Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 116
Destruidor asgardiano?




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–Loki? Tipo, irmão de Thor? - Pergunto. - Doutor, desembucha o que você...

O doutor Selvig se levanta e sai correndo. Barbara tenta agarrá-lo, mas foi tarde demais. Olhamos para ele correndo de forma esquisita pela chuva. Tentei acertar uma teia nele, mas talvez ele fosse se machucar com a queda - além disso meu sentido-aranha estava me enlouquecendo, mas já parou, e minha visão está obstruída pela água da chuva.

–Ei! Aqui, Loki! - Grita ele.

O tal Destróier mantém-se parado, quieto e olhando para baixo, mais especificamente para a rua. O doutor continua gritando, pulando, chamando a atenção do robô, mas ainda fracassando.

–Olha para cá, seu babaca asgardiano! - Xinga Selvig - Sou eu, Erik Selvig, se lembra? Você mandou eu concluir os cálculos. Saiba que fui interrompido por duas garotas mentalmente problemáticas.

–Ele nos chamou de loucas? - Pergunto para Bobbi. - Se nós somos loucas, então ele é o quê?

Ela não responde, apenas acompanha aquela situação. Vejo a cabeça do robô se abrir na frente. Meu sentido-aranha vibra, aquela vibração que não me faz menstruar pelo nariz.

–Isso não é bom.

–Jess, não! - Bobbi tenta me agarrar, mas imediatamente eu saio de trás do carro. Corro até o doutor Selvig. Chego e tento puxá-lo, mas ele é teimoso.

–Precisamos sair daqui o mais rápido possível.

–Não, você não entende. Loki quer ajudar.

–Meu sentido-aranha vibrou quando essa coisa abriu a cabeça, não me parece coisa boa. - E ele continua vibrando, está mais uma vez latente.

–Jessica, sai daí! - Grita Barbara.

Eu olho para o robô e a cabeça dele está brilhando. Ah não, ele vai disparar alguma coisa. Tento puxar o doutor, mas ele não quer sair. Ele quer mesmo ficar, ser o alvo do robô. Então tudo fica lento, é este o momento para sair daqui, é este o momento em que devo agir rápido e escapar da morte. Odeio este momento. A cabeça do Destróier libera uma energia vermelha, em câmera lenta. Caramba, isso vai doer.

Disparo teias para a direita e me puxo, levando comigo o doutor Selvig. Então fica tudo normal mais uma vez, o disparo foi feito e eu estou salva com o doutor maluco na calçada. Barbara chega até nós.

–Vocês estão bem?

–Bem machucada, isso sim. - Respondo.

–Mortal estúpida! - Diz o doutor, mas com uma voz configurada - Apenas adiou seu destino final.

–Doutor, o que você está falando? - Pergunto, confusa.

–Quieta, imbecil. Sou Loki, príncipe de Asgard e atual dono do trono durante a ausência de Odin e Thor. Deixei este doutor amigo de Thor transtornado, ordenei-o a copiar infinitamente o cálculo da vida eterna para que ele morresse tentando. Mas vocês apareceram. - Aquilo me incomoda. Como o dono de um trono pode fazer uma coisa dessas? - Enviei Destróier para matá-lo, mas matar as duas também valerá a pena. - E então o doutor desmaiou.

Meu sentido-aranha voltou a vibrar. Olho imediatamente para o Destróier, que caminha pesadamente até nós e nos tem na mira. Ele abre a cabeça, preparado para disparar mais uma vez.

–Corre! - Gritamos ao mesmo tempo.

Eu levo o corpo desmaiado do doutor e saio correndo para um lado. Bobbi vai para o outro. Por algum motivo absurdo, eu sou o alvo do robô. Na verdade, não é tão absurdo assim. O doutor está comigo, gênio!

Olho rapidamente para o Destróier e ele vira a cabeça, mirando a continuidade de meu caminho. Imediatamente ele dispara, mas para minha sorte eu escorrego. Ufa, ainda estou viva! Obrigada, chuva. Imediatamente retomo meu caminho correndo sempre para frente. É arriscado, eu sei, mas não posso lutar enquanto protejo o doutor.

Por sorte o Destróier ainda não atirou. Tempo suficiente para que eu virasse a esquina e escondesse o doutor Selvig dentro de um prédio. Deixei-o amarrado em uma cadeira e tirei essa roupa de civil, pondo meu uniforme de Mulher-Aranha. Não é muito adequado virar uma fantasiada, não faria diferença enfrentar o Destróier com casaco ou de roupa colante - na verdade, faria sim. Enfim, não importa.

Eu saio pela janela e escalo o lado de fora do prédio. O robô não prestou atenção em mim ainda, só olha para frente. Pouso com cuidado na calçada, sem intenção de fazer barulho. Claro, com o local todo molhado, eu fiz barulho. Não foi muito e nem o suficiente para ele me ouvir.

Continuo agindo silenciosamente, atravessando a rua agachada e me escondendo atrás dos carros. O Destróier continua olhando para aonde eu fui - minha preocupação é que ele use aquele super-raio e destrua o prédio juntamente com o Selvig. Calma, pense devagar.

De repente tive uma ideia. Pode ser uma ideia estúpida, mas talvez funcione. Arranco a porta de um carro e uso-a para proteger meu corpo. Quando chego a uma distância segura, uso toda minha força e jogo contra o Destróier. Acerto a cabeça, mas a porta quebra ao meio. Ok, foi um plano estúpido. Hora de improvisar o plano B, se der tempo.

