Mestiça escrita por Tayná Milene


Capítulo 3
Capítulo 3 - Os Frios


Notas iniciais do capítulo

(Reescrito)! Obrigado mesmo a todos que comentaram, me deixaram com mais vontade de escrever esse capítulo. Esta ai, espero que gostem ;)



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ACABEI DE TRAZER A ULTIMA CAIXA PARA DENTRO DE MINHA NOVA casa. Eu havia me despedido de todos em La Push e avisei Charlie que me mudei, as fofocas já estavam correndo rapidamente, as pessoas criando várias teorias à meu respeito.

Minha casa é enorme, tem dois andares e um jardim muito grande e bem cuidado, quando não venho visitá-la pago pessoas para cuidar dela. Andei até a frente da casa.

Abri a grande porta de mogno da entrada da casa. Essa porta dava para uma grande sala decorada no estilo da época renascentista, havia ali três sofás pretos, uma mesa de centro, uma grande estante com uma TV em cima, um piano num canto mais afastado, uma mesa de mogno no canto direito com uma poltrona atrás e uma prateleira com alguns livros antigos.

Havia três grandes janelas com cortinas pesadas a cobrindo deixando a sala um pouco escura, havia quatro portas ali, uma que levava a cozinha, uma que levava ao porão, uma que era a porta de um dos quartos de hóspedes e a outra foi por onde entrei.

Um grande lustre antigo pendia do teto, milhões de cristas pendurados neles fazia a luz refletir um pouco, antigamente ele era iluminado por velas, mas foram feitas adaptações e agora uma lâmpada o iluminava.

Deixei minha bolsa num dos sofás e me dirigi à escada que dava para o segundo andar, ela ficava no canto esquerdo da sala, subi e fui para a última porta do corredor com vários quadros antigos pertencentes à minha família biológica pendurados nas duas paredes.

A porta dava para o meu quarto, entrei e sorri, a casa inteira era decorada no estilo renascentista e mesmo com o pouco da tecnologia que eu usava ainda tinha um ar antigo.

A primeira parte do meu quarto era baixa. Minha cama de casal tinha um lindo docél e uma cortina leve pendia dele, ela é amarada nos cantos da cama com fitas de seda, minha coberta e meu travesseiro são beges. De cada lado da cama há um criado mudo com uma gaveta em cada, em cima do que fica do lado direito há um abajur. Há uma cômoda cheia de gavetas na parede esquerda e na direita um grande guarda-roupa de mogno.

Na segunda parte do meu quarto há uma escada com dois degraus que faz a parte ficar mais alta. Lá há uma grande mesa com uma cadeira atrás, em cima dela há meu notebook. Um grande sofá fica na parede direita com uma pequena mesa de um lado e um abajur do outro. No lado esquerdo há oito prateleiras lotadas de livros, antigos e novos.

Há também um grande quadro na parede e esta pintado nele a minha casa quando havia acabado de ser construída, atrás desse quadro há um cofre onde guardo todas as lembranças que tenho da família, documentos e outras coisas que eu acho importantes e prefiro guardar em um lugar seguro.

Há também no quarto uma imensa janela que se estende desde a primeira parte do quarto até a segunda, ela é coberta por grossas cortinas de veludo.

Um lustre pendia do teto, flores de metal o enfeitavam e havia uma lâmpada bem no centro. Há um espelho ao lado do guarda-roupa, nele estão gravadas as minhas iniciais e ele é adornado por flores, que foram esculpidas em sua moldura.

Sai de meu quarto e abri a primeira porta do lado direito, era o banheiro, ele é grande, sem janelas, há uma banheira, um chuveiro, um espelho, um balcão com uma pia e torneira, um vaso sanitário e um armário para toalhas.

Sai dali e abri a primeira porta do lado esquerdo, é um dos quartos de hóspedes, ele tem uma cama de casal normal, uma janela na parede do fundo, um guarda-roupa e um criado mudo, uma janela com uma leve cortina branca ficava na parede do fundo.

