Mestiça escrita por Tayná Milene


Capítulo 2
Capítulo 2 - Minha Família


Notas iniciais do capítulo

(Reescrita)! Obrigada a todos que leram e comentaram, vocês são demais!
Espero que gostem!



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EU SAÍ DA CAMA CEDO NO OUTRO DIA, FIZ O CAFÉ DA MANHÃ DE BILLY e Jacob e esperei eles se levantarem. Sentei no sofá da sala e comecei a pensar sobre as coisas que aconteceram em La Push e principalmente sobre a matilha. Não parecia fazer tanto tempo desde que as coisas começaram.

Fazia dois anos desde que Sam havia se transformado em lobo, ele foi o primeiro e eu o ajudei a entender o que ele era, o que havia acontecido e fui eu que contei todas as lendas reais da nossa tribo. Nossa amizade inabalável começou ali e segue até os dias de hoje.

Um mês depois de Sam, Dean se transformou, com a ajuda de Sam ficou mais fácil explicar como as coisas aconteciam em nossa aldeia. Duas semanas e meia depois veio Jared, e a calmaria se instalou por um tempo, até achamos que não haveria mais, mas então quatro meses passaram e Paul se transformou, mais um grande tempo de espera e veio Quil, um mês e duas semanas depois Embry, então dois dias depois veio Jacob. Seis meses depois veio Will, passado três semanas veio Seth e um mês atrás veio Ted. Quanto mais vampiros de aproximavam de nosso território mais garotos se transformaram.

Sam teve um imprinting por Emily, Quil por Claire, Dean por Anabeth, Jared por Kim e Ted por Lori. Um imprinting é como se fosse um amor á primeira vista, mas só que 100 vezes mais forte, é como se você encontrasse sua alma gêmea, então seu mundo vira de cabeça para baixo, não é mais a gravidade que te prende a terra, mas sim a pessoa amada.

Uma semana depois de Paul ser transformado eu tive um pressentimento de que ele logo sofreria um imprinting, mas isso ainda não tinha acontecido. Apenas “lobos” ou “lobisomens” têm imprinting, mas eu sei tudo sobre o assunto, pois eu sempre ouço nos pensamentos deles como é e mesmo sendo estranho quando acontecia, eu ainda achava maravilhoso eles poderem ter a certeza de que encontraram sua alma gêmea.

O telefone começou a tocar e eu atendi.

—Alô.

quem fala?—perguntou a conhecidíssima voz de Charlie.

—é a Isabella. –falei.

ah, oi! Você sabe se Billy quer pescar hoje? —perguntou ele.

—não sei, vou perguntar pra ele, só um minuto. –eu disse e deixei o telefone na bancada.

Bati na porta de Billy e entrei, ele estava se levantando da cama, sorri pra ele.

—Charlie quer saber se você vai pescar hoje. –falei.

—claro que quero, ele já desligou?—perguntou ele.

—ele esta esperando eu perguntar para você, vai falar com ele? –perguntei saindo do quarto junto com ele.

—sim. –ele falou e pegou o telefone. –oi Charlie! Como vai?

oi Billy! Comigo tudo bem, e com você?—ouvi Charlie perguntar.

—tudo ótimo, estava esperando seu convite para uma pescaria, faz tempo que não fazemos isso, temos que colocar as fofocas em dia. –falou Billy.

ah que bom! Eu passo ai daqui a meia hora e nós vamos pescar, tudo bem? –perguntou Charlie.

—pode ser, nos vemos depois Charlie. –falou Billy se preparando para desligar o telefone.

—certo, até mais. –Charlie disse e então desligaram.

Charlie Swan é o xerife da delegacia de policia de Forks, ele conheceu Billy dezessete anos atrás e são amigos desde então. Quando Billy conheceu Charlie não contou a ele sobre mim, pois ninguém poderia saber, mas de quatro anos pra cá, Billy diz a Charlie que eu sou sua sobrinha e que meus tutores morreram e fui parar na casa dele.

Eu usei meu dom com Charlie, para ele me ver com a aparência da idade que ele achava que eu tinha, mas o tempo passou e hoje não se tornou mais necessário. Agora para Charlie eu tinha 17 anos; a história que Billy havia inventado era que meus pais morreram quando eu tinha 10 anos e então eu fui morar com as pessoas que meus pais escolheram para serem meus tutores, mas como eles morreram quando eu tinha 13 anos, vim morar com Billy, pois ele era o meu único parente vivo.

Então eu tive uma idéia, eu iria dizer a Charlie que eu iria morar em Forks, ele contaria para alguém e dali a um dia todos ficariam sabendo, pois em cidades pequenas as fofocas corriam muito rápidamente.

