O cofre, mas está em...nosso quartel-general! - Ramírez fica agitado e rapidamente pega seu rádio - Agente Ramírez para base do FBI, alguém na escuta?

Ele fica em silêncio, tentando ouvir alguma voz do outro lado do rádio. Pela expressão no rosto, xingamentos e pela raiva ao guardar o rádio, já tenho uma ideia de que ninguém respondeu.

–Todos os agentes do FBI, temos um problema no QG! Vamos retornar imediatamente! - Grita ele.

–Nós vamos também. - Digo, com o aval da Barbara.

–Não será necessário, nós temos tudo sob controle.

–Se for um super-humano, vocês não terão chances! - Insiste Bobbi - Nós quatro iremos.

–Tá, podem vir. Fiquem por perto. Vamos, todos! Vamos!

Nós saímos do prédio e reencontramos Manto e Adaga. Explicamos rapidamente que o assassino roubou os olhos das vítimas para acessar um cofre do FBI, que fica no QG deles. Ramírez e Bradley se encontram conosco e nos levam até o veículo deles, uma van especial, provavelmente blindada. Espero que seja blindada.

A van é muito rápida, aqui não existe sinais vermelhos ou faixas de pedestres. Nossa, o que será que há neste cofre? Melhor não perguntar, com certeza é algo valioso.

Não demoramos muito e chegamos ao QG deles. Há uma multidão de agentes feridos e ambulância em frente à porta. Descemos da van e tentamos passar entre a multidão, mas está complicado passar.

–Manto, nos leve lá para dentro. - Diz Bobbi.

Ty abre seu manto e envolve nós duas, Tandy e o agente Bradley. Ramírez ficou para obter mais informações. Segundos depois, o manto é aberto e nos encontramos dentro do prédio.

–Este é o primeiro andar, o cofre fica no 3° - Diz Ramírez, pressionando o elevador com frequência.

Olho para os lados. Com certeza há alguma escada de emergência por aqui. Sim, há! Está à minha esquerda.

–Vamos, vamos! - Diz Ramírez.

–Precisamos ganhar tempo. Vou pelas escadas. - Digo.

–Adaga, vá com ela. - Ordena Bobbi.

Não discuto, preferiria ir sozinha para não ter ninguém por perto e ficar preocupada, mas Adaga sabe se cuidar. Abrimos a porta. Tandy vai na frente correndo pelas escadas. Eu, no entanto, salto e agarro no corrimão. Em seguida salto outra vez e agarro-me na parede. Escalo até chegar à segunda porta. Acho que exagerei um pouco na distância entre mim e Adaga. De qualquer forma, subo correndo as escadas para chegar a uma terceira porta com o número 3 estampado. Obviamente é o 3° andar.

Assim que eu atravesso a porta eu descubro porque o elevador está demorando tanto. Ele tenta descer, mas há muitas barras grossas impedindo que ele desça. É um pouco bizarro, mas acho melhor retirá-las. Não dá para pegá-las sem esmagar meu dedos, portanto eu disparo teias. Não dá certo.

Adaga acaba de chegar, não parece tão cansada quanto eu esperava.

–Consegue destruir essas barras?

–Acho que sim. - Tandy cria 3 adagas luminosas e dispara nas barras, porém não adianta muito. Elas continuam intactas.

–Tenta avisar o Ty que o elevador está bloqueado.

–Não temos contato telepático - Resmunga ela. Eu não me referia a isso, mas...

–Desculpa, eu aviso então. - Pressiono o comunicador para falar com Barbara - Melhor virem pelas escadas, não há como desbloquearmos o elevador.

–Certo. - Diz do outro lado, desligando logo em seguida.

Avançamos com cautela pelo andar. O local parece ter sido alvo de uma guerra, ou pelo menos um tiroteio. Está tudo destruído, fora do lugar, vidros quebrados e papéis rasgados. Ah, e uma porta aberta. Porém, a porta do cofre está fechada.

Enquanto Adaga analisa a bagunça, eu vou até a porta do cofre. Há dois locais para por o queixo, provavelmente aonde o Scanner detecta a retina. É interessante notar que se precisa das duas retinas ao mesmo tempo e os dois locais estão numa distância de uma ponta para outra.

