That's My Secret escrita por Clary Avelino


Capítulo 4
É melhor trabalhar, vadia


Notas iniciais do capítulo

Oitenta visualizações e um comentário? Meninassssss



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Junho

Isabella era uma das melhores pessoas no mundo, ela dividia tudo comigo, do pensamento até o refrigerante. Éramos como irmãs gêmeas, tudo que uma pensava a outra já tinha a resposta. Seu único defeito, era que muitas vezes, Luigi estava de guarda. Ele tinha uma obsessão por ela, sempre pedia para ficar com ela ou tentava agarrá-la, mas ela nunca queria. Não que eu esteja com ciúmes ou coisa parecida, mas esse garoto me irrita.

Ele tenta ser legal, mas não é. O pior nem é que ele esteja correndo atrás de Isa, e sim que ele esteja namorando com... ADIVINHEM A PEÇA DA VIDA? Talvez o Tocantins inteiro para quem disse: Bárbara.

Ela é irritante, chata e eu tenho uma grande lista de antecedentes de quase brigas com ela, mas a garota tem mais enfeites que uma árvore de Natal. Bem, isso é muito ruim – na verdade, que merda de ruim. Isso é ótimo, Bárbara que se foda bem grande.

Ela escolheu namorar o Bennet, só porque o garoto é gostoso e gato pra caralho.

O que foi isso, Dawson?

– Bom dia classe, bem – classe? Ahn? Eu estava sem prestar atenção em mais uma aula? Puta merda, acorda pra vida Dawson – Como já sabem, temos um seminário de história em mãos e o assunto é a Revolução Industrial que aconteceu na Inglaterra. Lembrem-se de que eu não mandei reunirem grupos, então não fiquem alegres achando que vocês irão escolher seu parceiros. Vamos pensar de um novo jeito, conhecer novas pessoas, fazer novas amizades e quem sabe se livrar daquela panelinha social. – Juliana sorriu alegremente, era nossa professora de história, apesar da idade, ela ainda tinha traços jovens e um sorriso angelical, ela me fez gostar de história na sexta série, mas perdeu toda a graça na oitava – O primeiro grupo será Clarissa Dawson, Isabella Ferraz, Eduardo Drummond e Luigi Bennet – e foi ai que aquele sorriso angelical se transformou numa risada diabólica e maquiavélica, uma fumaça verde saiu do chão e inundou onde ela estava e sua roupa ficou toda preta com aranhas por toda parte... Não, espera ai.

É, acho que eu exagerei.

– Professora... – comecei, piscando os olhos rapidamente de forma meiga.

– Não. – vociferou do outro lado da sala.

Uma risadinha rompeu meu silencio e eu pude ver quem era o dono. Luigi Bennet. Minha única vontade era de jogar meu celular em sua cabeça, mas é o único que eu tenho e provavelmente, TPM não é desculpa para tacar celulares na cabeça dos babacas da sala.

Juliana continuou falando qual os outros grupos e no final da sala, haviam vários quartetos formados. E pela primeira vez, a sala parecia realmente interessada. Talvez por esse trabalho ser o salvador do semestre – que estava quase no fim – de todos e uma grande chance de se livrar da recuperação de história no fim do ano ou pelos alunos estarem realmente interessados no assunto. Fico com a primeira opção.

Abri o livro emburrada e comecei a destacar as partes mais importantes do assunto. Isa ficou encarregada de fazer o resumo, Eduardo conseguiria algumas maquinas a vapor de um parque de exposição e Luigi me ajudaria a fazer o slide em si.

– Eu posso fazer o slide com Isa! – resmunguei fitando Eduardo que fizera o sorteio – Sério que eu tenho que fazer a porcaria do slide com Luigi? Não tinha pessoa pior para colocar? Como Adolf Hitler? – e a sala toda se calou olhando para mim, como se segundos antes de eu começar a gritar estressada todos se calassem querendo prestar atenção no que a futura professora de recuperação deles falava.

– Pelo menos você citou alguém real, – Juliana murmurou erguendo uma das sobrancelhas – achei mesmo que você ia falar Voldemort.

– Amiga – Isa falou baixinho em minha direção – vai ser apenas um trabalho. Nos juntamos todos num sábado na casa de alguém e fazemos o trabalho todo de vez.

– Certo. Na minha casa. Sábado as nove horas da manhã. Ai vocês almoçam lá, minha mãe vai adorar ver pessoas indo a minha casa.

Ela ia adorar saber que fomos obrigados.

– Clary! – Isa me beliscou disfarçadamente – Eu só vou poder aparecer perto de dez horas, então vão ficar fazendo nada durante uma hora sem mim. – ela sorriu, deixando a mostra seu piercing no smile. Mande uma mensagem para nós, informando o local. Começamos e terminamos no mesmo dia!

Olhei atravessada para Isabella, ela soltou um riso abafado e sorriu mais uma vez. Eduardo estava radiante, diabo sabe porque e Luigi... Ele sorria de orelha a orelha.

****

Sábado chegou e eu fui para a casa de Luigi e tive que admitir que fiquei impressionada. Sua casa tinha dois andares. Era larga, com persianas azuis, e alguns detalhes brancos. Havia um grande jardim de inverno atrás da cerca elétrica, com varias espécies de flores. No andar de baixo, haviam duas árvores pequenas e amareladas, com rosas vermelhas rodeadas de pedras brancas e brilhantes. A grama parecia estranhamente verde demais e o portão também era branco.

