Convergente II escrita por Juliane


Capítulo 18
Ele




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/544355/chapter/18

Estou dirigindo por cerca de meia hora até que me dou conta que não decidimos de fato para onde vamos. O dia está quase nascendo, não reparei se haviam vestígios no caminho que percorremos e sobretudo não temos nenhum plano. Meu pé afunda no freio e o carro pára com um solavanco e nossos corpos são lançados para frente, Zeke bate com a cabeça no painel eu só não me choquei contra o volante porque mantive minhas bem firmes enquanto segurava, não intencionalmente, mas porque a tensão vai e vem como ondas de calor momentaneamente abrandadas pela água fria.

_ O que foi isso Quatro? - Zeke pergunta enquanto passa mão na cabeça.

_ Desculpe. Me dei conta de que não temos um plano. Acho que deveríamos conversar para decidir por onde começar.

_ Nós não temos um plano? - Caleb pergunta no seu tom arrogante usual.

_ Não, nós não temos um plano. - Repito, desta fez afirmando com ênfase e muita irritação.

_ Então porque não começamos pelo obvio? - Cara diz e eu me pergunto o que seria assim tão óbvio que ainda não sei!

_ Como assim? - Zeke verbaliza meu pensamento.

_ O Departamento. - Caleb conclui como se estivesse vendo "o óbvio" coisa que o resto de nós não pode ver.

_ Por que o Departamento? Eu acho melhor irmos para a Margem, afinal seria importante conversarmos com o líderes da Rebelião, eles obviamente sabem mais do que essa daí - Christina fala enfatizando ironicamente a palavra obviamente.

_ Bem, vão em frente. Conversem com os líderes da rebelião. Após constatarem que estou certa, quem sabe vocês me deem algum crédito. - Nita diz dando de ombros.

_ Cala a boca! Não pedimos a sua opinião! - Christina grita com Nita e apesar de não estar feliz com a sua presença no grupo não vejo porque ficar hostilizando-a a todo momento. Zeke é o maior ofendido com a situação e no entanto depois que saímos do meu apartamento ele não olhou na direção dela e só lhe dirigiu a palavra quando negou a ela o direito de portar uma arma. Ele a está ignorando, é o certo a fazer.

_ Já chega Christina! Tudo o que não precisamos agora é de discussões idiotas. - Eu repreendo.

_ O quê? Você está defendendo essa falsa? - Ela me olha incrédula.

_ Não estou defendendo ninguém! Porque você não faz como os outros e dá sua contribuição sem insultar ninguém?! - Digo a primeira frase entredentes, porque me irrita o fato dela acusar-me de proteger a Nita.

_Você deve achar que eu sou uma idiota mesmo! - Christina fala com a voz carregada de ódio e descrença.

Ela espera uma resposta, mas me mantenho calado, assim como todo mundo, afinal esses rompantes dela estão aumentando ainda mais a tensão e não quero contribuir para uma discussão sem fundamento. Mas ela parece determinada, então continua:

_ Quatro, você está me tratando como uma maldita traidora, desde aquele dia! - Ela continua me acusando.

_ Acho que não é hora para discutirmos sobre isso. - Digo ponderando.

Todos estão nos encarando agora, curiosos para saber sobre o que ela está falando.

_ Você nem ao menos me deu uma chance de defesa. Agora você vai me ouvir. - Ela diz com a raiva e a determinação borbulhando na sua voz.

Não sei o que fazer, não queria expor essa situação para todos, mas estou meio que sem saída.

_ Você quer conversar, vem vamos lá fora. - Eu digo abrindo a porta e saindo para fora do carro.

O dia está nascendo, de modo que a escuridão da noite está dando lugar a um céu alaranjado, o prenúncio de um dia de sol.

Eu esperava que só Christina saísse do carro, mas quando me viro vejo que todos desceram e estão esperando pelo que está por vir.

_ Agora você quer me ouvir né Tobias?! Acho que você quer é evitar a platéia. Mas só para você saber, eu não cometi crime nenhum, não devo nada a ninguém e não tenho porquê me envergonhar! - A maldita Franqueza! Para ela é muito fácil vomitar suas verdades na frente de todos. Não quero a minha intimidade exposta desta maneira.