Ou basta correr. É, correr é uma boa alternativa. Então eu corro para longe. Ouço os passos pesados e lentos do Destróier. Minha sorte é que ele seja lento. De repente o chão treme levemente e, juntamente, soa um barulho de ferro se chocando. Eu olho para trás e...ele desapareceu? Mas como?

O sentido-aranha responde. Ele começa a vibrar, claro. E essa vibração me distrai, acabo escorregando no chão. Coincidentemente o Destróier pousa bem em minha frente e quase acerta minha perna. Ufa!

A cabeça do robô abre, preparando seu raio destruidor. Hum...Interessante. Ele faz um barulho de superaquecimento enquanto recarrega seu raio destruidor. Disparo teias para o lado e me puxo para a calçada. Rapidamente me levanto e fico parada esperando pelo raio. Ele dispara o raio e...Bobbi aparece para me salvar!

–Você está louca?! - Grita ela - Poderia morrer!

–Eu sei, fiquei distraída. Mas veja, ele está superaquecido. Por isso demora tanto tempo para liberar outro raio. - Explico a ela.

–Genial! Agora precisamos sair daqui. - Ela não pareceu tão animada com minha dedução.

–Fique com o doutor Selvig, Bobbi. - Sussurro para ela, dando instruções de aonde ele se encontra - Vou ficar e, sei lá, atrasá-lo.

–Não! Isso é suicídio, Jessica!

–Você disse que a missão é o Selvig, então leve-o para algum lugar seguro.

–Não vou te deixar aqui, Jessica. Eu já chamei reforços, deixe-o para eles.

Reforços? A SHIELD tem agentes na Inglaterra? Se tiver, eles não serão páreos para uma máquina asgardiana de destruição. Tá, mas eu também não sou páreo, então...

Sentido-aranha de novo! Não é o raio, mas um punho. Empurro Barbara para o lado e então eu agacho-me para escapar do golpe. Consegui. Imediatamente deslizo para a rua e logo fico de pé. Disparo teias nos pés do Destróier e nas pernas também para assim deixá-lo mais lento. Então deslizo por baixo de suas pernas e alcanço Bobbi na calçada.

–Corre! Vou logo atrás! - Grito para ela.

Já ouvia o barulho do Destróier se aquecendo mais uma vez. É isso! Ele transfere calor para a cabeça e então dispara o raio. Se não há calor, não há transferência. Logo, precisamos resfriá-lo.

–Espera. Espera. - Peço para ela.

–O que está fazendo, Jessica? Precisamos sair daqui.

Eu expliquei rapidamente a minha dedução estilo Sherlock Holmes - diria que seria uma comparação adequada, mas o autor é escocês e não inglês.

–Preciso encontrar algo que refresque-o. - Digo - Hidrante, caixa d'água qualquer coisa fria.

–Jess, pára de tentar impedi-lo e vamos sair daqui. Eu chamei reforços, eles podem detê-lo.

–Quem são esses reforços?

–Eles são o...cuidado! - Bobbi me puxa para o lado. Estava tão concentrada em meu plano que ignorei o sentido-aranha.

O Destróier quase acertou um soco em mim. Agradeço à Barbara por isso. Agora que eu percebi, está chovendo e mesmo assim o robô consegue gerar calor. O clima está frio por conta da chuva, deveria esfriá-lo. Será que minha dedução está correta? Tem que estar.

–Vamos. - Barbara ergue-me e me puxa para o outro lado da rua, mais especificamente no campus da universidade. Sim, demos praticamente uma volta no quarteirão para chegar ao mesmo lugar de antes.

O chão treme outra vez, só pode significar uma coisa. Sim, foi concretizado. O Destróier saltou de onde ele estava e pousa bem à nossa frente. Ele ergue os dois braços e prepara-se para bater em nós duas. Rapidamente empurro Bobbi para o lado e salto, atravessando os dois braços - em um curto espaço entre eles, significa que estou magra - e passo por cima do robô. Eu arriscaria um chute na perna do robô, mas tenho medo de quebrar a perna. Melhor não. Novamente prendo seus pés com minhas teias, agora com muitas teias.

Não adianta, ele se livra delas muito facilmente. Então disparo nas pernas, talvez ele perca o equilíbrio. Ou talvez não, como realmente aconteceu. Ele bate com seu punho com força no chão, quase me atingindo, mas eu dou uma estrela para o lado. Então eu salto mais uma vez por cima de sua cabeça. Acho que saltei um pouco baixo demais, então uso a cabeça dele como apoio para um impulso.

–Ai! - Grito de dor. Droga, me queimei! - Argh! - Caio bem feio no chão, de cara na grama. Muito inteligente, Jessica. Muito inteligente.

Rolo para ficar direito, mas minha máscara está coberta de lama, meu sentido-aranha está enlouquecido e estou praticamente cega - consigo enxergar algumas coisinhas. Consigo ouvir o barulho de ferro movendo-se para baixo. Não esperava morrer assim, deitada na lama e para um robô asgardiano destruidor.

Esperei um tempo, mas a morte não veio. Nem o barulho de ferro eu ouço mais. O que aconteceu?

–Jess! - É a Barbara. Ergo-me da lama e retiro minha máscara, tentando entender o que aconteceu. - Você está bem?

–O que houve? Por que não estou morta ou ferida ou esmagada ou sangrando?

–O reforço chegou. - Ela apontou para alguns metros ao lado, aonde um cara forte encara o Destróier. Ela aponta para cima e vejo outros três seres voando.

–Quem são?

–Excalibur.


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Notas finais do capítulo

Comentem aí os erros...
Me empolguei bastante :)