Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 105
Labirinto


Notas iniciais do capítulo

Feliz dia dos professores aos professores do Brasil! YEY!
Quer dizer, apenas o feriado foi transferido, a comemoração continua sendo dia 15. Ou mudou?



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–Julia Carpenter? Mas você não...

–Sim, eu morri. Mais ou menos. É complicado explicar.

A mulher me encara nos olhos. Quer dizer, eu acho. Não consigo enxergar através daqueles óculos. Ela só fica parada, não diz nada nem se mexe.

–Então, vai explicar como fugiu do mundo dos mortos?

–Vou, mas não agora.

–E quando?

–No momento em que você escapar daqui.

–Seria de muita ajuda se você me tirasse daqui, então.

–Você já ouviu falar em spoilers? As pessoas não gostam disso, de saberem o que vai acontecer. Mas, posso lhe indicar uma saída. - Ela aponta para seu próprio pulso. De repente, ela desaparece da minha frente.

Puxa, levei um sermão sobre spoilers? Eu acho que sei o que ela quis dizer com essa metáfora. Provavelmente ela não pode interferir no andamento do tempo cronológico, pois as coisas devem se resolver sozinhas e blá blá blá. Ou seja, devo sair daqui sem a ajuda física da moça.

Porém, ela me deu uma dica bem óbvia. Devo usar minhas teias, só que é impossível, estou sem ângulo para saber aonde estou atirando. Pense, pense, pense...Já sei!

É óbvio, devo usar minhas rajadas bioelétricas. Como eu não sei, mas já começo a concentrar o veneno em meu corpo e transferi-lo para minhas mãos. Interessante, sinto as algemas afrouxarem. Movo minhas mãos e consigo libertá-las. Parece que ganho mais força ao utilizar a bioeletricidade. Seguro as correntes em volta de meu corpo e puxo com força. Ótimo, consegui arrebentá-las e estou quase livre. Só falta desamarrar os pés.

Uso toda minha flexibilidade e consigo alcançar a corda que está amarrada aos pés. Espera, não é uma corda normal, mas uma corda energética. Sério, como eles arranjam essas coisas? Acho que não é possível desamarrar meus pés, mas posso desprender a corda do teto.

É exatamente isso que faço. Disparo com minhas rajadas bioelétricas no teto, destruindo exatamente aonde a corda estava conectada. De repente, a corda some, meus pés ficam livres e, claro, caio no chão.

–Ai! - Meu ombro amorteceu a queda.

–Muito bem, Jessica. - Diz Julia, ressurgindo e me erguendo - Não era exatamente a bioeletricidade na qual eu me referia, mas deixa para lá.

–Ótimo, agora que estou livre, pode me explicar como está viva.

–Não era somente a liberdade das correntes que você deveria adquirir, Jessica, mas a liberdade do local inteiro. Assim que você escapar, conversaremos.

Julia caminha para perto da porta e sai por ela. Eu sigo-a, mas ela não está no corredor. Estou conversando com um fantasma? Deixa para lá, melhor continuar meu caminho.

Tenho dois caminhos para escolher, direita ou esquerda. Melhor seguir o que o sentido-aranha diz, ou seja, ir para aonde ele não vibra. Caminho para a direita e nada de vibração. Excelente!

7 minutos depois e eu sempre tenho ido à direita. O local parece um labirinto, pois sempre tenho que escolher entre direita ou esquerda. Nenhum inimigo surgiu, o que é bom. De repente, fico sem saída, só uma parede vazia. Entretanto, meu sentido-aranha vibra levemente. Se há perigo, melhor não arriscar. Ou talvez o 'perigo' seja o misterioso (e satânico) Doutor No. Se encontrá-lo, posso lutar e obrigá-lo a me dizer tudo que desejo saber.

Passo as mãos pela parede, talvez haja uma entrada secreta. Pelo menos há um botão secreto. Empurro este ponto da parede, que vai para frente, depois para a direita, surgindo uma parede metálica com identificador de retina. De repente este identificador solta um brilho e analisa meus olhos. Em seguida, analisa meu corpo inteiro.

–Análise confirmada. Seja bem-vinda, Cindy!

Cindy? Quem é Cindy? Isso foi bem surpreendente. A parede metálica se move para o lado, revelando uma passagem escura. Bingo! Estou sem minha máscara, portanto sem visão noturna. Não tem problema, pois tenho minha bioeletricidade. Concentro-me e minhas mãos brilham. Basta eu continuar concentrada que poderei iluminar o caminho.

O caminho é estreito, muito estreito. Parece uma caverna. Acho que consigo passar, não de pé, mas rastejando é uma possibilidade. Até engatinhar é uma possibilidade.

Sim, consigo passar engatinhando. O braço direito está erguido para iluminar o caminho. Poucos metros à frente, o caminho fica pior ainda de se passar. Devo encostar todo o corpo no chão - antes eu engatinhava.

–Respire fundo - Sussurro para mim mesma - Respire fundo.

Agora sim passo rastejando pela caverna, porém de uma forma bem esquisita. Eu passo de costas para o chão e com as duas mãos no bloco de cima. A única coisa que tenho medo é no caso deste bloco cair. Por favor, que eu não desenvolva claustrofobia depois de hoje.