Não tenho tempo de esboçar reação até que ela desfere outro golpe:

_ A Tris morreu! Você está vivo! Não pode transformar a sua vida num luto constante. Eu tentei te acordar para vida! Não me culpe por tentar! - Ela está gritando agora. E eu de certa forma estou agradecido por ela não ter mencionado o beijo. Então resolvo dar um ponto final a essa situação constrangedora.

_ Tudo bem Christima, eu entendo.

_ Não, você não vai fugir tão fácil assim. Seus olhos me mostram que não está tudo bem!

_ Já chega. Eu entendi! Mas e daí?! Não quero acordar para vida! Não preciso que você tente me salvar sabe se lá do quê!

_ De você mesmo Tobias! Dessa melancolia masoquista que você insiste em carregar nas costas, como se você não fosse digno da vida. Ela morreu para que todos nós pudéssemos viver, foi escolha dela! Quando é que você vai respeitar isso? - Ela fala e dessa vez sem resquício de raiva, mas com preocupação.

_ Olha Christina, eu só quero que você me deixe em paz.

_ Em paz?! Olha só pra você... É isso que você chama de paz?!

_ O que de fato você pretende com isso? - Eu grito, porque estou irritado, porque me sinto pressionado neste momento.

_ Eu só quero que você fique bem! Que supere, da mesma forma que todos nós superamos as nossas perdas. – Ela diz e seus olhos estão complacentes. Eu abaixo a minha cabeça porque não ver os olhares ao meu redor.

_ Nós superamos Tobias. Mas não deixamos nem por um momento se quer de amá-los. Eles se foram, nós estamos aqui. Apenas seguimos, vivendo um dia de cada vez, mantendo a fé na vida, a fé no amor. Dias melhores virão.

_ Por que você não desiste Christina?! Isso não é sobre mim, é sobre você! Não é mesmo?! – Por um momento eu esqueço que tem uma plateia nos observando e exijo uma resposta.

Christina desvia o olhar. Nesse momento eu sei que estou certo e atingi o seu ponto fraco.

_ Todos os meus amigos, o pouco que tenho também desejam que eu siga em frente. Eles me ajudam enchendo a cara comigo, aconselhando-me e na maioria das vezes simplesmente estando comigo pro que der e vier. O que é muito mais do que eu esperava mas sou grato a eles por isso. Mas você Christina, por que tinha que complicar as coisas? - Eu digo num tom calmo e controlado e consciente de que estamos sendo observados.

_ Será que podemos ter um pouco de privacidade! – Christina grita nervosa sabendo o rumo que a conversa vai tomar, se é que posso chamar isso de conversa, parece que a franqueza dentro dela enfim se arrefeceu.

Todos se dispersam disfarçadamente e quando estão longe o suficiente ela prossegue:

_Tobias, não foi intencional. No início eu juro para você que eu estava lá simplesmente para ser sua amiga, ouvir, aconselhar e até chorar junto com você. Mas aos poucos as coisas foram mudando para mim. A forma como você a venera, a doçura que há por trás desses músculos e desse olhar frio. O sorriso que embora fosse tão raro aparecer, quando surgia era capaz de clarear a noite mais escura de todas... Olha, eu sinto muito mesmo. – Ela olha para cima, como se no céu houvessem as palavras que procura.

Eu não sei o que dizer, eu desconfiei que ela tinha algum tipo de atração por mim. Mas ouvi-la descrevendo seus sentimentos dessa forma é no mínimo perturbador.

Christina pigarreia e continua:

_ Eu não pude evitar, todos os dias eu precisava te ver, e dentro de mim crescia uma esperança tola de que um dia você pudesse me enxergar com outros olhos. E naquela noite você me levou ao lugar onde você a beijou pela primeira vez, então eu achei que fosse um sinal. – Ela diz fitando as suas botas, vejo que seu rosto corou.