Fechei a porta e me dirigi a ultima porta do lado direito, ali era a biblioteca, várias estantes abrigavam milhares de livros, a maioria velhos, minha família biológica sempre gostou de livros e gostavam de colecioná-los. Em um canto havia uma grande mesa, com varias cadeiras em volta. Vários lustres se espalhavam pela biblioteca e as janelas são também cobertas por grossas cortinas.

Desci para o primeiro andar, fui até a cozinha. A cozinha é também grande, tem uma geladeira, um armário com portas de vidro que mostravam centenas de copos de cristais, três balcões, um armário, uma pia e a janela que fica em cima da pia era coberta por uma cortina transparente.

 

Tudo o que sei sobre minha família biológica aprendi lendo o diário de minha mãe, eu o havia achado quando vim para esta casa pela primeira vez, ele estava em cima da mesa no quarto de meus pais.

Eu sai do quarto de hóspedes e fui até meu quarto, coloquei o quadro de lado e abri o cofre, tirei o medalhão com o símbolo de minha família biológica e o coloquei. Era com esse medalhão que eu estava usando quando fui entregue aos Black.

Peguei minha bolsa e verifiquei se minha carteira e outros objetos estavam ali e depois desci para o primeiro andar, peguei minha chave do carro, sai e tranquei a casa e me dirigi para a garagem que fica ao lado da casa.

Entrei na garagem e peguei o Porsche Amarelo Canário 911 Turbo que ganhei em um racha. Jacob pode ter me feito comprar alguns carros, mas eu havia conseguido mais em corridas de racha que participei.

Sai com meu Porsche e segui para a estrada principal, primeiro passei por uma estrada de terra larga, depois virei a direita e a estrada começou a se estreitar, mais uma curva, depois peguei uma estrada de asfalto, e cheguei à estrada principal. A estrada que leva para minha casa é quase imperceptível, só se você conhecer o caminho consegue vê-la quando esta na estrada de asfalto.

Eu acelerei e fui em direção de Seattle em alta velocidade. Eu nuca levei uma multa, simplesmente porque ouço o pensamento das pessoas e vejo onde não posso passar. Eu adoro velocidade, faz com que minha vida fique com um pouco mais de adrenalina.

Em 10 minutos eu estava em Seattle e então fui até um shopping, estacionei e fui para uma loja que vendia materiais para escritório. Comprei coisas que eu precisaria para a escola.

Depois disso comprei algumas roupas e outras coisas. Quando olhei no relógio já eram 21:45. Meus pensamentos giravam em torno da matilha e em quem foi fazer a ronda em meu lugar, provavelmente foi Jacob ou Paul.

Passei mais um tempo fazendo compras, depois coloquei as coisas no carro e voltei para casa. Quando cheguei, coloquei meu carro na garagem, guardei as coisas que comprei e fui até a sala assistir TV. Nenhum canal me interessou, então eu fui desempacotar as caixas de minha mudança.

Comecei a fazer tudo na velocidade vampiresca e como eu tinha só dez caixas médias logo acabei. Olhei no relógio e vi que já eram 22:57 e como eu não tinha nada para fazer resolvi passear um pouco.

Subi para o meu quarto e escolhi uma legging preta, uma camisa solta sem mangas cinza e uma sapatilha preta para vestir. Tranquei a casa e corri em direção da floresta com toda a minha velocidade.

Mesmo correndo a toda velocidade eu não fazia barulho nenhum, pois só tocava meus pés no chão para dar impulso e fazia isso suavemente, do jeito que só os vampiros podem fazer.

Corri por um bom tempo e comecei a andar quando cheguei perto de uma estrada. Sai da floresta e andei na beirada do asfalto, quase nenhum carro passava por aqui.

