Onde as Arvores Correm escrita por Anwar Pike


Capítulo 5
Cortes e Curativos


Notas iniciais do capítulo

Hu-hu, novo capitulo pessoal, espero que gostem, aproveitem a leitura!



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Choque. E muita, muita vergonha passaram por seu rosto naquele momento. Todos os joelhos dobrados á sua frente, as cabeças abaixadas em respeito solene.

Ela sentiu uma enorme vontade correr. Finalmente descobrira quem era seu pai, mas isso não á deixou feliz. Não depois da demonstração de poder bizarra de alguns minutos atrás.

– Eu tenho que... – Ela começou, tentando encontrar uma desculpa qualquer para ficar só, mas Quiron tocou seu ombro suavemente. Deu-lhe um olhar profundo, como se pudesse ler sua alma.

– Venha criança. Esta na hora de dormir. Amanha você deve consultar o Oráculo.

Três frases. E ela estava fora dali, com as três repetindo-se em sua mente incessantemente.

Recolheu seus poucos pertences e, com um aceno rápido, retirou-se para o chalé de Apolo.

No seu caminho para lá, notou que alguém a observava. Quando se virou, ligeiramente assustada, enxergou Naruto, mantendo certa distancia. Mas ainda assim ela podia ver a raiva e magoa em seus olhos azuis.

Respirou fundo e seguiu andando. Ela não achava que algum dia pudesse entender o que ele estava sentindo.

Provavelmente passara anos esperando para ser reclamado, e agora, uma novata chega e é reclamada em pouco tempo. Ela não podia culpa-lo por estar irritado.

Depois de instalar-se em seu novo chalé, brilhante como o sol, mesmo nas horas avançadas da noite, ela deitou em seu beliche, agarrando o travesseiro com os olhos bem fechados.

Seus ‘irmãos’ e ‘irmãs’ eram simpáticos. Contudo, ela não era tola para não notar os olhares e a distancia segura que estavam mantendo dela.

Ela não gostaria de admitir, mas até aquele momento, tudo parecera muito bom, muito tranquilo e pacifico. Mas, de alguma forma, ela sabia que o chamado de seu pai mudava tudo.

E ela não gostou nada disso.

Não podia mais fingir que estava de férias. Adormeceu sonhando com explosões luminosas e tempestades de areia.

:::

Realmente, se ela soubesse que ser filha de Apolo seria tão exaustivo, ela nunca teria desejado uma resposta de seu pai.

Sério. Ter de cantar, pintar enfeites, curar feridos e, ela sentia muita pena mesmo desses, prever o futuro cansava demais.

O deus Sol tinha tantos talentos que Ino entendeu o porque de sua mãe ter se apaixonado.

Mas ter de desenvolver todas essas habilidades, certamente não era algo que ela esperava.

A única coisa que ela era realmente boa era em arco e flecha, e certos métodos de cura.

Como hoje era o dia posterior a corrida, o numero de feridos na enfermaria estava absurdo.

Hinata, Sakura e ate mesmo Tenten apareceram para visita-la, mas logo tiveram de cumprir suas próprias obrigações no acampamento. Bem, castigo, no caso da morena.

Agora, perto do horário do almoço, os campistas estavam finalmente diminuindo.

Depois que o penúltimo garoto saiu, um filho de Hécate que machucara a mão com fogo grego, Ino soltou um longo suspiro.

Recolheu toalhas usadas e as jogou no lixo. Só mais um, e ela estaria livre para pratica de escalada. Yup.

Seus olhos, porem, não puderam acreditar quando viram a cria de Nêmesis sentado, esperando pacientemente para ser atendido, o rosto pacifico.

Bem, ate verem a loira. Ele fez menção de deixar a maca, mas seu corpo estava coberto por queimaduras fortes e Ino sentiu uma pontinha de pena dele. Afinal, era sua culpa.

– Fique ai, eu vou te tratar. – Ela disse rudemente, empurrando o delicadamente de volta a cama.

O ódio destilava pelos olhos verdes do garoto e ela sentiu um arrepio percorrer seus braços. Duas vezes ela havia desafiado o filho da deusa da vingança, isso com certeza não era algo bom de se fazer.

Com cuidado, quase como se estivesse tocando em porcelana, ela começou a passar pomada nos ferimentos, começando pelos da perna e subindo. Quando chegou ao estomago, prendeu a respiração ao vê-lo levantar a camisa a contragosto.

Enquanto trabalhava, seus cabelos presos em um rabo de cavalo alto, com a franja caída sobre os olhos balançavam de acordo á seus movimentos.

O ruivo sentiu uma vontade quase incontrolável de toca-los.

Ela limpou o sangue seco e fez um curativo, mantendo o rosto serio e focado.

E então chegou ao rosto. Apertou os lábios um pouco mais. Seu coração martelava tão forte contra suas costelas que ela achou que ele podia ouvir.

– Só, olha, vai doer um pouco.

Apesar do aviso, ele ainda gemeu de dor e mordeu os lábios para não gritar quando ela passou o pano sobre um ferimento sob o olho.

Ele a encarava, analisando seus movimentos, tão perto, que agora ela tinha certeza que ele podia ouvir seu coração.

– Você esta com um corte também.

A voz dele, baixa a surpreendeu de um tanto que ela acabou colocando mais pressão do que deveria sobre a queimadura e ele bufou zangado.

O ruivo apontou para a mão cortada dela. Porem, ela apenas deu de ombros e murmurou que não estava doendo de qualquer maneira.

Ele pareceu confuso. Pegou a mão dela e afastou de perto de seu olho, um tanto rude.

– Esta sim. Pode cuidar da sua mão, eu espero.

Vendo que ele não desistiria, ela suspirou irritada e fez um curativo em si mesma.

– Feliz agora?

O garoto bufou, enrugando o nariz e a olhou nos olhos, inexpressivo. Ele estivera observando a janela enquanto ela terminava de enrolar a faixa em seu joelho, mas agora, ele mantinha os olhos grudados nos da loira.

Intenso. Ela percebeu que não conseguiria sustentar aquele olhar por muito mais tempo.

Mas, o que ele fez a seguir a fez esquecer-se disso. Ou de qualquer outra coisa que estivesse passando por sua mente naquele momento. Ele levantou-se, se aproximou e lhe deu um beijo rápido na bochecha, olhando por cima dos ombros em direção à janela antes de sair da enfermaria.

Ino ficou parada. Simplesmente congelada no chão, sem entender porcaria nenhuma.

Ω♦Ω


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Notas finais do capítulo

Comentem, opinem, digam o que acharam, enfim! Até o proximo :D