_ Como é que você não viu o quanto eu estava sofrendo? Eu só te levei até lá porque eu queria estar perto dela, sentir a presença dela! – Eu digo tentando fazê-la entender que em nenhum momento eu lhe dei qualquer motivo para acreditar que eu havia esquecido a Tris, que eu queria outra pessoa.

_ Eu sei, eu sei. Pessoas apaixonadas se iludem facilmente. Me desculpe. Mas apesar de tudo eu me sinto aliviada por poder esclarecer as coisas. – Ela disse "apaixonada". Eu finjo que não ouvi a palavra e por fim volta a olhar para mim.

_ Christina, eu sinto muito. Mas quero deixar bem claro que nunca haverá nada entre nós. Eu não posso. Jamais conseguirei. Jamais haverá outra. – Digo sinceramente, cada pausa evidenciando ainda mais a minha convicção, apesar de saber o quanto estou magoando-a.

Sei que pode parecer que não, mas a longo prazo uma verdade amarga e cruel é muito melhor do que uma doce mentira.

Ela olha dentro dos meus olhos, respira fundo e uma lágrima escapa do seu olho esquerdo, ela disfarça e a seca com as costas do dedo indicador e por educação ou covardia eu mais uma vez finjo não notar. Então ela força um sorriso e diz:

_ Eu sei. As suas atitudes já haviam esclarecido as coisas por você. Tudo bem, está bem claro. Só não me olhe desse jeito, não quero sua pena e muito menos que me trate como uma lunática capaz de te agarrar a qualquer momento. – Ela suaviza a última frase, numa tentativa inútil de soar como brincadeira.

_ Okay. Amigos? - Eu digo lhe estendendo a mão direita.

Ela me olha cautelosamente e sorri, agora verdadeiramente.

_ Amigos! –Ela responde.

_ Não pense que vamos trocar pulseiras de melhores amigos como as garotas da amizade, Zeke ficaria com ciúme. – Eu digo devolvendo-lhe a brincadeira de alguns meses atrás, quando as coisas entre nós eram simples e claras. Eu desejo verdadeiramente que voltem a ser, Christina é uma boa amiga, estou disposto a tentar esquecer toda essa complicação em nome da sua amizade.

Ela ri e diz:

_ Eu não queria mesmo! Só perguntei porque sei lá, você parecia estar realmente precisando daquela coisa de “Best Friends” afinal as coisas ainda estavam estranhas com o Zeke.

Realmente demorou algum tempo para as coisas voltarem ao normal com Zeke, mas por fim ele pôde superar. A pesar dele deixar claro que não se tratava de perdoar já que de fato eu não detonei os explosivos e nem ao menos sabia do plano na íntegra, se tratava apenas de aprender a conviver com a sua culpa de ter deixado que Uriah se arriscasse fora da cerca. E de culpa eu entendo bem.

Seguimos na direção dos outros enquanto afasto esse pensamento. Já tenho uma bagagem pesada de sofrimento para carregar, de modo que posso deixar a culpa adormecida em algum lugar dentro de mim.

_ Tudo certo? - Zeke levanta as sobrancelhas esperando uma resposta.

_ Sim. – Digo e Christina assente com a cabeça.

_ Então, o que decidiram? Aonde vamos primeiro? - Caleb diz e percebo que está impaciente, provavelmente pensando que estamos perdendo tempo.

_ Estamos mais próximos da Margem, de modo que acho interessante aproveitar a oportunidade para saber o que os líderes dos rebeldes sabem sobre o governo. – Descido por fim que talvez seja importante seguimos uma ordem, nem que esta seja apenas uma questão de distância e neste momento me agrada dar algum crédito a sugestão de Christina. E ela esboça um pequeno sorriso de contentamento.

_ Certo! Então vamos lá! - Cara diz.

***************

As estreitas ruas das vielas da que compõe a Margem estão vazias, imagino que seja o horário, ou o medo de que nós possamos representar alguma ameaça, já que o Governo os mantém acuados. Nita vai à frente nos conduzindo, até que por fim chegamos num beco onde no final há um prédio nem ruínas. Apesar do Déjà vu percebo que não se trata do mesmo local em que estive com Nita para falar com a liderança dos rebeldes. E me pergunto se ainda são as mesmas pessoas.