Continuei andando até que percebi que estava na estrada do limite de La Push, de um lado da estrada era Forks e do outro La Push. Eu estava do lado de Forks e vi um pouco mais a frente uma loja grande com a placa “Admite-se” numa das grandes janelas.

Esse é o lugar perfeito para mim trabalhar, amanha bem cedo eu vou passar aqui e pegar o emprego. Olhei ao redor e vi uma casa ao lado da loja e percebi que essa era a loja dos Newton.

Como eu tenho a aparência de 17 anos, me inscrevi essa tarde no segundo ano do segundo grau e então vou estudar com Mike Newton, o filho mais novo dos donos da loja.

Voltei para a floresta e corri para a escola de Forks, eu sei onde ela fica, mas nunca fui até lá. Quando cheguei vi o muro que circundava a escola e o portão de entrada fechado, então tive que pulá-lo (o que não é muito difícil para mim).

Assim que entrei senti o cheiro de vampiros, confirmando que os Cullen da lenda estavam de volta a Forks. Agora eu tinha certeza de que eu permaneceria em Forks, pois eu não podia deixar os Cullen agir livremente, eu teria que ficar de olho neles.

Parei de pensar nos Cullen e olhei em volta. A primeira coisa que vi foi o estacionamento e uma placa enorme com a palavra “secretaria” escrito, a segunda coisa que vi foram os prédios onde havia as aulas, andei um pouco e vi uma placa indicando o estacionamento dos alunos.

Andei para o estacionamento e vi o pátio, o refeitório e um prédio grande mais afastado com uma enorme inscrição em vermelho pintado nele, a inscrição dizia “Prédio 5: Ginásio”.

Subi em cima do ginásio e me sentei bem na ponta do telhado. Com exceção da estrada, a escola é cercada por árvores e fica a meio quilometro de onde a maioria das pessoas da cidade mora.

Fiquei em cima do telhado do ginásio por um bom tempo e depois sai do terreno da escola e voltei para a floresta. Corri em direção a minha casa e quando entrei em minha propriedade comecei a andar.

Entrei em casa e fui para o meu quarto, peguei minha camisola vermelha de alcinha que chega até meus joelhos, uma lingerie e fui para o banheiro. Enchi a banheira com água morna, tirei minhas roupas e entrei na banheira.

Fiquei lá bastante tempo, só sai quando a água ficou totalmente gelada, eu posso sentir quando isso acontece, mas eu não sinto frio. Peguei uma toalha do armário, me sequei e coloquei minha lingerie e minha camisola.

Fui até a biblioteca, peguei o livro O Morro Dos Ventos Uivantes, voltei a meu quarto, deitei na cama e passei horas lendo. Quando olhei no relógio de novo já eram 7:00 da manhã.

Levantei-me e coloquei uma calça jeans preta, uma blusa branca de alcinha e uma sapatilha preta. Peguei minha bolsa e a chave de minha moto, sai de casa, fui até a garagem, peguei minha moto e fui em direção da loja dos Newton.

Quando cheguei Joana Newton estava abrindo sua loja, estacionei minha moto e fui até ela.

—bom dia. –falei.

—bom dia. –ela disse.

—fiquei sabendo que vocês procuram alguém para trabalhar aqui. –falei.

—ah sim. Esta querendo o emprego? –perguntou Joana.

—sim, gostaria de preencher uma ficha. –eu respondi.

—vamos entrar? –perguntou ela.

—claro. –falei.

Nós entramos na loja e ela foi para trás do balcão de atendimento.

—qual seu nome? –perguntou a Sra. Newton.

—Isabella Richell. –falei.

—bem Isabella, nós estamos contratando só para trabalhar aos sábados, que é o dia de maior movimento. -falou ela.

—por mim tudo bem. –falei.

—e vou ser bem sincera, nós não temos como pagar muito. –falou a Sra. Newton.

—certo. –eu disse. -podemos negociar o valor depois.

Me concentro em sua mente e faço com que tenha bons sentimentos em relação a mim, confiando em minhas palavras.