Sem querer eu acabo chutando um globo presente no chão. Já dá para saber o que é. Sim, é um dos olhos. E sim, estou com vontade de vomitar mais uma vez.

–Adaga, encontrei uma coisa. - Grito. Adaga rapidamente vem ao meu encontro e também sente muito nojo ao ver o globo ocular no chão.

–Não sei, prefiro não saber para ser honesta.

Naquele instante, Ramírez, Bobbi e Ty entram no andar e andam rapidamente até nós duas. Aponto diretamente para o olho no chão.

–Cadê o outro? - Pergunta Ramírez.

–Não sei, prefiro não saber para ser honesta. - Repito a resposta.

–Temos que encontrá-lo! - Ele diz, com muita raiva.

Não comentei, mas desde que cheguei perto do cofre meu sentido-aranha começou a vibrar. Será que há algo ali dentro?

–Escutem, tem algo lá dentro. - Digo - Precisamos abrir, mas será necessário mesmo alguém tocar nesse olho no chão?

Bobbi provavelmente revirou os olhos ao pegar o globo no chão. Mais uma vez a terrível sensação de vomitar agora. Sorte que temos o Ramírez ao nosso lado. Barbara bota no detector de retinas ao mesmo tempo que Ramírez põe a sua retina. Instantaneamente o cofre começa a se expandir para o lado, abrindo e revelando o que há dentro. Uma mesa com um notebook ligado. Ramírez entra primeiro que todos, rapidamente indo até o notebook. Ele solta um palavrão horrível.

–O que houve? - Pergunto, como se precisasse perguntar.

Ele vira a tela, revelando o nome transferência concluída.

–Este computador possui o nome de todos os agentes do FBI. Vivo, morto, de férias, demitido. Todos os nomes possíveis. - Ele bate com força na mesa. - Com certeza havia um cúmplice.

–Ou Madrox é realmente o culpado. - Digo, sem certeza absoluta. A cada pista eu mudo de posição quanto ao Madrox.

A situação continua estranha. Meu sentido-aranha continua vibrando. Há algo a mais aqui dentro. Começo a tatear a parede à procura de respostas.

–O que está fazendo?

Encontro um pedaço solto na parede, empurro-o e ela gira misteriosamente, revelando uma mulher negra, já numa idade avançada, porém nua e desacordada. Seja lá quem for, gosta de ver as pessoas nuas.

–É nossa chefa! - Diz Ramírez.

A tal chefa, além de nua e desacordada, está amarrada, com a boca tapada e com um troço grande bloqueando seus seios e sua vagina. Pelos números que passam depressa, não preciso perguntar o que seja.

–É uma bomba! - E isso explica a agonia de meu sentido-aranha.

–Se ela detonar, levará cerca de 3 km da área total. - Explica Ramírez.

–Dá para tirá-la com o teleporte? - Pergunta Bobbi ao Ty.

Antes que ele pudesse responder, o agente do FBI responde.

–Não, é muito arriscado. Não sabemos no que este troço está conectado.

Arriscado é o que vou falar agora. Meu sentido-aranha me avisa do perigo, então se eu tentar desarmá-la, ele vai me avisar se tudo se explodirá ou se eu acertei e se terei um final de princesa dos contos de fada.

–Posso tentar desarmar. - Rapidamente explico minha teoria

–Jess, tem certeza?

Eu suspiro e assinto com a cabeça.

–É a única chance. Saiam daqui imediatamente. Tandy, preciso de uma adaga.

Ela projeta a adaga luminosa e entrega-a para mim.

–Boa sorte, agente Drew. - Diz ela, sem aquele tom frio na qual sempre se comunica a mim. Ela sorriu, aliás. Nunca havia sorrido para mim, nem das piadas infames que eu conto. E eu sempre brincava que morreria sem ver a Tandy sorrindo!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem aí os erros que encontrarem.
Ah! Que saudades que eu estava da nossa Jessica Drew!
Quem quiser ler a fic da Garota-Aranha, o link está em meu perfil assim como outras fics que escrevo pelo social spirit