—o café da manhã esta ótimo. –falou Billy tirando-me de meus devaneios.

—obrigada. –falei dando de ombros.

—quando vocês chegaram? –perguntou Billy.

—não olhei a hora que era. Atraí os vampiros para o nosso território, mas só conseguimos matar um, Embry saiu com duas costelas e o braço quebrado. –falei.

—quantos eram? –perguntou ele.

—quatro com o que matamos. –respondi.

—são muitos frios juntos, não é por menos que tantos garotos estão se transformando por aqui. O que aconteceu, eles fugiram? –perguntou.

—exatamente. –eu disse.

Ficamos em silencio por alguns minutos e então eu falei.

—Billy eu vou me mudar semana que vem, dessa vez será permanente.

—para Forks? –perguntou ele.

—sim, perto o suficiente. –falei.

—você sempre vai vir nos visitar não é? –perguntou Billy tristemente.

—que pergunta! Claro que vou. –falei rindo.

—o Jake já levantou? –perguntou Billy mudando de assunto, tentando controlar as lágrimas.

—não, ainda está dormindo. –falei revirando os olhos. –eu vou ir à casa de Sue agora. –eu disse indo em direção a porta.

—fazer o que? –perguntou ele.

—Seth quer jogar vídeo game. Tchau. –eu disse e sai de casa.

—tchau. –escutei Billy dizer.

Corri pela floresta rapidamente e logo cheguei a rua que Seth morava, sai da floresta e andei até a casa dele. Bati na porta e ele atendeu.

—oi Isabella! –disse ele abrindo um enorme sorriso.

—oi Seth, quer jogar vídeo game ainda? –perguntei levantando uma sobrancelha.

—obvio, entra. –falou ele saindo da frente da porta.

—oi Sue, oi Leah. –cumprimentei quando as vi.

—oi. –falaram as duas ao mesmo tempo.

—a Bella veio jogar vídeo game comigo, ela é demais, por isso que eu a adoro. -falou Seth e eu revirei os olhos com seu drama. –os outros são uns chatos a maior parte do tempo, com exceção de Jacob.

—Seth, você sabe que você é como um irmão pra mim, não, você é um irmão pra mim e eu também te adoro. –disse rindo e entrando na onda dele.

—viu Seth, você tem duas irmãs que me ajudam a cuidar de você. –falou Sue bagunçando os cabelos do filho.

—eu não preciso que ninguém cuide de mim! –declarou ele.

—vamos jogar ou não? –perguntei a Seth.

—claro que sim. –respondeu ele indo até a sala e ligando o vídeo game.

—qual jogo? –perguntei.

—pode ser de corrida? - Seth perguntou.

—claro. –falei me sentando ao seu lado no chão da sala.

Começamos a jogar, ele estava me ganhando, mas na ultima volta assumi a liderança e acabei ganhando. Passamos a manhã assim e no final ganhei 5 vezes e Seth 4.

—vai almoçar aqui Bella? –perguntou Leah.

—não, Jake morreria de fome se eu não fosse pra casa. –falei rindo saindo de casa. –vou indo, até outro dia.

—até. –ouvi os três dizendo juntos.

Corri de volta para casa, Jacob estava assistindo TV, estava indo para cozinha quando Jacob me parou.

—quem ganhou? –perguntou ele.

—eu é claro. –falei rindo e Jake riu também.

—o que vai ter pro almoço? –pediu ele e eu ouvi sua barriga roncar.

—lasanha. –falei revirando olhos.

Preparei a comida rapidamente e arrumei a mesa, Jacob veio para a cozinha almoçar e eu me sentei a mesa para fazer companhia a ele.

—Jake, eu vou me mudar. –falei e ele quase caiu da cadeira.

—que? Quando? Como? Onde? –perguntou ele rapidamente.

—calma, eu só vou pra Forks, vou vir aqui todos os dias. –eu disse o acalmando.

—ufa, achei que ia perder minha irmã! –falou Jacob e eu ri.

—você nunca vai me perder. –falei.

Depois de ele acabar de comer eu tirei as coisas da mesa e lavei-as, Jacob havia ido para a garagem melhorar o motor da moto dele e então eu fui até lá.

—eu já te agradeci por ter me dado essa moto de presente? –perguntou Jacob quando me viu entrar.

—mais de mil vezes. –respondi rindo.

—então agradeço mais uma vez. –falou ele rindo também.

—eu tenho dinheiro, não o uso pra nada, então faça bom proveito. –falei pra Jacob.