Ufa, muitos metros depois posso ficar sentada. Minha fantasia está toda suja, rasgando. Meu rosto está na mesma condição. É, poderia ser pior. Fico sentada e recupero o fôlego. Já estou vendo à distância uma saída. O restante do caminho possibilita andar normalmente. Ufa de novo.

–Não vá mais para frente, Jessica. - Diz outra vez Julia, aparecendo misteriosamente.

–Olha, seria de muita ajuda se você me dissesse tudo o que sabe.

–Você deve retornar, confrontar o Doutor No e recuperar seu DNA roubado.

–DNA roubado? O que ele arrancou de mim?

–Um fio de cabelo. Acredite, é importante que ele não tenha acesso ao seu DNA.

–Por favor, explique-me o que acontece.

–Vou explicar quando retornar ao seu quarto na SHIELD, aonde é seguro.

–Mais seguro que uma caverna escura?

–Não. Lá estaremos sozinhas, diferentemente de agora.

Neste exato instante meu sentido-aranha vibra. Não é possível, estou tão perto da saída.

–Aliás, fique longe do bloco de pedra.

Foi só ela dizer aquilo que o bloco explodiu. Joguei-me no chão e protegi minha cabeça. Infelizmente meu corpo ficou desprotegido e diversas pedrinhas voaram para cima de mim, machucando-me. A caverna fica tomada pela poeira. Se já era difícil enxergar antes, agora fica mais difícil ainda.

Apenas vejo uma mão tentando acertar meu rosto. Por puro reflexo eu bloqueio o soco e empurro o agressor. Eu sei que é o Besouro, não preciso enxergá-lo. Consigo ouvir o zumbido vindo dele. O sentido-aranha vibra outra vez, avisando de outro ataque do Besouro. Eu bloqueio o soco e o chute, revidando com uma joelhada e outro empurrão.

Chega de ficar na defensiva. Disparo teias nele, mas erro propositalmente. Foi apenas uma distração para eu disparar mais teia, agora acertando seu capacete, puxá-lo para mais perto e então dar uma cotovelada. Ele cambaleia para trás. Eu continuo atacando, agora com diversos socos na armadura e um chute duplo no ar. Finalmente ele cai no chão e basta prendê-lo em minhas teias.

Pronto. Preso um bandido para a...droga, esqueci que ele encolhe. O Besouro desapareceu ao diminuir de tamanho. Melhor ficar atenta.

Ouço o zumbido dele, só não sei de onde vem. Seria bom um mata-mosca agora. O sentido-aranha vibra, indicando que ele aparecerá atrás de mim. Eu consegui vê-lo voando em minha direção. Tentei agarrá-lo, mas ele voa por baixo de minhas pernas, em seguida cresce de tamanho e me dá um chute nas costas. Caio de cara no chão. Doeu!

Levanto-me depressa antes que ele diminua outra vez, só que ele me dá um chute na cara. Qual o problema dele com meu rosto?

Fico tonta, momento perfeito para que ele me dê mais socos, agora na barriga. Como dói!

Fico ajoelhada no chão, gemendo de dor. E ele só me chuta. O bom de confrontá-lo é que ele não conversa, então não preciso ser humilhada verbalmente.

No momento do terceiro chute eu me defendo. Empurro-o para longe e me levanto. Ugh, meu estômago dói muito. Lá vem ele me atacar outra vez. Rapidamente disparo teias em seu capacete, o que o distrai. Em seguida, jogo-o contra a parede e dou mais socos. Dou com a maior vontade, a maior força possível. Até a minha bioeletricidade é ativa acidentalmente, quebrando toda sua armadura.

–Chega, Jessica! - Diz Julia ao meu lado - Ele já desmaiou.

–Ele continuaria se fosse o contrário. - Retruco, ainda batendo no Besouro.

–Sim, mas ele é um criminoso. Você não. Largue-o e retire o equipamento dele.

–Por que eu devo confiar em você? Até agora não fez nada útil para mim além de um blá blá blá desnecessário.

–Acabei de te impedir que se transformasse numa assassina. Solte-o e veja suas mãos. Estarão tremendo.

Ela tem razão. Eu poderia matá-lo, pois estava cega de raiva. Não me sinto assim desde que fui possuída pelo simbionte. Melhor obedecê-la. Atiro teias no Besouro e retiro as luvas, a parte dos braços e o capacete.

–Volte para lá e confronte o seu verdadeiro inimigo. Daí prometo que você voltará para a SHIELD e nós conversaremos.

–O que eu devo fazer com ele?

–Só não o deixe escapar. Ele deve ser capturado e seu DNA apagado.

–Entendido.


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Notas finais do capítulo

Comentem aí qualquer erro que encontrarem
Ok, preciso falar: Estou ficando sem criatividade para a fic. Não sei mais o que explorar, já fiz tanta coisa que fico sem ideias. Tive dificuldades em escrever este capítulo, a mesma coisa com o capítulo anterior, então estou passando por uma fase turbulenta. [N/Sherlock: É a expectativa para o ENEM. Faltam 10 dias] [N/Deadpool: Uhu!]
E o número de palavras é enganoso, estou desde ontem escrevendo este capítulo.