Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 106
A clone


Notas iniciais do capítulo

Ok, mudei muita coisa sobre o Dr. No para encaixar melhor este capítulo. Aliás, já contamos com uma revelação sobre ele no início.
PS:Já podem ler minha nova fanfic: "Vingadores & Novos Vingadores: Avante!"



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Depois de não sei quanto tempo, finalmente encontrei o laboratório aonde o Dr. No está. Não serei sorrateira, apenas invadirei o local, destruirei meu DNA e levarei doutor sob custódia para a SHIELD. Seria menos complicado se eles chegassem logo.

O local está lotado de produtos químicos e me lembra a sala do Zola. Definitivamente o Dr. No trabalhava para a HIDRA, falta saber quem ele é de verdade, quero dizer, o verdadeiro nome dele. Passo por uma mesa e encontro minha máscara. Oba!

Agora mascarada, continuo minha caminhada pelo laboratório até que eu vejo um corpo caído no chão. Pela estatura, é o corpo do misterioso (e satânico) Doutor No. Aproximo-me mais um pouco e chuto-o levemente. Nenhuma reação.

–Ele está morto, Jessica. Não perca tempo aqui. - Diz Julia, aparecendo ao meu lado.

–Não pode simplesmente estar morto. - Respondo-a - Como ele está morto se só estamos eu, ele e o Besouro?

–Não sei.

É apenas intuição. Meu sentido-aranha nada diz a respeito. Como ele morreu? E quando? Preciso descobrir sozinha, já que a Julia desaparecera outra vez. Daqui a pouco ela vira aquele mago careca de um desenho animado.

Agacho-me e analiso seu corpo melhor. Não há perfurações na roupa ou na cabeça, nem vazamento de sangue ou sinal de estrangulamento. Acho que ele ingeriu algo.

–Você está perdendo tempo com ele. - Diz Julia, reaparecendo.

–Por favor, volte quando me der uma informação útil - Retruco. Acho que ela ficou incomodada e não preciso ser vidente para descobrir que sua resposta será igualmente grossa.

–Informação útil? Então que tal se eu disser que seu clone poderá matá-la e substituí-la no futuro que ninguém perceberá a diferença pois são idênticas?

–Ele me clonou?

–Provavelmente, sim.

Convencida, deixo o corpo do doutor em paz e continuo a busca pelo meu DNA. Nada, não encontro o DNA em nenhum lugar do laboratório. Mas encontro várias cortinas cobrindo algo de formato cilíndrico. Eu aprecio o aroma, pois é muito cheiroso. Curiosamente vejo um tubo cilíndrico arranhado e destruído.

–Jessica, puxe este. - Diz Julia, aparecendo em frente a uma cortina laranja e amarela.

Vou até a moça e obedeço. Então eu vejo o corpo de uma mulher nua. A cor da água não ajuda, mas minha intuição diz que ela é branca. E minha intuição também indica que esta sou eu. Calafrios na espinha.

–É tarde demais. - Sussurra Julia.

–Não, eu posso derrubá-la. Acho que ainda está no estágio de adaptação ao oxigênio.

–Não é dela de quem estou falando, mas do que virá.

–E o que virá?

Não sei porquê fiz esta pergunta se eu sei que não gostarei da resposta, principalmente se vier com uma vibração do sentido-aranha - que realmente acontece. Viro-me para trás e vejo um homem de armadura azul e num visual sinistro, seu rosto é pálido e possui uma joia vermelha na testa. No meio da armadura a mesma joia, mas em um tamanho maior.

–É impressionante, não é? - Diz ele, numa voz calma. - Um de meus ex-alunos gosta de fazer clones do Homem-Aranha. Desde que a vi em Madripoor, estive interessada na Mulher-Aranha.

–Quem é você?

–Nathaniel Essex. Aposto que os X-Men mencionaram meu nome em algum momento em Madripoor.

–Sim, mencionaram. E mencionaram que você está envolvido com o Alto Evolucionário.

–Ah, Herbert. Sim, foi meu aluno há algumas décadas. Ele aprendeu bem comigo. Chega de conversa, senão perderemos o nascimento de sua clone.

–Não se eu puder evitar.

Eu disparo teias no tubo e tento puxá-lo, mas sinto algo dentro de minha cabeça dizendo para não fazer isso. É a voz do Essex. Acabo largando as teias e ajoelho-me no chão, como ordena a mesma voz.

–Muito bem, não estrague este momento maravilhoso.

As ordens em minha cabeça são mais fortes do que minha vontade de contrariá-las. É impossível evitar obedecê-las. Ergo a cabeça e vejo minha clone ainda no tubo. Ela mexe os dedos e ergue a cabeça.

–Antes que pense errado, não conseguimos criá-la instantaneamente a partir de seu fio de cabelo retirado há algumas horas, isso é impossível. Ainda lembrando de Madripoor, os ninjas do Tentáculo roubaram seu sangue enquanto estava desmaiada no meio da rua. Se você procurar, encontrará...

–Uma marca em meu ombro - Complemento. Eu lembro dessa marca, mas ela já está cicatrizada.

–Exato! - Ele ri macabramente. - Seu sangue não foi fácil de manusear, já que é radioativo, mas conseguimos controlá-lo. E eis o resultado: Sua primeira clone, que já tem uma identidade própria. Jessica Drew, conheça Cindy Moon.

Vejo Essex esticar a mão e liberar uma energia da ponta dos dedos, destruindo o tubo. A clone sai juntamente com a água e fica caída na minha frente, com o cabelo molhado cobrindo seu rosto. A voz de Essex some de minha cabeça, agora tenho controle sobre meu corpo outra vez. Olho para os lados e vejo Julia Carpenter surpresa e pensativa. Uma ajudinha seria bem-vinda.