—então está contratada, quando você pode começar? –perguntou ela.

—o dia que a senhora quiser. –falei.

—poderia ser hoje? Minha família e eu pretendíamos sair esse final de semana, mas a menina que trabalhava aqui pediu demissão essa semana. –falou ela.

—eu adoraria começar hoje. –falei.

—ótimo. –falou ela.

—eu vou estudar com o seu filho. –comentei.

—Mike? –ela perguntou.

—sim, eu vim morar aqui em Forks e segunda eu começo a ir para a escola. –falei.

—quantos anos você tem? –perguntou a Sra. Newton.

—17 anos. –respondi.

—eu conheço seus pais? Tenho a impressão de já ter ouvido seu sobrenome em algum lugar. –falou ela.

—você só conhece meu pai adotivo, Billy Black. Tenho certeza que você ouviu Charlie Swan falando meu sobrenome, ele é um grande amigo meu e de minha família. –falei usando um dom para persuadi-la a acreditar e confiar em mim.

—hum é verdade, ouvi Charlie falando de você. –ela disse. –vou te confessar que estava muito curiosa a seu respeito, mas já que conhece Charlie não preciso me preocupar.

—qualquer coisa que você quiser saber sobre mim pergunte a Charlie, como ele diz sou “uma boa garota”. –falei rindo e ela me acompanhou.

—bem, já que tenho uma funcionaria, posso sair já de manhã. –declarou ela.

—e a que horas fecho a loja? –perguntei.

—exatamente ao meio dia. –respondeu ela. - anote tudo que você vender no caderno em cima do balcão.

—mais alguma coisa? –perguntei.

— deixe a chave da loja embaixo do tapete da varanda de minha casa e cuide com o dinheiro. Nesse final de semana não virá muita gente. A chave da loja esta na primeira gaveta do balcão. –falou ela.

—tudo bem. – eu disse.

—então eu já vou indo, até mais Isabella. –disse ela.

—até Sra. Newton. –eu disse e ela saiu da loja.

Eu achei que não seria tão fácil assim. Realmente ficava surpresa como deu dom de persuasão funcionava bem em humanos. Eu revirei os olhos, fui para trás do balcão de vendas e coloquei minha bolsa lá. Depois de meia hora ouvi o carro dos Newton sair da garagem e ir embora.

Passei um tempo andando pela loja e decorando onde cada coisa estava, depois voltei para trás do balcão e me sentei na cadeira que havia lá.

A loja dos Newton vende equipamentos esportivos, coisas para praticar esportes radicais, equipamentos para acampamentos, caminhadas nas montanhas, etc.

Quinze minutos depois veio o primeiro cliente do dia, fui até ele.

—bom dia. Precisa de ajuda com algo? –perguntei.

—bom dia. Eu gostaria de ver barracas para duas pessoas, eu vou acampar esse final de semana com minha namorada. –falou ele.

—qual seu nome? –perguntei.

—Robert. –respondeu ele.

—bem Robert, vou te mostrar alguns modelos. –falei

—ótimo. –falou Robert.

Levei ele até as barracas e mostrei todas.

—eu quero esta. –ele falou apontando para uma das mais caras.

—tudo bem. A vista ou a prazo? –perguntei.

—a vista. –ele respondeu.

Levei a barraca que ele escolheu para o balcão, anotei o código de barras e devolvi a barraca a ele.

—aqui está. –Robert falou me entregando o dinheiro.

—obrigado e tenha um bom dia. –falei.

—você também. –ele falou e se retirou da loja.

O resto da manhã passou rapidamente. Jacob me ligou avisando que ele e os outros rapazes viriam me buscar para almoçar na casa de Emily, eu os informei que eu estava trabalhando e pedi que viessem até aqui me buscar.

Atendi poucas pessoas durante o dia, sem nenhuma dificuldade, a maioria pagou à vista. Agora já são 11:30 da manhã e eu estou esperando os rapazes virem me buscar.

