–você estava em um hospício e eles faziam tratamento de choque em você para ver se você parava de ter “alucinações” como eles falavam. Quando ele te transformou você já estava meio maluquinha e sabia que a transformação te ajudaria. –falei.

O choque transparecia no rosto de Alice, ela não conseguia dizer nada, parecia estar catatônica.

–quem me botou no hospício? –perguntou ela.

–seus pais, eles disseram que não queriam mais uma louca na família, pelo que sei sua avó também tinha esse dom, vocês duas viam o futuro mesmo como humanas. Seu nome é uma homenagem a sua avó, o nome dela era Mary e então seu nome ficou Mary Alice Brandon. –falei e depois sorri. –eu e você jogávamos jogos e fazíamos muitas brincadeiras antes do segundo tratamento de choque, tentei impedir que eles o fizessem, mas foi impossível, eu era apenas uma enfermeira. –acabei dizendo.

–nós éramos amigas? –perguntou ela.

–muito, eu trazia roupas pra você e você passava horas provando-as, você adorava jogar xadrez, pois você sempre vencia, mas isso aconteceu durante apenas três meses, depois eu não podia mais te ver pois você foi levada a área dos realmente loucos. Eu ia te visitar uma vez por mês. –eu falei.

–eu queria poder lembrar. –falou Alice.

–acredite em mim, você não gostaria de lembrar-se de seu passado, há muito poucos momentos felizes nele. –falei.

–como você sabe, você já me conhecia antes de eu ir pro hospício? –perguntou Alice.

–você pensava muito na sua vida, acabei ouvindo sem querer. –eu falei e depois botei minha mão na minha boca.

Fiz burrada, como eu posso ir falando isso assim? Meu cérebro respondeu rapidamente: você é você mesma com eles, eles são sua família.

–desculpe, não devia ter falado assim, devia ter explicado antes. –falei.

–você lê mentes? –perguntou Rosalie.

–sim, mas agora eu posso controlar quando quero ou não ler a mente dos outros. –falei.

–legal, legal, outro que lê mente. O que eu estou pensando? –perguntou Emmet.

“o Barney é muito legal, eu adoro ele” – Emmet pensava.

–isso é muito infantil. –falei e ri.

–o que? –perguntou Emmet.

–o Barney não é legal. –eu falei e todos riram.

–ui! Ninguém concorda comigo! Que injustiça! – falou Emmet fazendo beicinho.

–eu mantenho minha opinião sobre você. –falei revirei os olhos.

–como assim? –perguntou ele.

–ainda acho que você bateu a cabeça quando nasceu. –eu falei.

Esme me olhou feio, Edward, Alice e Jasper prendiam a risada e Rosalie me olhava mortalmente.

–Isabella. –Esme me repreendeu.

–desculpe. –falei. –agora continuando. Jasper você é o próximo. –eu disse.

–o que tem, eu conheço meu passado. –falou ele.

–mas você não conhece totalmente algumas coisas. –eu falei.

–tipo? -perguntou.

–eu conheci Maria, fui eu que a ensinei muitas de suas técnicas de batalha, por um tempo fiquei em seu clã, sai um dia depois de Maria te trazer para o exército, eu vi você se transformar e creio que isso é seu. –eu falei.

Eu tirei meu casaco e por baixo dele havia uma mochila, tirei de lá de dentro um diário e o entreguei a Jasper.

–meu diário. –ele murmurou.

–eu não o li, mas Maria disse que era seu. –eu disse.

–você... Maria?! Exército...–Jasper falava confuso.

–eu sinto ser eu a te informar, mas Maria morreu três meses atrás e pediu para que eu cuidasse de sua herança. –eu tirei dois envelopes da bolsa e dei um a Jasper. –ela deixou uma parte para você e pediu que eu te entregasse isto. –falei.

Enquanto ele lia a carta peguei o outro envelope e entreguei a Alice.

–Maria deixou essa carta pra você. –eu entreguei a carta a Alice e ela pegou meio hesitante.

–pra mim? –perguntou Alice.

–Sim, Maria encontrou o amor dez anos atrás, mas ele morreu quatro meses atrás e então ela armou uma batalha e deixou ser morta, pois não queria mais viver sem ele. Ela me explicou em minha carta tudo, ela pede desculpas e diz que espera que vocês dois a perdoem –eu falei.

–isso me surpreende. –falou Jasper. –Achei que o coração de Maria era de pedra.

–até o mais terrível dos inimigos se torna um gatinho manso quando esta apaixonado. –eu disse.

–Você fala com tanta certeza, você já encontrou o amor? –perguntou Esme.

–não, mas eu já vivi o bastante para saber do que se trata. –eu falei e ri sem humor. –e provavelmente, se eu o encontrasse, não poderia ficar com ele, pois sou perigosa, só o iria fazer sofrer e ter medo. –murmurei.

–o que ela deixou pra Jasper? –perguntou Emmet.

–um tanto de dinheiro e uma casa no Canadá. –eu falei.

–e você? –perguntou Jasper curioso.

–uma casa no norte do Canadá, uma casa em Madri e outra em Londres. –eu falei.

–nenhum dinheiro? –perguntou ele.

–ela sabia que eu ocupo mais uma casa do que dinheiro e ainda ela me deixou um carro. –falei.

–tudo isso? –perguntou Alice. –ela devia gostar muito de você.

–vamos dizer que eu a mudei muito quando á reencontrei 30 anos atrás. –eu falei.

–por que não a mudasse quando se conheceram? –perguntou Edward.

–eu é que precisava ser mudada naquela época, eu matava pessoas, faziam muitas coisas más, não me preocupava com os outros... –eu murmurei.

–Maria tinha muito dinheiro e bens matérias? –perguntou Jasper.

–sim e eu ainda tenho que encontrar algumas pessoas que estão em seu testamento. –falei.

–quem? –perguntou Alice.

–Peter é um. Vocês sabem onde ele esta agora? –perguntei.

–ele vem nos visitar amanhã. –falou Alice.

–que bom. Mas não se surpreendam, eles mudaram bastante. –eu falei e sorri.