—é verdade, se não fosse por mim você não teria comprado quatro carros, três motos e aquele jet sky maneiro, você não gostaria de corridas, nem de apostas, você não saberia consertar NEM uma pipa, você não teria nem mexido na sua herança, mesmo tendo aquela bolada toda lá, você nem saberia o que é uma ferramenta, resumidamente você seria uma chata. –falou ele e eu ri.

—é verdade, se não fosse você eu seria uma chata andando a pé, então obrigado maninho. –falei revirando os olhos.

—que maneira mais legal de gastar a herança do que com isso? –perguntou Jacob levantando uma sobrancelha.

—eu teria sim gastado um pouco da minha herança se não fosse por você, ta bom? –perguntei.

—é? E com que? –perguntou ele.

—com as duas faculdades e meia que eu fiz. –eu disse.

—é verdade, mas você ainda seria chata e então confessa, você me adora e adora que eu te fiz gostar de carros e motos. –falou ele rindo.

—tudo bem eu confesso. –eu disse para ele parar com aquele ataque de infantilidade e indo ajudá-lo a melhorar o motor.

—onde Billy foi? –perguntou Jacob.

—pescar com Charlie. Mas você não sabia? –perguntei.

—Billy só deixou um bilhete dizendo que você foi jogar vídeo game com Seth. –disse ele dando de ombros.

Eu havia herdado muito dinheiro de minha mãe biológica, mas eu não ligava muito pra isso, mas quando Jacob fez a carteira me obrigou a comprar carros e motos para podermos apostar corrida. E um JET SKY, PRA ELE, pois eu nunca usei. Eu havia gastado minha herança apenas com minha faculdade, mas Jacob me fazia gastar com outras coisas, mesmo contra a vontade.

Meus carros e minhas motos estavam na casa de minha mãe biológica que ficava em Forks, a qual eu também havia herdado. Eu e Jacob havíamos feito um galpão lá e colocado uma grande oficina na garagem, onde nós e os meninos passávamos sempre um bom tempo.

—Bella, você não vai me contar o porquê de você reunir o conselho? –Jake perguntou me tirando de meus devaneios.

—não Jake. E por que você e todo mundo continuam a me chamar de Bella, eu não gosto muito desse apelido. –falei mudando de assunto.

—todos já se acostumaram com ele e eu não tenho culpa se eles gostaram do apelido que eu te dei. –falou ele dando uma gargalhada.

—parece nome de cachorro. –reclamei.

—faz sentindo, você vive cercada de cachorros. –falou ele gargalhando ainda mais e com essa eu tive que rir.

—tudo bem, cachorrão. –eu falei rindo.

—você sempre inverte a piada. –ele disse e riu.

—você se lembra de quando eu te apelidei de Jake? -perguntei.

—claro. Todo mundo me chama assim agora. –falou ele e nós rimos.

Passamos o resto da tarde brincando e melhorando o motor da moto, já estava quase escurecendo quando escuto o carro de Billy chagando e então eu saí da garagem deixando Jacob sozinho.

Vi que Billy saía do carro, junto com Charlie. Billy tinha uma Picape Chevy 1953, que eu e Jacob chamávamos de vovó, pois ela é super velha e não passa dos 80 Km/h e ainda era toda acabada, nós dois tentamos fazer ele trocar de carro, mas Billy tema em dizer que ela é da família e ele nunca vai trocá-la.

—Isabella, o Charlie vai jantar aqui. –anunciou Billy.

—que bom, mas eu ainda não fiz o jantar, vocês se importam de esperar um pouco? –perguntei sorrindo.

—claro que não. –falou Charlie sorrindo pra mim.

—ótimo, já vou preparar algo. –falei.

Eu fui pra cozinha preparar o jantar. Nossa casa era média, tinha quatro pequenos quartos, um meu, um de Jacob, um de Billy e um das gêmeas, tínhamos uma cozinha, uma sala bem pequena, um banheiro e uma pequena garagem.

Quando acabei o jantar coloquei três pratos na mesa e chamei Billy, Charlie e Jacob para comerem. Eles se sentaram a mesa junto comigo e eu os servi.

—não vai comer Isabella? –perguntou Charlie.

—eu comi antes de vocês chegarem, achei que eu não precisaria fazer o jantar hoje. –falei a primeira coisa que veio na minha cabeça.

—ah, desculpe dar trabalho. –disse Charlie envergonhado.

—não tem problema, adoro cozinhar. –falei sorrindo.

—ah, quem dera eu ter uma filha como você. –falou Charlie.

—como esta Renée? –perguntou Jacob.

—muito bem, ela esta adorando trabalhar no jardim de infância. –falou Charlie.

—sabia que vou morar em Forks? –perguntei a Charlie.

—sério garota, muito legal, mas você vai sozinha? –perguntou Charlie.

