Após a noite um pouco conturbada, acordei de mal humor e chamei Laura para ir para minha casa, já que estava chovendo, acordei tarde, almocei direto e umas três da tarde, Laura chegou. Não tinha muito o que fazer pois Laura queria vigiar os nossos ‘’vizinhos’’.

- O que será que eles estão fazendo?

- Ahh Laura, como vou saber? Não tenho bola de cristal!

- Aqui, eu queria te contar que...Porra maldita campainha!

- Ah oi Bill! – Eu disse disfarçando meu ódio por ter sido interrompida.

- Bill! – Laura estava tendo ataque epilético.

- Será que sua amiga vai ter ataque toda vez que me ver?

- Ah liga não isso passa! – eu disse um pouco sem graça.

- Eu queria chamar vocês para assistirem um filme comigo e com o Tom, a gente vai ali no mercado comprar besteira para comer e depois vamos alugar um filme, então, vem com a gente?

- Ah, não sei estou um pouco cansada e... – na verdade não queria ver a cara de Tom, mas não poderia falar isso para Bill.

- É lógico que vamos! – Laura me interrompeu.

Fomos na padaria e compramos ruffles, balas de goma, coca-cola, enfim, todas essas coisas super calóricas. Tom estava normal comigo, como se nada tivesse acontecido e eu mesmo estando um pouco abalada agi normalmente, no fundo eu ainda era sensível, mesmo não admitindo isso. Escolhemos um filme de terror e voltamos para casa de dona Clara e fomos de carro, Tom estava dirigindo e apesar de tudo ele dirigia muito bem. Estávamos no meio do filme, Tom não parecia ter interesse nenhum por mim. Sentou Laura, Tom, eu e Bill. Derrepente meu celular tocou e era Bia, fui atender e dei pause fiquei uns 5 minutos no telefone. Estava voltando para sala e me deparei com Laura e Tom aos beijos, como eles não haviam me percebido, fui para cozinha beber água com lágrimas nos olhos, achei um absurdo minha melhor amiga fazer o que fez mas não poderia julgá-la pois ela não sabia de nada entre mim e Tom. Ao entrar na cozinha, Bill estava lá, percebeu que eu estava chorando.

- Por que você ta chorando?

- Ah nada não, deixa pra lá... MERDA, mas eu sou muito idiota, como eu pude acreditar, como? – disse chorando compulsivamente.

- Calma. – disse Bill me abraçando.

O abraço fora tão confortante, foi o melhor abraço que eu já recebi em minha vida, foi tão sincero, puro, Bill era um anjo. Foram para a varanda, sentaram-se e foram conversar.

- Por que tem que ser assim Bill? Por que eu sou tão idiota?

- Você não é idiota, Tom é um idiota! Eu sei, você é sensível deve ser assim como eu, se apaixona logo quando fica.

- Não estou apaixonada, nem sou sensível, é que sei lá, ele me passou algo diferente e eu não sabia que ele era galinha, eu sou estúpida, nunca fui de me atrair rápido por ninguém. Talvez seja a beleza dele que me atraiu. Mas quer saber não vou mais me preocupar, eu entendo o lado dele, a gente ficou e nada mais, ele não me prometeu nada.

- Isso é verdade Mari, ele não tem nada com você e o Tom sempre foi assim, cada dia com uma. Diferente de mim eu sempre fui mais fechado, mais sensível, tenho medo de me apaixonar, já me dei mal.

-Exatamente, entende, na verdade, eu nunca me apaixonei, só fico um pouco sensibilizada e meio sei lá, caída pela pessoa, gosto, mas não sou apaixonada. Não fico pensando na pessoa o tempo todo, imaginando coisas. As vezes eu sinto falta, mas tenho medo de me deixar levar e me apaixonar.

- Você precisa se permitir, você é bonita, nova, tem tanta gente legal por aí. Não se deixe abalar por esses Toms ai da vida.

- É mesmo, poxa Bill, você é tão legal, pode me sair um ótimo amigo, pena que vai ficar pouco tempo aqui.

- Sim, temos exatamente dois dias, daqui iremos para Búzios, eu acho que é esse o nome do lugar.

- Ahh sim, Búzios é ótimo, já fui lá algumas vezes, não é longe daqui. Deve ser umas três horas aproximadamente.

- Por que você não vai com a gente?

- Ah não Bill, que isso, minha mãe não ia me deixar nunca e tem minha banda.

- Se a minha banda tira férias, por que a sua não pode tirar?

