Prov Trish,

Algo parecia estranho com eles, as suas respirações ofegantes, seus rostos corados, mas, principalmente o grande volume que Austin continha em suas calças. Ele parecia bem bravo quando entramos na casa da Ally, deveriam estará no maior clima e acabamos de estragar tudo. Lancei um olhar culpado para Dez que abaixou sua cabeça arrependido, olhei para Ally que encarava o chão como se fosse a coisa mais interessante presente naquela sala.

–Ally, será que posso conversar um pouco com você?- perguntei chamando sua atenção.

– Claro- respondeu corada.

Mandei uma piscadela discreta para Dez que sorriu para mim. Andei até as escadas e subi sendo acompanhada pela morena, abri a porta de meu quarto e me assentei. Ela se encontrava cabisbaixa parada em minha frente. Dei leves tapas na cama indicando para se assentar ao pé de mim. Queria saber de tudo que se tinha passado naquele quarto, o que iria acontecer se eu e Dez não entrássemos em casa, queria saber tudo ao mínimo detalhe.

–Você quer contar o que se esta passando entre você e o Austin?- perguntei

Ela arregalou seus grandes olhos parecendo não estar a espera de minha pergunta, ela se assentou e pegou minhas mãos.

– Promete não ficar brava comigo?- pergunta receosamente.

Assenti e ela respirou fundo, parecendo ou não eu estava ficando cada vez mais preocupada.

– Já faz algum tempo que eu e Austin temos uma amizade colorida, foi naquele dia quente de verão em que fomos todos para a praia. Eu aceitei permitindo meus sentimentos falarem, não tinha a ideia da encrenca que eu estava me metendo. Eu nunca lidei com isso, Trish eu não sei o que fazer?!- perguntou desesperada.

Eu e Dez sabíamos que alguma coisa se passava entre ele, não era apenas uma simples amizade.

– Você nunca lidou com o que?- perguntei curiosa.

Ela rodou o quarto para ver se ninguém estava nos escutando e sussurrou.

– O desejo. Eu nunca senti isso por mais ninguém, ele esta me roendo por dentro.- falou ela.

Sorri, Ally nunca teve sua primeira vez, nunca sentira o que o desejo é capaz de levar a fazer as pessoas.

– Isso passa, sinto que você não contou tudo que tinha que contar- afirmei.

Sabia quando uma pessoa mentia ou tramava alguma coisa, ela nunca conseguira mentir pra mim pelo simples fato de nos conhecermos 15 anos. Sempre fomos muito grudadas, sei cada segredo que ela tem assim como ela sabe os meus. O seu passado obscuro me faz querer ainda estrangular Penny, como alguém pode tratar uma criança com tanto odio?

– Bem, eu e ele estávamos quase transando se vocês não chegassem- falou afundando seu rosto em suas mãos.

Gargalhei, parecia que uma parte dela faziam questão de gritar para todo mundo o quão desejava Austin, outra se arrependia por conta de seus pensamentos pecaminosos. Me aproximei lentamente dela e peguei suas mãos.

–Hey! Vamos esquecer isto por agora. Que tal descermos para ver o que Dez está aprontando?- sugeri.

A morena sorriu gentilmente e saiu correndo do carro enquanto eu revirava os olhos com sua mudança de humor. Menina bipolar –‘ Só quero que Auslly deia certo-

Prov Austin,

Quando eu finalmente posso-a ter em meus braços algum infeliz da vida vem atrapalhar tudo, não intendem que eu preciso dela simplesmente para viver. Meu mundo seria tão inútil sem ela ao meu lado. Eu já tinha algumas ideias em mente de como me declarar, esse seria o dia mais feliz da minha vida, seria o dia em que eu simplesmente podia a chamar de “minha” sem que ninguém interfira em tudo. Seria o dia que eu me tornaria o homem mais feliz do universo inteiro, o dia em que eu nunca faria menção de o esquecer.

Sai do carro, as pessoas me encaravam de uma maneira estranha e davam aquelas suas risadinhas maliciosas me assustando cada vez mais. Me olhei por completo tentando achar alguma coisa de errado comigo, estaria tudo bem se um volume em minhas calças não estaria presente. Corri pra dentro de casa encontrando minha mãe conversando com varias amigas, subi as escadas correndo sem nem sequer dar um “oi” pra elas, tranquei a porta de meu quarto e me despi indo até ao banheiro. Entrei debaixo do chuveiro e sorri quando a agua quente tocou em meus músculos fazendo-os relaxar.

✺✺✺

Estava me dirigindo para a casa da minha morena, tinha pegado a roupa de dormir para Dez, é aquele folgado não quis vir. Parei a frente da casa muito conhecida por mim, eu estava com um certo receio de encarar a Ally, eu queria conversar com ela sobre o que tinha se passado no seu quarto. Estava com medo de tocar naquela campainha, de repente a porta se abre mostrando a morena sorridente já com seu pijama vestido. Olhei de cima a baixo admirando cada detalhe, mas o que me chamou mais a atenção foi suas pernas, convenhamos, Ally querendo ou não tinha as pernas perfeitas.

