Academia de Mediadores : Linha vermelha escrita por Evelyn Andrade
O portão estava aberto, a rua estava escura e deserta eu corria descalça sustentando uma mochila pesada nas costas quando ouvi um grito, eu não estava muito longe de casa e algo começou a cintilar na noite, chamas, minha casa estava pegando fogo! mas um grito fez os pelos de meu braço se erisarem e eu tremer internamente, o que estava acontecendo? eu queria correr para longe dali e me esconder onde nunca pudessem me achar, mas e meu avó? ele estaria bem? não gostava de pensar nem na minima ipotese de que esses gritos podessem ser dele, estou sem celular não posso ligar para a policia,onde estão os vizinhos? eles não estão escutando?
Minhas pernas se movem antes de tudo e eu estou correndo de volta para casa, a porta está aberta e nenhum sinal de arrombamento é visivel, as paredes estão em chamas devorando o lugar mais rapidamente, acabando com tudo.
–Vovó? - Eu chamo
O lugar está um caos, está tudo bagunçado e revirado, eu tropeço em algumas coisa jogadas no chão enquanto tusso pela fumaça que se espalha no local.
–Rosemarie...
Ouço meu nome como um sussuro estranho e me viro assustada.
–Vovó?
Barulhos de passos são ouvidos e estou ficando sem ar.
–Vovó? - Grito
–Rose.- Ouço um pequeno e rouco chamado
E quando olho para o chão lá está ele, a estante está em cima de seu corpo, um fino fio de sangue sai por sua boca e ele parece muito mal. Meus braços ardem pelo esforço de levantar a estante e eu quase não consigo, há lágrimas se acumulando em meu olhos mas eu estão tão mais preocupada que me esforço para não deixa-las cair.
–Vovó, quem fez isso com você? - Eu pergunto
Ele respira pesadamente, seus olhos estão semi abertos, queria poder verificar o seu pulso mas não sei fazer isso, me inclino na direção de seu peito e escuto seu coração ainda batendo, levemente e quase parando mais ainda batendo.
– Você prometeu que ia embora. - Ele sussura fraco.
Eu balanço a cabeça e vejo meu avó sorrir fracamente.
– Preferida. -é a única palavra que sai por sua boca antes dele fechar os olhos.
–Vovó?
Nenhum som é mai emitido.
–Vovó! -Eu grito
Ouço mais barulhos a minha volta, estou cercada por sombras, tusso novamente em meio a espessa fumuça e não consigo chegar a ver as pessoas que me rodeiam, mas são mais de uma posso garantir.
–Quem está ai? - Pergunto
Algumas risadas são ouvidas e eu me encolho de medo me virando para meu avó.
–Por favor, por favor, por favor, não me deixa vovó. - Eu sussuro
Mais risadas.
–Você é a única pessoa que eu tenho.
Eu não quero chorar, eu não posso chorar.
Minha mão esquerda começa a arder.
–Oh não. - Digo
Sussuros exasperados começam. Eu seguro a mão meu avó me sentindo fraca repentinamente, meus olhos pesam, e a última coisa que ouço antes de apagar em meio as chamas e a fumaça é :
–Você é nossa Rosemarie.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Comentem que posto o mais rápido!