Antes que eu pudesse tocar a campainha, Luigi abriu a porta com um sorriso no rosto, que estranhamente, parecia sincero.

– É você – ele disse com desdém – Mesmo assim. Oi! – Luigi vestia uma blusa branca com a palavra BAZINGA estampada na frente, usava uma bermuda jeans escura e estava descalço, sua cara era de quem fora acordado nos últimos segundos, mas mesmo assim, sorria sinceramente.

– Oi – disse tentando ser empolgada, por mais que ele tenha feito um comentário negativo, ele estava um pouco empolgado. Talvez nos sábados eu pudesse tirar uma folga de ser insuportável – Então, fui a primeira a chegar?

– Foi sim. – ele pausou como se tivesse esquecido algo – Entra, minha mãe está lá dentro preparando o almoço. Espero que goste de lasanha de frango. – assenti com a cabeça sorrindo, eu adorava lasanha de qualquer jeito – Bem. Vamos fazer o trabalho no meu quarto, pois é o único cômodo que temos paz e internet.

Por dentro, havia mais um jardim, com girassóis e mais rosas. Perto de um pé grande de rosas vermelhas, havia uma delicada e pequena grade branca. Bem abaixo dela, haviam duas criaturas com olhos grandes e azuis, duas grandes bolas de gude. O maior tinha pelos longos e brancos, sua pata esquerda era pretíssima e ele balançava sua língua para lá e para cá. O menorzinho tinha o pelo todo preto, sem nenhuma mancha branca, sua calda parecia um chocalho mais rápido que o normal.

– Bem, essa é a Liz e esse pequeno é o Marvin, ele tem três meses. – Luigi se abaixou e afagou os pelos de Marvin, que lambia a mão dele.

– Oi Marvin. Tudo bem? Eu sou a Clary. – alisei a cabeça dele e percebi que Liz olhava minha mão atenciosamente – Oi Liz. Como você é linda. – fiz carinho em sua cabeça e ela fechou os olhos como se estivesse gostando. Luigi levantou e andou em direção a uma porta e ficou parado me esperando – Tchau Liz. – sorri para a cadela e fui andando em direção a Luigi.

Parei na porta e fitei seus olhos, eles pareciam felizes, com um brilho estranho.

– Porque está feliz assim? – perguntei num tom baixo e nada arrogante.

– Bem, eu não tinha muitos amigos e minha mãe estava preocupada comigo, então eu fico feliz em poder trazer gente para minha casa e poder apresentar a minha mãe. – ok, eu senti pena dele. Não ter amigos era uma coisa terrível, até mesmo para Luigi.

– Se você se comportar hoje, podemos começar uma amizade. – sorri e dei um passo.

Segundos depois, Luigi e eu estávamos presos na porta entreaberta da sala de entrada da casa dele, nós dois fomos no mesmo momento e acabamos prendendo ambos corpos.

– Sua sorte é que é muito pequena. Pois eu provavelmente ficaria tentado a te beijar. – corei, por três segundos eu dei uma risada estranha e puxei meu corpo para esquerda. Segundos depois, dei um tapa de leve no seu ombro.

– Sua sorte é que é muito grande. Pois esse tapa deveria pegar na sua cara.

Olhei para frente rindo e me deparei com uma garota alta, com longos cabelos pretíssimos e lisíssimos. Ela tinha olhos mais verdes que o comum e um sorriso bonito. Seus traços eram perfeitos, seu nariz era afilado e empinado, seu queixo era um pouco fino e seu corpo era de uma digna rainha de escola de samba.

– Olá Clary! Sou a Agatha, mãe do Luigi. Ele me falou muito bem de você! É um prazer finalmente te conhecer! – ela estendeu a mão e depois me deu dois beijinhos no rosto.

– É um prazer te conhecer também! Luigi me falara que você adora receber pessoas aqui, mas não me disse que era tão linda! – sorri sendo simpática e muito verdadeira, a mãe de Luigi botava a maioria da garotas do colégio inteiro, no chinelo – Então, o que o Luigi fala de mim? – perguntei olhando rapidamente para a expressão envergonhada de Luigi.

– Ele disse que uma das únicas coisas agradáveis na sala de aula são suas brigas com os professores e o jeito que você sempre corre atrás do seu ponto de vista e sempre expressa o que sente. Eu particularmente aprecio muito isso! – seria pedir muito pra minha mandíbula boca não abrir? Ou cair? Quem sabe deslocar? Luigi Bennet falando bem de mim? É isso mesmo produção?

Vi que Luigi estava vermelho e com os olhos arregalados. Uma ajuda não mata ninguém.

– Bem, ele é um grande amigo. Me ajuda muito quando preciso. Acho que eu não conseguiria resolver muitos problemas sem a ajuda dele! – olhei de relance para Luigi, que murmurou alguma coisa parecida com um “Obrigado.”

– Fico feliz que ele tenha feito amizade com você! Bem, Luigi não faz muitas amizades, mas eu não vou continuar com esse assunto, pois ele acha que eu irei o matar de vergonha! Vou continuar preparando o almoço, subam e vão estudar! – Luigi apontou para a escada e eu comecei a subir os degraus – E Clary, – ela me chamou sorrindo – por favor, consiga tirar meu filho da oitava série!


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Notas finais do capítulo

AGATHA MINHA BEBÊ! Eu as vezes até penso em escrever sobre ela, but... Enfim, comentem e façam minha pessoa feliz!



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