Escutei dois carros pararem no estacionamento da loja. Rapidamente terminei de arrumar as caixas que tirei do lugar e fui para trás do balcão de atendimento.

A porta foi aberta e sete Frios entraram na loja. No mesmo instante mais flashes com informações passaram em minha mente, nomes, datas poderes. Carlisle, Esme, Jasper (emoções), Alice (futuro), Rosalie (beleza), Emmet (força) e por último Edward (Pensamentos).

Eu sorri, então os Cullens são os mesmos Frios da lenda, mas a duas pessoas a mais no clã.

—em que posso ajudar? –perguntei animadamente.

—vamos acampar esse final de semana e precisamos comprar algumas coisas. –falou Carlisle.

Ele é loiro, tem olhos dourados, assim como toda a família, é bem alto e transmite confiança.

Então nesse momento todos olharam para mim e pareciam surpresos, mas então escutaram meu coração.

—você é nova aqui? –perguntou Carlisle interessado.

—sim, cheguei ontem, peguei um emprego aqui hoje. –falei.

—e de onde você veio? -perguntou Esme.

Esme é um palmo mais baixa que eu, seus cabelos castanhos claros vem até um pouco abaixo dos ombros, seu rosto tem formato de coração e assim como toda família seus olhos são dourados.

—vim de La Push. –respondi.

—você não parece ter vindo de La Push. –comenta Jasper.

Jasper tem cabelos loiros cortados um pouco compridos, cicatrizes de mordida no rosto, é alto e um pouco musculoso.

—Billy Black me adotou. –falei.

—conheço esse sobrenome. –murmura Edward.

Edward tem cabelos de um tom estranho de bronze cortados curtos e todos bagunçados, é alguns centímetros mais alto que eu, não é muito musculoso, seus olhos são dourados.

—tenho certeza de que você já ouviu falar de Ephariam Black. –falei erguendo uma sobrancelha.

—não. –falou Edward tentando disfarçar.

—cara de quem é a moto lá fora? –pergunta Emmet mudando de assunto.

Emmet é muito grande, parece um urso. Ele tem cabelos ralos e pretos, tem cara de criança, bem musculoso e daria medo se eu fosse humana.

—é minha, por que? –perguntei.

—eu só vi uma dessa numa exposição de motos em Paris mês passado, eu iria comprar esse modelo de moto, mas já estava vendida. –ele falou.

—eu não te vi por lá, que dia você foi? –perguntei.

—no segundo dia. Você estava por lá? –perguntou Emmet.

—sim, mas só fui no primeiro dia, eu a comprei na exposição. –comentei.

—e quanto você pagou nela? –perguntou Jasper.

—muito dinheiro. –eu disse e ri.

“Isabella!”— escutei o pensamento de Paul em minha mente e eu e Edward olhamos ao mesmo tempo na direção de onde vinha o pensamento.

Paul estava na floresta, eu podia ver sua pelagem marrom escura, junto com Seth, também em forma de lobo, mas ele é acinzentado.

Merda, Merda, Merda! Eu só conseguia pensar isso. Coloquei meu escudo mental nos lobos para que Edward não pudesse ouvi-los.

Olhei para Edward, ele encarava confuso os lobos.

—olhem. –falou Edward para a família.

Todos olharam. Paul saía da floresta acompanhado por Seth, os dois na forma humana. Saí de trás do balcão e cheguei até eles quando entravam na loja.

—não. –falei bloqueando a passagem de Paul.

—saía da frente Isabella. –Paul falou.

Ele me empurrou para o lado e Seth ficou ao meu lado, enquanto Paul, que estava tremendo, andou em direção aos Cullen.

Eu fui até Paul, que estava a quatro metros dos Cullens e quase se transformando, coloquei a mão no peito dele.

—Pare. Agora. –eu falei usando meu dom de obediência nele.