Ela pareceu notar meu olhar e corou, deu espaço para entrar e finalmente pude enxergar como a nossa festa de pijama. O tecto tinha ganhado vários enfeites, os sofás tinham sido retirados e substituídos por dois colchões de casal ( eu durmo com a Ally !) e a mesa de janta estava repleta de doces e salgadinhos.

Coloquei a roupa de Dez em cima do sofá e olhei para Ally, ela encarava o teto sem saber o que dizer.

–Ally, eu queria falar com você- falei me aproximando dela.

A morena me encarou indecisa, ela assentiu e se aproximou mais de mim.

– Eu sei o que você vai falar exactamente-falou ela cabisbaixa- vai falar que se alguma coisa acontecesse naquele quarto seria um erro. Só não diz isso, eu não quero me machucar.

–O que?!- balancei minha cabeça negativamente- eu nunca diria isso. Não quero machucar você de forma nenhuma e nem me enganar a mim mesmo. Se por acaso acontecesse alguma coisa naquele quarto eu me sentiria o homem mais feliz do universo inteiro. Não me arrependeria de nada e voltaria a fazer tudo de novo.

A morena levantou a cabeça sorridente, correu em minha direção e me abraçou, como eu amo sentir seus braços ao meu redor. Sempre se espalha uma corrente eléctrica em meu corpo e meu coração bombei mais rápido.

–Austin, você trouxe o que pediu?- perguntou Dez entrando na sala.

–Sim- disse me afastando lentamente da morena.

Trish sorria para nós dois, em sua mão trazia uma garrafa devia ser para jogar verdade ou consequência. Seu sorriso continha malicia, típico da própria pessoa, parecendo ou não Trish era muito vingativa e maliciosa formando um pacote de encrenca.

– Vamos jogar?- perguntou abanicando a garrafa de vidro.

Ally resmungou algo e assentiu, ela parecia não gostar muito daquele jogo, para ser sincero eu não gostava muito mas sempre jogava. Nos assentamos todos no chão e Trish posicionou a garrafa no meio.

– Não iam começar sem mim, pois não?- perguntou Dez

– Não ruivo- disse a Ally.

Dez se assentou entre mim e a Trish, ela girou a garrafa, acabou por a Ally a perguntar e o Dez a responder.

–Verdade ou Consequência ruivo?- perguntou maldosamente.

– Consequência- respondeu confiante.

Mesmo ele parecer convencido podia ver medo em seu olhar.

–Saia de casa e pergunte a primeira pessoa que passar na rua se quer namorar contigo.

O ruivo não parecia estar a espera dessa consequência, levantou-se medrosamente e saiu de casa. Corremos até a porta para podermos assistir a cena, podia-se ouvir as palavras que Dez dizia aquela senhora idosa que dirigia seu carrinho de compras até a sua casa.

“-Eu me sinto tão bem ao pé da senhora. Foi por isso que ganhei coragem para poder perguntar isto: A senhora quer namorar comigo?- perguntou ele receosamente.

– Meu jovem, porque não pergunta isso aquela garota ali- disse apontando para Trish que sorria.

–É exactamente isso que eu vou fazer- disse sorrindo sem tirar os olhos da Trish”

Ele veio até nossa direção e sorriu irónico para Alls que estirou a língua pra ele. Voltamos todos até a centro da sala e nos assentamos. Dez girou a garrafa calhando na Trish para perguntar e eu a responder. Ferrou tudo!~

– Verdade ou consequência?- perguntou maliciosamente.

Eu estava com muito medo do que viria da Trish.

– Verdade.- respondi

– Algum sentimento nutre em teu coração por alguma pessoa de nós?- perguntou.

Ela sabia muito bem que eu estava gostando da Ally, só a própria ainda não tinha se apercebido.

– Sim, o amor. Seu sorriso ilumina completamente os 4 cantos de meu mundo que eu pretendo compartilhar com ela. Quero puder chama-la de minha, simplesmente minha. Seu brilho existente em seus olhos faz completamente tudo ao meu redor desaparecer e existir simplesmente nós. Qualquer jesto que ela faça captura toda minha atenção, sua pele em contato com a minha faz uma onda de arrepios percorrerem meu corpo, e cada pelo de meu corpo se arrepia também. Meu coração bate tão rápido que penso que irei morrer, e meu estomago embrulha-se todo fazendo com que a comida presente ali saia a qualquer momento por minha boca. Minha língua enrola-se toda quando quero falar simplesmente com ela mesmo não parecendo, tenho ciúmes quando um simples homem se aproxima dela, eu tento me controlar, mas é mais forte que eu. E me leva a fazer várias asneiras, pois me custa ver perder ela para outra pessoa. Acho que não é o simples fato de eu gostar dela, acho que o sentimento é mais forte e intenso.- falei olhando para Ally que sorria.

Todos me encaravam espantados, ninguém esperava que dissesse tudo aquilo. Trish continha um sorriso de orelha a orelha satisfeita com sua resposta. Todos saíram do seu transe e voltaram ao jogo.

Girei a garrafa calhando no Dez para perguntar e a Ally responder.

–Verdade ou Consequência?- perguntou já imaginando a vingança perfeita.

– Verdade- respondeu medrosamente.

Dez cuçou sua nunca e sorrio maliciosamente para mim.

– O que você sente pelo Austin?- perguntou

Eu não sei, mas num simples momento fiquei mais interessado na resposta da morena.