—sim, meus pais tinham uma casa em Forks que foi deixada para mim, Billy já fez muito por mim, agora tenho que seguir minha vida. –falei e sorri.

—você vai parar de estudar? –perguntou Charlie.

—não, vou me matricular na escola de Forks e arranjar um emprego. Billy vai me emancipar, então tudo o que eu fizer vai ser por minha conta. –eu disse.

—isso é bom garota, ser independente, parabéns, mas acho que você é muito madura para sua idade. –disse Charlie rindo.

—eu continuo achando que Isabella nasceu com uma mente de 25 anos e continua envelhecendo todos os dias. –falou Billy rindo, assim como Jacob e eu.

Depois do jantar Charlie e Billy ficaram conversando na sala e eu e Jake fomos para a varanda conversar.

—ficar um dia de folga foi bom, queria saber quem esta rondando com Seth hoje em meu lugar. –falou Jake se sentando.

—vi na mente de Sam que Paul ficou em seu lugar e Seth só precisou ir hoje depois do almoço. –falei.

—na primeira semana que eu estiver em Forks alguém tem que ficar em meu lugar. –falei.

—eu sei, mas provavelmente vai ser Jared. –disse Jacob.

Ficamos alguns minutos em silencio, cada um absorto em seus próprios pensamentos.

—Billy me disse que o conselho se reunirá hoje as 22:00 horas. –falou ele.

—isso é bom, quanto antes melhor. –eu disse.

—não vai me falar o por que de reunir o conselho? –perguntou ele e eu ri.

—não seu metido. –murmurei ainda rindo.

Passamos mais um tempo conversando banalidades e então Charlie saiu de nossa casa, se despediu e foi embora.

—vou tomar um banho. –falei a Jacob e entrei em casa.

Fui até meu quarto, peguei uma roupa em meu guarda roupas e me dirigi ao banheiro. Tomei um banho rápido, me troquei e fui até a sala falar com Billy.

—Billy, decidi que vou me mudar essa semana, o quanto antes melhor, e já está quase tudo certo, esta bem? –perguntei.

—sim, mas vou sentir sua falta. –falou ele.

—eu também vou, mas não se preocupe eu sempre vou vir visitar vocês e ainda vou fazer rondas e participar do conselho. –eu falei o abraçando.

Vi que uma lágrima caiu do rosto de Billy, uma coisa rara de acontecer.

—não fique assim. –falei.

—não quero te perder de novo. –falou Billy.

—você nunca me perdeu e sabe que eu só sai da casa aquela vez para a proteção de vocês. –eu disse.

—você pode não ser minha filha biológica, mas sempre vou te ver como a garotinha que deixaram na porta de minha casa. –falou Billy e depois sorriu. –desde quando eu sou tão sensível? –ele falou consigo mesmo. –só vê se não me esquece ta?

—você é o melhor pai do mundo, como eu vou te esquecer? E falando em sensibilidade, só não chore como você chorou no casamento de Rachel ou quando Rebecca se mudou pra ir pra faculdade. –eu falei e nós dois rimos.

—já vou indo para o local da reunião do conselho, nos encontramos depois. E avise a Jake que eu já fui. –falei me levantando e caminhando pra fora de casa.

Comecei a correr para a montanha, aquela sensação de liberdade quando eu corria me dominando, era sempre assim, não prestava atenção em nada, as coisas passando como um vulto.

Logo cheguei ao topo da montanha, fui até um local onde havia grandes pedras e lá fiz uma fogueira enorme, coloquei alguns troncos enormes ao redor dela para nós nos sentarmos e fiquei observando a noite.

Só dava para escutar o barulho dos grilos, o céu estava coberto de nuvens, como sempre, mas dava pra ver que a lua estava cheia naquela noite, o vento estava fraco e ainda assim o clima estava um pouco frio para os humanos, mas eu não sentia frio, assim como os lobisomens da matilha.

Logo escutei passos e vi que Harry estava ali junto com Sue e Seth, logo atrás deles estavam Jared e Kim seguidos de Quil.

—ola, vejo que já arrumou as coisas Isabella. –falou Harry.

—só falta a comida. –falou Quil.

—mãe, você trouxe, não é? –perguntou Seth olhando carinhosamente para a mãe.

—sim, você acha que eu deixaria vocês passando fome? –perguntou Sue.

—Carli me pediu pra avisar que ela também vai trazer comida. –falou Kim sorrindo.

—estou morrendo de fome. –falou Jared.

Jared se sentou em um tronco de árvore próximo ao meu e Kim veio sentar ao lado dele. Sue e Harry sentaram em uma grande pedra de frente para nós. Seth veio se sentar ao meu lado e Quil se sentou no chão bem próximo a fogueira.