Ele parou de tremer, parou de andar e olhou para mim.

—você esta defendendo os sanguessugas Isabella? –perguntou Paul.

—esses são os Cullens, temos que respeitar o tratado. –falei.

—eles respeitam o tratado? –perguntou Paul ironicamente entredentes.

—sim, eles só bebem sangue de animais, olhe os olhos deles, são dourados, provando que são vegetarianos. –falei.

—grande coisa. –falou Paul para mim.

—e, além disso, nós estamos no território deles e eles estão mais bem preparados para uma batalha que vocês. –falei.

—Paul é melhor voltarmos. –falou Seth com um pouco de medo.

—é melhor mesmo. –respondeu Paul.

Os dois estavam indo embora, mas Paul virou para trás e me encarou irritado.

—Isabella, é bom você conversar com eles. E Cullens, tomem cuidado com o que fazem. –ameaçou Paul.

Quando eles já estavam longe, virei para os Cullen.

—as vezes Paul sabe me irritar, o que não é fácil. –falei rindo.

—você sabe. –declarou Alice.

Alice é baixinha, seus cabelos vem até seu queixo, são castanhos escuro e apontam em todas as direções possíveis, ela tem feições miúdas e parece ser uma criança.

—sim. –apenas falei.

—você parece não ter medo da gente. –falou Rosalie.

Rosalie é alta, tem cabelos loiros que vem até a sua cintura e é muito bonita, qualquer garota que ficasse perto dela sentiria inveja e ela tem cara de ser esnobe.

—e não tenho. –falei e revirei os olhos.

Era mais fácil eu matar eles, do que eles me matarem.

—então você é muito burra. –falou Rosalie ameaçadoramente.

—vamos acalmar os ânimos aqui. –falou Carlisle se colocando entre Rosalie e eu.

—estou calma. –falou Rosalie se virando dramaticamente.

Revirei os olhos, o ego dela quase batia em mim. Voltei para trás do balcão e os Cullens me seguiram.

—o que o cachorro fedido queria dizer com “é bom conversar com eles”? –perguntou Edward.

—hey, ele é da minha família, não devia chamá-lo assim, ele tem nome viu? –falei meio brava.

—não respondeu minha pergunta. –disse Edward.

—tenho que avisar vocês que o tratado ainda esta valendo, e estamos de olho em vocês, não importa o que façam, vamos ficar sabendo. –falei.

—por nós o tratado vai durar muito tempo ainda, conhecemos as regras e prometemos cumpri-las. –falou Carlisle com seriedade.

—então não haverá problemas entre nós. –falei e sorri.

—o que você fez com o lobo? Ele estava furioso e quando você o tocou se acalmou no mesmo instante. - questionou Jasper.

—segredos, segredos... –murmurei e dei uma piscada para ele. –okay, vão pedir o que vocês queriam comprar aqui ou não? Eu tenho que fechar a loja ainda.

—desculpe-nos, aqui estão. –fala Alice e coloca muitos equipamentos de escalada em cima do balcão.

Logo pego as coisas, somo os preços, e constato que deu um valor bem alto, coloco em sacolas e Alice entrega um cartão ilimitado para pagar.

—querem que eu ajude a colocar as coisas no carro? –pergunto ironicamente erguendo uma sobrancelha.

—não, obrigado. –fala Rosalie amargamente.

—eu que agradeço por comprarem aqui. –digo. –mais alguma coisa?

—não, obrigada querida. –fala Esme docemente.

—podemos conversar mais sobre os acontecidos de hoje um dia desses? Gostaria de saber como andam os acordos nos dias de hoje. –pergunta Carlisle.

—quem sabe... –falo quietamente.

—vamos indo, até mais. –diz Carlisle e ele e sua família se retiram.

—até. –falo.

Guardo tudo o que tirei do lugar e então fecho a loja, deixando a chave onde a Sra.Newton instruiu. Quando me viro para ir embora me deparo com Mike parado á minha frente.