–O que houve com o Dr. No?

–No? Morreu por ser arrogante e confiante. Em outras palavras, eu o matei. Agora, contemple meus outros clones prestes a nascerem também.

As outras cortinas descem, revelando outros corpos da mesma forma que minha clone estava. No entanto não são mais clones minhas. Por exemplo, eu identifiquei um homem ali. Ergo-me e encaro Essex, que está confiante e feliz por seu sucesso. Ele não sairá vitorioso daqui. (Cadê os Vingadores quando preciso deles?)

Ele encara meus olhos e sinto a voz dele novamente em minha cabeça. Tento evitar, mas fico ajoelhada outra vez. Percebi que aquele cristal brilhou no momento em que ele me encarou.

–Não vou lutar. Na verdade, estou de saída agora. - Ele ergue o punho fechado e, de repente, uma bola de metal surge do teto. A bola para ao lado de Essex - Nos encontraremos outra vez, Jessica. - Ele sobe no objeto, que se fecha e sai voando.

E lá se vai mais um super-vilão escapando de mim.

Fico parada ali analisando os clones prestes a nascerem. Por que Essex me deixou com eles? Será que pensa que não irei destruí-los? Deixa pra lá, preciso me concentrar na missão de eliminar minha clone primeiro.

Pego uma faca em cima de uma mesa, não muito distante de minha clone para o caso de ela querer escapar de mim. Antes de prosseguir, porém, penso uma segunda vez se devo realmente fazer isso.

–Julia, está por aí?

–Sinto dúvida em você, Jessica.

–Porque estou. Preciso mesmo matá-la? Ela não fez nada demais e você há pouco tempo me impediu de ser uma assassina ao evitar que eu continuasse golpeando o Besouro. Não é contraditório?

Ela fica em silêncio. Ainda não faz sentido que eu confie nela, já que pouco me conta sobre a tal 'missão'. Viro-me e encaro-a. Acho que estamos perdendo tempo nessa dúvida, mas uma parte de mim não quer matá-la. 'Uma parte' é apenas modo de falar, pois 99% de mim não quer matá-la.

–Então?

Ela sorri para mim. Estranho.

–Você é bem mais forte do que parece. Respeitarei qualquer decisão sua, mas o tempo, não. Se quiser matá-la, mate. Se não, então não a mate. Mas saiba que seu futuro depende de tal decisão.

Por fim, ela desaparece. Algo me diz que ela não aparecerá mais.

Ainda estou indecisa. Ponho a lâmina em minha cintura e vou até minha clone. Ela está tentando se levantar, gemendo de dor. Não é para menos, afinal estar deitada em cima de vidro e com o corpo molhado não deve ser nada bom.

–Calma. Eu te ajudo. - Digo para ela, ajudando-a a se erguer.

–Quem é você?

–Eu sou Jessica, sou agente da SHIELD. Escute-me, é complicado explicar, mas você é minha clone. Somos idênticas. - Expliquei para ela resumidamente tudo o que sei. Acredito que ela não ficou confusa, afinal ela sou eu e não sou tão lerda para entender as explicações.

–E qual meu nome? Também é Jessica?

–Não. Cindy Moon. Este foi o nome dado por Essex. - Meu relógio apita! Finalmente um sinal de que eu irei embora! - Cindy, fique aqui. Preciso fazer uma coisa agora.

Ela aceita sem relutar. Afasto-me um pouco e pressiono o comunicador do relógio.

–Agente Drew falando.

–Jessica, finalmente nos respondeu! - Diz Bobbi, com voz aliviada - Estamos quase chegando à sua atual localização.

–Por favor, venham rápido.

Eu olho ao redor do laboratório e fico imaginando o que fazer com os outros clones. Talvez destruí-los, mas aí eu seria uma assassina. Talvez eu possa deixá-los vivos também e tentar explicar tudo aos X-Men. Ou talvez...Ótimo, sentido-aranha, o que você quer agora?

Auto-destruição iniciada! Contagem regressiva: 5 minutos para a destruição do local.

Quem foi que ativou a auto-destruição?! Olho para trás e Cindy continua ali. Talvez Essex tenha ativado à distância. O sentido-aranha vibra outra vez. Desvio acidentalmente de um soco do Besouro, que apareceu misteriosamente. Ele não está com sua armadura completa, apenas com seu capacete e suas asas mecânicas.

Ele está fraco, portanto não tem chance contra mim. Pego-o pelo pescoço e jogo-o no chão. Em seguida, enrolo em minhas teias e ergo-o, levando em meu ombro. Como pesa!

–Bobbi, está me ouvindo?

–Já pousamos, Jess.

–Mande o Manto! O local vai explodir! - O teto começa a desmoronar, quase me acertando.

–Ele está indo!

–Cindy, vem aqui!

Cindy se levanta da cadeira e vem correndo para o meu lado. Neste mesmo instante, o Manto aparece e nos cobre totalmente. Instantes depois reaparecemos do lado de fora da base.

–Quem são eles? - Pergunta Quake. Pelo que vejo, apenas os Guerreiros Secretos estão por perto.

–Este é o Besouro, foi quem me trouxe para cá. E ela é minha clone. Eu explico mais tarde. - Sussurro para Quake - Seria bom dar algumas roupas para ela.


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Notas finais do capítulo

Comentem aí qualquer erro que encontrarem
Forcei muito a memória de vocês? No final do capítulo 59 (Mulher-Aranha vs Wolverine) o sentido-aranha disparou levemente por causa de uma marca no ombro...
Preciso me organizar para saber quantos personagens-aranha eu já introduzi.