As comidas foram deixadas em cima de uma pedra. Logo Sam chegou de mão dadas com Emily, eles se sentaram em um tronco de árvore perto de onde Harry estava sentado. Billy chegou em seguida acompanhado de Jacob.

Billy se sentou perto de Harry e Jacob sentou no chão ao lado de Quil. Chagaram então Carli, Anabeth, Dean, Lori e Ted. Carli colocou as comidas que ela trouxe junto com as outras e foi se sentar ao lado de Billy, Anabeth e Dean se sentaram juntos no mesmo tronco de árvore que Jared e por fim Lori e Ted se sentaram no chão.

Depois vieram Paul, Embry, Will e Trévor. Os três primeiros se sentaram no chão e Trévor se sentou no mesmo tronco de árvore que Sam.

Eu fechei os olhos e me concentrei nos barulhos da floresta, escutando para ver se ninguém estava por perto, escutei o coração de todos os presentes, isso me acalmava.

—bom, agora vamos começar. –falou Harry.

—já era sem tempo, to morrendo de fome. –falou Embry.

Harry apenas riu, as carnes começaram a ser assadas na enorme fogueira e eu me levantei para começar a falar.

—bem, eu reuni vocês hoje porque tem uma coisa raríssima acontecendo, nunca vista entre os Quileutes. –eu falei.

Eu olhei Sam, imaginando o quanto ele ficaria surpreso pela notícia e o quão desconfortável para ele seria escutar os pensamentos de Leah, que ainda é apaixonada por ele.

—bom, primeiramente eu queria dizer que pelo que sei isso nunca aconteceu, mais uma pessoa vai entrar para a matilha. Só que há um único problema: o próximo membro da matilha é uma mulher, mais precisamente Leah. –eu disse.

—como isso é possível? –perguntou Trévor visivelmente surpreso.

—eu não sei explicar como isso aconteceu, mas até a próxima semana Leah entra pra matilha, acredito que tenha alguma coisa a ver com a evolução da espécie. –eu falei.

A expressão de todos era de choque, mas depois de um tempo em silencio, alguém falou.

—que problema há nisso? Ta, Leah é uma mulher, isso é estranho, mas qual a importância? Vamos ter mais uma mulher na matilha, não é como se já não convivêssemos com uma. –falou Ted contente.

—ele tem razão. –falou Sam. –não vai ter diferença nenhuma.

E então todos sorriram, principalmente Harry e Sue, pais de Leah. Mesmo preocupados com a filha, estavam muito orgulhosos dela ser a primeira mulher lobo.

Emily se levantou e assumiu meu lugar no centro do círculo, ela olhou para Sam com muito amor e começou a falar:

—bem, sei que não é hora nem local para isso, mas tenho uma notícia maravilhosa, Sam, amor, você vai ser pai!

 

Emily começou a chorar na hora e Sam quase não conseguia esconder a emoção. Todos bateram palmas. Eu voltei ao meu lugar e todos foram parabenizar os futuros pais.

—agora vou ter mais alguém pra brincar já que Quil sempre rouba Claire de mim. –falou Seth e eu ri.

—ela é o imprinting dele, o que você queria? –eu pedi ainda rindo.

O resto da noite passou rapidamente, todos comeram, com exceção a mim, claro, depois brincamos e contamos histórias, como uma família. Era sempre assim nas reuniões, nós agíamos como uma família de verdade, depois de algum tempo os mais velhos iam embora e então os jovens faziam festa, palhaçadas e besteiras, e então eu tinha certeza: essa era minha família e sempre seria, nunca mais iria deixá-los.

Depois de muito tempo me divertindo, olhei no relógio, já passavam das 4:00 da manhã.

—gente, hora de ir embora, já passam das 4:00 da manhã. –eu falei.

—nossa, nem vi o tempo passar. –falou Will.

—que coisa, ainda tenho que fazer a ronda. –falou Paul.

—eu também. –Dean falou tristonho.

—ninguém precisa fazer ronda hoje até as onze da manhã, eu vou fazer sozinha, podem ir embora descançar um pouco. –eu falei.

—obrigado. –falou Quil bocejando.

—tudo bem. –eu falei e todos foram embora, exceto Jacob.

—quer que eu te faça companhia? –perguntou ele.

—não. Pode ir e avise a Billy por mim que eu chegarei a tempo de fazer o almoço. –eu mandei e Jacob foi embora também.

Eu me deitei próximo a fogueira, eu não iria fazer a ronda andando e sim ouvindo as mentes das pessoas. Fechei os olhos e deixei as vozes entrarem em minha mente, outras mais conhecidas, outras nem tanto.