Nita sinaliza para que nos posicionemos ao lado da porta para o caso de haver alguém armado lá dentro. Ela dá três batidas, pára, bate mais uma vez e depois mais duas. Um código. Não demora muito até que um homem baixo e gordo surge na porta.

_ Você trouxe convidados Nita?! – Ele diz encarando cada um nós.

_ Gerald, estes são Zeke, Cara, Caleb, Christina e Tobias. Estamos aqui em missão de paz. Buscamos informações sobre o governo e trazemos notícias dos nossos que foram capturados pelo governo.

Ele fica na ponta dos pés e olha através de nossas cabeças, o que só é possível porque ele está dois degraus acima de nós. Ele abre caminho e diz:

_ Entrem, depressa.

Obedecemos. Gerald nos guia escada a cima e depois de dois andares, chegamos a um corredor com várias portas separadas por intervalos regulares do que parece ser uma média dois metros de cada lado. Gerald pára em frente a última porta e repete o código de Nita três batidas, uma e por fim duas.

Uma outra pessoa abre a porta, Gerald some dentro do cômodo e depois de um minuto retorna e dizendo:

_ Joseph e Mia vão recebe-los.

Nita faz e frente e nós a seguimos. O quarto é escuro, iluminado apenas por uma fraca luz amarelada, as janelas estão com os vidros quebrados, mas os papelões mantém a luz do dia fora daquele ambiente. Vejo no canto direito do quarto uma mesa de escritório, cadeiras e no lado esquerdo dois jovens estão sentados em poltronas que fazem parte de um jogo de sofá velho e pruído disposto sobre um tapete igualmente desgastado. Ao me aproximar, noto um rapaz que provavelmente não tem mais do que 17 anos e uma moça que provavelmente tenha a mesma idade. Eles são muito parecidos, talvez sejam irmãos. Ambos têm a pele branca como leite, coberta por sardas seus cabelos são de um tom de laranja bem incomum que brilham como fios de cobre à luz bruxelante de uma porção de velas dispostas numa mesa de cato que fica entre os dois. E me pergunto se utilizam as velas como um aporte para a pouca luminosidade do cômodo ou apenas para tornar a sua aparência ainda mais fantasmagórica!

Quando estamos próximos o suficiente o rapaz se levanta, inclinando levemente a cabeça para o lado esquerdo indicando o sofá.

O sofá comporta quatro de nós, por tanto opto por ficar de pé, assim como Zeke. Então Gerald pega duas cadeiras e as posiciona atrás de nós. De modo que somos obrigados a nos sentar. Ele se afasta e pára ao lado da porta pela qual entramos, que agora encontra-se fechada.

De volta a sua poltrona o rapaz ruivo nos encara, o silêncio imperando no ambiente.

_ Bem, Joseph e Mia, esses são Tobias, Zeke, Christina, Caleb e Cara. São de Chicago. – Nita diz e o rapaz levanta as sobrancelhas e a moça mantém a expressão entediada como se de fato não estivéssemos aqui. Ele não diz nada, apenas espera que ela prossiga.

_ Como vocês já devem ter ficado sabendo meu irmão foi um dos sete moradores da margem capturados pelo governo. Saí em busca de pistas e descobri que policiais de Chicago haviam encontrado sete pessoas caídas junto a sua cerca. Então rumei para lá, já que não há mais experimentos pelo menos há um raio de 15 mil quilômetros. Deduzi que só poderiam ser dos nossos. E realmente eram, o problema é que todos foram infectados com um vírus de laboratório altamente contagioso que age no sistema nervoso central, desintegrando aos poucos cada um dos lobos cerebrais de modo que os portadores do vírus, depois de um longo e sofrido processo de deterioração acabam morrendo. - Nita explica com tamanha destreza. E me recordo que ela um dia já trabalhara auxiliando Matthew no laboratório de pesquisas do Departamento.