- Vocês são famosos, eu não!

- Mais um motivo para tirar férias despreocupada!

- Não sei, vou ver! Mas tenho certeza que nem rola.

- O que acha de sairmos hoje à noite, eu, você, Tom e sua amiga?

- Não sei, posso ver com Laura!

Entramos na sala e os dois estavam assistindo o filme e se pegando, depois das palavras de Bill me senti idiota e percebi que Tom não valia a pena e nem me importei mais, Tom não era para mim, meu estilo de cara não é esse e Tom vai embora em dois dias então, to pouco me ferrando para as atitudes dele.

- Seus safados, esperam eu e Bill sairmos para se atacarem!

-O que vocês dois estavam fazendo para demorarem 1 hora? – perguntou Tom com malícia.

- Conversando! O Bill é meu mais novo amigo e estávamos conversando!

- Ahaam, finjo que acredito.

- Aqui, o que acha de sairmos? – pergunta Bill.

- Pô boa! – disse Tom

- Nem posso, eu tenho que ir pra casa.

- Dorme lá em casa e voltamos de ônibus!

- Nem pensar, vou dirigindo! – disse Tom

- Você? Nein, nein, Bill dirige, não confio em você Tom! –eu disse em tom de brincadeira.

Eu e Laura fomos nos arrumar, como iríamos em lugar hetero, acho que o Bill não ia querer pegar ninguém, então pelo menos não fico de vela, estávamos arrumadas pois emprestei uma roupa à Laura.

- Onde vamos?

- Ah Tom, vamos à um barzinho com Karaokê? Eu amo! Pena que tenho uma voz de taquara rachada que nunca vi igual! – eu disse

Fomos à esse barzinho, o único com Karaokê, foi muito divertido, Tom e Laura ficaram se agarrando a noite inteira, teve uma hora que eu realmente pensei que eles estavam fabricando crianças, mas ainda bem que não estavam, eu já estava normal em relação à Tom e Laura, resolvi nem contar para ela o que aconteceu entre a gente, e eu e Bill nos divertimos muito, conversamos bebemos drinks, cantamos no Karaokê, o o  cara da banda até me deixou tocar guitarra e Bill cantou Automatic, ganhamos até drinks de cortesia por ter animado o pessoal. Quanto mais eu conversava com Bill, mais a gente se identificava, eu me sentia tão bem com a amizade dele, a gente ficou triste quando falamos que ele iria embora, mas trocamos MSN para sempre contarmos as novidades um para o outro. Voltamos para casa as três da manhã e Tom não pode beber, Laura não deixou já que voltaria dirigindo no carro de seu avô. Laura se despediu, pois aquela seria a última vez que veria Tom, ela até chorou coitada, mas tudo tem um fim e ela teria que se conformar.

No dia seguinte Laura foi embora de manhã e eu tive que sair para fazer compras de roupa com a minha mãe, cheguei e logo fui procurar Bill, ficamos conversando muito e dessa vez ele me contava coisas que só seu irmão sabia, mas nunca havia contado nada sobre relacionamentos. Eu não procurei nada na Internet sobre ele, preferia conhecer o Bill como pessoa, não como vocalista do Tokio Hotel. Aquele dia se passou rápido e o no dia seguinte que seria o nosso último dia juntos, passou muito rápido. À tarde Bill teria que sair, então quando voltasse da rua se despediriam, já que Bill viajaria às 5 da manhã do dia seguinte. Eu estava triste pois meu melhor amigo voltaria para sua terra Natal. Cheguei em casa meio triste.

- Filha, o que aconteceu? Que cara é essa?

- Ah nada mãe!

- Eu vi que você fez amizade com os netos da dona Clara, ela disse que eles adoraram você, Bill te considera a melhor amiga dele.

- Sério? Pena que eles vão embora.

- Ah eu tenho uma notícia pra você.

- Qual?

- A dona Clara e a mãe dos gêmeos vieram conversar comigo, conversei com a dona Clara, mas com a Simone não consegui, então dona Clara foi tradutora e ela me disse que adorou você e te chamou para passar a semana em Búzios, mas não disse nada, não sabia se você queria ou não!

- O QUE? Mas é claro que eu quero!

- Vou ligar para dona Clara e confirmar, mas arrume suas coisas, anda logo!

- AHHHHHHHH não acredito! Mãe te amo! Mas peça para ela não falar nada para os meninos, eu mesma aviso!

- Avise mas volte para casa logo e trate de dormir cedo, vocês sairão as 5 da manhã!