Depois de uma demorada busca não encontrei nenhuma mente estranha em La Push, então resolvi vigiar as de Forks e ver se não havia nada estranho, já fazia quatro meses que eu não ouvia a mente das pessoas de Forks, pois chegar tão longe me deixava exausta por alguns dias.

Eu não lia seus sonhos, já que eles estavam dormindo, mas sim seus pensamentos mais profundos.

O primeiro que resolvi ler foi o de Charlie: O dia foi um tédio, nenhuma ocorrência, fiquei jogando cartas, como sempre...

Não havia nada de estranho que Charlie tivesse percebido, então parti pra mente de Jessica Stanley, aparentemente uma adolescente, que adorava fofocas: os Cullens são tão estranhos, a família toda é estranha, todos adotados, mas mesmo assim os olhos de todos são dourados e todos são tão lindos...

Cullens? Quem são os Cullens? Estranhos? Olhos dourados? Lindos? Eu não conheço nenhum Cullen, os olhos são dourados, então se forem Frios são vegetarianos. Resolvi não me preocupar mais e passei para outra mente.

Fui ver as mentes do hospital, parei na mente do Dr. Richardson que estava de plantão: Tomara que o Dr. Cullen consiga operar aquela paciente, ele é um ótimo medico, o melhor que já conheci...

Espera ai, se os Cullens forem Frios o Dr. Cullen deve ter um ótimo autocontrole para trabalhar como médico. Espera, Cullens? Eu conheço esse sobrenome, eles são os Frios vegetarianos que estiveram aqui 70 anos atrás e fizeram o tratado com os Quileutes.

Será que são os mesmos Frios? As lendas contam que eles eram vegetarianos, tomavam sangue de animais, então não são perigosos para os humanos e nós não podemos matá-los, pois não podemos quebrar o tratado.

Então eu decidi que iria pra Forks hoje, deixar tudo preparado para minha mudança, iria me matricular na escola, arrumar um emprego e ficaria de olho nos Cullens.

Olhei no meu relógio novamente, já era 5:30 passadas e logo o sol começaria a nascer. Sentei-me, eu nem havia reparado que a fogueira tinha se apagado.

Fiquei um tempo sentada, pensando, de olhos fechados, mas então os primeiros raios de sol começaram a tocar minha pele. Quando olhei para ela, vi que brilhava, como se ela fosse feita de milhares de pedacinhos de diamantes, isso sempre ocorria quando o sol tocava minha pele.

Fiquei olhando o nascer no sol, adorava fazer isso, quando não se dorme tem que se achar outras coisas para fazer para não se ficar mortalmente entediada. Na maioria das vezes, o sol só pegava nas montanhas, pois havia muitas nuvens para ele chegar em locais mais baixos.

Voltei a observar os pensamentos das pessoas, que agora acordavam e se preparavam para as diversas atividades de seu dia, como ir a escola ou ao emprego.

Entrei na mente da secretaria da única escola de Forks, Sra. Coop: As notas dos Cullens são tão boas, os professores sempre reclamam que nunca conseguem surpreende-los e eles são tão lindos! Parecem que saíram da capa de uma revista de moda...

Parece que muitas pessoas estão pensando nos Cullens ultimamente, o que reforça minha teoria de que são vampiros, pois os frios sempre chama muita atenção. Entrei em outra mente, dessa vez de uma garota muito legal que conheci em Seattle enquanto fazia compras, Ângela Webber: Hoje vai ter teste de calculo, tomara que eu ma saia bem, tomara que o Sr. Tanner faça uma prova fácil, não tive muito tempo para estudar...

Ângela é uma garota legal, sempre desejando o bem para os outros e nunca a flagrei pensando mal de alguém. Ela é o tipo de garota que eu gostaria de ser amiga e é o que eu pretendia fazer, já que irei estudar na mesma escola que ela.

Fui então para a mente do garoto que Ângela gosta, Ben Cheney: Tomara que Ângela vá ao colégio hoje, vou chamá-la para o baile de primavera, mas acho que ela não vai aceitar, nem sei se ela gosta de mim...

Ben gostava de Ângela também, mas nem um dos dois até agora teve coragem de falar com o outro, mas parece que as coisas vão progredir agora.

Me levantei e comecei a prestar atenção apenas nas mentes de La Push, só verificando se nenhum inimigo passaria as fronteiras.

Prestei atenção nas mentes de Billy e Jacob, os dois já estavam acordados. Voltei a prestar atenção em todas as mentes ao mesmo tempo enquanto descia a montanha, o barulho era ensurdecedor.