—olá, sou Mike Newton, é um prazer conhecê-la. –fala ele jogando charme.

—olá. –falo sem muita vontade.

—minha mãe falou que contratou uma nova funcionária. –disse Mike. “Mas não me falou que ela era tão linda”, completou ele mentalmente.

—sou Isabella. –falei estendendo a mão por educação.

Ele pegou minha mão e a beijou, achando que ia ser um gesto romântico e cavalheiresco, achando, pois a poça de baba que ficou nela depois que ele a beijou foi a coisa mais horrível que já vi.

—espero lhe ver sempre por aqui. –diz ele e pisca.

—pode contar com isso, nos vemos na escola segunda, tenho que ir. –falo e saio rapidamente em direção a minha moto.

—escola... –escuto ele murmurar antes de eu arrancar rapidamente com a moto.

Segui em direção de La Push, mais precisamente até a casa de Emily. Quando entrei vi todos da matilha lá dentro, amontoados nos dois pequenos sofás, alguns até sentados no chão. Tive que rir, eles eram muito grandes para a casa e lutavam por espaço.

—que bom que chegou Bella, a Emily não nos deixou comer antes de você chegar. –falou Seth vindo me abraçar.

—não deixei mesmo. –fala Emily saindo da cozinha com uma toalha de louça nas mãos.

—podemos comer agora Emily? –pede Quil com cara de cachorro que caiu da mudança.

—podem, podem. –falou ela e só o que vi foram montes de músculo se espremendo na porta para ver quem chegava primeiro a cozinha.

Eu e Emily fomos atrás deles para a cozinha, preocupadas com os móveis lá presentes. A cena que vimos ficou marcada na memória, Quil estava no chão, caído por cima de Téd, e por cima dele estava Seth, que segurava Quil pelas pernas. Mesmo preso, Quil esticava a mão para alcançar a mesa, mas não obteve muito sucesso.

Enquanto eles brigavam no chão, os outros já haviam atacado a comida e estavam sentados nas cadeiras já comendo.

—olhem os modos garotos. –fala Emily em tom repreendedor.

—desculpe. –falam os três que estavam no chão em uníssono, já se levantando e se arrumando para comer.

—assim está melhor. –fala Emily. –alguém tem que botar ordem neste canil.

—hey. –fala Téd ofendido e olhando bravo para Emily.

—escutei alguma coisa Téd? –pergunta seriamente Emily com as mão na cintura.

—nem pensar. –fala ele se virando e voltando a comer rapidamente.

—quem precisa de um alfa quando se tem uma mulher? –pergunto rindo.

Emily ri comigo e depois faz seu próprio prato e vai comer. Paul estava quieto num canto, ainda meio nervoso, foi só olhar para ele para saber que já tinha falado dos Cullens para os outros.

O almoço passou rápido. Ajudei Emily com a louça e depois todos tivemos uma conversa para decidir o que fazer em questão dos Frios que estavam em Forks.

Depois de muitas brigas ficou decidido que eu deveria ficar 24 horas por dia de olho neles e as rondas ao redor da fronteira iriam aumentar. O tratado ainda valia para os dois lados, então nenhum Quileute pode passar para o lado dos Frios, nem mesmo na forma humana, a não ser que haja permissão do outro lado, o mesmo equivalia para eles.

Eu fui encarregada de avisar os Frios, pois segundo todos eu era “neutra”, ou seja, poderia frequentar os dois lados do acordo, por não ter sangue Quileute.

Para mim estava bom, era mais um motivo para eu ficar na cidade, além do fato de já ter que ser responsável por mim. Pelo menos assim não teria tanta vontade de voltar para casa, pelo fato de ter um dever a cumprir com meus irmãos.


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Notas finais do capítulo

Próximo no máximo até sexta, pois estou escrevendo ele e estou meio sem inspiração. Se gostaram/odiaram esse capítulo comentem, comentários movem um autor.