Homem-Púrpura. Seu nome real é Zebediah Killgrave, um bandido que tentou roubar um gás experimental, mas acabou contaminado. Ele foi preso, mas foi logo solto misteriosamente. Ele não possui super-poderes, mas o gás impregnou seu rosto (por isso a cor púrpura) e ele libera um gás para comandar a mente das pessoas. É por isso que me sentia incapacitada de atacá-lo, eu estava sob o efeito deste gás.

É só isso que encontrei. Nenhuma relação com a HIDRA, a I.M.A. ou qualquer outra organização terrorista. Hoje é apenas um mercenário e vendedor de armas.

Sinto-me culpada por deixá-lo escapar, por isso estou à sua procura. Bobbi e Daisy também estão me ajudando, só que elas estão pilotando duas motos. Não é uma missão oficial da SHIELD, por isso não chamamos reforços. Porém, foi a agente Simmons quem nos deu uma pista de uma provável localização do Homem-Púrpura. Segundo ela, Zebediah está escondido em Hell's Kitchen. Como está de dia, provavelmente não verei o Demolidor, mas sua ajuda seria bem-vinda.

Enquanto viro a esquerda, meu sentido-aranha vibra. Que estranho. A menos que seja o Homem-Aranha prestes a colidir comigo, não faz sentido essa vibração. Agarro-me em um prédio e olho para os lados. Nada de anormal. Volto a balançar-me e...o sentido-aranha vibra de novo.

–Qual o seu problema? - Falo para mim mesma.

–O que disse, Jess? - Pergunta Daisy pelo comunicador. Ops, esqueci que ele está ligado.

–Nada, só falando sozinha. - Respondo. Tenho que tomar cuidado com minhas falas soltas. - Acharam alguma coisa?

–Não, só engarrafamento. Parece que você chegará primeiro que nós duas.

–Certo, então. Manterei vocês informadas caso eu chegue lá.

Eu desliguei o comunicador, só para garantir que eu não fale com ninguém enquanto me xingo.

De repente ouço um zumbido vindo de trás de mim. Um zumbido fino e que se aproxima aos poucos. Conte isso com o sentido-aranha enlouquecendo e...algo surge ao meu lado, dando-me um soco. Só vi isso, não consegui ver mais nada. Bato em um prédio e tento me agarrar nele. Consegui, mas por pouco caio no chão. Eu pouso e olho para cima. Não consigo ver o agressor. Em compensação, as pessoas me encaram como se fosse um monstro.

O zumbido retorna. Olho para cima, mas nada aparece. Será que estou ficando doida de novo?

Acho que não, pois meu sentido-aranha vibra e tudo fica lento. Consigo enxergar a tentativa de soco em meu rosto bem a tempo. Bloqueio e jogo o agressor para longe, mas ele voa. Ele usa uma armadura prateada com 4 asas nas costas e um capacete com o formato de um besouro, eu acho. Ele também utiliza um lança-míssil nos dois braços.

–Quem é você? - Pergunto.

Ele não responde. Na verdade, diminui de tamanho da mesma forma que a Vespa. De repente ele reaparece e me dá outro soco no rosto. Ai! Foi muito forte! Fico caída no chão, mas o homem vestido de mosca colorida agarra-me pelo pescoço e algema minhas mãos. Tento revidar, mas ele empurra minha cabeça contra a parede. Em seguida, ele põe uma sacola e fica tudo escuro.

...

–Acorde, aranhazinha. Acorde. - Diz uma voz, apontando uma luz branca em meus olhos. - Acorde.

Eu abro os olhos e sinto-me tonta. Não é para menos, afinal estou de cabeça para baixo. Meus braços estão algemados ainda e meu corpo está acorrentado. Estou imobilizada. Aliás, retiraram minha máscara outra vez, mas felizmente mantiveram minha fantasia.

Eu vejo um homem limpando uma lâmina. Ele é alto e magro, tem cabelo preto e usa uma máscara de ferro para cobrir a face.

–Olá, teve bons sonhos? - Diz o cientista, em alemão.

–Quem é você?

–Dr. No. Você reconhece este nome? Acho que não, é muito nova para ter assistido àquele filme de 007. Eu adotei este nome porque sou um fã do filme, apesar de ser alemão.

–Nunca ouvi falar em você.

–Não? Pena, trabalhei com seu pai na HIDRA.

–Seja mais específico. Meu pai trabalhou com muita gente criminosa.

–Também trabalhei com Zola, fui assistente dele. Entretanto, eu sempre fui mais inteligente e nunca fui reconhecido. Por isso eu fui embora da organização e montei esta base.

Quanto mais ele fala, mais ganho tempo para escapar. Não posso alcançar minha orelha, aonde está o comunicador, mas meu pulso é acessível. É sempre bom ter um segundo comunicador, principalmente se for invisível e for um relógio disfarçado. Entretanto, ouço novamente aquele zumbido fino. Logo paro de mexer meus dedos, quero ser a mais sutil possível.

Aquele homem de armadura aumenta de tamanho ao lado do Dr. No. Certo, esta frase sairia estranha se dita em voz alta. Começo a pensar se não cair em um filme de espionagem por acidente.

–Ah, verdade. Vocês não se conhecem oficialmente. Mulher-Aranha, este é o Besouro, um mercenário, assassino e silencioso. Ele roubou as partículas Pym e usou em si, mas estavam instáveis. Por sorte, eu estabilizei e hoje ele trabalha para mim de graça como uma troca de favores.

–Besouro? Parece mais uma barata gigante.

Não sei qual foi a reação dele após minha provocação, mas ele não parece satisfeito. O Besouro aponta seu braço para mim.

–Calma, Besouro. Ainda quero ela viva. - Diz o Doutor No, impedindo que o Besouro atirasse em mim. - Ela é importante para meu experimento. Voltaremos já, Mulher-Aranha. Nem tente fugir, senão chamo uma de minhas criações.

Ele diz e sai da sala juntamente com o Besouro. O que será que ele quer comigo?

–Ele quer cloná-la, Jessica. - Diz uma voz feminina. Ótimo, outra pessoa que lê pensamentos.

–Quem disse isso?

–Eu. - Da minha frente surge uma mulher ruiva, vestindo um longo casaco vermelho e óculos da cor dos de Ciclope. - Pode parecer estranho após sua conversa com o Alto Evolucionário, mas eu sou Julia Carpenter.