Raramente dava sol em La Push ou em Forks, o tempo sempre era nublado ou chuvoso. Quando dava sol eu não saia de casa, pois as pessoas não poderiam me ver, ou ia à praias desertas um pouco depois do termino dos territórios de La Push, onde as terras não pertencia aos Frios nem aos Lobos.

Eu gostava de não sentir frio, pois assim eu e os lobos podíamos ir a praia sem roupas adequadas para banhos em águas congelantes. A praia que normalmente frequento é uma das mais desertas, pois é muito perigosa para os humanos e não é muito bonita para poder ser visitada por turistas, fora que seu acesso é muito difícil, as vezes tinham alguns corajosos que iam para lá, mas desistiam em menos de 5 minutos, sendo assim eu não corria o perigo de ser vista.

O sol já havia sumido atrás das nuvens, agora eu me aproximava da cidade, hoje é sexta então muitas pessoas andavam por ali. Fui diretamente para casa, caminhando lentamente, precisava trocar de roupa. Quando cheguei, o carro de Rebecca estava parado em frente a casa, corri lá para dentro e pulei nela, ela riu e me abraçou.

—como vai Bella? –perguntou ela me soltando.

—bem e você? –perguntei em resposta.

—ótima. –falou ela rindo.

—acredita que ela só vai ficar até hoje á tarde? –perguntou Billy para mim.

—eu sei, eu sei, é pouco tempo, mas eu tenho uma prova segunda e tenho que estudar. –explicou-se Rebecca.

—bem, eu vou dar um pulinho em Forks hoje, então acho que nós duas vamos ficar aqui por pouco tempo. –falei.

Billy resmungou algo e nós duas rimos, ele não gostava de ter as filhas “tão longe de casa” como ele sempre dizia.

—pra onde você vai se mudar? –perguntou Rebecca. -Billy comentou que você iria sair de casa.

—pra Forks, acredita que ele ta fazendo drama só por que eu vou me mudar para a cidade vizinha? –perguntei a Rebecca.

—você sabe como papai é. –falou ela rindo.

—Hey, não falem como se eu não estivesse aqui. –reclamou Billy emburrado.

—tudo bem, mas Isabella, por que você vai se mudar? –perguntou Rebecca.

—eu preciso sair de casa, já tenho idade o suficiente e quero ser independente. –respondi falando o que Rachel disse quando saiu de casa.

—não use a frase de Rachel, invente uma melhor, seja mais autêntica. –falou Rebecca brincando.

—Jacob! –escutei Paul chamando.

— Isabella, avise a ele que Jacob foi ao mercado para Rebecca e que ele logo volta. –falou Billy pra mim.

—tudo bem. –eu disse saindo.

Paul estava como todos os lobos: só usando um short. Ele tinha cara de impaciente e quando eu apareci sorriu.

—Jacob foi ao mercado, mas já volta, Rebecca esta ai. Quer entrar um pouco? –perguntei e ele assentiu.

—faz tanto tempo que não vejo Rebecca que acho que nem a reconheceria mais se a visse. –falou Paul andando até a casa.

Nós entramos juntos e então Paul viu Rebecca, ele ficou com cara de bobo, como se visse o sol pela primeira vez. Então eu soube que Paul havia acabado de ter um imprinting com Rebecca. Eu estava certa sobre isso!

—Rebecca, Paul queria que você e Jacob o acompanhassem à praia, mas como Jacob não esta você poderia ir com ele se quiser.

—Tudo bem se eu for pai?  –perguntou Rebecca a Billy que assentiu.

—podem ir. –eu falei por Billy e os dois saíram de casa.

—por que você a mandou ir com ele? –perguntou Billy desconfiado.

—Paul acabou de ter um imprinting com Rebecca, acho que os dois precisam ficar um tempo a sós. –falei e Billy sorriu.

—Rebecca e Paul? O que mais eu poderia querer do que uma filha feliz? –ele me perguntou.

—três filhas felizes. –eu respondi e Billy deu uma risada.

—é verdade... –ele murmurou.

—eu só vou me trocar e sair de novo, mas vou chagar a tempo de fazer o almoço pra vocês. –eu falei.

—tudo bem. –disse Billy.

Eu fui até meu quarto, me troquei e sai de casa, corri na velocidade vampiresca para o lado dos Frios da fronteira. Estava tudo tranquilo nos primeiros quilômetros que eu andei e então decidi voltar.

Sentei em um tronco de árvore caído, perto da divisão dos dois territórios, fiquei aqui por algum tempo, escutando os pensamentos, mas não havia nada de anormal.

Quando olhei no relógio de novo, já era 11:00 horas e então fui para casa, cheguei e entrei na sala. Billy estava com um Jacob muito bravo sentado num sofá ali.

—o que foi Jake? –perguntei.