O ruivo chamado Joseph por fim se pronuncia:

_ Você está dizendo que o governo infectou uma professora e uma porção de adolescentes com o um vírus mortal e largou-os junto a cerca do experimento Chicago? - A incredulidade aparente em seu olhos.

Não havia me ocorrido ainda que as pessoas infectadas pudessem de fato ser pessoas tão inofensivas e inocentes. Uma professora e alguns adolescentes. Repito para mim mesmo a última frase com a intenção de digeri-la melhor.

_ Sim, é o que estou dizendo. - Nita responde.

_ Mais vidas perdidas para os tiranos que nos tratam como ratos de laboratório. - Joseph faz a constatação.

_ O que vocês fazem aqui? - A ruiva por fim diz, ainda com aquela expressão de tédio no rosto.

_ Estamos aqui na esperança de que vocês tenham alguma ideia de onde é a base do Governo. - Eu digo.

A ruiva ri com desdém e seu sorriso parece um careta escabrosa desenhada naquele rosto pálido e sardento de boneca.

_ Vocês tem a intenção de atacar uma base militar com soldados treinados e armados até os dentes! - Ela diz a voz seca e rude, perigosamente baixa. Agora os seus olhos estão diminutos como se tentasse enxergar apesar de uma luz ofuscante, os lábios serrados. A ruiva está com raiva.

_ Não estamos pretendendo atacar, estamos investigando a origem do vírus, reunindo o maior número de informações possíveis para que nossos cientistas possam criar um antídoto. - Cara explica e a ruiva desvia os olhos de mim para ela.

_ Que seja! Desde que o meu povo não seja colocado em risco! - Joseph fala e a ruiva, Mia se bem me lembro lança um olhar de reprovação em sua direção.

_ New York, é lá que vocês encontrarão o que procuram. - Joseph diz.

_ New York? - Caleb pergunta intrigado.

_ Sim, uma cidade que antigamente foi uma das maiores metrópoles do mundo. A maior Base Militar do Governo está localizado lá. - Joseph explica.

_ New York??? Vocês sempre souberam desde o início? Por que nunca disseram nada? Meu pai foi capturado e agora meu irmão! - Nita acusa

_ De que isso adiantaria? Não temos condições de lutar contra eles. - Mia diz agora retomando a expressão de tédio de antes.

_ Eu morreria lutando! - Ela cospe as palavras, a revolta evidente nos seus olhos, mas ela não ousa continuar discutindo o que me faz pensar que esses dois talvez sejam mais perigosos do que aparentam ser, caso contrário Nita não deixaria o assunto pra trás.

Joseph se levanta, vai até a mesa de escritório abre uma das gavetas e pega um papel que parece ter sido dobrado várias vezes. Ele pára de frente para mim e joga o o papel na minha direção. Eu o agarro no ar e imediatamente abro, é um mapa, como aquele que vimos no Departamento. O Mapa dos Estados Unidos, como David havia dito.

_ Este é um mapa dos Estados Unidos, através dele vocês poderão chegar a New York. - Joseph diz enquanto puxa do bolso interno do seu palitó um pequeno objeto redondo que joga na direção de Caleb.

_ Você parece ser o mais inteligente de todos, creio que deva saber usar uma bússola. - Ele diz e me pergunto, como ele sabe, Caleb abriu boca apenas para repetir as suas palavras. Os olhos de Caleb brilham com algum tipo de reconhecimento erudito.

Não tenho tempo de concluir o pensamento. Mia se levanta de diz.

_ Saiam daqui agora! Já tem tudo do que precisam! Vão embora.

Não discutimos, apenas nos levantamos e saímos porta fora. Gerald nos acompanha até a saída do prédio e quando já estamos no beco ele diz:

_ Tenha cuidado Nita. Boa sorte!

Ele fecha a porta na nossa cara sem esperar uma resposta.

Caminhamos em silêncio de volta a Pickup. Pelo menos agora temos uma direção. Talvez o homem que esteve com Tris no seu último momento esteja lá também com todas as respostas para as minhas perguntas. Talvez ela esteja viva, escondida em algum canto daquela Base Militar... Eu me permito sonhar como não tenho feito em muito tempo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Convergente II" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.