—só que me faltava ter um amigo sofrendo imprinting com minha irmã! Paul é um idiota. –falou ele rosnando.

—Jake, o bom é que você o conhece e sabe que ela será feliz. –falei colocando a mão em seu ombro.

—vou sair. –disse ele se levantando abruptamente e saindo de casa.

Vi que Billy ia segui-lo e então botei a mão no ombro dele.

—ele precisa ficar sozinho, quando ele voltar vai estar mais calmo. –falei.

—tudo bem. –falou Billy.

Fui para a cozinha e fiz o almoço. Sabia que Paul iria almoçar aqui então cozinhei para quatro pessoas. Logo Rebecca chegou, com Paul logo atrás dela, e sentaram-se à mesa, então Billy se juntou a eles.

—cadê o Jake? –perguntou Rebecca.

—chegou e logo saiu de novo, daqui a pouco ele volta. –falou Billy.

—onde ele foi? –perguntou Paul.

—ele se irritou com um certo acontecimento e foi esfriar a cabeça. –falei sugestivamente, Paul não notou.

—não vai comer Bella? –perguntou Rebecca.

—eu comi enquanto preparava a comida. –falei e Rebecca revirou os olhos.

Rebecca não sabia nada sobre a matilha e nem sobre mim. A história que eu e Billy contamos a Rebecca, Rachel e Sarah é que eu tinha uma doença que me fazia crescer rapidamente e depois parar. Sarah, minha mãe, desconfiava muito, mas não questionava; Rebecca e Rachel sempre acreditaram; Jacob, enquanto ainda não era lobo, também acreditava.

Alguns dias antes de Sarah morrer eu havia decidido contar a verdade à ela e só estava esperando o dia certo para isso, mas ela morreu antes que eu pudesse fazer qualquer coisa. Sarah morreu num acidente de carro, ela estava dirigindo quando viu que um carro estava tentando ultrapassar um caminhão em uma curva, ela tentou desviar, mas o carro acertou em cheio o seu e ela morreu na hora.

Nós ficamos muito tristes e durante quase um ano não conseguimos voltar a normalidade, foi muito difícil superar sua perda, mas então seguimos nossas vidas com um buraco no coração. Eu passei a cuidar mais de Rebecca, Rachel e Jacob, nós acabamos ficando muito próximos e me certifiquei em ensinar o que Sarah ensinaria. Eles sempre me viram como uma irmã e eu os via como irmãos também, mas eu estava quase exercendo o papel de mãe, pois minha evolução foi muito mais acelerada que a deles. Eu já tinha a aparência de uma garota de 17 anos naquela época.

Billy foi o que mais sofreu, mas escondia isso de todos, menos de mim. Nós superamos a perda de Sarah juntos e então voltamos a ser uma família comum, mas sem uma mãe.

Escutei Jacob chegando e fui para fora da cozinha. Vi ele entrando na varanda com o humor um pouco melhor.

—melhor? –perguntei quando ele entrou.

—pensei um pouco e vi que você tem razão, pelo menos ele não é como o marido de Rachel que eu só vi uma dúzia de vezes e que simplesmente me odeia sem motivo. –falou Jake rindo.

—bem, o Paul esta almoçando aqui, ele é seu amigo, portanto seja gentil. –eu disse e Jake assentiu.

—tudo bem. –ele disse e me acompanhou até a cozinha.

O almoço passou rápido e sem nenhuma palavra entre Paul e Jacob. Logo após o almoço Paul e Jacob saíram e eu disse para não fazerem nenhuma bobagem e eles concordaram. Eu, Billy e Rebecca ficamos conversando até ás 4:00 da tarde.

Quando Jacob e Paul chegaram, eu fui para fora de casa, chamando Paul para vir junto.

— Isabella eu tive um imprinting, essa é a melhor sensação do mundo, estou muito feliz. –falou ele me abraçando e me girando.

—eu percebi. Você e Jacob ainda são amigos? –perguntei quando ele me soltou.

—sim. Ele acabou entendendo quando ouviu meus pensamentos. –falou Paul e sorriu.

—eu disse que tinha um bom pressentimento a seu respeito! Só não esperava que fosse com Rebecca que você teria um imprinting. –falei rindo.

Nós voltamos para dentro e Paul foi se sentar ao lado de Rebecca, as conversas recomeçaram e quando percebemos já estava escurecendo. Então Rebecca se despediu e foi embora. Paul foi logo em seguida e depois eu Billy e Jake ficamos sozinhos em casa.

—minha Rebecca finalmente arranjou alguém. –falou Billy.

—infelizmente. –falou Jacob.

—parece que temos mais uma pessoa na família. –falei.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo!